Artes/cultura
25/10/2023 às 03:00•2 min de leitura
O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é associado a diversas manifestações que podem comprometer o dia a dia das pessoas, principalmente quando não diagnosticado e tratado devidamente. Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), ele está presente em cerca de 5 a 8% da população mundial.
Impulsividade, inquietude, dificuldade de se concentrar, de assimilar instruções faladas e hiperatividade estão entre alguns dos sintomas relatados. Além de se manifestar com maior intensidade, eles geram impactos negativos nas atividades diárias.
De acordo com um novo estudo, os adultos portadores desse transtorno ainda precisam redobrar seus cuidados, já que o TDAH está sendo relacionado a uma maior probabilidade de desenvolver demência.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Dados médicos de mais de 100 mil pessoas, residentes em Israel e nascidos entre 1933 e 1952, foram analisados entre 2003 e 2020, permitindo que os pesquisadores estabelecessem uma relação entre o TDAH e a demência enquanto as pessoas envelheciam: a constatação é que esse risco se torna quase três vezes maior quando o adulto tem TDAH.
O estudo, publicado na revista JAMA Network Open, ainda destaca que essa maior probabilidade foi percebida quando em comparação com pessoas que não tinham o transtorno. A demência foi detectada em 13,2% dos indivíduos que receberam o diagnóstico de TDAH dentro do período avaliado. No grupo sem TDAH, por sua vez, a prevalência foi de 7%.
Em comunicado oficial, foi abordado como pesquisas acerca desse grupo ainda são bastante limitadas, o que demonstra a importância de compreender melhor as causas envolvidas e as formas de evitar o declínio cognitivo.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
O documento ainda destaca: "O TDAH em adultos pode se materializar como um processo neurológico que reduz a capacidade deles de compensar os efeitos do declínio cognitivo mais tarde na vida." Além disso, assim como jovens e os adultos, os idosos devem ser constantemente monitorados.
Uma vez que estes últimos apresentem o TDAH, pode ser que também apareçam sinais de demência. Por esse motivo, segundo Abraham Reichenberg, que é principal autor do estudo, entende ser importante que médicos, e mesmo cuidadores, monitorem os sintomas de TDAH apresentados e medicamentos aplicados.
O estudo também reforça a importância de buscar acompanhamento especializado para obter a melhor forma de tratamento para o TDAH. O diagnóstico, que é clínico, pode ser realizado por meio de testes.
Ao considerar o efeito de medicamentos psicoestimulantes para o tratamento do TDAH, os benefícios se tornam potencialmente maiores, embora ainda seja necessário investigar isso mais a fundo: segundo o estudo, além de contribuírem com a melhora da qualidade de vida do paciente, eles também podem ajudar a reduzir o risco de demência mais adiante.