Tomar vinho em taças ou copos comuns: tem mesmo diferença?

29/10/2019 às 14:002 min de leitura

Aquilo que niguém sabe, nem todo mundo pergunta: afinal, por que o formato de uma taça de vinho é tão específico? Por que não beber vinhos em copos comuns? É claro que não existe certo ou errado, mas há boas práticas recomendadas para curtir o melhor da bebida. Vamos acabar com essa curiosidade? Entenda:

Um pouco de história

Para começar, o que pouca gente sabe é que a produção de vinho já fazia parte da história da humanidade décadas antes de o ser humano aprender a fazer utensílios de vidro. Tudo começou a cerca de 9 mil anos atrás. Entre os primeiros materiais utilizados nos recipientes mais antigos para se beber vinhos estão madeira, chifres de animais, peles e etc. Mais uma vez a dúvida, por que então as “taças de vinho” são tão famosas e comuns no mundo todo?

Acontece que a produção de vinho foi se desenvolvendo cada vez mais no mundo todo. Quem podia comprar utensílios de vidro era privilegiado e usava-se até mesmo recipientes de ouro e prata para se beber um vinho. Porém, com a industrialização, o vidro foi se tornando mais popular. Mais tarde, em meados do século XVII, os copos de vidro foram ganhando novos formatos e vários tipos de decoração, principalmente para cerimônias religiosas, quando surgiu a necessidade de alongar a base para que o líquido na parte de cima ficasse mais exposto.

a(Fonte: Helena Lopes / Pexels)

Outra coisa que vale a pena mencionar na evolução do copo de vinho é que, começando por volta do século XIX e acelerando rapidamente no final do século XX, o tamanho de um copo de vinho típico tem ficado cada vez maior, ao mesmo tempo em que o próprio copo se torna progressivamente mais fino.

Vidro e sabor = o melhor do vinho

Ao invés de uma taça ter a função puramente estética, a partir do século XX ela passou a ser considerada um fator importante no sabor que se sente após provar um vinho. Já no final dos anos 1970, o boêmio Claus Riedel, buscando uma maneira de aumentar as vendas de sua fábrica de vidros, decidiu criar uma nova linha de copos com cada design destinado a ser adequado para diferentes tipos de vinho.

Além do impacto nos números, foi a única empresa na época que criou designs de aprimoramento para vinho e ainda utilizou o mapa de sabor da língua como inspiração para os projetos. Essas várias formas foram criadas para afetar tanto o aroma quanto a forma como o líquido chega à língua, a fim de obter o melhor sabor possível com o recipiente certo.

a(Fonte: Helena Lopes / Pexels)

Nos anos seguintes ao trabalho inovador de Riedel, a ideia de que diferentes taças de vinho realmente afetam o sabor tornou-se uma noção quase universalmente apoiada por sommeliers. Hoje, há até mesmo um padrão internacional para taças de vinho usado para testar o sabor e que devem ser seguidos à risca para demais testes.

Desde então, diversas pesquisas e estudos já foram feitas para se provar cientificamente as diferenças entre prazer e sabor de acordo com o recipiente. Até hoje, neurogastronomistas fazem estudos para entender a relação entre ambiente, aparência e percepções no sabor de uma bebida ou comida.

Conclusão?

Embora não haja provas científicas concretas de que beber vinho em taças de vinho provoque uma diferença significativa no sabor, há outras evidências abstratas que apoiam essa hipótese. Supondo que isso seja verdade, não é possível afirmar com certeza absoluta que um determinado indivíduo notará a mudança de sabor e, mesmo que o faça, pode achar que a mudança é boa ou ruim, já que todo mundo tem seu paladar próprio.

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