Como você imagina o paraíso? Veja algumas descrições da mitologia mundial

03/10/2013 às 07:234 min de leitura

Um lugar tranquilo e cheio de paz costuma ser uma das primeiras ideias que nos vem à mente quando falamos no paraíso. Mas será que os povos ao redor do mundo imaginam o mesmo quando o assunto é o destino das nossas almas?

Astecas, hindus, celtas e outras culturas deixaram registrado através de imagens e textos o que esperavam da vida quando deixassem a Terra. Juventude eterna, o fim dos males do mundo e comida abundante são algumas das características que fazem parte do imaginário desses povos.

Confira cada uma das descrições e nos conte nos comentários como você imagina a vida após a morte.

1. Tlalocan – mitologia asteca

Detalhe da pintura no mural do Palácio de Tepantitla Teotihuacan. Fonte da imagem: Reprodução/Mexico Desconocido

Os astecas acreditavam na existência de um lugar chamado Mictlan, que era o destino da maior parte dos mortais quando eles deixavam a Terra, independente da maneira como viveram. Porém, dependendo das condições, algumas almas tinham direito de ficar em outros lugares. Um deles era Tlalocan, que servia de morada para Tlaloc, o deus da chuva, um espaço reservado exclusivamente para aqueles que morriam por causa da chuva, dos raios, de doenças de pele ou ainda para os que haviam sido sacrificados à divindade.

Esse paraíso era descrito como um lugar calmo e repleto de flores e dança, o que parece fazer sentido, já que se tratava da casa do deus da chuva. As pessoas que sofriam de deformidades físicas, os quais os astecas acreditavam que viviam sob a proteção de Tlaloc, também tinham seu espaço garantido no paraíso. As almas que passavam por Tlalocan frequentemente reencarnavam, indo e voltando entre os reinos astecas.

2. Vaikuntha – mitologia hindu

Lakshmi em Vaikuntha. Fonte da imagem: Reprodução/Deviant Art

Destino final das almas que alcançaram o “moksha” – que é a “salvação” –, Vaikuntha é o mais alto dos paraísos do hinduísmo e é conhecido como o lugar onde Vishnu, o deus supremo, vive. Assim que chegam, as almas recebem o amor e a amizade de Vishnu, que dura por toda a eternidade. Acredita-se que todos em Vaikuntha são jovens e bonitos, especialmente as mulheres, que são comparadas a Lakshmi, a deusa hindu da fortuna.

A descrição do paraíso diz que os animais e as plantas são infinitamente melhores do que se comparados aos seres do mundo real e que os habitantes de Vaikuntha voam em aviões feitos de lápis-lazúli e esmeralda, duas pedras preciosas, e de ouro. Além disso, as florestas têm árvores que foram criadas especialmente para realizar o desejo das almas que lá vivem e os homens recebem esposas de presente.

3. Tir Na Nog – mitologia irlandesa

Oisín, retratado por François Pascal Simon Gérard. Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

Diferente dos outros paraísos encontrados na mitologia, o irlandeses acreditavam que o destino final das almas estava localizado na Terra. Conhecido entre eles como “A Terra dos Jovens”, o paraíso de Tir Na Nog era uma ilha distante no Oceano Atlântico onde era possível ter felicidade e juventude eternas. Normalmente, os mortais eram banidos da ilha, mas tinham o direito de entrar se passassem por um desafio ou caso fossem convidados pelas fadas que lá moravam.

A mitologia conta que Oisín era um desses mortais, famoso por ser o melhor poeta da história da Irlanda. Ele teria entrado na ilha junto com Níamh Chinn Óir, a filha do rei de Tir Na Nog, e vivido com ela por 300 anos. Porém, como se tratava da terra dos jovens, todo esse período passou como se fosse apenas um ano para Oisín. O paraíso tinha tudo o que uma pessoa pudesse querer, mas mesmo assim Oisón sentiu saudade de sua terra natal e partiu, morrendo assim que chegou de volta à Irlanda.

4. O Outro Mundo – mitologia celta

Falésias de Moher, na Irlanda. Fonte da imagem: Reprodução/Celtic Myth Podshow

Os celtas, assim como os irlandeses, acreditavam que seu paraíso estava localizado no Oceano Atlântico. A mitologia o descrevia ora como uma ilha, ora como um arquipélago e, em alguns casos, acreditava-se até mesmo que o paraíso estivesse embaixo do oceano.

As descrições apontam que o Outro Mundo dos celtas era uma espécie de imagem refletida da Terra, em que as doenças, a velhice, a fome, a guerra e todos os outros males do mundo estavam banidos. Acreditava-se que as diversas divindades da mitologia celta moravam no paraíso e que as almas dos humanos que foram justos podiam interagir com os deuses por toda a eternidade. Uma curiosidade é que, ao contrário de outras mitologias, os celtas contam que alguns mortais chegaram a visitar o Outro Mundo.

5. Elísio – mitologia grega

A chega da de Goethe no Elísio, retratado por Franz Nadorp. Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

Também conhecido como Campos Elíseos ou a Ilha dos Abençoados, a ideia de paraíso foi mudando através do tempo para os gregos. Primeiramente, apenas os mortais que recebiam um favor dos deuses estavam autorizados a entrar. Eventualmente, esse convite foi estendido para todos os humanos que foram bons na Terra.

Homero descreveu o paraíso grego como o lugar da perfeição, onde não havia trabalho nem conflito. Já Hesíodo contou que o lugar tinha árvores que davam frutos doces como o mel para alimentar os abençoados. Posteriormente, autores gregos identificaram as ilhas da região leste do Mar Egeu ou outras ilhas do Oceano Atlântico como localizações possíveis para o Elísio.

Conforme a reencarnação passou a fazer parte da mitologia grega, às vezes o paraíso era dividido em fases, sendo que uma alma deveria conseguir entrar quatro vezes nos Campos Elíseos para então ter direito de morar permanentemente na Ilha dos Abençoados.

6. País da Cocanha – mitologia europeia medieval

A Cocanha, retratada por Pieter Brueghel. Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

Sem estar associado a qualquer religião, o País da Cocanha era uma terra mitológica que se assemelhava a um paraíso em que as pessoas podiam satisfazer todos os seus desejos. Rios de vinhos fluíam ao redor da ilha e acreditava-se que as ruas e casas eram feitas de doces. Assim como os outros paraísos, os rumores diziam que o País de Cocanha ficava em algum ponto do Oceano Atlântico e frequentemente ele era visto como uma alternativa ao tradicional paraíso cristão.

A sexualidade liberada era uma das características mais marcantes, já que a mitologia aponta que praticamente todos os habitantes se envolviam em alguma atividade luxuriosa. Os monges e as freiras eram especialmente requisitados. Além disso, não era preciso trabalhar e havia gansos que andavam livremente pela ilha, esperando para virar comida.

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