Artes/cultura
19/01/2024 às 06:30•2 min de leitura
Optar por uma alimentação mais saudável é um conselho louvável, mas enfrenta obstáculos consideráveis. O recente relatório Broken Plate, da entidade britânica The Food Foundation revela que, em média, alimentos saudáveis são duas vezes mais caros do que opções menos nutritivas, desencadeando uma série de desafios para consumidores de diferentes estratos sociais.
Vamos desvendar as complexidades por trás dessa disparidade de preços e explorar como fatores como a cadeia de abastecimento, a escassez de mão de obra e as mudanças climáticas contribuem para essa realidade.
(Fonte: Getty Images / Reprodução)
A cadeia de abastecimento global desempenha um papel fundamental na precificação dos alimentos saudáveis. A demanda por produtos tropicais, ou fora de época, resulta em uma cadeia de abastecimento mais longa e complicada. Um estudo da Universidade de Warwick revela que os consumidores americanos pagam 40% a mais por frutas e vegetais devido aos custos fixos nessa cadeia. Enquanto isso, alimentos ultraprocessados se tornam mais baratos, evidenciando a conexão direta entre preço e saúde.
A falta de mão de obra na agricultura acentua a dificuldade em manter preços acessíveis para alimentos saudáveis. O declínio na força de trabalho agrícola está relacionado à pouca atratividade dessa carreira devido a longas horas, baixos salários e intensidade física. A automação surge como uma solução, mas o investimento em equipamentos pode resultar em aumentos adicionais nos preços dos produtos.
(Fonte: Getty Images / Reprodução)
As mudanças climáticas adicionam uma camada de complexidade à equação dos preços dos alimentos. Eventos climáticos extremos em grandes países exportadores, como China, Índia, Brasil, Turquia e México, afetam significativamente as cadeias de abastecimento de frutas e vegetais. Inundações, temperaturas extremas e eventos climáticos imprevisíveis contribuem para uma oferta instável. O aumento dos custos de energia, combinado com as mudanças climáticas, impacta as contas das famílias globalmente, tornando ainda mais difícil o acesso a uma dieta saudável.
Num mundo onde a obesidade está em ascensão e os preços dos alimentos estão aumentando, a acessibilidade à comida saudável torna-se uma preocupação crítica. Ações concretas, como empresas reformulando produtos e governos subsidiando frutas e vegetais, são cruciais. Educar o público sobre hábitos alimentares saudáveis é importante, mas é imperativo implementar medidas que tornem alimentos nutritivos mais acessíveis. Somente assim poderemos enfrentar o desafio global de promover uma dieta equilibrada para todos, independentemente de sua condição econômica.