Artes/cultura
29/01/2023 às 06:00•3 min de leitura
Engana-se quem pensa que astrologia não é assunto levado a sério. A história da humanidade guarda relatos de grandes líderes que guiaram os passos de suas gestões com muita atenção ao que os astros diziam. E não pense que isso é algo restrito a civilizações antigas.
É possível encontrar casos nas últimas décadas – e com nomes muito conhecidos. Com diferentes níveis, políticos e governantes buscaram na astrologia auxílio para tomar importantes decisões, nem que fosse somente por segurança. Confira alguns destes casos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Ministro da Propaganda durante a Alemanha Nazista, Goebbels foi apenas um dos líderes próximos a Hitler que direcionou atenção à astrologia. Durante a Segunda Guerra Mundial, Goebbels chegou a contratar uma equipe de astrólogos para divulgar mensagens do Terceiro Reich.
Dentro do país, a estratégia foi bem-sucedida, já que entre os alemães a crença nos astros era difundida. Mas, como nem tudo era simples, as lideranças nazistas impediam que o povo fizesse sua própria interpretação astrológica, bem como previsões.
A situação mudou quando um comando militar foi tomado tendo como base o alinhamento dos astros, em um combate contra o Reino Unido. A derrota na batalha fez com que Hitler enviasse todos os astrólogos do país para campos de concentração, em 1944.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Ex-presidente norte-americano, Ronald Reagan eram adepto do uso da astrologia para tomada de decisões políticas, ainda que negasse. Em seu período na Casa Branca, ele e a esposa, Nancy Reagan, pegaram bastante gosto pela coisa.
O primeiro contato, no entanto, ocorreu enquanto Reagan era governador da Califórnia, quando se consultou com o famoso astrólogo Carroll Righter. Essa relação se estreitou após uma consulta ter apontado que algo terrível poderia acontecer com o então presidente.
Vítima de uma tentativa de assassinato, Ronald Reagan entregou a agenda de compromissos à esposa, que passou a se consultar com astrólogos antes de assumir compromissos. Na visão deles, o presidente não morrera por ter sido alertado pelos astros.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Terceira esposa de Juan Domingo Perón, Isabel Perón assumiu a presidência da Argentina quando seu marido, que chefiava o país, faleceu. Ela, que era vice-presidente até aquele momento, decidiu nomear o astrólogo José Lopez Rega, conhecido como "O Feiticeiro", para o cargo de Ministro do Bem-Estar Social.
As orientações astrológicas do ministro passaram a guiar as decisões de Isabel, o que fez a ala política e militar do país considerar que ela incapaz de liderar a Argentina – o que, posteriormente, levou ao golpe militar e instalação da ditadura.
Entre os absurdos orquestrados com auxílio dos astros, Isabel e Rega formaram a Aliança Anticomunista Argentina, um esquadrão da morte que perseguiu e aterrorizou adversários de esquerda com apoio das ferramentas do Estado.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Primeiro presidente socialista da França, François Mitterrand seguiu os passos de outro líder francês, Charles de Gaulle, que também era adepto a consultar astrólogos para tomar decisões. Isso, em partes, explica as razões para que a sociedade local não estranhasse o fato.
Ao longo dos 14 anos que ficou à frente do país, Miterrand se aconselhou frequentemente com Elizabeth Teissier, em especial para resolver as tensões resultantes da Guerra do Golfo. Ela teria sido a responsável pela entrada do país no conflito.
Os jornais contaram que, antes de uma reunião em que decidiria se a França se envolveria ou não na guerra, Mitterrand ligou para a astróloga, que o avisou que o encontro se daria em um dia positivo para ele. Os dias de discursos à nação também foram sugestões da astróloga.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Primeira-ministra da Índia entre os anos de 1966 e 1977, Indira Gandhi entrou para a história política de seu país por seu apreço pelas consultas com astrólogos antes de decisões importantes.
Entre as decisões afetadas pelos astros, até mesmo a data de sua cerimônia de posse foi adiada, de modo a ser realizada na conjunção astral que favoreceria seu governo.
Curiosamente, sua morte, em um atentado feito por seu próprio guarda-costas, em outubro de 1984, também foi prevista por um astrólogo. Ironias da vida.