Ciência
30/12/2022 às 04:00•2 min de leitura
A história é um processo contínuo de construção, e novas descobertas do passado podem mudar a maneira como encaramos o mundo. Recentes descobertas arqueológicas egípcias têm caminhado nesse sentido, fazendo com que repensemos aspectos daquela sociedade.
Através de avanços tecnológicos, pesquisadores estão tendo novas oportunidades para descobrir elementos do Egito Antigo. Muitos deles dizem respeito não apenas àquelas pessoas, mas ajudam a repensar a própria história da humanidade. Conheças algumas delas.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Tel el-Amarna abrigou a capital do Egito Antigo, tendo sido construída pelo faraó Aquenáton. Ali, em 2022, arqueólogos escavaram e encontraram os restos mortais de uma jovem, enterrada utilizando suas joias.
Em torno de seu pescoço estava um colar de pedra-sabão, já nas mãos anéis de ouro decorados com imagens de Bes, o protetor dos lares e defensor do bem. Datada entre 1550 e 1292 a.C., ela forneceu aos pesquisadores informações sobre o povo que viveu na região.
O povo de Telel-Amarna foi forçado ao monoteísmo de forma controversa, seguindo o atonismo, uma religião que cultuava a deidade solar Aton. É um movimento diferente, já que a sociedade egípcia era politeísta.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Duas descobertas, de 2018 e 2022, feitas em escavações em Saqqara, identificaram potes de cerâmica cheios de queijo egípcio, todo embrulhado em lona.
Os pesquisadores identificaram que o material seria de um período entre 688 e 525 a.C., sendo o queijo sólido mais antigo já encontrado, permitindo que compreendam melhor a dieta daquele povo e as técnicas de fabricação de queijo utilizadas.
O laticínio estava no túmulo de Ptahmes, prefeito de Mênfis. Análises mostraram que foi produzido através de uma combinação de leite de ovelha e cabra.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Em 2022, também foi encontrado por arqueólogos um conjunto de 18 mil cacos de cerâmica, utilizados como bloco de notas. Chamados de óstraca, eles datam do final do período ptolomaico, entre 81 e 51 a.C. e estavam cobertos de anotações mundanas e cotidianas. É a maior coleção de óstracos já encontrada no Egito.
Listas de compras, registros comerciais, práticas de escrita, trabalhos escolares e simples rabiscos estão entre os materiais achados. Segundo os pesquisadores, o material era bastante difundido por ser mais barato e de mais fácil acesso do que o papiro.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Os blêmios foram uma comunidade nômade que viveu no norte da África entre os séculos IV e VI, incorporando muitas tradições egípcias às suas práticas religiosas. Em 2022, arqueólogos encontraram o Santuário do Falcão, um templo cheio de artefatos, incluindo arpão, estátuas e quinze falcões sem cabeça.
Os animais eram associados a propósitos religiosos antigos dos egípcios, mas não na região em que foram encontrados. Entre os achados também estavam instruções sobre como deviam se comportar dentro do templo.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Escavações feitas na antiga cidade egípcias de Oxirrinco, atual Al-Bahnasa, encontraram túmulos da era ptolomaica, época em que a cultura egípcia foi muito influenciada pela dominação grega. Arqueólogos encontraram múmias dentro das tumbas que possuíam línguas de folhas de ouro em suas bocas.
De acordo com os pesquisadores, essa era uma prática antiga baseada na crença egípcia de que a língua de ouro permitiria que os mortos falassem com, Osíris, deus do julgamento, do além e da vegetação, um dos mais importantes da mitologia egípcia.
(Fonte: Wikimedia Commons)
A tumba de Ptah-M-Wia, o tesoureiro real de Ramsés II, foi encontrado em 2021 em escavações feitas em Saqqara. Arqueólogos responsáveis pelas descobertas encontraram em seu caixão tesouros de um tipo diferente.
Os documentos e os desenhos em seu túmulo lançaram novos olhares sobre a vida da sociedade egípcia e sua economia. Ele foi encontrado em seu sarcófago e túmulo originais, o que é considerado uma raridade, ainda mais por não ter sido violado e saqueado.