Mistérios
28/12/2022 às 06:30•3 min de leitura
Pensar em ciência e História é se deparar com a palavra progresso. A todo o momento são feitas descobertas sobre nosso passado, algumas delas espetaculares, responsáveis por esclarecer incógnitas sobre o passado da raça humana na Terra.
No início desse ano, a Live Science citou vários sítios arqueológicos com pesquisas promissoras em andamentos que poderiam revelar futuras descobertas sobre o mundo antigo. Sendo assim, para engrossar o caldo dos avanços descobertos no campo da ciência e dos marcos do ano que está às portas de se encerrar, essas são as quatro descobertas históricas de 2022.
(Fonte: Chine Nouvelle/SIPA/Shutterstock)
Em junho desse ano, a CNN escreveu uma matéria sobre a recuperação de uma série de artefatos do sítio arqueológico de Sanxingdui, próximo à cidade de Chengdu, na China, onde mais de 13 mil relíquias foram encontradas.
O nome escolhido para o local de escavação é uma referência ao antigo povo Sanxingdui, que os historiadores acreditam ter feito parte de Shu, o estado que já controlou a bacia ocidental de Sichuan. Contudo, a falta de clareza nas informações sempre dificultou a vida acadêmica dos historiadores na empreitada em descobrir as origens desse povo.
A descoberta feita em 2022, porém, lançou uma nova esperança sobre as origens dessa civilização e de Shu como um reino. Entre os artefatos encontrados, estão 2 mil relíquias de bronze, em sua maioria inteiras, incluindo estátuas, utensílios domésticos e uma caixa em forma de casco de tartaruga cravejada com jade.
Os demais objetos parecem ter vindo de diferentes regiões da China, indicando viagens generalizadas desse povo. E o que parece ser um altar de sacrifício pode ajudar a explicar as práticas religiosas de Shu.
(Fonte: National Geographic/Reprodução)
Em fevereiro de 2022, a agência de notícias Reuters notificou que um grupo de arqueólogos encontrou seis múmias ao redor de uma tumba de pelo menos mil anos. Escavada na cidade de barro pré-inca de Cajamarquilla, perto da capital peruana de Lima, em novembro de 2021, o túmulo guardava os restos mortais de um nobre jovem, morto por volta dos 20 anos.
Demorou para o detalhe perturbador das crianças ser detectado. De acordo com Pieter Van Dalen, supervisor da escavação, em entrevista à AFP, é possível que as crianças dispostas ao redor da tumba tenham sido sacrificadas para seguir o nobre na vida após a morte. Na cena, também foram encontrados sete restos humanos não mumificados e possíveis ossos de lhama.
Na antiguidade, a prática de sacrificar e mumificar escravos ou familiares para acompanharem o morto ao Além era algo muito comum, como foi visto nas "múmias do pântano" encontradas em 1950, na Dinamarca.
(Fonte: kaetana/Bigstock/Reprodução)
Para provar que nem todas as descobertas históricas são arqueológicas, os pesquisadores da Universidade de Oxford, de Cardiff e de Exeter, escreveram que as primeiras galinhas domesticadas da História vieram da Tailândia, atraídas para assentamentos humanos com arroz, oriundas de uma espécie nativa das florestas tropicais do sudeste asiático.
Existia a ideia de que as galinhas não chegaram à Europa até cerca de 800 a.C., demorando para alcançar as fazendas no norte e no oeste do continente. Mas os pesquisadores coletaram evidências comprovando que os animais foram domesticados há muito tempo na Ásia, antes de chegar na Europa.
A galinha mais antiga encontrada foi em 1650 a.C., desbancando a ideia estabelecida de que domesticamos a galinha há cerca de 10 mil anos.
(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Nesse ano, uma equipe de arqueólogos composta por turcos e mongóis, membros da Universidade Nacional da Mongólia, embarcou em uma expedição pela província oriental de Van, na Turquia, visando encontrar o palácio de verão de Hulagu Khan, neto do notório Genghis Khan.
Fundador do llcanato da Pérsia, Hulagu construiu um palácio de verão para si e uma igreja para sua esposa no que hoje é o distrito de Çaldiran, na província de Van. A equipe de arqueólogos teve como base artefatos encontrados na planície de Çaldiran, preservados no Museu de Van, para ter uma noção por onde começar a procura.
Até o momento, a equipe foi bem-sucedida ao encontrar um caravançarai, um tipo de pousada para viajantes – algo muito comum no Oriente Médio. Fontes históricas indicam que uma cidade ficava a leste da pousada, e cerâmicas encontradas nessa região combinam com peças mongóis, reforçando a ideia de que o local era um assentamento do reino de Hulagu.
Os pesquisadores esperam que a cidade e o palácio estejam nas proximidades, portanto, é uma questão de tempo para encontrarem suas ruínas, configurando uma das descobertas mais fascinantes do nosso século.