Artes/cultura
10/10/2018 às 02:00•2 min de leitura
Algumas das manifestações mais claras da diversidade da nossa espécie são os padrões de beleza adotados pelos povos ao longo do tempo. Mesmo que tais práticas pareçam, em alguns casos, distantes do atual contexto de globalização em que estamos inseridos, algumas delas continuam vivas até hoje e evidenciam por que a nossa existência é um acontecimento tão plural e complexo. A seguir, você descobre algumas provas disso:
Engana-se quem pensa que o cuidado com a aparência das sobrancelhas é algo recente. Já foi costume, na China, raspá-las e desenhar formas totalmente novas no lugar. Havia as totalmente redondas ou retas, as onduladas e as inspiradas em elementos da natureza.
Para arranjarem um casamento, as mulheres da etnia Ainu — originária do extremo norte do atual território japonês —, a partir do início da puberdade, começavam a tatuar sorrisos em volta dos lábios. A conclusão dos desenhos, marcada por dores e cicatrizes, indicava que elas estavam prontas para o matrimônio. Em 1871, a prática passou a ser considerada oficialmente proibida.
Como nós já mostramos aqui, pintar os dentes de preto fazia parte de uma tradição japonesa chamada “ohaguro”. Trata-se de uma técnica milenar que consistia em aplicar na arcada dentária, quase que diariamente, uma substância escura — preparada à base de tinta, acetato de ferro e ervas — para mantê-la sempre escura e brilhante.
Diferente da Terra do Sol Nascente, o que vale neste concurso de beleza masculina da tribo Woddabe, da Nigéria, é a brancura dos dentes. Este é apenas um dos critérios avaliados por um júri formado inteiramente por mulheres. Há várias gerações, elas analisam também a performance dos candidatos e a sua pintura corporal.
Enquanto as mulheres ocultavam suas pernas debaixo de várias camadas de roupas, os homens da Idade Média faziam questão de deixá-las sempre à mostra. Para tanto, eles usavam meias cuja finalidade era justamente realçar as suas panturrilhas torneadas.
Na Índia, persiste até os dias de hoje o hábito de perfurar o nariz para adorná-los com joias e pingentes. Uma das peças mais populares entre as indianas é o acessório que liga a orelha ao nariz através de uma corrente com balangandãs.
Na remota aldeia de Huangluo, no interior da China, vivem mulheres cujos cabelos são cortados uma vez na vida, sempre aos 16 anos. A explicação para esse costume, mantido até hoje, é que longas madeixas garantiriam a elas longevidade e uma vida próspera. Conta-se que, antigamente, os homens que as vissem de cabelos soltos eram obrigados, segundo as regras locais, a pedi-las em casamento.
*Publicado em 12/10/2017