'Doença do tatu': o mal que matou um adolescente no Piauí

25/08/2022 às 08:252 min de leitura

A morte de um adolescente de 16 anos na cidade de Simões, no interior do Piauí, chamou a atenção para uma doença que ainda é desconhecida por muitos. Chamada de "doença do tatu", trata-se, na verdade, da infecção pelo fungo coccidioides, que causa a paracoccidioidomicose.

O adolescente ficou internado por 8 dias antes de falecer. Seu irmão de 14 anos e um amigo de 22 também foram contaminados e continuam internados em estado grave. Os três saíram para caçar tatus há cerca de um mês. Em seguida, começaram a apresentar os sintomas da doença.

O que é a paracoccidioidomicose?

(Fonte: Unsplash)(Fonte: Unsplash)

A paracoccidioidomicose é uma micose sistêmica, que é adquirida pela inalação de fungos do gênero Paracoccidioides spp., que ficam espalhados pelo meio ambiente. Segundo o Ministério da Saúde, a doença está entre as dez doenças infecciosas e parasitárias que mais matam no Brasil.

A contaminação não se dá pela transmissão de uma pessoa para a outra. Ela ocorre por meio da inalação de esporos que estão presentes em um solo contaminado. É importante destacar que não é o tatu que causa a doença exatamente. O que ocorre que é que, durante a caça de tatus, o caçador costuma entrar em contato com sua toca, que está contaminado pelo fungo. Ao respirar, acaba adquirindo a doença.

Trata-se de uma doença considerada gravíssima, com alto índice de letalidade, e que afeta diversos órgãos, como o pulmão, seguidos da pele, mucosas, linfonodos, adrenais, sistema nervoso central, fígado e ossos.

O perigo do hábito de caçar tatus

(Fonte: Mongabay Brasil)(Fonte: Mongabay Brasil)

Em alguns estados do país, como no Piauí, o hábito de caçar tatus traz um risco alto para a saúde. "Há uma cultura de caçar tatu e algumas pessoas vendem as carnes. O local onde os jovens teriam sido contaminados pelo fungo é em uma área de uma serra na região", afirmou Zé Wlisses, prefeito de Simões, para o portal UOL.

As populações mais contaminadas são as dos trabalhadores rurais, além de lavradores, militares, trabalhadores de construção de estrada, arqueólogos, paleontólogos e zoologistas. Todos esses grupos correm grande risco de contaminação pelo fungo por conta do tipo de trabalho que exercem.

O médico infectologista José Noronha explica: "o fungo fica na toca, que é abrigo do tatu. Com a caça ilegal, a pessoa acaba inalando os esporos liberados pelo ar e geralmente ocorre a infecção. O ideal é não fazer caça do tatu, até porque é ilegal", disse ao portal UOL.

Sintomas da paracoccidioidomicose

(Fonte: Revista Galileu)(Fonte: Revista Galileu)

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Simões, os principais sintomas da "doença do tatu" incluem:

  • Lesões na pele;
  • Tosse;
  • Febre;
  • Falta de ar;
  • Linfonodomegalia (ínguas na pele);
  • Comprometimento pulmonar;
  • Emagrecimento.

Dependendo da faixa etária, a doença se manifesta de forma mais lenta ou mais rápida. Em crianças e adolescentes, o quadro evolui em semanas. Já em adultos, os sintomas podem levar mais de um ano para se manifestarem.

Em qualquer caso de suspeita, é preciso procurar o sistema de saúde imediatamente.

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