Estilo de vida
01/10/2022 às 10:00•2 min de leitura
As posturas dominantes ou eretas podem influenciar no comportamento das pessoas, deixando-as com mais confiança. É o que concluiu um estudo sobre postura e linguagem corporal realizado por pesquisadores das universidades de Halle-Wittenberg e Bamberg, na Alemanha, e da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos.
Na investigação publicada em maio na revista Psychological Bulletin, os pesquisadores analisaram os dados de 130 experimentos sobre os efeitos da postura corporal na autopercepção positiva, que reuniam informações de 10 mil participantes. Em meio ao material, havia levantamentos com amostras pequenas e muitos com resultados inconclusivos.
Depois de realizar uma revisão meta-analítica, com métodos estatísticos complexos para reavaliar os conteúdos, eles chegaram a uma conclusão. De acordo com a equipe, há sim uma conexão entre a postura ereta e as “poses de poder”, como aquelas dos super-heróis do cinema, dos quadrinhos e da TV, com o sentimento e o comportamento mais autoconfiante.
(Fonte: Shutterstock)
“Uma pose dominante pode, por exemplo, fazer você se sentir mais autoconfiante”, comentou a professora da Universidade de Bamberg, Astrid Schütz, uma das autoras do estudo. Ela disse ainda que o grupo encontrou uma correlação semelhante com a persistência de tarefas e outras atitudes comportamentais, mas com efeitos menores nestes casos.
Várias outras pesquisas sobre o mesmo tema já foram realizadas, algumas chegando a sugerir que as poses de poder levam a mudanças hormonais capazes de deixar a pessoa com uma maior autoconfiança. A psicóloga social Amy Cuddy é uma das especialistas que defendem essa tese.
De acordo com ela, alterar a linguagem corporal, adotando a “postura da Mulher-Maravilha”, pode mudar de maneira significativa a vida de alguém que lida com problemas de autoestima e confiança. A pose de poder da famosa super-heroína altera os níveis hormonais do organismo, aumentando a testosterona, associada à dominância, e reduzindo o cortisol, ligado ao stress, na opinião de Cuddy.
(Fonte: IMDb/Reprodução)
No entanto, essa teoria foi refutada em alguns trabalhos acadêmicos e também neste levantamento mais recente. Conforme os pesquisadores alemães e americanos, não foi encontrada nenhuma prova de que as poses de poder causam mudanças significativas na produção dos hormônios.
“As descobertas sobre os efeitos fisiológicos da pose de poder não são robustas e não foram replicadas por grupos de pesquisa independentes”, explicou Schütz.
Os pesquisadores das instituições alemãs e americana também revelaram que as diferenças entre homens e mulheres, em relação aos resultados demonstrados após a adoção da pose de poder, são mínimas. Isso se mantém em todas as faixas etárias.
Por outro lado, todos os dados analisados pertencem a integrantes de sociedades ocidentais, educadas, industrializadas, ricas e democráticas. Diante disso, os autores afirmaram não ser possível saber se os resultados se repetiriam caso os testes fossem aplicados em indivíduos pertencentes a outras culturas.