Tomar sol lá onde o sol não bate faz bem ou mal?

05/10/2022 às 04:002 min de leitura

Uma nova trend nas redes sociais está chamando a atenção dos internautas nas últimas semanas. Intitulada educadamente de "exposição do períneo", a prática consiste em expor as partes baixas à luz solar e tem como fundamento a obtenção de uma onda de energia capaz de ajudar a dormir melhor e de regular os hormônios. Mas o que a ciência diz sobre essa campanha no mínimo controversa?

O ato de deixar o traseiro exposto à luz solar foi supostamente iniciado de maneira pública no início da década de 2010, quando Ryan Baesemann "energizou" sua região anal. Em entrevista ao Inverse, ele disse que expor "a parte do seu corpo que recebe menos tempo de sol" é uma prática "bastante eficiente", especialmente se for realizada com moderação. Anos depois, a ativista holística Metaphysical Megan compartilhou uma foto com as pernas abertas em direção ao sol e reiniciou as discussões, estimulando outros interessados a divulgar seus momentos de intimidade por meio do TikTok.

Josh Miller, professor e presidente de ciências nutricionais da Universidade Rutgers, em Nova Jérsei, acredita que a ideia não é tão maluca quanto se pensa. Segundo ele, a área do traseiro também é capaz de acumular vitamina D e pode expandir a síntese proteica caso seja exposta ao sol com o restante do corpo. No entanto, não há evidências sobre uma possível otimização da retenção da substância em um local específico do organismo.

Ele também reforça a importância de se adequar ao ambiente e ao horário para tomar sol. As recomendações sugerem que até 30 minutos de exposição por semana garantem todo o necessário para o corpo sem gerar riscos de câncer de pele. Apesar disso, inúmeros fatores devem ser avaliados antes de iniciar o "banho", visto que algumas pessoas podem apresentar um déficit natural em relação à vitamina D.

Os perigos do sol no períneo

Um estudo recém-publicado pelo JMIR Dermatology apontou algumas controvérsias na exposição do períneo ao sol. Relatos de praticantes sugerem que a atividade “melhoraria o foco, aumentaria a regulação hormonal, aumentaria a libido, regularia o ritmo circadiano e melhoraria a saúde e a longevidade”. Outras postagens também reforçavam a falta de necessidade de proteção solar, comparando os resultados de 30 segundos do ato com uma exposição pelo dia inteiro.

Em entrevista com a revista Health, Nazanin Saedi, copresidente do centro de cirurgias estéticas e a laser da Dermatology Associates of Plymouth Meeting, alertou que não é indicado expor o períneo a luz solar, especialmente por ser uma região com o tecido muito delicado. Os autores do estudo afirmaram que é "realmente perigoso" não cuidar de uma área "particularmente sensível" e disseram haver um aumento do risco de câncer de pele em locais "menos visíveis" e com "pior prognóstico".

Assim, caso as pessoas estejam realmente preocupadas com a quantidade de vitamina D no corpo, o indicado é não se expor totalmente ao sol e manter uma dieta nutritiva e balanceada. Sem citar atribuições científicas à prática, cientistas também sugerem opções seguras de "relaxamento, meditação e atenção plena", caminhadas ao ar livre, desconectar-se das redes sociais e, caso o sol seja uma alternativa, usar proteção com FPS mínimo de 15.

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