As 3 dietas perturbadoras que moldaram a sociedade do século XIX

17/12/2021 às 08:303 min de leitura

Dieta cetogênica, dieta paleolítica, dieta low-carb e dieta mediterrânea.

É muito provável que você já tenha ouvido falar sobre algum desses regimes alimentares famosos em sua vida, porque viu uma celebridade emagrecer 10 quilos por meio de um desses hábitos ou porque simplesmente sabe que eles existem.

Segundo um relatório do Centro de Controle de Doenças (CDC), 17% dos americanos alegaram fazer alguma dieta durante o período da pesquisa, entre 2017 e 2018, em comparação aos 14% da década anterior.

Atualmente, nos Estados Unidos, cerca de 670 mil pessoas morrem a cada ano devido a doenças relacionadas a uma dieta não saudável, segundo dados do Centro de Ciência para o Público.

Muito diferente do Renascentismo, quando comer em abundância era um hábito e sinônimo de puro luxo e riqueza, ter curvas ou uma barriga mais saliente adquiriu aspecto de doença à medida que a civilização avançou. O século XIX ficou marcado como um dos períodos em que dietas duvidosas ganharam o gosto das pessoas, engatando em um modismo alimentar que foi o início do problema.

A dieta de Banting

William Banting. (Fonte: Calorizator)William Banting. (Fonte: Calorizator)

Em 1860, Wiliam Banting, um agente funerário inglês, acabou se tornando uma espécie de celebridade do século quando decidiu que precisava perder peso. Aos 60 anos, com 1,70 de altura, o homem pesava 90 quilos e estava totalmente descontente com sua aparência, sobretudo por sofrer de várias doenças físicas, como resultado de seu sobrepeso, sendo a depressão uma delas, devido à tanta zombaria da qual era alvo na rua.

Ele não viu saída a não ser seguir o conselho de seu novo médico e tentar uma dieta que suspendeu o consumo carboidratos, amido e açúcar de suas refeições. Em pouco mais de 12 meses, Banting perdeu 20 quilos.

Impressionado com o resultado, o homem publicou uma carta aberta intitutalada Uma Carta sobre Corpulência, que se tornou um best-seller em Londres, vendendo 50 mil cópias em apenas 2 anos. Foi assim que nasceu a mania de fazer dietas, ficando tão famosa que o nome do homem foi transformado em um verbo. As pessoas falavam como estavam “banteando”, ou seja, emagrecendo ou planejando “bantear” para perder peso.

Fletcherismo

Horace Fletcher. (Fonte: Vitonica/Reprodução)Horace Fletcher. (Fonte: Vitonica/Reprodução)

Quase na virada do século XX, foi a vez de Horace Fletcher lançar seu modismo para uma dieta em que a própria saliva servia como agente principal para dar volume na comida e uma melhor sensação de saciedade. Mas, para isso, Fletcher acrescentou que as pessoas precisavam mastigar muito, especificamente 700 vezes antes de engolir.

Desse modo, o pedaço da comida seria mastigado até se liquefazer na boca, formar um bolo de muita saliva e render mais no estômago, assim a pessoa poderia bebê-la como uma espécie de suco proteico.

Visto que Fletcher era rico e tinha muitos amigos famosos e figuras influentes, como Henry James e Arthur Conan Doyle, ele os convenceu a experimentar o que chamou Fletcherismo. 

A moda pegou, por mais absurda, cansativa e nojenta que fosse.

A dieta Byroniana

Lord Byron. (Fonte: Uol/Reprodução)Lord Byron. (Fonte: Uol/Reprodução)

Autor de poemas como A Peregrinação de Chide Harold, Lord Byron foi um influente poeta britânico, conhecido por ser uma das principais figuras do Romantismo na Europa. No século XIX, ele também se tornou uma das primeiras celebridades tidas como modernas a endossar uma dieta considerada a mais insalubre de todos os tempos.

No apogeu de sua carreira, vivendo as aventuras dos personagens que criava, Byron também sofria internamente com sua "propensão mórbida para engordar", provavelmente um caso grave de dismorfia corporal (transtorno mental que envolve um foco obsessivo em um defeito que o indivíduo considera ter na própria aparência).

Para evitar ganhar peso, o escritor fumava muitos charutos por dia para suprimir o apetite, e vivia a base de uma dieta doentia que envolvia beber uma grande quantidade de vinagre para matar a fome.

Não demorou muito para que sua horda de fãs seguissem o exemplo, em sua maioria para imitar sua aparência macilenta e pálida, que era romantizada como o jeito dele em expressar seu eu lírico dramático e sua turbulência interna. Foi assim que vários governos da Europa temeram, pela primeira vez, que uma geração inteira de jovens acabasse às portas da morte devido a uma dieta.

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