Ciência
29/04/2019 às 03:00•2 min de leitura
A Fundação Dorina Nowill para Cegos foi criada a pouco mais de 70 anos com o objetivo de facilitar a inclusão de pessoas cegas. A alguns anos surgiu por lá o Projeto Braille Bricks, um brinquedo de montar blocos com inscrições em Braille que ajudasse crianças cegas, ou com dificuldade de visão, a serem alfabetizadas e inclusas em brincadeiras.
Essa ideia foi levada a empresa dinamarquesa, LEGO, em 2017 e foi abraçada. Dia 24 de abril de 2019, a LEGO anunciou em um evento na França que o Projeto sairá do papel em 2020. O kit foi desenvolvido em colaboração com associações de cegos dinamarquesas, brasileiras, britânicas e norueguesas para aperfeiçoar o brinquedo, e agora está sendo testado nesses mesmos locais.
Reprodução/LEGO
Philippe Chazal, Tesoureiro da União Europeia de Cegos destaca a importância deste projeto no mundo tecnológico em que vivemos: “Com milhares de audiolivros e programas de computadores disponíveis, menos crianças estão aprendendo a ler em Braille. Isso é particularmente preocupante quando sabemos que usuários de Braille são, geralmente, mais independentes, tem um nível de educação maior e melhores oportunidades de emprego.”
A forma que os Braille Bricks funcionam, é que os pinos que se sobressaem nas peças, e que permitem o encaixe com outros blocos, são feitos em formato de letras do alfabeto completo, números de um a zero e símbolos matemáticos. Os blocos também indicarão o que significam no alfabeto convencional, para que pessoas não cegas possam entender e ajudar as crianças. E o melhor de tudo: eles são compatíveis com todos os outros brinquedos LEGO, para que todas as crianças possam brincar juntas.
Reprodução/LEGO
“Crianças cegas e de baixa visão tem sonhos e desejos para seu futuro tanto quanto crianças que enxergam,” afirma o CEO da Fundação LEGO, John Goodwin e continua, “Com esse projeto, esperamos trazer uma abordagem inclusiva e divertida ao aprendizado de Braille para crianças. Espero que crianças, pais, tutores, professores e médicos ao redor do mundo estejam tão animados quanto nós, mal podemos esperar para ver o impacto positivo.”
O que você acha do uso de brinquedos como forma de inclusão para crianças?