Ciência
25/04/2020 às 12:00•2 min de leitura
Em meio às recorrentes mudanças na dinâmica do clima e vegetação terrestres, e mais do que isso, na percepção de que as alterações estão ocorrendo num processo acelerado demais para ser considerado natural, muitos estudos estão sendo conduzidos a fim de promover uma melhor compreensão sobre a atividade humana e sua relação com as mudanças climáticas.
Um novo estudo sobre o assunto, realizado pela Geophysical Research Letters, aponta que haverá uma redução significativa do gelo localizado no Oceano Ártico nos próximos anos, de modo que, até 2050, não haveria mais gelo na região. Com base na observação do aquecimento global e da diminuição da calota polar na região, tal possibilidade já é dada como extremamente provável nas mais diferentes simulações desenvolvidas — 128 ao total.
(Fonte: Unsplash)
O que mais preocupa a comunidade científica é que, de acordo com esse mesmo estudo, ainda que uma eventual redução significativa nas emissões de carbono fosse atingida a partir de agora, o cenário final dificilmente seria outro durante o verão nas próximas décadas, por exemplo. Portanto, as emissões de gases seriam responsáveis apenas por determinar o quão rápido isso aconteceria.
O gelo marinho possui papel importante dentro do ecossistema terrestre e sua redução preocupa pesquisadores, pois além da concentração de petróleo e gás natural na região dar ensejo a conflitos internacionais entre potências interessadas, vírus e bactérias desconhecidos, que até então permaneciam dormentes e não faziam mais parte da dinâmica terrestre, poderiam espalhar novas doenças.
(Fonte: Unsplash)
Além disso, o aquecimento da região ártica representa, na prática, a impossibilidade de muitos animais de continuarem existindo e também contribui de forma perceptível com o aumento do nível do mar, o que pode inviabilizar a habitação de cidades de menor altitude e mesmo resultar em mudanças na dinâmica do clima terrestre, fazendo com que determinados eventos climáticos se tornem menos previsíveis.
Uma vez que a região ártica sofre com o aquecimento e possui menor capacidade de produzir gelo, a radiação solar deixa de ser refletida e passa a ser absorvida em maior quantidade. Ou seja: a redução do gelo na região implica desdobramentos das ordens mais diversas, que muitas vezes se interligam e corroboram com mudanças a nível global.