Ciência
08/04/2022 às 02:00•1 min de leitura
Para sobreviver, o urso-polar precisa de temperaturas frias, gelo marinho e focas para se alimentar. Embora o Ártico e a Antártida apresentem condições parecidas, o maior urso da Terra existe apenas no Hemisfério Norte. Mas qual seria o motivo de não estarem também presentes no continente mais ao sul? A resposta tem a ver com a evolução da espécie e de sua adaptação na história geológica da Terra.
“Algumas espécies evoluem em alguns lugares e outras não. Os ursos-polares são em grande parte um fenômeno do Polo Norte”, comentou ao Live Science Andrew Derocher, professor de ciências biológicas da Universidade de Alberta, no Canadá. Os grandes ursos brancos (Ursus maritimus) evoluíram, ao acaso, do urso-pardo (Ursus arctos) — o qual viveu há 5 milhões de anos onde os continentes já estavam em posições semelhantes às de hoje.
A chegada de ursos polares na Antártida poderia ocasionar em um colapso total do ecossistema. (Fonte: Shutterstock)
Lá, por conta de suas peles que suportam temperaturas que chegam até -30 °C, eles se adaptaram ao ambiente rico em gelo. Para chegar à Antártida, os animais teriam que percorrer uma grande distância em uma área conhecida por fortes tempestades e mar agitado. Com isso, os ursos-polares podem ser encontrados apenas ao redor do Círculo Polar Ártico no Alasca, Canadá, Groenlândia, Noruega, Rússia e Islândia.
Em razão da ausência de ursos no Polo Sul, outros animais, como focas e aves, não precisaram “aprender” a lidar com grandes predadores. Caso os ursos-polares tivessem a oportunidade de migrar para o Polo Sul, os bichos nativos seriam presas fáceis, o que resultaria em uma perturbação no ecossistema, levando a um colapso do habitat natural.