Ciência
22/06/2024 às 15:00•2 min de leituraAtualizado em 22/06/2024 às 15:00
Sexo é um assunto que envolve a vida privada das pessoas, e ninguém pode julgar os desejos dos outros. Contudo, isso não significa que não existam alguns hábitos a serem observados, pensando na saúde sexual do indivíduo.
A masturbação é um desses temas muito discutidos pelos profissionais. Segundo eles, há questões que precisam ser consideradas, para além do conforto e do consentimento mútuo, como o tempo de duração indicado para cada sessão de prazer individual (ou coletivo) e a quantidade de vezes que ela ocorre.
O primeiro ponto a se considerar aqui é que a masturbação, diferente do que algumas pessoas ainda pensam, é uma parte natural e saudável do desenvolvimento sexual. "Do ponto de vista da saúde mental, começar com perguntas e exploração é muitas vezes mais saudável do que se inclinar para os medos de autodiagnosticar o vício sexual ou a disfunção sexual", informa a terapeuta Kayla Meyer, em entrevista ao portal The Healthy.
Esta é uma das práticas mais usadas para conhecer o próprio corpo e experimentar o prazer sexual. Mas, fora os quesitos que tangem o conforto psicológico, há também outros benefícios ao corpo. Pesquisas já sugeriram que a ejaculação frequente em homens pode diminuir o risco de câncer de próstata, devido à eliminação de substâncias causadoras da doença.
Já para as mulheres, pode aliviar cólicas menstruais e reduzir a falta de lubrificação em mulheres mais velhas. Ou seja, uma ampla faixa etária consegue gozar de seus benefícios. "Ao contrário da ideia de que a masturbação muito frequente pode levar à dessensibilização, há evidências de que a prática da masturbação pode realmente ajudar a encurtar a latência orgástica e melhorar a função orgástica", afirma a obstetra Jessica Shepherd, que também é especialista em menopausa, ao The Healthy.
Obviamente, cada pessoa tem seu ritmo. Por isso, não há como precisar uma duração indicada ou quando a masturbação começa a se tornar excessiva. No caso de dúvidas (sobre se, por exemplo, você está se masturbando mais do que deveria), a terapeuta Kayla Meyer sugere que cada um se faça essas perguntas: houve mudanças na vida que poderiam explicar um aumento na masturbação? Há uma discrepância entre seus desejos sexuais e a concretização deles? Você está satisfeito com seu parceiro?
Meyer explica que isso pode ajudar a identificar quando a prática para de ser saudável e começa a ser nociva. "Quando pensamos em disfunção ou vício, isso geralmente indica que somos incapazes de atender a uma necessidade social ou profissional antes de nossas necessidades sexuais. A menos que os pensamentos de uma pessoa sejam bombardeados com desejo sexual ou fantasia e ela não seja capaz de cumprir responsabilidades profissionais e pessoais, ela não é considerada viciada ou com tendências baseadas no vício em relação ao sexo", argumenta.
Alguns fatores, como medicamentos (como antidepressivos) e condições de saúde (como desequilíbrio hormonal, diabetes ou problemas cardiovasculares) podem também afetar a função sexual, prolongando o tempo que uma pessoa leva até atingir o clímax.
Por isso, a dica dada pelos especialistas é se atentar quanto à saúde em geral e aos hábitos, sempre observando se isso pode estar impactando na vida sexual. "É importante identificar o motivo da masturbação, seja para diminuir a tensão sexual ou a ansiedade. Essas razões podem ser devido a dificuldades com o orgasmo ou problemas com traumas negativos no passado", explica Jessica Shepherd.
Por fim, as profissionais apontam que o ponto-chave é atentar à autoconsciência e ao equilíbrio. "Se você não tem certeza se sua masturbação está afetando sua saúde mental, faça uma pausa (na masturbação). Esse é o melhor teste do impacto", conclui Meyer. Parar a masturbação por alguns dias para avaliar se há uma necessidade compulsiva é uma boa forma de avaliar se a quantidade está sendo saudável para você.