Fernando Collor foi acusado de envolvimento com ocultismo

09/01/2023 às 02:003 min de leitura

Apesar de rápida, a passagem de Fernando Collor no cargo de Presidente da República, entre março de 1990 e outubro de 1992, foi o suficiente para acumular uma série de controvérsias. O primeiro presidente eleito diretamente pela população após a Ditadura Militar, vencendo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo de Collor foi considerado agitado e errático — para não dizer uma catástrofe total.

O candidato do inexpressivo e extinto Partido Republicano Nacionalista (PRN) nunca foi o favorito. Na verdade, ele só chegou em cargos do governo devido à influência de sua família. Durante as eleições de 1989, ele só cresceu nas pesquisas, assim como Lula, depois da estagnação da campanha de Leonel Brizola e o fracasso de Ulysses Guimarães — ambos queridinhos na disputa pelo cargo máximo.

(Fonte: Jorge Araújo/Folhapress/Reprodução)(Fonte: Jorge Araújo/Folhapress/Reprodução)

O marketing ao redor da imagem de Collor foi o que o elegeu, apresentado como um político jovem e moderno, com o plano de governo que incentivaria o desenvolvimento individual, defendendo a diminuição do Estado brasileiro; enquanto Lula presava por um desenvolvimento com leve distribuição de renda para que fosse construída uma sociedade mais igualitária.

As pesquisas da época mostravam que 71% da população estava otimista com o governo Collor, mas isso durou pouco. Sem disposição para governar, ele não respeitou as articulações da democracia, atacou adversários, se envolveu em corrupção severa e fraude, voltou-se contra o Congresso e fracassou mais que Sarney no lide com a economia ao realizar o confisco da poupança — uma das medidas mais traumáticas da história brasileira.

Como resultado, o povo foi às ruas e pediu o impeachment de Collor, que renunciou em 29 de dezembro de 1992. E se todo esse show de horrores no cenário político não fosse o suficiente, Fernando Collor também foi acusado de ocultismo.

Mais um escândalo

(Fonte: AE/Reprodução)(Fonte: AE/Reprodução)

O escândalo começou com Pedro Collor, irmão do candidato, que o denunciou sobre esquemas de corrupção envolvendo o tesoureiro de sua campanha eleitoral, resultando em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Dez meses depois, Pedro afirmou ao Jornal do Brasil que Collor investiu pesado em rituais ocultistas, que eram realizados na Casa da Dinda, residência da família Collor, em Brasília.

A polêmica criou uma aura mística de dúvida ao redor da imagem de Collor, que não fez questão de comentar nada sobre nem mesmo quando entrevistado por Roberto Cabrini em 1995, depois que já havia sido inocentado pelo crime de corrupção passiva pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O assunto voltou à tona em 2014, com a publicação do livro Tudo o que eu vi e vivi, de Rosane Brandão Malta, ex-primeira-dama, que se separou de Collor em meados de 2005. Nele, Malta disse que foi testemunha ocular do envolvimento obscuro de Collor com magia maléfica, confirmando as acusações feitas pelo seu irmão.

O acerto de contas

(Fonte: Felix Lima/Folhapress/Reprodução)(Fonte: Felix Lima/Folhapress/Reprodução)

Segundo Malta, o ex-marido já realizava rituais antes de ascender ao cargo presidencial, quando ainda tentava se eleger governador de Alagoas, depois que conheceu uma mãe de santa chamada Cecília — hoje convertida ao evangelismo.

Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, a mulher revelou que Cecília fez vários sacrifícios com animais e até mexeu com cadáveres humanos recém-enterrados para que Collor tivesse seus desejos políticos realizados. “Foi um trabalho muito sério e imundo”, disse Malta.

Em 15 de março de 2015, recebida por Amaury Jr. em seu programa na Rede TV, Malta comentou também que Collor só deixou a magia de lado durante o período em que seu governo entrou em colapso, por não acreditar mais no poder de Cecília. Ainda assim, uma suposta “maldição” teria sido lançada como medida final para punir todos os que se envolveram na derrubada de Collor.

Pedro Collor. (Fonte: Paulo Giandalia/Folhapress/Reprodução)Pedro Collor. (Fonte: Paulo Giandalia/Folhapress/Reprodução)

A ex-primeira-dama acredita que Ulysses Guimarães, envolvido no impeachment de Collor, morreu em 1992 em um acidente de helicóptero como resultado desse “acerto de contas espiritual”. O corpo de Guimarães foi o único que nunca foi encontrado entre as quatro outras vítimas presentes na aeronave.

Em 19 de novembro de 1994, Pedro Collor morreu de um melanoma maligno de pele com metástase no cérebro, que descobriu um mês antes de ser internado nos Estados Unidos. Outro envolvido no escândalo do impeachment, Paulo César Farias, o PC Farias, foi encontrado morto ao lado da namorada em sua casa de praia próximo a Maceió, em 23 de junho de 1996. Ambos estavam com tiros no peito.

Apesar de o estranho enlace de mortes, não há confirmação de que Fernando Collor teve algum envolvimento em práticas de magias ocultas.

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