Imagem de MMS: a falsa promessa de cura do autismo no megacurioso

O MMS é uma solução de cloro imprópria para o consumo e corrosiva que tem sido anunciada como uma cura 'milagrosa' para o autismo

<head></head><body>Anunciada como "Solução Mineral Milagrosa", ou MMS no acrônimo em inglês, uma substância que andava sumida das redes sociais voltou a ser divulgada <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125165-5-curas-medicas-bizarras-muito-sugeridas-no-passado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">como uma cura "milagrosa"</a> para o autismo, câncer e outras condições. De acordo com a plataforma Canal Autismo, os vídeos têm circulado em comunidades de pais através do Instagram, reacendendo falsas esperanças.&nbsp;Na semana passada (12), o jornal O Estado de S. Paulo divulgou uma nota em sua seção "O Estadão Verifica" na qual afirma que é falsa a afirmação contida no vídeo que afirma que o MMS teria a capacidade de “curar autismo e qualquer tipo de câncer”. A substância é uma “solução de dióxido de cloro imprópria para consumo, classificado pela Anvisa como um produto corrosivo”, alerta a publicação.Em um vídeo no YouTube <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112182-mesmo-proibido-uso-do-mms-avanca-no-brasil-e-nos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">divulgado há quatro anos</a> (veja abaixo), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já alertava que o MMS é "uma solução de dióxido de cloro, não tem aprovação como medicamento em nenhum lugar do mundo; sua ingestão traz riscos imediatos e a longo prazo".<h2>O que é o MMS?</h2><iframe width="958" height="539" src="https://www.youtube.com/embed/P0M45v6Artg" title="Dióxido de cloro não é medicamento" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>De acordo com o site do dr. Draúzio Varella, embora seja vendido como medicamento, o produto está mais para uma água sanitária. Isso porque sua composição química — clorito de sódio 28% e ácido clorídrico 4% — resulta em dióxido de cloro (ClO2), usado como agente oxidante, desinfetante e alvejante em algumas aplicações, como descolorir a polpa da celulose para fazer papel, por exemplo.O produto foi criado pelo americano Jim Humble, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124558-6-pseudociencias-que-precisam-acabar-de-uma-vez-por-todas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ex-membro da Cientologia</a> e que se autoproclama como "um deus de um bilhão de anos da galáxia de Andrômeda". Hoje, ele é arcebispo da chamada Church of Bleach, algo como Igreja do Alvejante, ou da Água Sanitária.Desde 1990, o "religioso" alega ter curado diversos amigos garimpeiros que contraíram malária com o MMS. A partir daí, resolveu utilizar a solução para tratar também vários tipos de câncer, aids, hepatite, trombose e autismo, entre outras doenças.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/17/17152636812221.jpg" alt="Jim Humble, criador do MMS e da Igreja da Água Sanitária (Church of Bleach).">Jim Humble, criador do MMS e da Igreja da Água Sanitária (Church of Bleach).<h2>Autismo não tem cura</h2>Segundo a mais recente revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122822-autismo-como-entender-seu-amplo-espectro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento</a>, ou seja, uma condição permanente que não tem cura. Dessa forma, os autistas são atualmente reconhecidos juridicamente como "pessoas com deficiência" pela lei brasileira n.º 12.764, de 27 de dezembro de 2012.Para o Ministério da Saúde do Brasil, o TEA é “um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento do indivíduo, interferindo na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento”.Embora, ao longo da vida, as manifestações se intensifiquem ou se tornem mais leves,&nbsp;isso não significa que a pessoa esteja curada.&nbsp; Conforme especialistas, as variações de intensidade dependem dos estímulos que a pessoa recebe e de características individuais.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/17/17155642354249.jpg" alt="Autismo não é doença.">Autismo não é doença.</body>

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MMS: a falsa promessa de cura do autismo

Imagem de O que o papel higiênico fala sobre sua saúde intestinal? no megacurioso

Saiba quais são as principais causas de sangramento nas fezes e o que fazer quando perceber a presença de sangue no papel higiênico ou no vaso sanitário

&Agrave;s vezes, uma simples ida ao banheiro pode se tornar uma situa&ccedil;&atilde;o extremamente assustadora. Ao terminar o "servi&ccedil;o," pode haver a inesperada presen&ccedil;a de sangue no papel higi&ecirc;nico ou, pior ainda, no vaso sanit&aacute;rio.
Nessa hora, um verdadeiro filme de terror pode passar pela nossa cabe&ccedil;a, geralmente levando a ideias terr&iacute;veis como um potencial c&acirc;ncer e at&eacute; a morte. Mas vamos com calma: a causa de sangue nas <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124201-como-as-fezes-humanas-estao-sendo-usadas-para-construir-casas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fezes</a> nem sempre &eacute; algo grave.
<h2>Sangue no papel higi&ecirc;nico: o que pode ser?</h2>
S&atilde;o muitas as possibilidades que podem resultar na presen&ccedil;a de sangue no papel higi&ecirc;nico. At&eacute; mesmo o atrito do papel contra a pele do &acirc;nus&nbsp;pode causar pequenas feridas que, consequentemente, mancham o papel com o caracter&iacute;stico vermelho vivo. Esta situa&ccedil;&atilde;o &eacute; bastante frequente em pessoas que sofrem de hemorroidas ou fissura anal, ambos problemas que podem ser facilmente tratados.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/19/19133754172182.jpg" alt="Sangue no coc&ocirc; pode assustar, mas nem sempre a causa &eacute; grave" />Sangue no coc&ocirc; pode assustar, mas nem sempre a causa &eacute; grave
A coisa come&ccedil;a a complicar um pouco quando h&aacute; presen&ccedil;a de sangue no vaso sanit&aacute;rio ou nas pr&oacute;prias fezes.&nbsp;Caso perceba que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/nojento/39241-saiba-o-que-significa-as-cores-e-os-formatos-de-seu-coco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">colora&ccedil;&atilde;o das fezes</a> est&aacute; diferente do habitual marrom, &eacute; hora de ligar o alerta.&nbsp;Coc&ocirc; muito escuro pode ser sinal de sangramento gastrointestinal superior, isto &eacute;, pode haver algum tipo de ferimento ou altera&ccedil;&atilde;o no come&ccedil;o do intestino, no est&ocirc;mago, es&ocirc;fago e at&eacute; na garganta.
Caso as fezes estejam apresentando um tom de vermelho mais vivo, pode se tratar de sangramento gastrointestinal inferior, podendo ocorrer no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109491-7-coisas-interessantes-sobre-o-funcionamento-do-seu-intestino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">intestino delgado, intestino grosso</a>, reto ou &acirc;nus. Existe ainda a possibilidade de a colora&ccedil;&atilde;o ser resultado do consumo de beterrabas, ent&atilde;o &eacute; bom tamb&eacute;m levar isto em considera&ccedil;&atilde;o.
<h3>Como evitar sangramento nas fezes?</h3>
A melhor forma de prevenir o sangramento nas fezes &eacute; <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-e-beleza/102577-de-onde-surgiu-o-papo-de-que-devemos-tomar-8-copos-de-agua-por-dia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ingerir bastante &aacute;gua</a> ao logo do dia e consumir alimentos ricos em fibras. Sem isto, o coc&ocirc; tende a ficar desidratado e duro, podendo causar les&otilde;es na parede do intestino, no reto e no &acirc;nus.
A <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122119-qual-e-a-diferenca-entre-atividade-fisica-e-exercicio-fisico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pr&aacute;tica de exerc&iacute;cios</a> e boas noites de sono tamb&eacute;m contribuem para o&nbsp;bom funcionamento do trato digestivo. Al&eacute;m disso, evite fazer muita for&ccedil;a na hora de evacuar. Caso bata a vontade de ir ao banheiro mas nada saia nos primeiros instantes, evite ficar sentado por muito tempo no vaso sanit&aacute;rio. Levante-se e retorne outra hora, quando a vontade bater novamente.
<h3>Sangue nas fezes: quando devo procurar um m&eacute;dico?</h3>
Como explica a dra. Maria Helena Varella Bruna, certos grupos de pessoas devem ficar ainda mais atentos a sangramentos nas fezes. Aqueles acima dos 50 anos de idade e/ou com hist&oacute;rico familiar de c&acirc;ncer do c&oacute;lon e do reto devem buscar diagn&oacute;stico especialmente quando h&aacute; sangue vivo nas fezes.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/19/19134303143183.jpg" alt="Pessoas com mais de 50 anos de idade ou com hist&oacute;rico de c&acirc;ncer na fam&iacute;lia devem procurar um m&eacute;dico se perceberem sangue nas fezes" />Pessoas com mais de 50 anos de idade ou com hist&oacute;rico de c&acirc;ncer na fam&iacute;lia devem procurar um m&eacute;dico se perceberem sangue nas fezes
Embora hemorroidas sejam uma das causas mais frequentes de sangramento nas fezes, existem outras poss&iacute;veis causas que precisam ser investigadas e afastadas. Sentir dores, ardor ou outros sintomas acompanhados de sangue nas fezes pode ser sinal de problemas s&eacute;rios no trato gastrointestinal.
Ainda segundo Varella Bruna, deve-se procurar um m&eacute;dico "imediatamente na ocorr&ecirc;ncia de qualquer sangramento anal repentino ou persistente acompanhado de ardor, ou de outros sintomas."

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O que o papel higiênico fala sobre sua saúde intestinal?

Imagem de Mifepristona: a polêmica sobre a 'pílula do aborto' nos EUA no megacurioso

Por que um grupo antiaborto de profissionais da saúde entrou com uma ação para proibir o medicamento usado há 20 anos no país?

<head></head><body>Pelo menos nos Estados Unidos, foi a partir da segunda metade do século XX que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121905-o-que-a-biblia-fala-sobre-aborto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aborto</a> se tornou uma questão a ser debatida. Isso começou em 22 de janeiro de 1973, quando a Suprema Corte decidiu no caso Roe vs. Wade que o acesso à prática era protegido pelo Estado.Essa decisão teve um impacto ambivalente, pois ao alimentar o movimento antiaborto, também o congelou. Antes de Roe, ativistas antiaborto operavam apenas ao nível estadual, sendo que politicamente era uma questão bastante bipartidária. Muito diferente de agora, os evangélicos brancos não se mobilizaram contra a decisão porque não consideravam uma questão religiosa e estavam mais preocupados em defender a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119020-ruby-bridges-a-garotinha-que-enfrentou-a-segregacao-racial-dos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">segregação racial</a> em instituições evangélicas, como a Universidade Bob Jones.&nbsp;Randall Balmer, professor de religião da Universidade Dartmouth, chama de "mito do aborto" a ficção de que a gênese do movimento antiaborto começou na direita religiosa.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18205725187018.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A direita evangélica absorveu o movimento antiaborto ao ser inflamada pelo ativista conservador Paul Weyrich, em resposta às tentativas da Receita Federal em rescindir o status de isenção fiscal dos centros de segregação e de suas políticas racializadas. Uma vez que o racismo não seria o suficiente para energizar a base de eleitores evangélicos, o roteiro foi invertido e passaram acusar a intromissão do governo em seus assuntos como ataque à liberdade religiosa. Tudo ocorreu às vésperas da eleição presidencial de 1980 de Jimmy Carter.Atualmente, a Suprema Corte interviu em um caso que tentava proibir o uso protegido por lei da Mifepristona, considerada a pílula do aborto.<h2>Um enredo de mentiras</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18210259428019.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Desenvolvido por pesquisadores franceses na década de 1980, o remédio mifepristona tornou-se disponível nos EUA apenas em meados dos anos 2000, sendo elencado na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde. Demorou até 2017 para que o remédio fosse aprovado no Canadá.A combinação da mifepristona com outro medicamento chamado misoprostol interrompe uma gravidez com até 10 semanas de gestação (70 dias ou menos desde o primeiro dia do último período menstrual) ao bloquear a produção de progesterona no organismo da mulher, um hormônio essencial para continuar a gravidez.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18210333253020.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A polêmica ao redor de seu uso começou em abril desse ano, quando um juiz federal texano, Matthew Kacsmaryk, suspendeu a aprovação do medicamento pela Food And Drug Administration (FDA) depois que um grupo antiaborto de profissionais da saúde processou a agência alegando que o medicamento não era seguro. Essa foi a primeira vez na história dos EUA que um tribunal desconsiderou a determinação da FDA sobre a aprovação de uma droga, apesar de outras organizações de saúde, como a Associação Médica Americana, alegarem que o medicamento é seguro e eficaz para a mulher.Contudo, o tribunal determinou que a FDA apressou a aprovação da mifepristona, não considerando adequadamente seus efeitos colaterais.&nbsp;O problema ganhou repercussão internacional quando a Suprema Corte entrou em ação depois que o governo de Washington apelou para o Tribunal de Apelações do 5º Circuito, com sede em Nova Orleans. Lá, o juiz concordou em manter o medicamento no mercado sob a restrição de que só poderia ser usado nos primeiros sete dias do diagnóstico da gravidez.<h2>A decisão</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18210414193021.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)O Departamento de Justiça dos Estados Unidos e a Danco Laboratories, fabricante do remédio, recorreram à Suprema Corte para que intervisse e revogue essas restrições enquanto o recurso está sendo considerado pelo tribunal inferior. Foi argumentado que mudar as regras da FDA implicaria em um caos significativo para pacientes, prescritores e o sistema de prestação de cuidados de saúde.Apesar do conservadorismo em seu sistema, a Suprema Corte emitiu a decisão permitindo que o medicamento permaneça no mercado sem nenhuma restrição imposta pelos tribunais de primeira instância ao longo do país.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18210521346022.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)É importante ressaltar que por mais de 20 anos de uso, todas as organizações médicas tradicionais confirmaram que ambos os remédios são seguros. Os estudos indicam que o regime de medicação em duas etapas é cerca de 95% eficaz para interromper a gravidez e requer acompanhamento médico adicional em menos de 1% dos casos.&nbsp;A FDA divulgou anos de relatórios que indicam que há cinco mortes por milhão de usuários do remédio. Em 2001, o Journal of the American Medical Association descobriu que mais pessoas morriam devido a uma reação alérgica à penicilina do que ao remédio.A criminalização pública da mifepristona faz parte de uma campanha dos ativistas antiaborto, que chamam o remédio de "aborto químico".</body>

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Mifepristona: a polêmica sobre a 'pílula do aborto' nos EUA

Imagem de Primeiros casos de 'supermicose' são diagnosticados nos Estados Unidos no megacurioso

Segundo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, há possibilidade de transmissão local do fungo

Nos &uacute;ltimos dez anos, casos de micose que n&atilde;o eram sanados com tratamentos convencionais j&aacute; tinham sido reportados em pa&iacute;ses da &Aacute;sia, Europa, e tamb&eacute;m no Canad&aacute;. Em meio &agrave; r&aacute;pida dissemina&ccedil;&atilde;o do fungo Trichophyton indotineae,&nbsp;apontado como o agente causador da epidemia, aumentava o risco que novos casos fossem diagnosticados em outras localidades.
Segundo o relat&oacute;rio divulgado pelo Centro de Controle e Preven&ccedil;&atilde;o de Doen&ccedil;as (CDC) na &uacute;ltima semana, dois casos de micose resistente a medicamentos foram reportados nos Estados Unidos em fevereiro deste ano. Na cidade de Nova York est&atilde;o as duas pacientes diagnosticadas, que n&atilde;o possuem qualquer v&iacute;nculo familiar entre si.
Sobre esse tema, vale lembrar que a micose &eacute; uma infec&ccedil;&atilde;o altamente contagiosa provocada por <a href="https://www.megacurioso.com.br/fungos/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fungos</a>, e pode se manifestar por meio de diferentes sintomas. Dentre eles, h&aacute; a ocorr&ecirc;ncia de erup&ccedil;&otilde;es e irrita&ccedil;&otilde;es na pele. Elas podem provocar bastante desconforto e surgir em &aacute;reas como pesco&ccedil;o, virilha, pernas e p&eacute;.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/19/19004513996024.jpg" alt="Dois casos de 'supermicose' reportados nos Estados Unidos ocorreram em Nova York. (Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Dois casos de 'supermicose' reportados nos Estados Unidos ocorreram em Nova York. (Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Hist&oacute;rico das pacientes em Nova York</h2>
Ainda segundo o &oacute;rg&atilde;o, a primeira paciente atendida em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124014-432-park-avenue-o-edificio-mais-caro-e-problematico-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nova York</a>, que se encontrava no terceiro trimestre da gravidez em dezembro de 2021, n&atilde;o tinha hist&oacute;rico de viagens internacionais recentes.
Ap&oacute;s o nascimento do beb&ecirc;, o tratamento com terbinafina n&atilde;o surtiu efeito. Foi indicado, ent&atilde;o, o uso de itraconazol, que resultou no desaparecimento das placas ap&oacute;s quatro semanas. Este caso, no entanto, indica a possibilidade de transmiss&atilde;o local do fungo.
A outra paciente atendida, por sua vez, desenvolveu a micose ap&oacute;s realizar uma viagem a Bangladesh, no ver&atilde;o de 2022, e n&atilde;o conseguiu obter um tratamento bem-sucedido por meio da aplica&ccedil;&atilde;o de medicamentos de primeira linha, comumente aplicados em casos de micose. Al&eacute;m dela apresentar sintomas mais severos, erup&ccedil;&otilde;es cut&acirc;neas foram percebidas em outros membros da fam&iacute;lia.
Foi apenas em dezembro, ap&oacute;s quatro semanas com a aplica&ccedil;&atilde;o de um novo medicamento, que ocorreu a redu&ccedil;&atilde;o de 80% das erup&ccedil;&otilde;es na pele. Considerando a possibilidade de regress&atilde;o dos sintomas ap&oacute;s o tratamento, as duas pacientes ainda seguem sendo acompanhadas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/19/19140858103190.jpg" alt="Sistema imunol&oacute;gico enfraquecido pode dificultar o tratamento da micose. (Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Sistema imunol&oacute;gico enfraquecido pode dificultar o tratamento da micose. (Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Dificuldade de tratamento e preven&ccedil;&atilde;o</h2>
Geralmente, os sintomas da micose levam cerca de 4 a 14 dias para desaparecer. Contudo, neste caso de 'supermicose', especialistas acreditam que essa incid&ecirc;ncia seja resultante do uso indevido e excessivo de medicamentos, explicando essa maior resist&ecirc;ncia do fungo e a maior dificuldade de combat&ecirc;-lo.
Com a chegada do ver&atilde;o a partir do final de junho no hemisf&eacute;rio norte, ambientes &uacute;midos e mais quentes poder&atilde;o favorecer a sobreviv&ecirc;ncia desses pat&oacute;genos. Para reduzir o risco de desenvolver a doen&ccedil;a, alguns cuidados podem fazer a diferen&ccedil;a.
Al&eacute;m de manter a pele limpa e seca, &eacute; importante n&atilde;o compartilhar itens de vestu&aacute;rio ou objetos de uso pessoal, como pentes, principalmente com pessoas que tenham apresentado sintomas de micose. Utilizar cal&ccedil;ados que oferecem uma melhor ventila&ccedil;&atilde;o e n&atilde;o andar descal&ccedil;o tamb&eacute;m &eacute; recomend&aacute;vel.
Para quem tem <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/36607-7-fatos-sobre-cachorros-que-voce-provavelmente-ainda-nao-conhecia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pet</a> em casa e n&atilde;o abre m&atilde;o de brincar e fazer carinho, o ideal &eacute; lavar as m&atilde;os logo ap&oacute;s o contato com o animal, uma vez que eles tamb&eacute;m podem ser afetados pela condi&ccedil;&atilde;o. Nesse cen&aacute;rio, &eacute; recomendado buscar aux&iacute;lio de um veterin&aacute;rio para obter a melhor forma de tratamento.

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Primeiros casos de 'supermicose' são diagnosticados nos Estados Unidos

Imagem de Por que alguns peidos são mais barulhentos que outros? no megacurioso

Acredite, o volume de gases pode interferir no barulho feito por um pum antes de sumir no ar

<head></head><body>Não importa a classe social, idade ou gênero: as flatulências (os famosos <a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/35764-o-que-voce-sabe-sobre-o-pum-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">puns</a>) fazem parte da nossa vida. Aparecendo em momentos diferentes e formas variadas, podem ir de simples "bombas silenciosas" a verdadeiras explosões sonoras.Nessa hora, muitos podem se perguntar sobre a diferença de barulho ocasionado por esses eventos, e a resposta para isso está na quantidade de gases que seu corpo precisar mandar para os ares (literalmente) em cada flatulência.Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/69525-5-curiosidades-sobre-o-pum-que-voce-talvez-desconheca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 curiosidades sobre o pum que você talvez desconheça</a><h2>Cada caso é um caso</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18000423913007.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Antes de explicar sobre os barulhos feitos pelos peidos, é preciso dizer que eles são gerados por motivações variadas, como a quantidade de ar que você ingere enquanto está comendo ou respirando, e como a digestão é feita. Até mesmo as bactérias que estão no intestino podem interferir nesse resultado.Dessa forma, o barulho feito por um pum é determinado pela quantidade de gás armazenada dentro do seu corpo e a velocidade com que ele precisa sair. Outro elemento que pode contribuir nessa equação é a força da contração do ânus.Quando o corpo faz a força para que o ar saia, ele exerce uma pressão sobre as válvulas que controlam o ânus – e em grandes quantidades elas podem gerar uma pressão maior e fazer com que os gases saiam com mais velocidade. Assim, caso elas estejam contraídas, o barulho acaba sendo maior do que quando uma dessas válvulas está relaxada.Ou seja, há mais chances de gerar um peido barulhento ao prendê-lo do que simplesmente deixar que a natureza siga o seu curso lógico.<h2>E o que causa o cheiro?</h2>Já para aqueles que têm dúvida sobre o que acaba interferindo no <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/100875-por-que-alguns-peidos-sao-mais-fedidos-do-que-outros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cheiro dos puns</a>, a resposta é que isso está diretamente relacionado com o que você comeu durante o dia.De maneira geral, os carboidratos acabam sendo os principais vilões nessa história. O odor produzido em cada pum vai depender do tipo de carboidrato fermentado pelo corpo (como lactose, frutose e alguns outros).Entretanto, eles não são os únicos causadores do mal-cheiro, já que gorduras e proteínas (como o ovo, por exemplo) também produzem gases ao serem fermentados.</body>

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Por que alguns peidos são mais barulhentos que outros?

Imagem de O ciclo menstrual pode afetar o sono e os sonhos das mulheres? no megacurioso

Pesquisas indicam que os hormônios reprodutivos podem interferir na qualidade do sono em diferentes estágios do ciclo menstrual

Em termos gerais, o horm&ocirc;nio da melatonina, que promove o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/105856-6-coisas-sobre-sono-nas-quais-voce-acredita-mas-que-nao-fazem-sentido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sono</a>, desempenha um papel fundamental no momento em que nos deitamos para descansar. O que muitas pessoas n&atilde;o sabem, no entanto, &eacute; que diversos outros horm&ocirc;nios tamb&eacute;m podem afetar nosso per&iacute;odo de descanso.&nbsp;
Alguns exemplos podem at&eacute; mesmo incluir horm&ocirc;nios reprodutivos como o estrog&ecirc;nio e a progesterona. Segundo um estudo divulgado pela Live Science, essa rela&ccedil;&atilde;o hormonal com o per&iacute;odo de descanso faz com que muitas mulheres notem diferen&ccedil;as na qualidade do sono e na maneira como sonham em diferentes est&aacute;gios do ciclo menstrual. Veja s&oacute; como isso tudo acontece nos pr&oacute;ximos par&aacute;grafos!
<h2>Est&aacute;gios do sono</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/12/12023311444003.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: Getty Images)
Para falarmos sobre todo esse processo, primeiramente precisamos entender como o sono funciona. Em suma, o sono &eacute; dividido em dois est&aacute;gios: o sono sem movimento r&aacute;pido dos olhos (NREM) e o movimento r&aacute;pido dos olhos (REM). As pessoas sonham durante o sono REM, que normalmente come&ccedil;a cerca de 90 minutos ap&oacute;s o indiv&iacute;duo ter adormecido.&nbsp;
O sono NREM, por sua vez, &eacute; dividido em mais quatro est&aacute;gios: sono leve facilmente perturbado, sono intermedi&aacute;rio mais profundo e dois est&aacute;dios de sono profundo &mdash; os quais ocorrem um pouco antes do sono REM. O sono profundo &eacute; o mais restaurador e onde o corpo e o c&eacute;rebro ganham tempo para se reparar.&nbsp;
A partir desse momento, os horm&ocirc;nios entram em a&ccedil;&atilde;o. O estrog&ecirc;nio e a progesterona podem afetar quanto tempo as pessoas passam no sono REM e NREM ou at&eacute; mesmo se acordam com frequ&ecirc;ncia durante seu per&iacute;odo de descanso. Como os n&iacute;veis desses horm&ocirc;nios mudam durante o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123435-ciclo-menstrual-varia-entre-etnias-indica-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ciclo menstrual</a> feminino, isso significa que as mulheres tamb&eacute;m ver&atilde;o a qualidade do sono variar ao longo do m&ecirc;s.
<h2>Influ&ecirc;ncia do ciclo menstrual</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/12/12023238971001.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: Getty Images)
Assim como o sono, o ciclo menstrual tamb&eacute;m possui quatro est&aacute;gios: menstrua&ccedil;&atilde;o, fase folicular, ovula&ccedil;&atilde;o e fase l&uacute;tea. O ciclo menstrual de uma mulher "come&ccedil;a" no 1&ordm; dia da menstrua&ccedil;&atilde;o. Antes da ovula&ccedil;&atilde;o, que ocorre aproximadamente por volta do dia 14, os n&iacute;veis de estrog&ecirc;nio aumentam &mdash; o que costuma proporcionar uma melhor qualidade de sono nesta fase.
Ap&oacute;s a ovula&ccedil;&atilde;o, os n&iacute;veis de progesterona come&ccedil;am a subir e eventualmente ultrapassam o estrog&ecirc;nio. Caso a pessoa n&atilde;o fique gr&aacute;vida, ambos os horm&ocirc;nios ir&atilde;o cair antes da menstrua&ccedil;&atilde;o. A fase l&uacute;tea, como &eacute; conhecida, &eacute; a parte do ciclo onde ocorrem as maiores mudan&ccedil;as na estrutura do sono.
A mudan&ccedil;a nos n&iacute;veis hormonais nesse per&iacute;odo podem causar dist&uacute;rbios do sono antes da menstrua&ccedil;&atilde;o. Um dos motivos desses dist&uacute;rbios seria porque o aumento da progesterona na fase l&uacute;tea est&aacute; ligado ao aumento da temperatura corporal e da sudorese. Nessa fase, tamb&eacute;m &eacute; mais comum que as pessoas se lembrem de seus <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/41931-15-fatos-que-voce-provavelmente-nao-sabe-sobre-os-sonhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sonhos</a>.
Se uma pessoa apresenta fragmenta&ccedil;&atilde;o do sono REM, ou acorda logo ap&oacute;s esse est&aacute;gio, &eacute; muito mais prov&aacute;vel que ela se lembre do que estava passando na sua cabe&ccedil;a. Estudos feitos em 2019 tamb&eacute;m sugerem que os horm&ocirc;nios tamb&eacute;m podem afetar os tipos de sonhos que uma pessoa tem, por&eacute;m, a falta de dados concretos em grupos maiores ainda coloca essa informa&ccedil;&atilde;o em risco.

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O ciclo menstrual pode afetar o sono e os sonhos das mulheres?

Imagem de Fogo de Santo Antônio: a doença que devastou a humanidade no megacurioso

A Igreja achou que as pessoas deveriam sofrer porque a doença era um resultado do pecado

Al&eacute;m de guerras, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118178-quais-sao-as-diferencas-entre-pandemia-epidemia-e-surto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epidemias mortais</a> foram respons&aacute;veis por dizimar a humanidade ao longo de sua hist&oacute;ria que antecede a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118861-6-grandes-avancos-da-medicina-que-aconteceram-ja-no-seculo-xxi.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicina moderna</a> &ndash; ou melhor, qualquer tipo de medicina. Desde 541 d.C., indo do Imp&eacute;rio Bizantino at&eacute; a Gr&atilde;-Bretanha do s&eacute;culo XIX, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122440-a-peste-bubonica-criou-a-maior-disputa-cientifica-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Peste Bub&ocirc;nica</a> est&aacute; no hall&nbsp;das que mais destruiu ao longo de seu curso, adquirindo v&aacute;rias alcunhas, como Praga de Justiniano e Peste Negra.
A capital Constantinopla, atual Istambul, perdeu 25% de sua popula&ccedil;&atilde;o para a doen&ccedil;a que apodrecia os &oacute;rg&atilde;os de suas v&iacute;timas em pouco mais de 48 horas. Entre 1347 e 1351, mais de 25 milh&otilde;es de pessoas pereceram na Europa, que s&oacute; teve tr&eacute;gua ap&oacute;s a &uacute;ltima onda, quando 10% de sua popula&ccedil;&atilde;o foi varrida da face da Terra.
Mas a falta da ci&ecirc;ncia tamb&eacute;m resultou em casos como a doen&ccedil;a do Fogo de Santo Ant&ocirc;nio, que j&aacute; devastou a humanidade.
<h2>A queima&ccedil;&atilde;o infernal</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04135532388246.jpg" alt="(Fonte: The Yorck Project/Wikimedia Commons)" />(Fonte: The Yorck Project/Wikimedia Commons)
Tamb&eacute;m conhecida como Fogo de Santo Ant&ocirc;nio (SAF), ou, mais na modernidade, como ergotismo. A doen&ccedil;a &eacute; causada pela ingest&atilde;o de gr&atilde;os de cereais, como centeio, infectados pelo fungo roxo Claviceps purp&uacute;rea, respons&aacute;vel por uma sensa&ccedil;&atilde;o de queima&ccedil;&atilde;o nos membros que pode levar &agrave; gangrena, convuls&otilde;es e morte.
A condi&ccedil;&atilde;o acontece quando o fungo libera subst&acirc;ncias alcaloides nos gr&atilde;os que contamina, estimulando os receptores dos horm&ocirc;nios serotonina, dopamina e epinefrina que, quando consumidos, fazem com que os vasos sangu&iacute;neos se contraiam. Isso reduz o fluxo sangu&iacute;neo para os &oacute;rg&atilde;os e membros, causando a morte dos tecidos.
Na modernidade, isso n&atilde;o significa &oacute;bito, mas em um tempo em que n&atilde;o havia nenhum tipo de tratamento, nem mesmo <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124391-a-historia-perturbadora-das-amputacoes-ao-longo-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">amputa&ccedil;&otilde;es</a> minimamente adequadas, a infec&ccedil;&atilde;o pelo tecido morto preso ao vivo era um atestado de morte certa.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04135705174247.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
As primeiras refer&ecirc;ncias hist&oacute;ricas &agrave; doen&ccedil;a datam de 857 d.C., mas demorou at&eacute; o s&eacute;culo XVII para que sua causa fosse formalmente identificada. No final do s&eacute;culo XIX, as pr&aacute;ticas agr&iacute;colas &ndash; implementadas para prevenir a infec&ccedil;&atilde;o f&uacute;ngica e remover os gr&atilde;os infectados &ndash; eliminaram quase totalmente a doen&ccedil;a em humanos, mas a humanidade pereceu antes disso.&nbsp;
Santo Ant&ocirc;nio era o protetor dos enfermos, por isso os monges beneditinos que se dedicaram ao tratamento das v&iacute;timas atribu&iacute;ram seu nome &agrave; doen&ccedil;a, bem como a palavra "fogo" em refer&ecirc;ncia &agrave; sensa&ccedil;&atilde;o de queima&ccedil;&atilde;o que as pessoas sentiam nas extremidades do corpo.
<h2>O "desejo de Deus"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04135806019250.jpg" alt="(Fonte: The Yorck Project/Wikimedia Commons)" />(Fonte: The Yorck Project/Wikimedia Commons)
Infelizmente, a falta de registros hist&oacute;ricos impede a ci&ecirc;ncia m&eacute;dica em determinar o n&uacute;mero de pessoas que podem ter morrido de SAF ao longo dos s&eacute;culos. H&aacute; apenas um surto na regi&atilde;o de Aquit&acirc;nia, que causou a morte de 20 a 40 mil pessoas por todo o pa&iacute;s ao longo de 40 anos.
Na Idade M&eacute;dia, a vida miser&aacute;vel e os sintomas da SAF foram considerados um "resultado do pecado", como a Igreja Cat&oacute;lica definiu. O colapso das institui&ccedil;&otilde;es do Imp&eacute;rio Romano no Ocidente permitiu que a entidade eclesi&aacute;stica dominasse todos os aspectos da sociedade, inclusive a pr&aacute;tica da medicina.
Com isso, surgiram uma combina&ccedil;&atilde;o de atitudes e abordagens equivocadas para tentar apaziguar o sofrimento, visto que a dor era considerada "necess&aacute;ria" para os "pecadores".

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Fogo de Santo Antônio: a doença que devastou a humanidade

Imagem de HIV: 40 anos da identificação do vírus causador da AIDS no megacurioso

Descubra mais detalhes sobre a origem, formas de transmissão e tratamentos para esta doença que tomou tantas vidas no mundo todo

A <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123746-possivel-vacina-contra-o-hiv-funciona-em-97-voluntarios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">AIDS</a> (S&iacute;ndrome da Imunodefici&ecirc;ncia Adquirida) &eacute; uma doen&ccedil;a que j&aacute; fez milh&otilde;es de v&iacute;timas em todo o mundo. Identificada pela primeira vez na d&eacute;cada de 1980, ela foi inicialmente vista como um mist&eacute;rio assustador, causando p&acirc;nico e discrimina&ccedil;&atilde;o em todo o mundo, e rapidamente se tornou uma das doen&ccedil;as mais temidas do planeta.
Por&eacute;m, o que muitos podem n&atilde;o saber &eacute; que sua origem &eacute; muito mais antiga, surgindo no in&iacute;cio do s&eacute;culo XX, para ser identificada apenas d&eacute;cadas depois, quando os primeiros casos passaram a surgir nos Estados Unidos.
Neste artigo, que marca os 40 anos da identifica&ccedil;&atilde;o do v&iacute;rus causador da AIDS &mdash; o HIV &mdash;, vamos explorar a hist&oacute;ria dessa s&iacute;ndrome, sua origem e as principais formas de transmiss&atilde;o, al&eacute;m de apresentar a evolu&ccedil;&atilde;o de tratamentos que permitiram diminuir o impacto que ela causa na vida de seus portadores.
<h2>Origens da AIDS</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/19/a-19114944554114.png" alt="a" />
A S&iacute;ndrome da Imunodefici&ecirc;ncia Adquirida &eacute; uma condi&ccedil;&atilde;o causada pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121684-virus-entenda-o-que-sao-o-porque-precisamos-deles.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">v&iacute;rus</a> HIV, que pode ser transmitido por contato sexual, compartilhamento de agulhas ou transfus&atilde;o de sangue contaminado. Dentro do organismo, ele passa a atacar o sistema imunol&oacute;gico humano e facilita o surgimento de infec&ccedil;&otilde;es oportunistas e c&acirc;nceres.&nbsp;
A doen&ccedil;a foi reconhecida pela primeira vez em 1981, nos Estados Unidos, mas sua origem remonta ao in&iacute;cio do s&eacute;culo XX, na &Aacute;frica Central. A teoria mais aceita atualmente &eacute; que ela surgiu a partir de um v&iacute;rus chamado SIV, que infecta s&iacute;mios, e teria passado para os humanos por meio do contato com sangue ou carne desses animais, que eram ca&ccedil;ados ou domesticados por alguns povos africanos.
Existem dois tipos principais de HIV: o HIV-1 e o HIV-2. O primeiro &eacute; mais virulento e se originou dos chimpanz&eacute;s, j&aacute; o segundo &eacute; menos agressivo, e teria vindo dos macacos-verdes. Ambos se espalharam pela regi&atilde;o ao longo das d&eacute;cadas, mas s&oacute; ganharam notoriedade mundial nas d&eacute;cadas de 1960 e 1970, quando foram levados para outros continentes por mercen&aacute;rios, trabalhadores e turistas.
O primeiro caso comprovado de morte ocorreu em 1959, em Kinshasa, na Rep&uacute;blica Democr&aacute;tica do Congo. A cidade &eacute; considerada o epicentro da epidemia, pois ali houve uma combina&ccedil;&atilde;o de fatores que favoreceram a dissemina&ccedil;&atilde;o do v&iacute;rus, como urbaniza&ccedil;&atilde;o, mobilidade, prostitui&ccedil;&atilde;o e uso de seringas contaminadas.
<h2>Descoberta do v&iacute;rus</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Getty Images&nbsp;" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornal%C3%ADstica/le-professeur-luc-montagnier-%C3%A0-linstitut-pasteur-en-foto-jornal%C3%ADstica/803849890?utm_medium=organic&amp;utm_source=google&amp;utm_campaign=iptcurl"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/08/08130209077140.jpg" alt="Luc Montagnier. (Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Luc Montagnier. (Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os esfor&ccedil;os iniciais para entender e combater a doen&ccedil;a foram marcados por desafios e controv&eacute;rsias. Um dos maiores avan&ccedil;os na hist&oacute;ria da medicina foi a descoberta do v&iacute;rus respons&aacute;vel pela AIDS em 1983, que permitiu que os cientistas entendessem melhor a origem, a transmiss&atilde;o e o tratamento para algo que j&aacute; havia matado milhares de pessoas no planeta.
Esse feito foi resultado do trabalho de dois grupos de pesquisa independentes, liderados por Luc Montagnier, do Instituto Pasteur, na Fran&ccedil;a; e Robert Gallo, do Instituto Nacional de Sa&uacute;de dos EUA. Por&eacute;m, por usarem m&eacute;todos diferentes para isolar e identificar o v&iacute;rus, acabaram entrando em uma disputa por patente e nomenclatura que s&oacute; foi resolvida em 1987, quando decidiram dividir os cr&eacute;ditos e lucros.
Montagnier e sua equipe foram os primeiros a publicar um artigo sobre o pat&oacute;geno em maio de 1983, no qual o chamaram de LAV (Lymphadenopathy Associated Virus &mdash; "V&iacute;rus Associado &agrave; Linfadenopatia"). Eles o isolaram em um paciente franc&ecirc;s com sintomas da s&iacute;ndrome e mostraram que ele infectava e matava c&eacute;lulas do sistema imunol&oacute;gico humano.&nbsp;
Gallo e seu time publicaram quatro artigos, em agosto de 1984, referindo-se ao agente causador da AIDS como HTLV-III (Linfotr&oacute;pico da c&eacute;lula-T humana 3). Eles obtiveram o agente de v&aacute;rios indiv&iacute;duos americanos com a doen&ccedil;a e demonstraram que ele era capaz de provocar a enfermidade em c&eacute;lulas cultivadas em laborat&oacute;rio. Al&eacute;m disso, os pesquisadores dos EUA tamb&eacute;m desenvolveram um teste sangu&iacute;neo para detectar a presen&ccedil;a do agente &mdash; contudo, ele tinha limita&ccedil;&otilde;es de sensibilidade e especificidade.
Em 1986, a Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial da Sa&uacute;de (OMS) e o Comit&ecirc; Internacional de Taxonomia de V&iacute;rus renomearam o v&iacute;rus como HIV (V&iacute;rus da Imunodefici&ecirc;ncia Humana), que &eacute; o nome pelo qual &eacute; conhecido at&eacute; hoje.
Essa descoberta no in&iacute;cio dos anos 1980 foi fundamental para o avan&ccedil;o da pesquisa. Ela permitiu que os cientistas rastreassem sua origem em primatas africanos e estimassem quando ele surgiu pela primeira vez em humanos. Al&eacute;m disso, possibilitou o desenvolvimento de novas formas de prevenir e tratar a infec&ccedil;&atilde;o, como drogas antirretrovirais e terapias gen&eacute;ticas.
<h2>Impacto na &eacute;poca</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/09/09124257865146.jpg" alt="Ativistas do Act Up realizaram v&aacute;rios protestos em Wall Street na d&eacute;cada de 80 (Fonte: Timothy Clary/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Ativistas do Act Up realizaram v&aacute;rios protestos em Wall Street na d&eacute;cada de 80 (Fonte: Timothy Clary/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A identifica&ccedil;&atilde;o do <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123247-contraceptivo-masculino-mostra-se-promissor-no-combate-ao-hiv.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">HIV</a> foi um marco para a medicina e a ci&ecirc;ncia, abrindo novas frentes de pesquisa para entender a complexidade e a diversidade do v&iacute;rus, e gerando uma colabora&ccedil;&atilde;o internacional e o financiamento p&uacute;blico que foram fundamentais para o avan&ccedil;o da luta contra a s&iacute;ndrome.
No campo social, ela auxiliou a lidar com a desinforma&ccedil;&atilde;o e o preconceito gerados em torno da doen&ccedil;a, mas n&atilde;o foi capaz de erradic&aacute;-los por completo. Muitos ainda viam a AIDS como a "peste gay", ou uma esp&eacute;cie de puni&ccedil;&atilde;o divina contra homossexuais, e alguns acreditavam que poderia ser at&eacute; mesmo uma conspira&ccedil;&atilde;o para eliminar grupos marginalizados. Para piorar esse estigma, a m&iacute;dia muitas vezes sensacionalizou os casos, criando manchetes alarmistas e perpetuando estere&oacute;tipos negativos.&nbsp;
Devido a isso, come&ccedil;ou a surgir uma mobiliza&ccedil;&atilde;o de ativistas e organiza&ccedil;&otilde;es n&atilde;o governamentais para defender a dignidade das pessoas infectadas, bem como para promover a educa&ccedil;&atilde;o e a preven&ccedil;&atilde;o da doen&ccedil;a, levantando tamb&eacute;m quest&otilde;es &eacute;ticas, pol&iacute;ticas e culturais sobre a sexualidade, a sa&uacute;de p&uacute;blica e os direitos humanos.
Conforme mais informa&ccedil;&otilde;es se tornaram dispon&iacute;veis e as campanhas de preven&ccedil;&atilde;o e tratamento se intensificaram, o medo e a histeria em torno da AIDS come&ccedil;aram a diminuir. No entanto, ela continua altamente estigmatizada e a discrimina&ccedil;&atilde;o contra seus portadores permanece um problema em muitas partes do mundo.
<h2>Evolu&ccedil;&atilde;o do tratamento</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/09/09124632507152.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na &eacute;poca, n&atilde;o havia nenhum tratamento espec&iacute;fico para a infec&ccedil;&atilde;o pelo HIV e muitos pacientes morriam em poucos anos ap&oacute;s o diagn&oacute;stico. A primeira droga antirretroviral aprovada foi a zidovudina (AZT), em 1987, que inibia a enzima reversa transcriptase do v&iacute;rus e impedia sua replica&ccedil;&atilde;o nas c&eacute;lulas. No entanto, o AZT tinha muitos efeitos colaterais e n&atilde;o era suficiente para controlar a doen&ccedil;a.
Nos anos seguintes, novas classes de antirretrovirais foram desenvolvidas, como os inibidores da protease, que bloqueavam outra enzima essencial para o ciclo viral, e os inibidores da entrada do v&iacute;rus na c&eacute;lula, que impediam sua liga&ccedil;&atilde;o aos receptores das c&eacute;lulas CD4+.&nbsp;
Esses medicamentos permitiram a combina&ccedil;&atilde;o de diferentes drogas em um coquetel antirretroviral que aumentava a efic&aacute;cia do protocolo e reduzia o risco de resist&ecirc;ncia viral. A terapia antirretroviral combinada (TARV) foi introduzida em 1996 e transformou a AIDS de uma senten&ccedil;a de morte em uma doen&ccedil;a cr&ocirc;nica gerenci&aacute;vel. Os pacientes que aderiam ao tratamento podiam viver mais e melhor, com menos complica&ccedil;&otilde;es e infec&ccedil;&otilde;es.
<h2>Brasil pioneiro no tratamento da AIDS</h2>
O Brasil &eacute; um dos pa&iacute;ses que mais se destaca na resposta &agrave; epidemia de AIDS, tanto pela sua pol&iacute;tica de distribui&ccedil;&atilde;o gratuita dos antirretrovirais (ARV) pelo Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS), quanto pelas suas a&ccedil;&otilde;es de preven&ccedil;&atilde;o, testagem, diagn&oacute;stico e assist&ecirc;ncia &agrave;s pessoas vivendo com HIV. A hist&oacute;ria do tratamento da doen&ccedil;a pode ser dividida em algumas fases principais:
A fase inicial foi marcada pelo surgimento dos primeiros casos da doen&ccedil;a no pa&iacute;s, no come&ccedil;o da d&eacute;cada de 1980, e pela falta de conhecimento sobre ela e o v&iacute;rus causador. Nessa &eacute;poca, n&atilde;o havia tratamento espec&iacute;fico e os pacientes morriam em pouco tempo ap&oacute;s o diagn&oacute;stico. O estigma e a discrimina&ccedil;&atilde;o eram muito fortes e a enfermidade era associada a grupos considerados marginalizados, como homossexuais, usu&aacute;rios de drogas injet&aacute;veis e hemof&iacute;licos.
A segunda etapa foi caracterizada pelo reconhecimento da AIDS como um problema de sa&uacute;de p&uacute;blica e pela mobiliza&ccedil;&atilde;o da sociedade civil organizada, especialmente dos movimentos sociais ligados aos direitos humanos e &agrave; sa&uacute;de. Nessa &eacute;poca, surgiram os primeiros medicamentos antirretrovirais (ARV), como o AZT, que come&ccedil;aram a ser distribu&iacute;dos pelo SUS em 1991. Tamb&eacute;m foram criados os primeiros servi&ccedil;os especializados, como os Centros de Refer&ecirc;ncia e Treinamento (CRT) e os Servi&ccedil;os de Assist&ecirc;ncia Especializada (SAE). Al&eacute;m disso, foram implementadas as primeiras campanhas de preven&ccedil;&atilde;o e conscientiza&ccedil;&atilde;o, enfatizando a import&acirc;ncia do uso do preservativo nas rela&ccedil;&otilde;es sexuais.
A terceira trouxe a consolida&ccedil;&atilde;o da pol&iacute;tica nacional de enfrentamento &agrave; doen&ccedil;a e o fortalecimento do SUS como respons&aacute;vel pelo acesso ao tratamento. Nessa fase, o Brasil se tornou refer&ecirc;ncia mundial ao adotar uma postura soberana e ousada na negocia&ccedil;&atilde;o com as ind&uacute;strias farmac&ecirc;uticas para a produ&ccedil;&atilde;o nacional e a importa&ccedil;&atilde;o compuls&oacute;ria de medicamentos gen&eacute;ricos mais baratos e eficazes. Em 1996, o nosso pa&iacute;s passou a oferecer gratuitamente o coquetel antirretroviral (combina&ccedil;&atilde;o de v&aacute;rios ARV) a todas as pessoas infectadas que necessitavam de cuidados. Em 1999, foi assinado um acordo com o Banco Mundial para impulsionar as a&ccedil;&otilde;es de controle e preven&ccedil;&atilde;o.
A quarta fase foi caracterizada pela amplia&ccedil;&atilde;o das estrat&eacute;gias de preven&ccedil;&atilde;o combinada e pela incorpora&ccedil;&atilde;o de novas tecnologias para o tratamento do HIV. Nela, surgiram novas classes de ARV, como os inibidores de protease, os inibidores de integrase e os de entrada, que aumentaram as op&ccedil;&otilde;es de tratamento e melhoraram a qualidade de vida dos indiv&iacute;duos vivendo com o v&iacute;rus.
Tamb&eacute;m foram introduzidas novas interven&ccedil;&otilde;es biom&eacute;dicas baseadas no uso de antirretrovirais para reduzir o risco de infec&ccedil;&atilde;o, como a profilaxia p&oacute;s-exposi&ccedil;&atilde;o (PEP), a profilaxia pr&eacute;-exposi&ccedil;&atilde;o (PrEP) e o tratamento como preven&ccedil;&atilde;o (Tasp). Al&eacute;m disso, foram refor&ccedil;adas as medidas de preven&ccedil;&atilde;o cl&aacute;ssicas, como o uso do preservativo masculino ou feminino, a testagem regular para a doen&ccedil;a e outras infec&ccedil;&otilde;es sexualmente transmiss&iacute;veis (IST), a redu&ccedil;&atilde;o de danos para usu&aacute;rios de drogas injet&aacute;veis e a preven&ccedil;&atilde;o da transmiss&atilde;o vertical (de m&atilde;e para filho).
Atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil, segundo o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de. Dessas, 89% foram diagnosticadas e 77% fazem tratamento com ARV. O n&uacute;mero de casos e mortes por AIDS vem caindo nos &uacute;ltimos anos, gra&ccedil;as ao avan&ccedil;o do tratamento e da preven&ccedil;&atilde;o. No entanto, ainda h&aacute; desafios a serem enfrentados, como a amplia&ccedil;&atilde;o do diagn&oacute;stico precoce, a ades&atilde;o ao tratamento, a elimina&ccedil;&atilde;o do estigma e da discrimina&ccedil;&atilde;o e a garantia dos direitos das pessoas convivendo com o v&iacute;rus.
<h2>Cura?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/09/09125325070162.jpg" alt="Paciente Londres (Fonte: John Attenborough - The Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Paciente Londres (Fonte: John Attenborough - The Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar dos avan&ccedil;os na interven&ccedil;&atilde;o medicamentosa, ainda n&atilde;o existe uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122585-pesquisadores-confirmam-4-caso-de-paciente-curado-do-hiv.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cura</a> definitiva para a AIDS. O v&iacute;rus permanece latente em alguns reservat&oacute;rios celulares, como nos linf&oacute;citos T memoriais, que escapam da a&ccedil;&atilde;o dos antirretrovirais e podem reativar a infec&ccedil;&atilde;o se o tratamento for interrompido. Por isso, os pesquisadores buscam desenvolver terapias que eliminem ou controlem o problema sem depender de medicamentos.&nbsp;
Uma das estrat&eacute;gias &eacute; o transplante de medula &oacute;ssea com c&eacute;lulas-tronco hematopoi&eacute;ticas de doadores que possuem uma muta&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica que confere resist&ecirc;ncia ao HIV. Essa muta&ccedil;&atilde;o impede a express&atilde;o do receptor CCR5 nas c&eacute;lulas CD4+, que &eacute; usado pelo v&iacute;rus para entrar na c&eacute;lula.&nbsp;
Essa abordagem foi bem-sucedida em dois casos conhecidos como o "paciente de Berlim" e o "paciente de Londres", que se tornaram os primeiros e &uacute;nicos indiv&iacute;duos curados da s&iacute;ndrome at&eacute; o momento. No entanto, esse procedimento &eacute; muito arriscado e invi&aacute;vel para a maioria das pessoas.
Outras terapias em estudo envolvem o uso de anticorpos monoclonais, vacinas terap&ecirc;uticas, edi&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica e imunoterapia. Essas t&aacute;ticas visam eliminar ou silenciar o v&iacute;rus nos reservat&oacute;rios celulares, ou estimular o sistema imunol&oacute;gico a reconhecer e eliminar as c&eacute;lulas infectadas. Apesar dos desafios e limita&ccedil;&otilde;es, essas terapias representam uma esperan&ccedil;a para os milh&otilde;es de pessoas que convivem com HIV no mundo.

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HIV: 40 anos da identificação do vírus causador da AIDS

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Mesmo que a paralisia do sono seja explicada pela ciência, ela continua cercada de mitos

<head></head><body>Alguns distúrbios reais parecem ter saído de histórias de horror. Com certeza, a <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/231584-paralisia-sono-evitar-que-aconteca-voce.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">paralisia do sono</a> é um desses casos. Ela se caracteriza pela sensação muito perturbadora de estar com a mente ativa e consciente, mas mesmo assim não conseguir movimentar o corpo, falar ou fazer qualquer tipo de movimento. Para completar, podem acontecer alucinações.Esse distúrbio do sono é descrito pelos seus portadores como realmente desesperador. Os episódios costumam acontecer na transição entre o sono e a vigília, ou seja, quando a pessoa está despertando ou pegando no sono.O mais intrigante é que, mesmo que a ciência já tenha explicado as razões deste fenômeno, essa parassonia (nome dado para as perturbações do sono) continua muito viva nas superstições e crendices espalhadas pelo mundo.<h2>Paralisia do sono na cultura</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;El País&nbsp;" data-fonte-url="https://imagens.brasil.elpais.com/resizer/aao7fNMkOID_DKGXC4nRQkpzhcA=/1960x1470/arc-anglerfish-eu-central-1-prod-prisa.s3.amazonaws.com/public/KFNASAAEMAEIB677GAF4BUEP6M.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/13/13102800677002.jpg" alt="(Fonte: El País)">(Fonte: El País)Antes de houver qualquer tipo de explicação científica sobre a paralisia do sono — o que começou a ocorrer durante o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119307-as-7-imagens-mais-estranhas-em-pinturas-renascentistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Renascimento</a> —, acreditava-se que ela era causada por bruxas malévolas. Quem apresentasse os sintomas provavelmente estava sendo dominado por bruxas.Há também remissão à paralisia do sono no famoso episódio das <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122612-a-historia-da-ultima-bruxa-de-salem-que-foi-perdoada.htm#:~:text=O%20julgamento%20das%20bruxas%20de,julgamentos%2C%2020%20pessoas%20foram%20executadas." rel="noopener noreferrer" target="_blank">bruxas de Salem</a>. A professora Alice Vernon, autora do livro&nbsp;Night Terrors, acessou documentos do julgamento e notou que muitas acusações envolvem encontros com "bruxas" ligadas a episódios de paralisia do sono. "No testemunho de Richard Coman contra Bridget Bishop em 2 de junho de 1692, ele descreve Bishop abrindo as cortinas ao pé da cama, deitando-se sobre seu corpo e esmagando-o para que ele não pudesse falar ou se mover. Bishop foi a primeira a ser executada", conta.O cinema é outro espaço em que as superstições sobre bruxas e paralisia do sono foram constantemente renovadas. Em Babadook, filme de 2014, a personagem de Essie Davis fica paralisada na cama enquanto vê o monstro deslizar no seu quarto. Já em Noite Passada em Soho,&nbsp;de 2021, uma personagem fica presa também na cama, mas pelas mãos fantasmagóricas de homens assassinados.<h2>A renovação da superstição</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/13/13102937833003.jpg" alt="(Fonte: Tatler Asia)">(Fonte: Tatler Asia)O que se observa, segundo a professora de literatura Alice Vernon, é que a superstição sobre a paralisia do sono está sendo sempre renovada pela ficção. Cada vez que o distúrbio aparece em livros e filmes, ele é mostrado de forma a confundir as fronteiras entre o "herói" e a "bruxa" — mesmo que esta última seja um personagem apenas imaginado.&nbsp;Nas obras, os problemas emocionais dos protagonistas se mostram por meio de "demônios" que se manifestam na paralisia do sono. Ou seja, o terror — que aparece no espaço pessoal e doméstico do lar — seria algo criado por nós mesmos e por nossos "monstros" internos. E o problema de tudo isso é criar um estigma em torno de um fenômeno físico, e não psicológico.Para completar a equação, vivemos numa época em que há muita preocupação com o sono. Ele é estudado pela neurociência e há uma ampla discussão sobre os hábitos em torno dele, como a chamada <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122842-7-dicas-para-ter-melhores-noites-de-sono.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">"higiene do sono</a>". Embora tenhamos nos afastado temporalmente da época em que se via o sono como algo extremamente misterioso, a paralisia do sono permanece dentro do imaginário como algo que teria explicações sobrenaturais.</body>

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Por que ainda acreditamos que a paralisia do sono é misteriosa?

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Sim, o sal do Himalaia vem das montanhas asiáticas, mas sua cor rosa não tem qualquer relação com os supostos benefícios à saúde

O sal rosa do Himalaia se tornou muito popular em cozinhas de todo o Brasil nos &uacute;ltimos anos &mdash; especialmente na casa de quem procura manter uma dieta saud&aacute;vel. Tem quem diga que os cristais de sal cor-de-rosa t&ecirc;m menos s&oacute;dio que o sal refinado comum, e at&eacute; que eles ajudam a regular o a&ccedil;&uacute;car ou acidez no sangue.
Ser&aacute; que essas afirma&ccedil;&otilde;es t&ecirc;m fundamento? Isso teria algo a ver com a cor diferente do sal?
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/09/getty-images-09173214450327.jpg" alt="Getty Images" />(Fonte: Getty Images)
<h2>O sal rosa vem mesmo do Himalaia?</h2>
Antes de tudo, &eacute; interessante observar que o sal do Himalaia realmente &eacute; extra&iacute;do dessa parte do mundo &mdash; isso, pelo menos, n&atilde;o &eacute; "jogada de marketing". Por&eacute;m, ele n&atilde;o vem de montanhas cobertas de neve, como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122378-5-fatos-espetaculares-sobre-o-monte-everest.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Everest</a>. As minas de sal ficam em colinas no norte do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/113184-paquistao-cazaquistao-e-mais-entenda-o-istao-dos-paises-da-asia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Paquist&atilde;o</a>, no limite da cadeia de montanhas do Himalaia, a mais de 1400 km do Everest.
Reza a lenda que o sal foi descoberto quando os cavalos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/70028-conheca-10-razoes-que-explicam-porque-alexandre-e-chamado-de-o-grande.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Alexandre, o Grande</a>, come&ccedil;aram a lamber o ch&atilde;o.&nbsp;
Ent&atilde;o, em vez de monges budistas ou n&ocirc;mades extraindo o sal das montanhas com t&eacute;cnicas milenares, o que temos s&atilde;o centenas de trabalhadores paquistaneses, que trabalham em um neg&oacute;cio milion&aacute;rio. Da regi&atilde;o de Punjab, cerca de 400 toneladas de sal rosa s&atilde;o exportadas, todos os anos.&nbsp;
A mina de Khewra &eacute; uma das maiores do mundo, com 40 quil&ocirc;metros de t&uacute;neis, que come&ccedil;am na superf&iacute;cie e se estendem 730 metros adentro. Centenas de mineradores extraem as pedras cor-de-rosa e trazem para fora, de onde s&atilde;o transportadas at&eacute; a f&aacute;brica &mdash; e exportadas para o mundo todo. N&atilde;o &eacute; s&oacute; aqui no Brasil que o sal rosa virou moda, afinal. A mina de Khewra &eacute; t&atilde;o grande que tem at&eacute; uma mesquita dentro dela.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/08/08182425312271.jpeg" alt="A mesquita dentro da mina de sal (Fonte: Wikimedia Commons)" />A mesquita dentro da mina de sal (Fonte: Wikimedia Commons)
<h2>O sal do Himalaia faz bem para a sa&uacute;de?</h2>
H&aacute; uma s&eacute;rie de terapias tradicionais da regi&atilde;o que utilizam a pedra, assim como promessas de que seu uso na comida seria ben&eacute;fico &agrave; sa&uacute;de. Contudo, nenhuma dessas afirma&ccedil;&otilde;es t&ecirc;m evid&ecirc;ncias cient&iacute;ficas, ainda que pesquisas tenham sido feitas.&nbsp;
Dizem que o sal do Himalaia emite &iacute;ons negativos, que estariam ligados ao bem-estar. Mesmo que a parte dos &iacute;ons negativos realmente tenha um fundamento cient&iacute;fico, nenhuma pesquisa os encontrou no sal rosa.&nbsp;
Tamb&eacute;m h&aacute; quem diga que o sal do Himalaia tem outros minerais, que seriam os respons&aacute;veis por seus benef&iacute;cios &agrave; sa&uacute;de. De fato, ele pode ter ferro, c&aacute;lcio, zinco, cromo e outros minerais. A cor rosa, ali&aacute;s, est&aacute; relacionada &agrave; presen&ccedil;a de &oacute;xido de ferro nas rochas.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/08/08182700349272.jpeg" alt="As colinas de onde o sal do Himalaia &eacute; extra&iacute;do (Fonte: Wikimedia Commons)" />As colinas de onde o sal do Himalaia &eacute; extra&iacute;do (Fonte: Wikimedia Commons)
Contudo, nenhum desses minerais est&aacute; presente em quantidades suficientes para fazer efeito no organismo. At&eacute; porque n&atilde;o devemos comer mais do que 5 gramas de qualquer tipo de sal (uma colher de caf&eacute;, mais ou menos). Ainda que digam que esse sal t&ecirc;m menos s&oacute;dio, isso n&atilde;o &eacute; verdade &mdash; os dois t&ecirc;m a mesma quantidade, basicamente. Ent&atilde;o, se voc&ecirc; precisa diminuir o consumo de s&oacute;dio para evitar c&aacute;lculo renal ou hipertens&atilde;o arterial, ele n&atilde;o &eacute; uma solu&ccedil;&atilde;o.
Na realidade, o sal do Himalaia at&eacute; pode ser prejudicial em um ponto: ele n&atilde;o tem iodo. Esse elemento qu&iacute;mico &eacute; pouco presente em outros alimentos, mas &eacute; essencial para evitar o b&oacute;cio (o aumento da tire&oacute;ide). Por isso, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124253-por-que-iodo-e-adicionado-ao-sal-de-cozinha.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o sal refinado no Brasil tem adi&ccedil;&atilde;o de iodo</a>.&nbsp;
Em resumo, voc&ecirc; pode at&eacute; continuar consumindo o sal do Himalaia. Mas s&oacute; porque gosta do sabor ou acha os cristais cor-de-rosa mais bonitos &mdash; e n&atilde;o porque faz milagres &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sa&uacute;de</a>.

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