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Ciência
20/12/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 20/12/2024 às 18:00
Descoberto em 1999 por detectoristas de metais em Nebra, Alemanha, o Disco Celeste é um artefato intrigante com cerca de 3.800 anos. Considerado a mais antiga representação do céu já encontrada, ele foi rapidamente aclamado como um tesouro arqueológico, mas sua autenticidade virou alvo de polêmica. Seria ele uma obra moderna falsificada? Um novo estudo científico, porém, desmonta essa hipótese ao mostrar que o disco passou por um processo avançado de forjamento, típico da Idade do Bronze e impossível de ser replicado por falsificadores.
A pesquisa revelou que o artefato foi feito com ciclos repetidos de aquecimento a mais de 700 °C, seguidos de marteladas, em um processo conhecido como forjamento a quente. Para comprovar a autenticidade, cientistas recriaram o disco, analisando sua estrutura com técnicas avançadas de metalografia. "É improvável que forjadores modernos tivessem o conhecimento ou o esforço para reproduzir um processo tão detalhado", explicou Christian-Heinrich Wunderlich, coautor do estudo.
Além da técnica de fabricação, outro detalhe reforça a autenticidade do Disco Celeste: sua composição metálica. A análise revelou que o bronze usado provavelmente veio de uma antiga mina nos Alpes austríacos, ativa apenas durante a Idade do Bronze.
Isso torna improvável que o artefato seja mais recente do que se acreditava. "A composição do metal é típica para esse período e essa região", destacou Wunderlich, descartando teorias de que o objeto seria mil anos mais jovem. As suspeitas de falsificação surgiram porque os detectoristas que descobriram o disco foram acusados de reenterrar o objeto para lucrar com uma venda no mercado negro.
No entanto, a nova análise desmonta essas acusações, destacando a sofisticação técnica e a origem do metal como provas de sua antiguidade. Hoje, o Disco Celeste está exposto no Museu Estadual de Pré-História da Saxônia-Anhalt, atraindo olhares curiosos e apaixonados por história.
Mais do que um objeto metálico, o Disco Celeste traz consigo significados profundos. As figuras em ouro que adornam sua superfície — como o sol, a lua e um grupo de estrelas que possivelmente representam as Plêiades — sugerem que ele tinha funções astronômicas ou religiosas. A presença de arcos na borda também indica interpretações ligadas ao horizonte ou até mesmo a barcos solares, símbolos comuns em mitologias antigas.
Os detalhes do disco mostram que ele pode ter sido usado para acompanhar os ciclos do ano, ajudando na agricultura e reforçando sua relevância em práticas culturais da época. Seu trabalho minucioso, que combina beleza estética e precisão funcional, demonstra o alto nível de conhecimento tecnológico e espiritual que essas comunidades já possuíam na Idade do Bronze.
Com os novos estudos, o Disco Celeste ganha ainda mais credibilidade, se consolidando como um dos mais fascinantes tesouros arqueológicos já encontrados.