Ciência
19/07/2019 às 08:00•3 min de leitura
Os chineses praticaram sacrifícios humanos durante milhares de anos e, vira e mexe, times de arqueólogos se deparam com antigos cemitérios e tumbas contendo vítimas desses rituais.
Segundo os pesquisadores, a prática parece ter sido abandonada e se tornado bastante rara depois da unificação da China, no ano de 221 a.C., tanto que o primeiro imperador chinês, Qin Shi Huang, optou por ser sepultado com um exército composto por milhares de estátuas de guerreiros feitas em terracota em vez de sacrificar seus soldados.
A cultura inca floresceu durante o século 15 e dominou um vasto território nas Américas, incluindo os Andes. Pois não é segredo que essa cultura praticava sacrifícios humanos e não poupava nem as crianças – e prova disso são os diversos corpos mumificados de pequenos que já foram descobertos por arqueólogos no topo de montanhas ou vulcões.
Um exemplo famoso é o de três corpinhos que foram encontrados próximo às ruinas de um antigo templo no Monte Llullaillaco, um vulcão ativo situado na fronteira entre o Chile e a Argentina. Análises nas múmias revelaram que as crianças foram submetidas a uma dieta de engorda antes de serem sacrificadas e consumiram cerveja de milho e folhas de coca antes de morrer. No entanto, como, exatamente, o trio foi morto é um mistério.
A cultura asteca começou a florescer um pouquinho antes que a inca, por volta do século 14, e existem diversos registros históricos e arqueológicos sobre a realização de sacrifícios humanos frequentes, especialmente em Tenochtitlán – principal cidade da civilização asteca e que hoje corresponde à Cidade do México.
De acordo com as evidências, boa parte dos rituais eram conduzidos no Templo Mayor, principal templo da cidade – onde foram encontrados vestígios de estruturas chamadas Tzompantli, isto é, espécies de prateleiras repletas de crânios humanos. Os sacrifícios acabaram com a chegada dos conquistadores espanhóis, que dizimaram os astecas, principalmente com as doenças que eles trouxeram da Europa.
Não tem como falar sobre os rituais praticados pelos astecas e incas e não mencionar os maias, certo? Pois essa cultura realizava sacrifícios humanos com certa frequência e em ocasiões específicas. Geralmente, as vítimas consistiam em prisioneiros de guerra, e era comum que em Chichen Itza, uma das principais cidades da civilização maia, os indivíduos que seriam sacrificados tivessem seus corpos pintados de azul e, depois, fossem jogados em poços.
Outra curiosidade é que, baseados em evidências arqueológicas, alguns pesquisadores acreditam que um jogo de bola praticado pelos maias acabava com o sacrifício do time perdedor – ou do vencedor! – em determinadas ocasiões.
Existem registros de que sacrifícios humanos eram realizados no Egito Antigo – isso por volta de 5 mil anos atrás.
Arqueólogos encontram indivíduos que foram sacrificados no interior de tumbas de faraós, mas a prática foi caindo em desuso com o passar do tempo e, na época em que as grandes pirâmides foram construídas, há cerca de 4,5 mil anos, os rituais já não eram mais realizados.
De acordo com os historiadores, a Bíblia Hebraica menciona a realização de sacrifícios humanos pelos israelitas em diversas ocasiões. Um dos eventos mais famosos é o de Abraão que, segundo é descrito no Gêneses, recebe a ordem de Deus de sacrificar Isaque, seu próprio filho – embora o personagem bíblico descubra na última hora que tudo não passa de um teste e a vida do rapaz acabe sendo poupada.
Entretanto, apesar dos relatos, na falta de evidências arqueológicas que provem que as histórias são reais, ninguém sabe dizer ao certo com qual frequência os sacrifícios humanos aconteciam, muito menos se realmente eram realizados de verdade.
Existem relatos a respeito da realização de sacrifícios humanos no Havaí até meados do século 19. Aparentemente, a prática servia como uma forma de a elite exercer controle sobre a população e, segundo testemunhos de europeus que estiveram no local, um dos métodos utilizados consistia em atacar a vítima com uma clava até a morte.
Além disso, arqueólogos descobriram que os nativos já construíam templos contendo altares para a condução de rituais envolvendo pessoas e animais por volta de 1,3 mil a.C.
O Reino de Dahomey, um estado africano que floresceu entre os anos de 1600 e 1894 – quando essa cultura foi incorporada ao Império Francês –, praticava sacrifícios humanos com bastante frequência.
Segundo relatos de europeus e norte-americanos que estiveram na região no final do 19, os membros dessa cultura podiam sacrificar mais de mil pessoas durante uma única ocasião.
Arqueólogos descobriram na antiga Cidade de Ur, situada no território que hoje corresponde ao Iraque, uma estrutura chamada o Grande Poço da Morte datada em cerca de 4,6 mil anos.
Nesse poço foram encontrados os corpos de 68 mulheres e seis homens sacrificados, juntamente com inúmeras oferendas na forma de tesouros e estatuetas adornadas com pedras preciosas, e os cientistas argumentam que esse local era usado para sepultar os governantes de Ur.
*Esta lista foi elaborada a partir de um artigo publicado por Owen Jarus, do site Live Science.