'Ameba devoradora de cérebros' é a culpada pela morte de criança de 2 anos nos EUA

27/07/2023 às 06:302 min de leitura

Uma tragédia recente em Nevada, nos EUA, trouxe à tona uma rara e mortal infecção causada por uma ameba conhecida como Naegleria fowleri. Um menino de apenas dois anos, chamado Woodrow Bundy, morreu após ser infectado por ela — comumente referida como "devoradora de cérebros" — após uma visita a uma fonte termal natural no estado.

O organismo é unicelular e vive livremente no ambiente, e não em associação com um hospedeiro. É encontrado em solo e na água doce quente, como lagos, rios, fontes termais e, às vezes, até mesmo em corpos aquáticos em parques aquáticos. Ele pode causar uma infecção cerebral rara, mas mortal, conhecida como naegleríase ou meningoencefalite amebiana primária (MAP).

O acontecimento é extremamente raro, mas quase sempre fatal. De acordo com o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), entre 1962 e 2021, foram relatadas 154 infecções nos Estados Unidos, com uma média de dois a três por ano. Apenas quatro pessoas sobreviveram.

A devoradora de cérebros

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

A Naegleria fowleri entra no corpo humano pelo nariz, geralmente durante atividades como natação ou mergulho. A partir daí, a ameba viaja até o cérebro através dos nervos na cavidade nasal, passando então a destruir o tecido cerebral, resultando em seu apelido nada carinhoso.

Os sintomas da MAP geralmente começam cerca de cinco dias após a exposição e podem incluir dores de cabeça, febre, náusea ou vômito. Em estágios mais avançados da doença, as vítimas podem apresentar rigidez no pescoço e confusão, além de mostrar falta de atenção às pessoas e ao ambiente ao redor. Elas também podem desenvolver convulsões ou alucinações, e até mesmo entrar em coma. Geralmente, o paciente morre cerca de cinco dias após o surgimento dos indícios da meningoencefalite amebiana primária.

A infecção e seus desafios

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

Crianças, como Bundy, estão no grupo de maior risco de infecção, em comparação com outros grupos demográficos. A razão para isso é incerta, mas o CDC sugere que pode ser porque jovens participam mais frequentemente de atividades aquáticas, como mergulho e brincadeiras no sedimento no fundo de lagos e rios.

O organismo não pode ser transmitido de uma pessoa para outra — ele entra no corpo apenas através da exposição à água contaminada. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças ressalta que "a única maneira segura de prevenir uma infecção é evitar atividades relacionadas à água doce quente, especialmente durante os meses de verão". As pessoas que optam por nadar podem reduzir o risco impedindo que a água suba pelo nariz. Isso pode envolver evitar mergulhos, usar prendedores de nariz ou não colocar a cabeça debaixo d'água.

Embora vários medicamentos sejam eficazes contra a Naegleria fowleri em laboratório, sua eficiência fora de um ambiente controlado é incerta, pois quase todas as infecções foram fatais, mesmo quando as pessoas receberam tratamento. A naegleríase é tratada com uma combinação de medicamentos que geralmente incluem anfotericina B, azitromicina, fluconazol, rifampicina, miltefosina e dexametasona.

A morte de Woodrow Bundy é um lembrete trágico da existência de ameaças biológicas raras, mas extremamente perigosas, em nosso ambiente natural. Embora a infecção pela ameba devoradora de cérebros seja extremamente incomum, a gravidade de suas consequências ressalta a importância da conscientização e da prevenção.

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