Técnica usada em camundongo transparente detecta tumor em estágio inicial

19/07/2023 às 08:002 min de leitura

A busca por novas formas de tratamento contra diversas doenças tem mostrado avanços importantes nos últimos anos, como mostram não só recentes estudos sobre o Alzheimer, que pode ter uma cura desenvolvida nos próximos 15 anos, mas também outras pesquisas sobre doenças que se manifestam de forma bastante agressiva no organismo, como a AIDS.

Em se tratando do câncer, um novo método de escaneamento foi desenvolvido por cientistas da Helmholtz Munich, do Ludwig-Maximilians Universität München (LMU) e do LMU University Hospital. O estudo que detalha o processo e os resultados obtidos foi publicado no último dia 10, na Revista Nature Biotechnology. Confira, abaixo, mais detalhes sobre o trabalho apresentado:

Novo método de escaneamento pode facilitar a identificação de tumores em estágios iniciais. (Fonte: Getty Images/Reprodução)Novo método de escaneamento pode facilitar a identificação de tumores em estágios iniciais. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Obtendo imagens 3D do organismo

Com o objetivo de oferecer uma visão rica em detalhes, a equipe de cientistas desenvolveu uma abordagem por varredura chamada WildDISCO, que consiste na obtenção de imagens tridimensionais. Para isso, utilizando camundongos mortos, cientistas removeram a gordura a e o pigmento dos tecidos por meio da aplicação de compostos químicos para torná-los transparentes — método que já havia sido apresentado em 2018.

Em seguida, marcadores fluorescentes, que atuam como uma espécie de etiqueta, foram inseridos no organismo. A partir disso, tornou-se possível diferenciar determinados tecidos, ou mesmo moléculas específicas, por meio de modelos computacionais e avançar no campo de diagnóstico por imagem.

Isso porque, além de oferecer uma visão do interior do corpo que não pode ser comparada a nenhum tipo de exame por imagem que já tenha sido utilizado antes, esse método promete ser bastante promissor na identificação de tumores menores.

Técnica facilita o rastreamento da ação de medicamentos no organismo, sendo promissora para estudos sobre várias doenças. (Fonte: Getty Images/Reprodução)Técnica facilita o rastreamento da ação de medicamentos no organismo, sendo promissora para estudos sobre várias doenças. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Perspectivas do estudo

Apesar das técnicas já existentes permitirem a identificação e a localização dos tumores no organismo, a exemplo da tomografia e da ressonância magnética, muitas dúvidas envolvendo a evolução e o processo de remissão do câncer eram encaradas como desafios.

A aplicação do WildDISCO, portanto, seria especialmente útil para evitar que as células cancerígenas passem despercebidas nos estágios iniciais da doença, ou mesmo quando tumores são removidos durante o tratamento, mas ainda assim o câncer apresenta recorrência futuramente.

Com o uso da inteligência artificial para processar os grandes volumes de dados gerados nesse tipo de trabalho, os exames realizados ainda poderiam ser decisivos para obter uma visão detalhada de como o câncer se espalha no organismo e de possíveis impactos em outros órgãos, o que também se mostra importante para o desenvolvimento de tratamentos mais efetivos.

Com isso, avaliar a atuação dos medicamentos aplicados se tornaria mais fácil, além de permitir avançar em estudos sobre outras doenças por meio de previsões computacionais. E considerando que os camundongos costumam ser utilizados em testes, a técnica adotada ainda pode contribuir com a redução dessa prática.

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