Confira uma breve história sobre as lentes de contato

10/11/2014 às 10:383 min de leitura

Caso você não use lentes de contato, então já deve ter sentido aflição ao observar alguém colocando as suas nos olhos. Hoje em dia elas são práticas, leves e de fácil manuseio, além de terem algumas vantagens sobre os óculos, como oferecer um maior campo de visão, não embaçar com tanta facilidade e permitir que os usuários possam se dedicar à prática de diversas atividades sem ter que usar os incômodos óculos, por exemplo.

No entanto, nem sempre a vida de quem usa lentes de contato foi tão fácil assim. Você já parou para pensar em como elas eram no passado? De acordo com Gary Heiting do site All About Vision, Leonardo da Vinci imaginou o uso de lentes corretivas diretamente sobre as córneas já no início do século 16 e, em 1823, o astrônomo inglês Sir John Herschel propôs a ideia de criar um molde a partir dos olhos de humanos para produzir lentes corretivas.

As primeiras lentes só foram desenvolvidas em 1887, pelo médico alemão Adolf Eugene Fick, e eram feitas de vidro cobrindo toda a superfície dos olhos, incluindo a esclera — ou a parte branca do olho. Além de pesadas, essas versões só podiam ser usadas durante poucas horas do dia, já que limitavam dramaticamente a oxigenação da córnea, e acabaram não “pegando” na época.

Plástico em vez de vidro

Aproximadamente 50 anos mais tarde, o norte-americano William Feinbloom desenvolveu a primeira lente feita de uma combinação de vidro e plástico — que era bem mais leve que a versão anterior —, e, no final da década de 40, o oculista Kevin Tuohy inventou a versão que mais se parece com as opções atuais. As lentes de Tuohy eram feitas completamente de plástico (polimetil-metacrilato ou simplesmente acrílico) e cobriam apenas as córneas.

O vídeo que você pode assistir a seguir — descoberto pelo pessoal do O Buteco da Net — mostra o processo completo de produção de lentes de contato acrílicas na década de 40 por um fabricante australiano. Segundo a narração, a paciente é anestesiada e, então, um molde é introduzido para reproduzir o formato de seus olhos. Dois minutos depois, a forminha é retirada e colocada em uma prensa, e o processo de fabricação começa.

Como você viu, um quadradinho de plástico foi colocado na prensa, e as lentes foram feitas para se encaixar aos olhos da paciente. Depois de moldadas, as lentes eram checadas para conferir se a graduação estava correta, polidas e ajustadas, e, para colocar esses objetos nos olhos, era necessário usar uma solução tampão para facilitar o processo. E você sentindo aflição das lentes de hoje em dia...

Modernização

Embora as lentes como essas do vídeo não fossem gás-permeáveis — como as atuais —, elas ficavam posicionadas sobre as córneas de forma que se movessem cada vez que o usuário piscasse os olhos. Dessa forma, lágrimas contendo oxigênio entravam em cena para manter as córneas saudáveis, permitindo que as lentes de acrílico pudessem ser usadas por períodos entre 6 e 8 horas seguidas, e por mais de 16 horas se fossem removidas e higienizadas.

Entre as décadas de 50 e 60, essas lentes começaram a se popularizar — por incrível que pareça, pois, pelo vídeo, temos a impressão de elas serem superdesconfortáveis! As famosas lentes gelatinosas surgiram graças às descobertas de dois cientistas tchecos (Otto Wichterle e Drahoslav Lim) relacionadas com hidrogéis no início dos anos 70.

Em 1978, as primeiras lentes gás-permeáveis foram introduzidas e, em meados da década de 80, as primeiras versões de uso contínuo — incluindo durante o sono — e descartáveis começaram a ser comercializadas. As opções que podiam ser descartadas diariamente surgiram em meados dos anos 90, e, em 1999, a primeira lente de silicone-hidrogel foi lançada.

Atualmente, a grande maioria dos usuários de lentes de contato — por volta de 90% do total — prefere, quando possível, as de silicone-hidrogel, já que elas são mais confortáveis e baratas. No entanto, as lentes acrílicas ainda existem, e outras opções disponíveis são as rígidas gás-permeáveis e as híbridas, ou seja, versões nas quais o centro da lente é rígido e a parte periférica é gelatinosa ou a borda fica envolta por esse material mais flexível.

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