Ciência
09/01/2023 às 04:00•2 min de leitura
Apesar de o pão francês possuir o nome que tem, de francês mesmo ele não tem quase nada. A receita foi criada por vários brasileiros da elite de São Paulo, que voltaram da Europa no século XX, próximo ao início da Primeira Guerra Mundial, falando muito sobre um pão produzido na França: cilíndrico, macio, de miolo branco e casca dourada.
O alimento era descrito como um precursor da baguete, mas de tamanho reduzido. De acordo com historiadores, a hipótese mais aceita para o surgimento dessa receita é que, ao tentar reproduzir o que os franceses faziam, os cozinheiros das famílias ricas e demais padeiros paulistas sem querer criaram o pão francês que tanto conhecemos. Mas como ele ficou tão famoso no país inteiro? Veja só!
(Fonte: Shutterstock)
Por ser um alimento barato e de fácil produção, não demorou muito para que o pão francês saísse das padarias de São Paulo e se espalhasse para o restante do país. No entanto, embora a receita fosse basicamente a mesma nos mais diferentes estados, a nomenclatura foi uma coisa que não acompanhou.
Se você decidir viajar pelo território brasileiro hoje, provavelmente será pego de surpresa ao escutar um brasileiro chamando o pão francês por outro apelido. Por exemplo, até mesmo no interior do estado de São Paulo, é bastante comum ouvir as pessoas chamando essa receita de "filão", enquanto no Rio Grande do Sul e na Bahia o nome "cacetinho" foi quem tomou conta.
Adivinha só qual região do Brasil chama o pão francês de "carioquinha"? Se você pensou no Rio de Janeiro, sua resposta está errada. Na verdade, é assim que os cearenses gostam de chamar essa comida. No fim das contas, são tantas nomenclaturas diferentes que fica difícil colocar todas no mesmo texto.
Leia também: Por que o pão francês tem tantos nomes?
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Nos supermercados e padarias brasileiras você pode encontrar tipos de pães diferentes para todos os gostos. Mesmo assim, o pão francês é basicamente uma unanimidade em território nacional. Segundo uma pesquisa encomendada pela Puratos Brasil, empresa especializada no setor de panificação, 95,7% dos habitantes de São Paulo consomem esse produto.
Segundo o Sampapão, o sindicato da indústria de panificação de São Paulo, o mercado de pão francês movimenta ao todo R$ 30 bilhões por ano — um número bastante expressivo. Somente na capital paulista, cerca de 5 mil padarias vendem mais de 15 milhões de pães por dia.
Estudos também mostram que os chamados pães de fermentação natural têm tomado conta do mercado, com mais de 46% dos paulistanos já tendo experimentado algo do tipo. Esse é um nicho que tem batido de frente com as chamadas "megapadarias", uma vez que os consumidores se tornaram mais seletivos em relação aos ingredientes presentes nos alimentos e têm demonstrado maior interesse em produtos caseiros. De todo modo, pouca coisa agrada mais um brasileiro do que um café quentinho e um pão francês fresco.