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Um professor de Uganda transformou a sua vila ao levar o esporte de Harry Potter para a sua comunidade.

Em 2013, um professor chamado John Ssentamu estava sentado em um ônibus em Kampala, a capital de Uganda, e viu um companheiro de viagem lendo uma página de um livro chamado&nbsp;Harry Potter e a Pedra Filosofal.&nbsp;Encantado com aquele mundo da fantasia, Ssentamu pediu o livro emprestado para o colega, que cedeu.Mais tarde, ele ficaria fascinado pelo jogo de quadribol, um esporte fictício mostrado no livro e que é disputado em vassouras voadoras. Tudo isso mudaria em breve a sua vida e da sua comunidade.<ul><li>Veja mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nos-humanos-surgimos-na-africa-mas-por-que-especificamente-la" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nós, humanos, surgimos na África. Mas por que especificamente lá?</a></li></ul><h2>O quadribol em Uganda</h2><div style="padding:56.25% 0 0;position:relative;"><iframe style="height:100%;left:0;position:absolute;top:0;width:100%;" src="https://player.vimeo.com/video/1038248084?badge=0&amp;autopause=0&amp;player_id=0&amp;app_id=58479" frameborder="0" title="The Ugandan Quidditch Movement"></iframe></div>Ao lado de sua esposa, John Ssentamu se mudou em 2013 para a cidade de Katwadde, onde tinha a missão de levar a educação para vilas rurais. Neste local, as crianças não iam à escola. Ssentamu decidiu intervir nessa realidade – e, para fazer isso, usaria o quadribol.Para inspirar a comunidade local na sua escola, ele resolveu adaptar para a vida real o quadribol por meio de um jogo que fosse envolvente para meninos e meninas. O novo esporte adaptado se transformou em uma paixão para Ssentamu e uma experiência que transformou a escola.<ul><li>Conheça mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120537-como-harry-potter-mudou-o-mundo-do-cinema-e-da-literatura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como Harry Potter mudou o mundo do cinema e da literatura</a></li></ul>Tudo isso foi registrado pelo documentarista e diretor de cinema Ben Garfield em um filme chamado The Ugandan Quidditch Movement. Em janeiro de 2023, ele e sua equipe passaram oito dias na vila de Katwadde, filmando a história de Ssentamu sobre a criação do primeiro time de quadribol de Uganda. O time cresceu tanto que foi selecionado para a Copa do Mundo Internacional de Quadribol. Infelizmente, eles acabaram não indo por conta dos custos e das restrições da pandemia de covid-19.<h2>O projeto de John Ssentamu</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/14/14141207041004.jpg" alt="(Fonte: Atlas Obscura / Reprodução)"><figcaption>&nbsp;John Ssentamu transformou sua cidade com o quadribol. (Fonte: Atlas Obscura / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Embora o time ainda não tenha participado da Copa, John Ssentamu disse ao documentário que esse não é o seu objetivo principal. "Chegar à Copa do Mundo não é o objetivo final em si. Era para lançar luz sobre o trabalho que o quadribol estava fazendo por eles em casa, combatendo a pobreza, o analfabetismo e a discriminação de gênero em Uganda e, esperançosamente, na África em geral", afirmou Doug Baldinger, produtor do filme.O curioso é que a maior parte das crianças nunca havia ouvido falar sobre Harry Potter, mas se envolveu com o esporte. "Uma das outras forças motrizes do quadribol não era apenas a diversidade de gênero, mas a capacidade de uma comunidade rural competir. Não há muita infraestrutura construída em torno do quadribol. Não há treinadores particulares de quadribol que você possa contratar, ou times de quadribol de escolas particulares chiques em operação, então todo mundo está meio que começando do zero", acrescentou Baldinger.<ul><li>Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/harry-potter-o-hobbit-e-os-6-livros-de-literatura-infantil-mais-valiosos-do-mundo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Harry Potter, O Hobbit e os 6 livros de literatura infantil mais valiosos do mundo</a></li></ul>O time de Ssentamu utilizava pneus ocos como aros e gravetos como vassouras. O objetivo do esporte é a unificação dos jogadores de um time e dos entusiastas do quadribol ao redor do mundo. "Independentemente de onde alguém esteja, nós compartilhamos algumas coisas. O quadribol pode ser praticado em qualquer lugar. Pode ser amado em qualquer lugar", afirmou Ssentamu.Ao longo de uma década, o jogo se tornou um ponto de orgulho para a vila e para Uganda. Os membros que começaram no time ainda crianças na escola se tornaram adultos e passaram a jogar em times regionais, espalhando o esporte e os valores por trás dele. Richard, uma das estrelas do time, abriu uma instituição de caridade com seu irmão, com foco em educar outras crianças órfãs.O sonho de John Ssentamu ainda não chegou ao fim, e agora ele nutre esperanças de levar um time seu para uma Copa do Mundo. “Se eu conseguir fazer isso, mesmo que eu morra, morrerei um homem feliz”, conclui.

John Ssentamu transformou sua cidade com o quadribol. (Fonte: Atlas Obscura / Reprodução)

Atlas Obscura

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Como o quadribol transformou uma comunidade em Uganda

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Análises científicas detalham o sofisticado processo de criação do artefato da Idade do Bronze, silenciando teorias de falsificação.

Descoberto em 1999 por detectoristas de metais em Nebra, Alemanha, o Disco Celeste é um artefato intrigante com cerca de 3.800 anos. Considerado a mais antiga representação do céu já encontrada, ele foi rapidamente aclamado como um tesouro arqueológico, mas sua autenticidade virou alvo de polêmica. Seria ele uma obra moderna falsificada? Um novo estudo científico, porém, desmonta essa hipótese ao mostrar que o disco passou por um processo avançado de forjamento, típico da Idade do Bronze e impossível de ser replicado por falsificadores.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/127419-as-6-maiores-civilizacoes-da-idade-do-bronze.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">As 6 maiores civilizações da Idade do Bronze</a></li></ul>A pesquisa revelou que o artefato foi feito com ciclos repetidos de aquecimento a mais de 700&nbsp;°C, seguidos de marteladas, em um processo conhecido como forjamento a quente. Para comprovar a autenticidade, cientistas recriaram o disco, analisando sua estrutura com técnicas avançadas de metalografia. "É improvável que forjadores modernos tivessem o conhecimento ou o esforço para reproduzir um processo tão detalhado", explicou Christian-Heinrich Wunderlich, coautor do estudo.<h2 style="text-align:justify;">O bronze do disco: uma pista crucial</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16121616974084.jpg" alt="Estudo comparou a estrutura dos cristais de cobre no bronze do disco original com os de uma réplica moderna, criada pelo artesão Herbert Bauer, da cidade de Halle, Saxônia-Anhalt. (Fonte: Landesamt für Denkmalpflege und Archäologie Sachsen-Anhalt/Juraj Lipták/Reprodução)"><figcaption>Estudo comparou a estrutura dos cristais de cobre no bronze do disco original com os de uma réplica moderna, criada pelo artesão Herbert Bauer, da cidade de Halle, Saxônia-Anhalt. (Fonte: Landesamt für Denkmalpflege und Archäologie Sachsen-Anhalt/Juraj Lipták/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Além da técnica de fabricação, outro detalhe reforça a autenticidade do Disco Celeste: sua composição metálica. A análise revelou que o bronze usado provavelmente veio de uma antiga mina nos Alpes austríacos, ativa apenas durante a Idade do Bronze.&nbsp;Isso torna improvável que o artefato seja mais recente do que se acreditava. "A composição do metal é típica para esse período e essa região", destacou Wunderlich, descartando teorias de que o objeto seria mil anos mais jovem. As suspeitas de falsificação surgiram porque os detectoristas que descobriram o disco foram acusados de reenterrar o objeto para lucrar com uma venda no mercado negro.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Conheça também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127182-o-que-caldeiroes-contam-sobre-a-gastronomia-da-idade-do-bronze.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O que caldeirões contam sobre a gastronomia da Idade do Bronze?</a>&nbsp;</li></ul>No entanto, a nova análise desmonta essas acusações, destacando a sofisticação técnica e a origem do metal como provas de sua antiguidade. Hoje, o Disco Celeste está exposto no Museu Estadual de Pré-História da Saxônia-Anhalt, atraindo olhares curiosos e apaixonados por história.<h2 style="text-align:justify;">Os significados do disco</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16121953960087.jpg" alt="Mais que um artefato de bronze, o Disco Celeste reflete significados profundos, com figuras douradas que representam o sol, a lua e possivelmente as Plêiades, sugerindo funções astronômicas ou religiosas. (Fonte: Landesamt für Denkmalpflege und Archäologie Sachsen-Anhalt/Juraj Lipták/Reprodução)"><figcaption>Mais que um artefato de bronze, o Disco Celeste reflete significados profundos, com figuras douradas que representam o sol, a lua e possivelmente as Plêiades, sugerindo funções astronômicas ou religiosas. (Fonte: Landesamt für Denkmalpflege und Archäologie Sachsen-Anhalt/Juraj Lipták/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Mais do que um objeto metálico, o Disco Celeste traz consigo significados profundos. As figuras em ouro que adornam sua superfície — como o sol, a lua e um grupo de estrelas que possivelmente representam as Plêiades — sugerem que ele tinha funções astronômicas ou religiosas. A presença de arcos na borda também indica interpretações ligadas ao horizonte ou até mesmo a barcos solares, símbolos comuns em mitologias antigas.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127148-estudo-desmembra-sistemas-familiares-na-idade-do-bronze.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Estudo desmembra sistemas familiares na Idade do Bronze</a></li></ul>Os detalhes do disco mostram que&nbsp;ele pode ter sido usado para acompanhar os ciclos do ano, ajudando na agricultura e reforçando sua relevância em práticas culturais da época. Seu trabalho minucioso, que combina beleza estética e precisão funcional, demonstra o alto nível de conhecimento tecnológico e espiritual que essas comunidades já possuíam na Idade do Bronze.Com os novos estudos, o Disco Celeste ganha ainda mais credibilidade, se consolidando como um dos mais fascinantes tesouros arqueológicos já encontrados.

Estudo comparou a estrutura dos cristais de cobre no bronze do disco original com os de uma réplica moderna, criada pelo artesão Herbert Bauer, da cidade de Halle, Saxônia-Anhalt. (Fonte: Landesamt für Denkmalpflege und Archäologie Sachsen-Anhalt/Juraj Lipták/Reprodução)

Live Science

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Disco Celeste de Nebra: estudo confirma se artefato é mesmo autêntico

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Estudos revelam que a estrutura do tórax desses antigos hominídeos era ideal para explosões de força e adaptação ao frio extremo.

Se sobreviver na Idade do Gelo era difícil, os neandertais estavam bem equipados para a tarefa. Novas reconstruções do tórax desses antigos hominídeos indicam que eles possuíam uma estrutura única: tórax em formato de sino, que, além de oferecer força explosiva, ajudava a manter o corpo aquecido. Essa configuração permitia respirações mais profundas e uma capacidade pulmonar maior, fatores cruciais para curtas explosões de energia ao caçar presas gigantes, como mamutes e ursos das cavernas.<ul><li style="text-align:justify;">Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/arco-e-flecha-prehistoricos-de-7-mil-anos-sao-encontrados-na-espanha" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Arco e flecha pré-históricos de 7 mil anos são encontrados na Espanha</a></li></ul>Os cientistas acreditam que essa anatomia também era uma resposta às baixas temperaturas da Europa e da Ásia durante a Idade do Gelo. A área maior na parte inferior do tórax ajudava a conservar calor e aumentava a eficiência respiratória. Em comparação, os Homo sapiens tinham uma caixa torácica em formato de barril, ideal para corridas de longa distância, mas menos adaptada ao frio extremo.<h2 style="text-align:justify;">Reconstruções que revelam o passado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/15/15191144609002.jpg" alt="O tórax em formato de sino dos neandertais, que, além de oferecer força, ajudava a manter o corpo aquecido. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>O tórax em formato de sino dos neandertais, além de oferecer força, ajudava a manter o corpo aquecido. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Estudar o corpo dos neandertais não é tarefa fácil. Como os ossos das costelas são frágeis, a maioria dos esqueletos antigos encontrados está incompleta. Um dos melhores exemplares, chamado Kebara 2, ajudou a criar a primeira imagem detalhada do tórax neandertal.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128919-neandertais-tinham-metodos-refinados-e-usavam-cola-para-fazer-ferramentas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Neandertais tinham métodos refinados e usavam cola para fazer ferramentas</a></li></ul>Agora, um novo estudo usou tecnologias 3D para modelar outro esqueleto, o Shanidar 3, encontrado no Iraque e datado de 45 mil anos atrás. O modelo confirmou o formato em sino do tórax, reforçando a ideia de que esse design era padrão entre os neandertais.&nbsp;Quando comparado a esqueletos modernos, ficou claro que o&nbsp;tórax dos neandertais se parecia mais com humanos antigos adaptados ao frio do que com as populações modernas de climas quentes. Isso destaca a evolução física de acordo com as condições ambientais extremas que enfrentaram.<h2 style="text-align:justify;">Força e estratégia na caça pré-histórica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/15/15191618002008.jpg" alt="De acordo com o estudo, os neandertais provavelmente possuíam diafragmas maiores do que os humanos atuais. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>De acordo com o estudo, os neandertais provavelmente possuíam diafragmas maiores do que os humanos atuais. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Além do formato, os cientistas notaram que os neandertais provavelmente possuíam diafragmas maiores do que os humanos atuais. Isso os tornava especialistas em caçadas curtas e intensas, exigindo força explosiva em vez de resistência. “Eles tinham maior capacidade de oxigênio, ideal para estratégias de caça em emboscada”, explicaram os autores do estudo.Enquanto os Homo sapiens se especializavam em corridas de longa distância para exaurir suas presas, os neandertais aproveitavam sua força bruta para abater animais imensos em investidas rápidas e decisivas.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Conheça também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128357-pessoas-matinais-podem-ser-descendentes-de-neandertais-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pessoas 'matinais' podem ser descendentes de neandertais, diz estudo</a></li></ul>Essa anatomia única revela que, embora extintos, eles eram perfeitamente moldados para as adversidades da Idade do Gelo. O estudo também desafia antigas percepções, mostrando que os neandertais eram mais do que apenas “primos rudes” — eram estrategistas e sobreviventes adaptados ao seu ambiente.

O tórax em formato de sino dos neandertais, além de oferecer força, ajudava a manter o corpo aquecido. (Fonte: Getty Images)

IFL Science

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Qual era o segredo da força dos neandertais? 

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De acordo com pesquisadores, contos sobre o aglomerado de estrelas batizado de "Sete Irmãs" são uns dos mais antigos do mundo e eram passados de geração para geração em fogueiras na África. 

Se você estiver no hemisfério norte entre outubro e março, não deixe de olhar para o céu noturno. Pode ser que você esteja contemplando a inspiração para a história mais antiga já contada na Terra! Estamos falando das Plêiades, também conhecidas como as Sete Irmãs, um dos aglomerados de estrelas mais famosos do céu.<ul><li style="text-align:justify;">Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122565-6-constelacoes-fascinantes-que-voce-deveria-conhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">6 constelações fascinantes que você deveria conhecer</a></li></ul>Localizado na constelação de Touro, o aglomerado é composto por mais de mil estrelas, mas as mais brilhantes são estrelas azuis luminosas que se formaram há cerca de 100 milhões de anos.&nbsp;Apesar de parecer uma simples formação estelar, essas irmãs celestiais possuem lendas associadas a elas em várias culturas do mundo — e é aí que o mistério começa a ganhar forma.<h2 style="text-align:justify;">Mitos conectados pelo tempo e pela cultura</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/17/17193852025336.jpg" alt="Lenda das sete irmãs carrega consigo tradição indígena australiana e já foi até mesmo representada em moeda. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Lenda das sete irmãs carrega consigo tradição indígena australiana e já foi até mesmo representada em moeda. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Na mitologia grega, as Plêiades eram filhas de Atlas e Pleione. Como Atlas estava ocupado sustentando o céu, ele não pôde proteger suas filhas. Para evitar que fossem perseguidas por Órion, o caçador, Zeus as transformou em estrelas. Interessante, não? Mas o mais curioso é que histórias parecidas surgiram em culturas do outro lado do planeta, como entre os povos indígenas australianos.<ul><li style="text-align:justify;">Relacionado:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-os-aborigenes-australianos-surgiram-e-se-adaptaram-ao-continente" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como os aborígenes australianos surgiram e se adaptaram ao continente?</a></li></ul>Os mitos aborígenes contam que um caçador tenta perseguir as irmãs, exatamente como Órion faz na lenda grega. Em ambos os casos, são sete irmãs que aparecem nas histórias, mesmo que, a olho nu, apenas seis estrelas sejam visíveis. "A semelhança entre os mitos aborígenes e gregos das Plêiades e Órion inclui três elementos específicos: ambos identificam as Plêiades como um grupo de meninas jovens, ambos identificam Órion como um homem e ambos afirmam que ele está tentando se relacionar com as meninas das Plêiades", explica a pesquisa publicada no livro Advancing Cultural Astronomy.A parte mais intrigante dessa história é como esses mitos se mantiveram tão semelhantes em culturas que não tiveram contato por milhares de anos. Afinal, os ancestrais dos europeus e dos australianos se separaram há cerca de 100 mil anos, quando saíram da África.&nbsp;Isso sugere que a história das Sete Irmãs pode ter sido contada à luz das fogueiras desde aquela época remota.<h2 style="text-align:justify;">Por que Sete Irmãs?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/17/17193735621335.jpg" alt="Embora seja chamada de "><figcaption>Embora seja chamado de "Sete Irmãs", aglomerado de estrelas é composto por apenas seis estrelas. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Mas se só vemos seis estrelas brilhantes, por que os mitos falam de sete? Para responder a isso, os pesquisadores fizeram simulações do céu de 100 mil anos atrás e descobriram que, naquela época, uma sétima estrela — chamada Pleione — era visível. Hoje, Pleione está tão próxima de Atlas que, para nossos olhos, elas parecem uma única estrela.Isso reforça a ideia de que a história das Sete Irmãs surgiu quando os humanos ainda viam sete estrelas distintas. "Quando os australianos e os europeus estavam juntos pela última vez, em 100 mil [a.C.], as Plêiades apareciam como sete estrelas", diz a pesquisa. Essa descoberta dá ainda mais peso à hipótese de que essa história é uma das mais antigas da humanidade, passada de geração em geração por milênios.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115802-megaconstelacoes-de-satelites-impactarao-no-estudo-de-astronomos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Megaconstelações de satélites impactarão no estudo de astrônomos</a></li></ul>E essa não é a única lenda ancestral que resiste ao tempo. Os Gunditjmara, um povo indígena do sul da Austrália, contam a história de um gigante que se transformou em uma montanha e cuspiu lava. Em 2020, cientistas descobriram que o vulcão associado a essa lenda entrou em erupção há cerca de 37 mil anos. Ou seja, a tradição oral pode guardar registros surpreendentemente antigos.

Lenda das sete irmãs carrega consigo tradição indígena australiana e já foi até mesmo representada em moeda. (Fonte: Wikimedia Commons)

Embora seja chamado de "Sete Irmãs", aglomerado de estrelas é composto por apenas seis estrelas. (Fonte: Wikimedia Commons)

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Lenda das Sete Irmãs: história indígena australiana pode ter 100 mil anos

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Arqueólogos reinterpretam fossos costeiros como locais de construção naval na Idade do Bronze.

As margens da Escandinávia, adornadas com pedras rachadas pelo fogo e carvão antigo, podem guardar uma história esquecida sobre o poderio marítimo da Idade do Bronze. Novas pesquisas sugerem que esses vestígios, antes interpretados como fossos de cozinha, são, na verdade, indícios de estaleiros onde ancestrais hábeis moldavam os navios que navegariam pelas vastas redes de comércio da época.Embora os barcos em si não tenham resistido ao tempo, os sinais de sua criação parecem ter estado diante de nossos olhos por séculos, desafiando as antigas interpretações arqueológicas.<h2 style="text-align:justify;">Berçário de navios</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/13/13095211966023.jpg" alt="Fosso escavado em 1835, no sítio de Tanum, na Suécia. (Fonte: Johan Ling et al., De Gruyter/ Reprodução)"><figcaption>Fosso escavado em 1835, no sítio de Tanum, na Suécia. (Fonte: Johan Ling et al., De Gruyter/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Durante a Idade do Bronze Nórdica, entre 2000 e 500 a.C., a construção naval era vital para conectar a Escandinávia com o restante da Europa. Rotas marítimas levaram bronze, estanho, cobre e outros bens preciosos de locais distantes, como a Espanha e as Ilhas Britânicas, até o norte europeu.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128611-qual-foi-o-lugar-mais-distante-que-os-vikings-alcancaram.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Qual foi o lugar mais distante que os vikings alcançaram?</a></li></ul>Com tantas viagens comerciais oceânicas documentadas indiretamente, os arqueólogos sempre se perguntaram: onde esses navios eram construídos? Apesar de muitas representações de barcos em pedras e artefatos da época, faltavam evidências físicas claras dos estaleiros que possibilitaram tal proeza.Foi essa ausência que levou pesquisadores a reexaminar estruturas costeiras na Suécia e na Noruega. Muitos desses fossos, encontrados próximos ao mar, apresentam características intrigantes: restos de carvão, madeira queimada e pedras rachadas pelo calor.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Veja também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121212-6-navios-desconhecidos-que-afundaram-na-primeira-viagem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">6 navios desconhecidos que afundaram na primeira viagem</a></li></ul>Até então classificados como locais de preparo de alimentos, careciam de elementos típicos, como cerâmica, ossos ou grãos. Isso levantou uma hipótese instigante: seriam, na verdade, fossos de vapor usados para dobrar e moldar madeira — uma prática tradicional na construção de barcos em várias culturas ao redor do mundo.<h2 style="text-align:justify;">A todo vapor</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/13/13130837165165.jpg" alt="Arte presente em Tatum tem muitas similaridades com os navios projetados (Fonte: Johan Ling et al., De Gruyter/ Reprodução)"><figcaption>Arte presente em Tatum tem muitas similaridades com os navios escandinavos produzidos em 350 a.C. (Fonte: Johan Ling et al., De Gruyter/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Estudos etnográficos ajudaram a reforçar a ideia de que escandinavos dominavam a construção de barcos. Povos indígenas na América do Norte, por exemplo, utilizavam fogueiras para criar vapor ao construir canoas, e práticas semelhantes foram registradas na Oceania. O vapor permitia moldar tábuas ou troncos, essencial para criar as embarcações que navegariam mares desafiadores.&nbsp;Na Escandinávia, evidências indicam que o pinho, resistente e abundante, era a madeira preferida, tanto para a estrutura dos barcos quanto para a produção de alcatrão, indispensável na impermeabilização.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124708-5-mitos-nordicos-que-ainda-ressoam-hoje.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 mitos nórdicos que ainda ressoam hoje</a></li></ul>Um dos locais mais fascinantes dessa redescoberta é Tanum, na Suécia, famoso por sua arte rupestre retratando navios em cenas de batalha e cerimônias. Próximo a essas imagens, foram identificados fossos alinhados à antiga linha costeira, possivelmente usados para construir embarcações. Já na Noruega, na região de Østfold, fossos semelhantes apontam para um uso parecido, datando de uma transição crucial na Idade do Bronze.Agora, ao adotar uma perspectiva voltada para o mar, os arqueólogos começam a revelar um capítulo perdido da história escandinava, no qual navios eram não apenas um meio de transporte, mas um elo vital entre culturas e economias distantes.<ul><li style="text-align:justify;">Você sabia?: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/104348-nome-de-ala-e-encontrado-em-roupa-viking-do-seculo-9.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nome de Alá é encontrado em roupa viking do século 9</a></li></ul>Enquanto as areias da Escandinávia continuam a devolver suas histórias, a redescoberta desses “estaleiros perdidos” pode revolucionar nossa compreensão das redes marítimas antigas. Mais do que ferramentas de sobrevivência, os barcos da Idade do Bronze simbolizam a engenhosidade de um povo que via nas águas não barreiras, mas caminhos para o mundo.

Fosso escavado em 1835, no sítio de Tanum, na Suécia. (Fonte: Johan Ling et al., De Gruyter/ Reprodução)

Haikai Magazine

De Gruyter

La Brújula Verde

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Vestígios ocultos: os estaleiros perdidos da Escandinávia pré-histórica

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Estudo revela que o consumo moderado de café pode adicionar anos à vida e à saúde.

Se você é apaixonado por café, pode comemorar: aquela xícara diária não só desperta, mas também pode prolongar sua vida. Pesquisadores da Universidade de Coimbra, em Portugal, revisaram mais de 50 estudos sobre o consumo de café e seus impactos na saúde. A conclusão? Aquele café nosso de cada dia pode aumentar a duração da nossa existência.De acordo com o estudo, beber café regularmente está associado a quase dois anos a mais de expectativa de vida e a um envelhecimento mais saudável, com menor risco de doenças crônicas como diabetes, câncer e problemas cardíacos.<h2 style="text-align:justify;">Produto complexo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/15/15132514801000.jpg" alt="O café tem uma série de compostos que são muito benéficos à nossa saúde. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>O café tem uma série de compostos que são muito benéficos à nossa saúde. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Essa descoberta vai além do simples efeito estimulante da cafeína. Embora o café seja famoso por sua capacidade de espantar o sono, é sua composição complexa que chama a atenção dos cientistas.&nbsp;Além da cafeína, a bebida contém mais de 2.000 compostos bioativos, incluindo polifenóis, substâncias antioxidantes e anti-inflamatórias que combatem o estresse oxidativo – aquele desgaste natural que nosso corpo sofre ao longo dos anos. Esses compostos ajudam a preservar funções musculares, cardíacas e mentais, além de reforçar o sistema imunológico.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/6-beneficios-do-consumo-de-cafe" rel="noopener noreferrer" target="_blank">6 benefícios do consumo de café</a></li></ul>O estudo também revelou que o consumo moderado, de até três xícaras por dia, é o ideal para colher os benefícios. Segundo os pesquisadores, é nesse ponto que o café oferece seu impacto máximo na saúde. Rodrigo Cunha, neurocientista à frente da pesquisa, destacou que as recomendações tradicionais sobre saúde ignoram frequentemente o papel do café no envelhecimento saudável.&nbsp;Com evidências consistentes de que a bebida pode reduzir o risco de doenças graves, como demência e depressão, talvez seja hora de repensar esses conselhos.<h2 style="text-align:justify;">Demais fatores</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/15/15132810358001.jpg" alt="Tomar café é importante também como um meio de socialização. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>Tomar café é importante também como um meio de socialização. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Antes de encher a cafeteira e sonhar com décadas a mais de vida, é importante lembrar que esses estudos apresentam uma associação, e não uma relação de causa e efeito. Em outras palavras, tomar café não é uma garantia de longevidade. Fatores como alimentação equilibrada, estilo de vida e genética também desempenham um papel essencial.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128775-amelia-a-imperatriz-que-transformou-o-habito-de-tomar-cafe-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Amélia: a imperatriz que transformou o hábito de tomar café no Brasil</a></li></ul>Outra questão a considerar é a forma como o café é consumido. Os benefícios mencionados dizem respeito ao consumo moderado, preferencialmente sem exageros de açúcar ou acompanhamentos calóricos. E, claro, há variações nos efeitos individuais – o que funciona para uns pode não ser tão positivo para outros.O que torna esse estudo especialmente significativo é sua abrangência. Ele considerou dados de centenas de milhares de pessoas em diferentes partes do mundo, isolando variáveis como tabagismo e consumo de álcool para entender melhor o papel do café. Ainda assim, os próprios pesquisadores reconhecem que os resultados são relativamente modestos. O café pode contribuir para uma saúde melhor, mas não é uma poção mágica.<ul><li style="text-align:justify;">Veja também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128659-cafe-ou-cha-qual-possui-mais-cafeina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Café ou chá: qual possui mais cafeína?</a></li></ul>De qualquer modo, com a população mundial envelhecendo rapidamente, encontrar formas simples e acessíveis de melhorar a qualidade de vida é uma prioridade. Nesse contexto, o café se destaca como uma opção promissora, já que é consumido globalmente e faz parte do dia a dia de milhões de pessoas.&nbsp;Além de oferecer um momento de prazer, ele pode, quem diria, ser um aliado na busca por uma vida mais longa e saudável. Então, na próxima vez que saborear seu café, lembre-se: você pode estar brindando não só ao presente, mas também ao futuro.&nbsp;

O café tem uma série de compostos que são muito benéficos à nossa saúde. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)

Science Alert

Robb Report

Ageing Research Reviews

News Week

Study Finds

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O segredo da vida longa pode estar na sua xícara de café

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Para o escritor Richard E. Cytowic, nossos cérebros são mal equipados para a sobrecarga digital, pois foram programados para um mundo pré-histórico. 

Parcialmente (ou completamente) viciados em telas nos últimos anos da tecnologia digital, não temos noção de que esse é um dos motivos de a nossa capacidade de atenção estar reduzida. Um livro recente do neurologista americano Richard E. Cytowic tenta explicar esse fenômeno moderno através do nosso cérebro ancestral.Em Seu cérebro da idade da pedra na era da tela: lidando com a distração digital e a sobrecarga sensorial, Cytowic argumenta que, como nosso cérebro não mudou significativamente desde a Idade da Pedra, estamos mal equipados para lidar com o fascínio das tecnologias modernas.&nbsp;<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/como-o-celular-vicia-o-nosso-cerebro" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como o celular vicia o nosso cérebro?</a></li></ul>Para o autor, o estresse gerado por essa sobrecarga informacional afeta diretamente nossa homeostase, mecanismo interno de autorregulação face às mudanças do ambiente externo. O raciocínio é simples: o cérebro tem limites fixos de energia, sentir-se sobrecarregado leva ao estresse, que leva à distração que, por sua vez, leva ao erro. Há então duas soluções possíveis: parar o fluxo de informações ou aliviar o estresse acumulado. &nbsp;<h2>Sobrecarga sensorial e processamento visual de informações</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/13/13200802119003.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Rerprodução)"><figcaption>Sobrecarga visual é mais intensa que a auditiva. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para Cytowic, a sobrecarga visual representa hoje um desafio maior do que a auditiva, pois as conexões olho-cérebro superam as conexões ouvido-cérebro em aproximadamente três vezes. Para isso, nossa percepção evoluiu para priorizar entradas simultâneas, ou seja, décimos de segundo entre a captação na retina e a compreensão no córtex visual primário.Essa sobrecarga é amplificada pelos smartphones, que bombardeiam nossos sentidos com fluxos constantes de informação. Enquanto nossos ancestrais processavam somente estímulos naturais, temos que lidar com "um espectro eletromagnético massivo de dados e sinais", afirma o escritor.Enquanto a capacidade de absorver e processar informações em nossos corpos continua a mesma, a capacidade de armazenamento digital disparou, de gigabytes a zettabytes. &nbsp;Essa disparidade entre capacidade tecnológica e biológica cria um descompasso que afeta diretamente a concentração e o processamento mental.<h2>Atenção e adaptação humana</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/13/13201228615004.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Podemos ter atingido o limite da Idade da Pedra do cérebro. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Estudos sobre nossa capacidade de atenção mostram, segundo Cytowic, que, em 2004, as pessoas mantinham foco por 150 segundos entre trocas de tela; em 2012, esse tempo caiu para apenas 47 segundos. A neurociência cria três classificações para explicar como o cérebro lida com demandas de concentração e foco: sustentada, seletiva e alternada.A neurociência alerta para os custos energéticos dessa constante mudança de foco, que pode resultar em problemas de memória e concentração. Dispositivos inteligentes exigem respostas imediatas, condicionando-nos a um estado permanente de interrupção e realocação de recursos mentais.<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/voce-sabia-que-esquecer-coisas-e-uma-estrategia-evolutiva-do-nosso-cerebro" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Você sabia que esquecer coisas é uma estratégia evolutiva do nosso cérebro?</a></li></ul>Em termos do custo de energia consumida pela mudança repetida de atenção ao longo do dia, "temo que tenhamos atingido o limite da Idade da Pedra do cérebro", diz Cytowic. Ultrapassar esse limite pode resultar em pensamento nebuloso, foco reduzido, bloqueio de pensamento, lapso de memória ou falta de precisão mental, conclui o neurologista.

Sobrecarga visual é mais intensa que a auditiva. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

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Ação das telas em nossos cérebros "primitivos" acabou com a nossa concentração

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Novos indícios obtidos em estudos recentes propunham datas diferentes para a trágica destruição de Pompeia, mas foram rejeitados agora. 

Atualmente, qualquer pessoa que pergunte ao ChatGPT a data da destruição de Pompeia pelo vulcão Vesúvio obterá como resposta o dia 24 de agosto de 79 d.C. Essa data foi originalmente apresentada em uma carta escrita pelo advogado Plínio, o Jovem, que descreve sua experiência como testemunha do evento histórico.No entanto, alegações de possíveis erros de transcrição do manuscrito original do famoso orador grego, além de novos indícios arqueológicos e estudos vulcanológicos, acabaram “empurrando” a data para 24 de outubro, 1º de novembro, e até mesmo 23 de novembro.<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-ainda-nao-sabemos-sobre-o-desastre-de-pompeia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O que ainda não sabemos sobre o desastre de Pompeia?&nbsp;</a></li></ul>Agora, um novo estudo do Parque Arqueológico de Pompeia, publicado recentemente no periódico E-Journal of the Excavations of Pompeii, volta a apoiar a teoria de 24 de agosto. Segundo o artigo, embora não consigam comprovar que a erupção ocorreu realmente nessa data, os autores argumentam que não há atualmente evidências suficientes para desconsiderar essa tradicional afirmação.<h2>Por que a data de 24 de agosto foi contestada?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/15/15174028504000.jpg" alt="Grafites nas paredes das casas de Pompeia apontaram datas controversas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Grafites nas paredes das casas de Pompeia apontaram datas controversas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A primazia da teoria de 24 de agosto começou a ruir quando grafites de carvão descobertos na parede de uma casa em Pompeia apontava a data "XVI K NOV" que, no calendário moderno, significa 17 de outubro. Ou seja, a erupção deve ter ocorrido em uma data posterior, o que deu credibilidade à ideia de que o evento possa ter ocorrido em 24 de outubro.Mas a coisa não ficou por aí. Em um estudo arqueológico de plantas encontradas em Pompeia, foram descobertos caroços de pêssego e castanhas, frutas colhidas respectivamente no verão e no outono. Isso sugere que a erupção pode ter ocorrido após agosto, fortalecendo a tese de 24 outubro.Há também quem aponte que Plínio, logicamente, não estava em Pompeia na hora da erupção, mas em Miseno, uma cidade próxima. Portanto, o seu relato foi baseado unicamente no que ele viu de longe e em informações posteriores, podendo ter ocorrido alguns lapsos temporais na reconstrução do evento.<h2>Voltando à data original da tragédia em Pompeia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/15/15180751945000.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As outras datas são resultado de um mal-entendido, segundo o estudo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para cravar a data de 24 de agosto, os autores se basearam em diversas evidências, tanto arqueológicas como baseadas em revisões da literatura sobre o evento. Para eles, o relato de Plínio, o Jovem, ainda tem muito valor histórico.<ul><li>Descubra:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/afinal-alguem-sobreviveu-a-erupcao-do-vesuvio-em-pompeia-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Afinal, alguém sobreviveu à erupção do Vesúvio em Pompeia?</a></li></ul>Segundo o estudo, "A tradição literária é clara e inequívoca.&nbsp;De Plínio, o Jovem, a data de 24 de agosto nos foi transmitida; todas as outras são resultado de mal-entendidos, suposições e interpretações errôneas que são bastante recentes e perfeitamente rastreáveis na bibliografia pós-renascentista. A data de 24 de outubro não tem nem 100 anos", conclui.Em outras palavras, Plínio, o Jovem, é o único testemunho direto, presencial, que temos do terrível evento vulcânico por enquanto.

Grafites nas paredes das casas de Pompeia apontaram datas controversas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

IFLScience

E-Journal of the Excavations of Pompeii

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Em qual data foi exatamente a destruição de Pompeia?

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Ossos descobertos na Ucrânia revelam detalhes surpreendentes sobre a rotina, dieta e tragédias de povos neolíticos.

Pesquisadores fizeram uma descoberta marcante em Kosenivka, na Ucrânia, revelando detalhes de uma cultura que floresceu há mais de 5.600 anos. Os restos mortais de sete pessoas, encontrados nos escombros de uma casa, abriram uma nova janela para entender como viviam – e morriam – os integrantes da cultura Cucuteni-Trypillia, uma das sociedades mais intrigantes da pré-história.<ul><li style="text-align:justify;">Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128013-o-motivo-pelo-qual-ucranianos-penduram-teias-de-aranha-nas-arvores-de-natal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O motivo pelo qual ucranianos penduram teias de aranha nas árvores de Natal</a>&nbsp;</li></ul>Esses povos habitavam megassítios impressionantes para a época, com até 15 mil pessoas, mas deixaram poucos vestígios humanos para os arqueólogos. Em Kosenivka, fragmentos ósseos carbonizados levantaram questões: foi um incêndio acidental ou algo mais sombrio? Análises indicam que as pessoas podem ter morrido de forma rápida, e a causa exata ainda está em debate.<h2 style="text-align:justify;">Tragédias e mistérios em Kosenivka</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16172036862186.jpg" alt="Uma seleção de restos mortais recuperados no sítio Kosenivka, incluindo dentes e ossos faciais. (Fonte: Katharina Fuchs/Reprodução)"><figcaption>Uma seleção de restos mortais recuperados no sítio Kosenivka, incluindo dentes e ossos faciais. (Fonte: Katharina Fuchs/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os ossos carbonizados de quatro pessoas estavam concentrados no centro da casa, sugerindo um incêndio devastador. Para alguns pesquisadores, o fogo pode ter sido acidental, com as vítimas sucumbindo ao monóxido de carbono ou às chamas. No entanto, dois outros indivíduos apresentavam ferimentos cranianos sem sinais de cicatrização, levantando hipóteses de violência antes do incêndio.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123047-5-fatos-misteriosos-sobre-a-idade-da-pedra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 fatos misteriosos sobre a Idade da Pedra</a></li></ul>O contexto histórico torna o mistério ainda mais intrigante. A cultura Trypillia é conhecida por suas práticas agrícolas e rituais sociais, mas pouco se sabe sobre suas cerimônias funerárias. Seriam as mortes em Kosenivka parte de um ritual ou resultado de um ataque violento? Embora as evidências ainda não sejam conclusivas, a investigação trouxe novas perspectivas sobre essas sociedades complexas.Katharina Fuchs, autora do estudo, destacou a importância de fragmentos tão pequenos para ampliar nosso conhecimento sobre os povos neolíticos. “Esses restos são arquivos biológicos valiosos que nos ajudam a compreender as condições de vida e as tragédias que marcaram essas comunidades”, afirmou.<h2 style="text-align:justify;">O que a dieta revela sobre a vida</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16172309407188.jpg" alt="Recriação artística de como o megassítio de Maidanets'ke, na Ucrânia, teria sido em seu auge, cerca de 3.800 a.C., ilustrando a organização e a densidade populacional da época. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Recriação artística de como o megassítio de Maidanets'ke, na Ucrânia, teria sido em seu auge, cerca de 3.800 a.C., ilustrando a organização e a densidade populacional da época. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Além das mortes, os ossos revelaram muito sobre a vida cotidiana em Kosenivka. Uma análise detalhada dos níveis de carbono e nitrogênio mostrou que 90% da dieta desses povos era baseada em plantas, como grãos e vegetais. A carne, embora presente, correspondia a apenas 10% da alimentação.Essa descoberta contradiz a grande quantidade de ossos de animais nos assentamentos, sugerindo que o gado era mais valioso para fertilizar campos e produzir leite do que para consumo direto. Essa prática, inclusive, era um símbolo de riqueza: quanto mais fertilizantes, maior a capacidade de plantio.<ul><li style="text-align:justify;">Conheça também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128702-chiclete-de-10-mil-anos-revela-o-que-se-comia-na-idade-da-pedra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">'Chiclete' de 10 mil anos revela o que se comia na Idade da Pedra</a></li></ul>Embora os Trypillia fossem agricultores habilidosos, eles também enfrentavam desafios. A escassez de restos humanos anteriores dificulta a reconstituição de suas histórias, mas a descoberta em Kosenivka reforça como ossos, mesmo fragmentados, podem contar muito sobre vidas antigas. As análises científicas continuam a desvendar o equilíbrio

Uma seleção de restos mortais recuperados no sítio Kosenivka, incluindo dentes e ossos faciais. (Fonte: Katharina Fuchs/Reprodução)

Recriação artística de como o megassítio de Maidanets'ke, na Ucrânia, teria sido em seu auge, cerca de 3.800 a.C., ilustrando a organização e a densidade populacional da época. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Novas descobertas revelam detalhes de cultura milenar da Idade da Pedra

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Corredor grego prova que idade não é empecilho para quem quer praticar exercícios de alto desempenho.

A longevidade da população mundial não para de aumentar, e há muitos casos que nos deixam claro que, muitas vezes, idade é só um número. E uma prova disso é a façanha realizada pelo corredor grego Ploutarchos Pourliakas.Aos 88 anos, ele completou sua 12ª Maratona de Atenas consecutiva, percorrendo com sucesso um percurso de nada menos que 42 quilômetros.<ul><li>Conheça mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120331-maratona-de-1904-a-prova-que-quase-fez-o-esporte-ser-banido-das-olimpiadas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Maratona de 1904 – a prova que quase fez o esporte ser banido das olimpíadas</a></li></ul><h2>A história de Ploutarchos Pourliakas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/17/17190245282314.jpg" alt="(Fonte: Running Magazine / Reprodução)"><figcaption>Ploutarchos Pourliakas começou a correr quando já tinha 73 anos. (Fonte: Running Magazine / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Muita gente bem jovem precisa achar uma força extra para poder levantar do sofá e praticar algum exercício físico. Uma forma de melhorar essa situação é se motivar na história de Ploutarchos Pourliakas, um homem de 88 anos que, pela 12ª vez, completou a chamada “Maratona Autêntica”, ocorrida anualmente na cidade de Atenas.<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119583-subornos-e-ameacas-os-escandalos-das-olimpiadas-da-antiguidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Suborno e ameaça – os escândalos das Olimpíadas da Antiguidade</a></li></ul>Seu tempo total foi de 6 horas e 31 minutos. O mais curioso é que Pourliakas só começou a correr aos 73 anos, depois de encontrar inspiração no próprio filho, que é um ultramaratonista. Por causa do seu exemplo, o idoso logo ficou obcecado por corrida, e passou a percorrer de quatro a cinco quilômetros por dia e até 20 km nos fins de semana.Mesmo estando mais velho, Pourliakas conseguiu, em 2024, melhorar o seu desempenho do ano passado, diminuindo em dezoito minutos o seu tempo na corrida. "Terminei e até melhorei em relação ao ano passado, me sinto mais jovem do que nunca nos meus 88 anos", disse Pourliakas depois de cruzar a linha de chegada no histórico Estádio Panatenaico de Atenas.<h2>As dicas do maratonista</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/17/17190331301316.jpg" alt="gosta de espalhar a sua mensagem: todo mundo pode começar a correr, não importando a idade. (Fonte: Next / Reprodução)"><figcaption>Pourliakas gosta de espalhar a sua mensagem: todo mundo pode começar a correr, não importando a idade. (Fonte: Next / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Ploutarchos Pourliakas ainda passa cotidianamente por uma situação inusitada: as pessoas tendem a duvidar do seu feito esportivo. Mas o maratonista garante que as pessoas de sua faixa etária também podem realizar esportes de alta performance pelo tempo que quiserem. Quando esse questionamento é feito a ele, sua resposta costuma ser: "por que você não acreditaria? Todos nós podemos fazer isso. Contanto que queiramos".<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119591-como-funciona-o-exame-antidoping-e-quais-criterios-sao-avaliados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como funciona o exame antidoping e quais critérios são avaliados?</a></li></ul>A dica para conseguir isso, segundo ele, é manter uma vida equilibrada e cuidar bem do próprio corpo. "Eu nunca fumei. Não me entrego a excessos, não bebo, não fico acordado até tarde. "Eu como de forma equilibrada, tudo menos com moderação. No entanto, tomo um pouco de 'tsipouro' (uma bebida alcoólica local feita com o bagaço da uva) todos os dias, não como bebida, mas como remédio", explicou o corredor grego.

Ploutarchos Pourliakas começou a correr quando já tinha 73 anos. (Fonte: Running Magazine / Reprodução)

Pourliakas gosta de espalhar a sua mensagem: todo mundo pode começar a correr, não importando a idade. (Fonte: Next / Reprodução)

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