Magreza é geneticamente determinada

Pesquisadores de várias universidades reuniram esforços para descobrir os motivos da magreza excessiva. Eles desenvolveram um estudo, publicado recentemente na revista Nature, que traz a genética como principal fator que afeta as pessoas com índices baixíssimos de massa corporal.

O estudo demonstrou que pessoas que apresentam cromossomos duplicados têm tendência a serem mais magras do que o recomendado para seus biótipos. De acordo com os pesquisadores, uma em cada mil pessoas possuem cópias excedentes dos genes. Os homens estão 23 vezes mais propensos a serem magros, enquanto as mulheres têm apenas 5 vezes mais chances de estar exageradamente a baixo do peso.

Essa mudança nos genes acontece através de processos genéticos normais. Todo ser humano recebe uma cópia de cada cromossomo do pai e da mãe, para que possua um par de cada gene. Mas às vezes pode acontecer a duplicação ou o apagamento de seções de um cromossomo e resultar em um código genético com segmentos a mais ou a menos. Como essas alterações são relativamente comuns, não costumam refletir em qualquer efeito nos seres humanos. Entretanto, casos especiais podem ocasionar doenças, como é o caso da magreza excessiva.

Para realizar o estudo, os pesquisadores analisaram o código genético de aproximadamente 95 mil pessoas em busca de padrões que pudessem estar relacionados à magreza. Foi possível descobrir que as pessoas que apresentavam índice de massa corporal (IMC) abaixo de 18,5 – que é o mínimo para uma pessoa saudável – também tinham em comum uma duplicação no cromossomo 16.

Nas crianças, essa alteração genética pode representar falhas no desenvolvimento. Portanto, crianças muito abaixo do peso normal e sem apetite podem estar sofrendo de uma doença geneticamente determinada.

Outras pesquisas já encontraram falhas genéticas que acarretam na obesidade, mas nunca foi descoberta nenhuma relação entre o genoma e a magreza. Esse é o primeiro exemplo de estudo que encontra efeitos indesejáveis resultantes do apagamento e da duplicação de uma seção de cromossomos. Até o presente momento, isso é tudo o que os cientistas sabem sobre os genes presentes nessa região. Eles pretendem seguir com a pesquisa para entender o porquê da duplicação resultar na magreza excessiva e, quem sabe, a partir daí buscar novos tratamentos para a obesidade e os distúrbios do apetite.