Ciência
12/05/2024 às 15:00•2 min de leituraAtualizado em 12/05/2024 às 15:00
Para quem não é muito chegado ao verão, aguentar as altas temperaturas e o calor pode ser um desafio e tanto. Porém, há quem diga que isso é um problema ainda maior para quem faz uso de antidepressivos.
Mas, quais evidências científicas existem sobre esse tema até o momento? Em termos literários, não são muitos dados disponíveis que indiquem uma correlação entre os temas, mas pesquisadores garantem que determinados dados podem fornecer uma explicação.
Antes de falarmos sobre sensibilidade ao calor, precisamos entender mais sobre o corpo humano. Para isso, é necessário conhecer a função do centro de regulação da temperatura corporal, ou termorregulação, que nada mais é do que uma pequena estrutura no meio do cérebro chamada hipotálamo.
Essa é a parte do nosso cérebro que alguns estudos sugerem sofrer os efeitos de uma classe de medicamentos antidepressivos conhecidos como antidepressivos tricíclicos (ADTs), que podem agir de tal forma que torna mais difícil regular o calor. Quando nosso corpo não está mais respondendo tão bem às altas temperaturas, sentimos superaquecimento e suamos excessivamente.
E o que isso tem a ver com os antidepressivos? Em geral, nosso corpo nos diz quando estamos com sede para regularmos a temperatura corporal. Porém, esses medicamentos podem diminuir a nossa sede e, consequentemente, reduzir a pressão arterial, é o que disse o pesquisador do departamento de psiquiatria da Universidade de Oxford, Dr. Wainwright, à BBC. A desidratação, por fim, costuma ser acompanhada de outros sintomas como dores de cabeça, tonturas e fadiga.
Embora a redução da sede seja um efeito colateral dos ADTs, eles não são mais antidepressivos prescritos com tanta frequência. Normalmente, psiquiatras recomendam uma nova classe de medicamentos conhecidos como serotonina seletiva ou inibidores seletivos da recaptação de serotonina, ou simplesmente ISRS.
Segundo Wainwright, no entanto, também existem evidências de que os ISRS também afetam a termorregulação. “O que sabemos é que diferentes tipos de antidepressivos influenciam diferentes mensageiros químicos chamados neurotransmissores”, disse o psiquiatra consultor do Nightingale Hospital, Dr. Chi-Chi Obuaya, ao portal Stylist.
De qualquer maneira, o conjunto de evidências que poderia explicar por quais razões as pessoas sentem maior sensibilidade ao calor enquanto usam antidepressivos segue sendo algo incompreendido, ou pelo menos até que novas investigações sejam realizadas. No caso de problemas com a termorregulação durante o uso de medicamentos, o ideal é que o paciente busque ajuda médica para saber como lidar com a sua situação e mantenha sempre uma boa hidratação.