Artes/cultura
30/07/2020 às 10:00•7 min de leitura
Ainda que a Segunda Guerra Mundial tenha gerado descobertas surpreendentes, é inegável o terror do holocausto e dos conflitos que permeiam o evento. Além disso, embora muitos pesquisadores e historiadores tenham tentado desvendar os mistérios de um conflito que marcou a história da humanidade, ainda são muitas as perguntas que continuam sem resposta.
A seguir, você confere oito fatos misteriosos e pouco conhecidos sobre a Segunda Guerra Mundial:
Embora o Brasil seja conhecido como um país mais neutro, ou seja, que prefere não tomar parte das guerras e dos conflitos que acontecem mundialmente, durante a Segunda Guerra Mundial ele teve um papel bastante ativo. Em tempos de guerra, acreditava-se que os nazistas poderiam atacar a América do Sul, partindo das colônias francesas que ocupavam a África.
Tendo em vista essa possibilidade, os Estados Unidos criaram bases aeronáuticas no Nordeste brasileiro. Naquela época, eles usaram como fachada o investimento no desenvolvimento da aviação comercial – que não via novas tecnologias desde a Primeira Guerra Mundial. Entretanto, as terras tupiniquins ficam em pontos estratégicos em relação à África.
As bases foram montadas na ilha de Fernando de Noronha e nas capitais nordestinas de Natal e Recife. Como tudo tem seu preço, Getúlio Vargas recebeu apoio americano, se autodeclarou presidente e as forças armadas nacionais foram renovadas – tanto é que até os próprios americanos vieram treinar o exército brasileiro para enfrentar os possíveis ataques nazistas.
Em 1941 um navio brasileiro foi atacado por um avião nazista e, no ano seguinte, outras dezenas foram dizimadas. Em agosto de 1942, 600 brasileiros foram mortos nos cinco navios atingidos pelo submarino U-507. No dia 22 do mesmo mês, Getúlio Vargas declarou o estado de beligerância (guerra) contra o Eixo.
Alguns meses após os eventos de Pearl Harbor, os EUA estavam passando por grandes dificuldades – principalmente na costa oeste. Todas as pessoas ficavam de olho nos céus com medo dos novos possíveis ataques japoneses. Em fevereiro de 1942, um submarino japonês bombardeou o campo petrolífero de Ellwood, que ficava próximo à Santa Barbara. Mais tarde naquele mês, a tensão explodiu em um ataque de histeria.
O desaparecimento de um balão meteorológico iniciou o pânico. Depois disso, fogos eram lançados no ar para encontrar possíveis ameaças ou avisar sobre perigo. Entretanto, o povo viu os sinais como sendo de mais ataques e acionou uma série de medidas antiaéreas. As atividades continuaram durante muitas noites. No fim, as únicas casualidades foram três vítimas mortas por ataque cardíaco e três por fogo-amigo.
Nenhum avião japonês foi visto e os próprios nipônicos negaram qualquer intenção de ataque próximo à Los Angeles. O mais engraçado é que os clarões também foram confundidos com um surto de OVNIS nesta cidade.
Na época, os jornais americanos afirmaram que a coisa toda era orquestrada para induzir o pânico e conseguir mais suporte para a guerra. Os militares pouco se preocuparam em aliviar as preocupações, sendo que uma investigação pública só foi realizada 40 anos depois do acontecido.
Esse é um dos incidentes mais misteriosos de todos os tempos. Ele aconteceu após alguns meses do fim da guerra, embora envolva o exército norte-americano e um avião pilotado durante a Segunda Guerra Mundial. Nele, o tenente Charles Taylor liderava um grupo com cinco aviões TBM Avenger em um exercício de treino em direção à estação naval em Fort Lauderdale, Florida.
Pelo rádio, Taylor reclamou que sua bússola não estava funcionando e que ele não sabia onde estava. Após muitas horas de voo às cegas, os aviões ficaram sem combustível. Desde então, nenhum deles foi visto e todos os 14 homens envolvidos foram dados como mortos. O inquérito militar também não foi muito detalhado.
Taylor já possuía um histórico de se perder enquanto voava e diversos operadores de rádio – e até membros juniores do voo 19 – pareciam saber onde estavam. Mas, seguindo a liderança de Taylor, eles acabaram voando para algum lugar distante no Atlântico, em vez de retornarem para Florida.
Muito do mistério envolve os esforços dos militares para tentar convencer a mãe do tenente, que reclamou do inquérito que culpava seu filho sem evidências claras. Isso fez com que eles mudassem o documento para “causas desconhecidas”. Pouco tempo depois, novos elementos sobrenaturais foram inclusos na história, criando assim a lenda do Triângulo das Bermudas.
Nela, toda a tripulação havia tido premonições que os prevenia para não embarcar no voo amaldiçoado – fora as supostas transmissões de rádio como “o céu está todo errado aqui”. Mas, ainda assim, essa é uma lenda bem assustadora por si só – cinco aviões perdidos no mar aberto, com a noite se aproximando e condições meteorológicas ruins, sendo que as próprias causas das mortes dos tripulantes permanecem desconhecidas até hoje.
A última transmissão de rádio foi uma mensagem distorcida e incompreensível. Os operadores só conseguiram identificar os sinais de chamada dos aviões “FT…FT…FT…”. Como os corpos dos tripulantes e as aeronaves nunca foram encontrados, a verdade por trás do voo 19 continua um mistério.
A vida de Rudolf Hess parece ter saído diretamente de um livro de espiões, repleto de reviravoltas bizarras e plots estranhos, que mascaram eventos ainda mais confusos. Hess foi uma figura proeminente na Alemanha, agindo como deputado de Hitler no Partido Nazista.
Nas vésperas da declaração de guerra alemã com a União Soviética, ele voou sozinho para a Escócia em uma tentativa de negociar a paz com o Reino Unido, mas em vez disso acabou sendo preso. Ele foi julgado na Nuremberga e sentenciado à prisão perpétua na Cadeia de Spandau, em Berlim, onde morreu em 1987. A pergunta que surge é: por que Rudolf Hess voou intencionalmente para a Escócia para ser preso?
Ficou claro que Hess queria tentar uma vitória diplomática ao selar um tratado de paz entre o Terceiro Reich e a Inglaterra, mas não há nenhum documento que evidencie que qualquer membro do governo britânico passasse a impressão de que um acordo poderia ser feito entre eles. Também não há nenhuma evidência de que os oficiais britânicos tenham enganado Hess e o obrigado a fazer esse voo.
O incidente também pode ser considerado um último esforço de Hess para ganhar a aprovação da Inglaterra, tendo em vista que uma guerra com a Rússia poderia eventualmente culminar no fim do Terceiro Reich. O evento continua um dos mistérios mais documentados e influentes da Segunda Guerra Mundial.
Há também algumas teorias conspiratórias por trás da história. Os russos sempre suspeitaram que Hess estava secretamente tentando unificar a Alemanha e Inglaterra, para que assim ambos pudessem atacar a Rússia.
Quando foi preso, a saúde de Rudolf também deteriorou bastante, sendo que, quando foi julgado, o homem sofria de amnésia e não conseguia se lembrar de seus tempos como nazista. Algumas pessoas acreditavam que o verdadeiro Hess estava escondido e que o homem que foi julgado e condenado era um impostor. As suspeitas só aumentaram quando ele foi o último habitante de Spandau, em 1987, sendo que o lugar foi demolido pouco tempo após sua morte.
Embora pareçam lendas urbanas, existem diversas histórias que narram a aparição de aviões-fantasmas – poucas delas documentadas. Existem basicamente dois tipos. Na primeira, os aviões são vistos em um contexto pós-guerra, em que as pessoas acabam encontrando os veículos do passado.
Geralmente, o cenário envolve um jovem casal das décadas de 60, 70 ou 80 que afirma ter visto um modelo vintage cruzando os céus em baixa altitude – algumas vezes até um grupo deles. Algumas dessas histórias são bem embasadas: o avião some no ar, a aparição foi um augúrio de um acidente que ocorreu pouco tempo depois, os pilotos acenam tristemente para os espectadores abaixo etc. Alguns relatos envolvem especulações sobre “fendas no tempo”.
O segundo tipo é mais interessante – e macabro. Algumas aparições ocorreram durante a guerra. Nelas, as tramas abordam aviões que partiram em uma missão perigosa. Mais tarde, todas as aeronaves retornam, exceto uma. Todos observam os céus esperando o veículo, mas nada aparece. Até que, horas mais tarde, um som é ouvido a distância e um avião é visto.
Com muito trabalho, a aeronave consegue pousar. Mas, quando o povo se aproxima da cabine do piloto, ela está vazia e o tanque do avião completamente seco. Há variações em que a tripulação está abordo, mas morta. Em outras o avião está tão danificado que não teria como levantar voo.
Há uma história que diz que um avião destroçado foi visto horas depois do ataque de Pearl Harbor. As testemunhas conseguiram ver o piloto a bordo, mas, quando o avião caiu, não havia absolutamente nada dentro dele. Bizarro…
O termo foo fighter foi usado pelos pilotos da infantaria aliada para designar os misteriosos fenômenos aéreos vistos nas missões do Teatro de Operações do Pacífico e nos céus da Europa. As primeiras aparições ocorreram em novembro de 1944, quando os pilotos que sobrevoavam a Alemanha reportaram terem visto objetos brilhantes voando em alta velocidade e acompanhando os aviões.
Esses misteriosos objetos foram descritos como bolas de fogo brilhantes vermelhas, brancas ou alaranjadas. Alguns pilotos disseram que elas pareciam com luzes da árvore de Natal, sendo que elas variavam de tamanho entre cerca de 91 metros e 30 centímetros. Os foo fighters não podiam ser derrubados ou superados.
Já os militares levaram as aparições a sério, suspeitando que as estranhas aparições fossem uma arma secreta alemã. Entretanto, investigações posteriores revelaram que os pilotos alemães e japoneses também reportam terem visto objetos semelhantes. Durante os tempos de guerra, o termo foo fighter se tornou sinônimo de qualquer visão de um OVNI. Muitas pessoas especularam o envolvimento extraterrestre.
Durante a Segunda Guerra, esses acontecimentos foram amplamente estudados. Até mesmo cientistas renomados, tais como David Griggs, Luis Alvarez e H.P. Robertson, também os avaliaram. Todavia, o fenômeno nunca foi explicado, uma vez que a maioria das informações sobre o acontecido foi mantida sobre sigilo e nunca foi revelada por nenhuma inteligência militar.
Outro mistério da Segunda Guerra Mundial é o desaparecimento dos tesouros da Câmera de Âmbar. O local media 55 metros quadrados e consistia em diversos painéis decorados com âmbar, espelhos folheados a ouro e quatro mosaicos florences. O salão continha joias preciosas e uma estante contendo uma coleção de ilustrações raríssimas que retratavam relíquias valiosas da Prússia e da Rússia.
Os itens foram criados pelo Rei Friedrich I e foram dados de presente ao czar russo, Peter, o Grande, em 1716. As relíquias foram dispostas no Palácio de Catarina, próximo à São Petersburgo.Em 1942, os nazistas invadiram Leninegrado e roubaram o artefato e grande parte das relíquias do local. Eles expuseram a vitrine no Castelo de Königsberg durante a guerra.
Entretanto, em abril de 1945, após a rendição alemã, o tesouro não estava em nenhum lugar e não foi mais visto desde então. Todavia, recentemente foram descobertos indícios de um possível esconderijo subterrâneo onde o tesouro pode estar escondido.
Se você vasculhar o mundo das experiências paranormais, eventualmente vai se deparar com a numerologia. Os numerologistas são pessoas que encontram significado em estranhas coincidências numéricas – que algumas vezes possuem credibilidade. Mas, no caso do “Deadly Double” (Mortal-Duplo), os números se aliam assustadoramente bem.
Algumas semanas antes dos ataques a Pearl Harbor, alguns anúncios estranhos apareceram em Nova York. Eles faziam propaganda de um novo jogo chamado “The Deadly Double”. Um deles mostrava um par de dados marcados com os números 0, 5, 7, XX, 24 e 12. Na parte de cima, uma série de chamadas em diversas línguas avisava: “Achtung! Warning! Alerte!” – ou seja: “Cuidado!”.
O outro anúncio mostrava um grupo de pessoas abrigadas em um abrigo subterrâneo e explicava que o “joguinho de dados” era um item essencial para sobrevivência em caso de guerra. Estranhamente, até o logo da fabricante era uma suspeitosa águia dupla muito utilizada pelos alemães.
Ainda que os anúncios tenham uma aparência suspeita, apenas em retrospecto eles poderiam ter uma mensagem codificada. Por exemplo: os números poderiam fazer uma alusão à data do ataque de Pear Harbor (7/12), sendo que os outros números poderiam representar os códigos que deveriam ser decifrados pelos agentes que estavam disfarçados nos EUA.
Fora isso, o “Deadly Double” também foi considerado uma possível referência à dupla ameaça do Japão e da Alemanha. Como muitos mistérios recontados, as pessoas tendem a deixar de lado os fatos e enfatizam o desconhecido.
O cinco e o zero às vezes são considerados como uma possível previsão sobre o início do ataque, mas o primeiro avião só abriu fogo às 7:48 no horário local de Pear Harbor. Todavia, a identidade do criador da propaganda continua desconhecida até hoje. Pode parecer besteira, mas, na época, até mesmo o FBI se envolveu nas investigações sobre o “Deadly Double”.
* Publicado originalmente em 28/07/2014