Ciência
06/12/2020 às 10:00•2 min de leitura
A maioria de nós, quando vê uma pessoa vestindo roupas brancas, logo associa aquele indivíduo como sendo um profissional da área da saúde. Estamos familiarizados com o médico que vemos no nosso dia a dia, em filmes e séries de tv. Roupas brancas, jalecos e máscaras são sempre associados aos médicos e aos enfermeiros. Mas por que eles usam branco?
Desde os primórdios da Medicina, as vestimentas se adaptaram a realidade de cada época. Em meados do século 19, quando as causas das infecções estavam sendo estudadas, despertou-se a necessidade de um local limpo e estéril para trabalhar. Nesse momento, a veste branca foi incorporada com o objetivo de prevenção contra a contaminação e a sujeira externa.
Segundo Elaine Alves e Paulo Tubino em seu artigo “Evolução histórica da vestimenta do médico”, publicado em 2009, a roupa clara também está ligada a pureza e a humildade. Além disso, estudos mostram que o modo como o profissional se apresenta vai influenciar na relação médico-paciente.
“Assim, tem sido demonstrado que o nível de confiança no médico é muito maior quando ele se apresenta vestido distintamente e cresce muito quando está de branco e com gravata. Essa confiabilidade cai a níveis baixíssimos quando está vestido com roupas informais”, ressaltaram Alves e Tubino.
A vestimenta branca tem sido símbolo da medicina ao longo de mais de 100 anos. No entanto, nem sempre foi assim.
Na antiguidade, mais precisamente na Mesopotâmia e no Egito, a Medicina estava muito ligada a religião e a magia. Acreditava-se que, se uma pessoa ficasse doente, era porque havia cometido um pecado. Por conta dessa ligação, os médicos usavam vestes longas e formais, e adereços como amuletos e talismãs.
Em Roma, o traje utilizado era uma toga volumosa, com diferentes tamanhos, cores e formas, o que permitia a distinção entre classes sociais, uma vez que as pessoas de classes mais baixas usavam apenas uma túnica.
Já na Idade Média, os profissionais eram também de ordens religiosas e, por isso, suas roupas eram as batinas e os hábitos longos dos monges.
Durante a Idade Moderna, muitas epidemias assolaram o mundo. Os profissionais de saúde andavam totalmente cobertos, com vestes de couro, luvas e uma máscara que remetia ao bico comprido de um pássaro.
Durante a segunda metade do século XIX, as cirurgias eram feitas por barbeiros-cirurgiões. Para se diferenciar destes, os médicos passaram a usar a cor preta, que amenizaria as manchas de sangue e pus de trabalhos anteriores.