
Artes/cultura
28/02/2013 às 10:01•2 min de leitura
Fomos educados a não soltar gases em ambientes públicos, principalmente quando acompanhados de pessoas desconhecidas. Quando falamos de viagens de avião, então, é extremamente aconselhável que aqueles que sofrem de flatulência se concentrem para não deixar escapar nada. Porém, cientistas europeus estão desafiando essa regra de etiqueta e alegando que não há nada de errado em soltar flatos durante essas ocasiões. Pelo contrário: a prática é saudável.
O gastroenterologista dinamarquês Jacob Rosenberg iniciou uma pesquisa sobre o assunto logo depois de ter viajado para Tóquio. Para começar, o estudo desbancou o mito de que a flatulência aumenta durante os voos por causa da temperatura do ar, mostrando que a verdadeira vilã é a mudança de pressão no sistema digestivo, que acaba produzindo mais gases.
Quando isso acontece, o estudo sugere que o passageiro ignore as convenções sociais e libere todos os gases que tiver vontade. "Segurar gases pode prover diversos inconvenientes para o indivíduo, como dor, inchaço, dispepsia (indigestão) e pirosia (queimação), só para listar alguns sintomas abdominais", afirma o artigo.
Apesar de ser constrangedor, soltar flatos durante o voo é muito benéfico para a saúde. E, curiosamente, o melhor local de uma aeronave para “liberar geral” é a classe econômica. De acordo com a pesquisa, o revestimento dos assentos dessa área absorve cerca de 50% do mau cheiro dos gases expelidos, ao contrário dos bancos de couro da primeira classe.
Fonte da imagem: Shutterstock
E para que as pessoas possam ficar mais tranquilas em relação às suas próprias flatulências, os cientistas também levantaram algumas possibilidades de medidas a serem tomadas para que os efeitos colaterais dos “puns” sejam minimizados. Uma dessas medidas, por exemplo, seria o uso de carvão ativado nos assentos e cobertores, já que esse material absorve o odor.
Apesar de ser um assunto cujas descobertas afetam a vida de todos, os comentaristas de notícias da Nova Zelândia — país em que foi publicado o estudo — acreditam que essa pesquisa é uma forte candidata a levar o prêmio Ig Nobel, concedido aos “avanços” científicos mais estranhos e equivocados do mundo. Em 2012, por exemplo, a premiação contemplou um artigo científico cujo conteúdo atesta que a torre Eiffel parece menor se olharmos para ela com a cabeça virada para a esquerda.