Ciência
07/12/2015 às 08:35•2 min de leitura
O Holocausto foi um dos episódios mais tristes e sombrios da História da Humanidade, e acabou com o extermínio de mais de seis milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial. Desse total, estima-se que 600 mil húngaros tenham perdido suas vidas — a maioria em Auschwitz — das mãos dos nazistas, e agora, segundo o pessoal do The Telegraph, uma enorme lacuna sobre a história da comunidade judaica de Budapest poderá ser preenchida.
Isso porque, segundo a publicação, durante a reforma de um apartamento, um casal da capital húngara encontrou um total de 6,3 mil documentos do ano de 1944. Os papéis foram descobertos em agosto deste ano, depois de uma parede ser perfurada com uma furadeira e, em um primeiro momento, os donos do apartamento acreditaram que haviam atravessado a estrutura e arruinado o papel de parede do vizinho.
Entretanto, após examinar o que havia no interior da parede, o casal percebeu que se tratava de documentos. Assim, após remover os tijolos cuidadosamente, os donos do apartamento se depararam com nada menos do que 61 quilos de papéis empoeirados e que se mantiveram praticamente intactos após todos esses anos.
Os papéis consistem em um censo realizado com o objetivo de organizar e aniquilar 200 mil judeus que viviam na capital húngara. O mas incrível é que, ao contrário da maioria dos documentos da época da Segunda Guerra Mundial — que se encontra em péssimo estado de conservação por conta da má qualidade do papel usado (devido ao racionamento) —, os itens descobertos no apartamento continuam legíveis e superbem preservados.
O Censo de Budapest foi conduzido em maio de 1944, apenas dois meses após a Alemanha invadir a Hungria e iniciar a deportação de pessoas até as câmaras de gás de Auschwitz. O propósito do levantamento era o de identificar residências que seriam empregadas para abrigar os judeus antes de enviá-los a um gueto criado em um dos bairros da cidade.
Os documentos encontrados consistem em formulários que contém os nomes dos habitantes de Budapest — identificando quem era judeu ou cristão. Pouco tempo depois de as informações serem coletadas, cerca de 200 mil pessoas foram levadas para viver em edifícios identificados com estrelas-de-davi amarelas pintadas nas portas.
Mais tarde, todos foram transferidos para o gueto, onde muitos morreram de fome ou foram assassinados. Com a chegada das tropas russas em janeiro de 1945, a maior parte da população judia de Budapest acabou sobrevivendo — sorte que os judeus de outras partes do país infelizmente não tiveram.
Desde que o material descoberto foi encaminhado às autoridades — em setembro deste ano —, os documentos vêm sendo “passados a ferro” pelos restauradores, literalmente. Segundo o The Telegraph, as tarefas só são interrompidas quando algum nome conhecido é identificado nos papéis, e a análise do conteúdo permitirá que os historiadores descubram tudo o que aconteceu durante o holocausto em Budapest.
As autoridades acreditam que ainda existam milhares de documentos escondidos atrás de paredes de apartamentos e casas, e incentivam a população a tentar encontrá-los. Afinal, as informações armazenadas neles permitiriam que os historiadores pudessem desvendar os eventos que culminaram no holocausto húngaro, assim como traçar o destino de milhares de judeus que perderam suas vidas durante a guerra.
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