
Ciência
04/04/2015 às 08:09•2 min de leitura
Ah, o amor! Esse sentimento complexo que muitos tentam compreender com esforços em vão e que jamais conseguiremos explicar como e por quais razões amamos determinadas pessoas (aliás, razão e amor não devem estar juntos na mesma frase). Aparentemente não é possível dizer o quanto alguém está apaixonado por outro alguém e quais são os níveis de intensidade desse amor – ou pelo menos é isso que achávamos até pouco tempo atrás.
Neurologistas da Universidade de Ciência e Tecnologia da China afirmam que descobriram os segredos de como as emoções afetam o nosso cérebro e como identificar tais sentimentos – mais especificamente, detectar por meio de scans o quase utópico amor verdadeiro e em que configuração ele aparece em algumas pessoas.
Ao analisar scans em raios-x de cérebros de pessoas, os pesquisadores acreditam ter encontrado as primeiras pistas de como o amor verdadeiro aparece nas conexões do cérebro. Os resultados iniciais mostraram dúzias de áreas diferentes que são afetadas distintamente pelas emoções relacionadas ao amor.
Várias substâncias químicas são transportadas de uma região a outra do cérebro, o que permite que os cientistas identifiquem como alguém realmente se sente através de ressonâncias magnéticas. Os primeiros resultados foram publicados no jornal científico Frontiers in Human Neuroscience e revelam que o time está confidente por ter descoberto a região (o caudate nucleus) que é mais ativa no término de um relacionamento amoroso.
O professor Xiaochu Zhang, que está liderando o estudo, diz que as pesquisas mostram as primeiras evidências de alterações relacionadas ao amor na arquitetura cerebral e que elas projetam novas luzes sobre o funcionamento do mecanismo amoroso. Cérebros de 100 homens e mulheres foram estudados separados em três grupos: aqueles que estavam intensamente apaixonados, aqueles jamais tinham se apaixonado por alguém e aqueles que tinham recentemente terminado um relacionamento.
“De acordo com nossos resultados, é possível dizer que o amor traz influências distintas às redes do cérebro, afetando áreas relacionadas à motivação, regulação de emoções, recompensas e regiões cerebrais vinculadas à cognição social”, diz o Professor Zhang.
Quando alguém está apaixonado, o cérebro do indivíduo age de modo diferente em vários outros aspectos comportamentais além daqueles que já estão ligados ao sentimento – ações que podem ser rastreadas para serem melhores entendidas, analisadas e verificadas de acordo com intensidade. No momento, o objetivo dos cientistas é realizar mais testes para que um mapa do cérebro seja desenhado, indicando como diferentes estados emocionais se formam e se comportam.