Saúde/bem-estar
02/04/2023 às 08:00•3 min de leitura
Não é incomum que no mês que se comemora o Dia Internacional da Mulher a celebração recaia sobre grandes nomes que impulsionaram lutas femininas por direitos. No entanto, este artigo em questão visa dar espaço às mulheres que estão fazendo história atualmente, por meio de seus trabalhos, pesquisas e/ou atuação.
Escolhemos nomes de mulheres contemporâneas de diferentes áreas, cada uma delas um polo disseminador de força, coragem e bravura, mas essencialmente de inspiração para as jovens meninas e mulheres do mundo. Conheça (e compartilhe) suas histórias.
(Fonte: Programa de Manejo y Conservación de los Armadillos de los Llanos/Reprodução)
A argentina Mariella Superina é um dos nomes mais proeminentes da ciência na atualidade. Pesquisadora do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (CONICET), em Mendoza, ela estuda a biologia e medicina de conservação dos tatus, além da eco-epidemiologia do Trypanosoma cruzi, o causador da doença de Chagas.
Ela pesquisa os temas há mais de 25 anos, o que levou Superina a liderar uma equipe internacional que monitora populações globais de animais, com destaque a tamanduás, preguiças e tatus. É, sem sombra de dúvidas, a maior especialista no assunto em todo o mundo.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Harpreet Chandi não é uma pessoa qualquer, mas sim o nome da primeira mulher de origem indiana a completar sozinha uma expedição até o Polo Sul. Foi uma longa jornada em que Chandi, de 33 anos, cruzou mais de 1100 quilômetros ao longo de 40 dias.
No trajeto, a capitã do exército puxou um trenó com todo o seu kit, lutando contra temperaturas que beiravam os -50?°C, além de ventos de quase 100 km/h. Durante o percurso, sempre que podia, Chandi relatava sua jornada em seu blog, compartilhando com o público comum suas impressões sobre o desafio.
Acha que é pouco? Este ano ela foi além, quebrando o recorde mundial de expedição polar mais longa, sozinha e sem assistência. Foram mais de 67 dias e 1397 quilômetros para cruzar a Antártida, superando em mais de 15 quilômetros o recorde anterior.
(Fonte: Marc Sebastian Eils/Atlas Obscura/Reprodução)
A camaronesa Sylvie Njobati é uma ativista responsável pela devolução de uma estátua sagrada de Camarões que foi roubada no século XIX por um colonialista alemão.
Ela era encantada pela estátua que retratava Ngonnso, a rainha-mãe do povo Nso, grupo cultural da região de Kumbo, noroeste de Camarões. Mas o que ela via era apenas uma réplica da estátua feita no século XIV, que residia, até então, no Fórum Humboldt de Berlim, um museu repleto de peças retiradas de seus países de origem.
Seu engajamento fez com que jovens de seu país, da África e de outras nações e lugares do mundo pressionassem a Fundação do Patrimônio Cultural Prussiano, até que a estátua, finalmente, recebesse sinal verde para retornar. A atuação de Njobati foi fundamental para que Ngonnso retornasse ao seu país de origem.
(Fonte: Chiyo Shibata/Fromage Sen/Reprodução)
Chiyo Shibata é um dos principais nomes no Japão quando o tema é produção de queijos. Trabalhando na empresa Fromage Sen, na província de Chiba, ela desenvolve uma extensa pesquisa para encontrar um queijo "realmente japonês".
Mesmo não sendo parte tradicional da dieta japonesa, o governo local incentivou a criação de vacas para a agricultura no século VIII. Asssim, Shibata pesquisou e descobriu textos antigos que descrevem itens que podem ser semelhantes ao queijo, servindo como fagulha para que ela mergulhasse no projeto de criar um "DNA queijeiro" para seu país.
Desde então, além de ministrar palestras e dar cursos em escolas locais para incentivar a cultura de produção do alimento, Chiyo estuda e pesquisa micro-organismos para a produção de queijos e outros laticínios. Suas descobertas vivem em um refrigerador de seu ateliê, na empresa que criou com o pai. Ali, ela criou queijos que já foram premiados internacionalmente, e com os quais quer dar a "cara do Japão".