Ciência
16/08/2017 às 02:00•2 min de leitura
Nós aqui do Mega Curioso já falamos a respeito de algumas teorias sobre a origem da nossa gloriosa Lua, e na matéria explicamos que a mais aceita no momento é a do Grande Impacto. Segundo ela, um planeta rochoso conhecido como Theia teria dado um esbarrão na Terra há 4,5 bilhões de anos.
A trombada teria gerado a fusão entre o nosso mundo e o que restou do planeta trapalhão, e fragmentos da colisão que ficaram em órbita ao nosso redor teriam se condensado, dando origem à Lua. Pois, de acordo com um time internacional de cientistas, as luas do nosso vizinho Marte também podem ter surgido a partir de um evento parecido.
Ao contrário do que acontece com a nossa Lua, Deimos e Fobos são corpos rochosos pouco densos e com formatos bem irregulares — características que levaram muita gente a sugerir que as duas luazinhas seriam asteroides que teriam sido capturados pela gravidade marciana. Só que esses corpos giram ao redor do Planeta Vermelho em órbitas bem circulares, quando o esperado para asteroides seria que as órbitas fossem acentuadamente elípticas.
Bota bombardeamento nisso!
Outra teoria seria de que os satélites marcianos teriam se formado por volta da mesma época que a nossa Lua, durante o que os astrônomos chamam de Intenso Bombardeamento Tardio. Esse período ocorreu por volta de 4 bilhões de anos atrás, quando o Sistema Solar foi “visitado” por um grande número de asteroides, cometas e outros corpos celestes — que teriam saído por aí bombardeando os planetas.
O time de cientistas conduziu uma série de simulações de colisões envolvendo Marte e um protoplaneta com cerca de um terço do tamanho do Planeta Vermelho. Os dados apontaram que, assim como possivelmente aconteceu com a nossa Lua, os fragmentos de rocha e poeira resultantes da trombada teriam dado origem a um satélite maior, que teria permanecido mais próximo de Marte.
Outras luazinhas — incluindo Deimos e Fobos — também teriam se formado devido a essa mesma colisão, mas teriam ficado em órbitas um pouco mais distantes da superfície. Então, cerca de 5 milhões de anos após a formação dos satélites, o maior e que ficava mais próximo de Marte acabou colidindo contra o planeta e se fundindo a ele, enquanto os que estavam mais distantes conseguiram permanecer mais ou menos estáveis em suas órbitas.
E por que essa colisão não deu origem a uma lua como a nossa — em vez de diversos satélites de tamanhos e formatos distintos? De acordo com os pesquisadores, a chave do mistério está na diferença de velocidade de rotação entre os dois planetas quando suas luas se formaram.
Segundo explicaram, quando a Lua surgiu, a Terra girava muito mais depressa do que hoje sobre o próprio eixo — e os dias tinham duração de aproximadamente 4 horas! Essa movimentação toda fez com que o material que se encontrava ao redor do planeta se agrupasse, dando origem a um satélite de maior porte. Além disso, a rápida rotação foi “empurrando” a Lua até ela ficar presa a nós em uma órbita mais distante.
Igual, mas diferente
Marte, por outro lado, girava sobre o próprio eixo bem mais lentamente do que a Terra, o que significa que os fragmentos que se encontravam ao seu redor se agregaram formando vários corpos pequenos e um de maior tamanho. E, como contamos anteriormente, a maioria desses satélites, incluindo o mais grandalhão, permaneceu mais próxima do planeta e acabou sendo atraída pela gravidade marciana e se chocando contra a superfície.
Deimos e Fobos conseguiram sobreviver a esse tromba-tromba todo — e continuam orbitando ao redor do Planeta Vermelho. Contudo, conforme explicamos em outra matéria aqui do Mega Curioso, Fobos, que fica a pouco mais de 9 mil quilômetros de distância da superfície, está sendo fatalmente atraída por Marte e poderá se desintegrar dentro de um período entre 20 e 40 milhões de anos, formando um anel ao redor do planeta.
*Publicado em 05/07/2016