Ciência
11/11/2023 às 11:00•2 min de leitura
Você provavelmente já ouviu alguém por aí dizer que se sente mais novo do que realmente é, seja por ainda ter o físico em dia ou por se sentir mentalmente mais jovem do que pessoas da sua geração. Além disso, com as mudanças de padrão nas sociedades modernas, ouvir que os "40 são os novos 30" tornou-se algo bem comum.
Mas o que isso diz a respeito da nossa existência? Afinal, a idade é uma medida que diz mais sobre os nossos indicadores biológicos ou psicológicos? Alguns sinais do nosso corpo acompanham a passagem do tempo ou tudo está realmente em nossa cabeça? Para sanar essa questão, pesquisadores têm se empenhado cada vez mais para interpretar o envelhecimento humano.
(Fonte: Getty Images)
Um fato que temos sobre a existência humana na Terra é que nossos corpos não duram para sempre. À medida que o tempo passa, sistemas que antes funcionavam bem começam a falhar gradualmente — deixando uma marca da passagem do tempo. Muito do nosso envelhecimento é explicado pelos telômeros, pequenas regiões de DNA repetitivo que cobrem as extremidades de cada cromossomo existente em nossas células.
Cada vez que uma célula se divide, os telômeros encurtam até atingirem um ponto em que ficam tão degradados que é um sinal para a célula morrer. Isso ajuda a evitar que as células permaneçam por tempo suficiente acumulando mutações que potencialmente causariam um problema sério. A ligação entre telômeros mais curtos e menor expectativa de vida foi estabelecida por estudos publicados há mais de duas décadas.
No entanto, revisões feitas em 2021 relatam que o comprimento dos telômeros não é a melhor fórmula para medir a idade de alguém em anos. De acordo com os pesquisadores, a natureza complexa do envelhecimento humano torna improvável a existência de um único biomarcador que consiga capturar todos os fatores.
Em geral, o envelhecimento também se manifesta com o desgaste geral na maioria dos órgãos e tecidos do corpo. Se um sistema é mais afetado do que outro dependerá do indivíduo, mas isso explica por que tantas doenças são muito mais comuns em pessoas idosas e por que coisas como a visão e audição são prejudicadas ao longo do tempo.
(Fonte: Getty Images)
Resumidamente, podemos separar a idade humana em duas porções. Se o número de velas no seu bolo de aniversário representa sua idade cronológica, a idade que você sente por dentro é sua "idade subjetiva". Afinal, existem muitas pessoas ao redor do mundo que desafiam os padrões de que pessoas mais velhas não conseguem mais ter a mesma energia dos jovens.
Estudos no passado demonstram que o otimismo em relação à vida gera um aumento de 11% a 15% na expectativa de vida, enquanto idades subjetivas mais baixas poderiam ser um marcador de saúde do cérebro. No entanto, ser otimista não é tão simples assim, tendo em mente que disfunções cognitivas, sejam elas leves ou mais sérias, como a demência, tendem a afetar o humor e as emoções humanas.
Portanto, se te perguntarem se a idade biológica ou psicológica determina o envelhecimento da nossa espécie, a resposta mais simples é que ambas têm sua dose de participação. Não só a nossa biologia e psicologia são alteradas de forma independente pela idade, mas cada uma também pode funcionar no sentido inverso — influenciando a nossa experiência conforme os anos passam.
O envelhecimento biológico é inevitável, mas não é tudo. Investigações psicológicas recentes estão cada vez mais mostrando que as intervenções para apoiar uma melhor saúde mental e bem-estar podem muito bem ajudar as pessoas a recuperar parte do "controle sobre o tempo", acrescentando alguns anos para suas vidas.