
Ciência
04/08/2016 às 11:59•2 min de leitura
A Sibéria é uma vasta região ao norte da Rússia e está sofrendo com intensas queimadas. O caso está tão grave que a sonda espacial Deep Space Climate Observatory, que fica entre a Terra e o Sol, pode captar a fumaça mesmo a uma distância de mais de 1,5 milhão de quilômetros!
Apesar disso, o governo russo alega que a queimada não é tão grande assim... Segundo autoridades do país, “apenas” pouco mais de 110 quilômetros quadrados, divididos em 77 focos de incêndio, estariam em chamas no dia em que a imagem foi capturada, em 21 de julho. Em todo o ano de 2016, entretanto, mais de 6,6 mil km² já viraram cinzas na Rússia.
Grigory Kuksin, ambientalista do Greenpeace do país, contesta as informações oficiais do governo: segundo ele, mais de 70 mil quilômetros quadrados já pegaram fogo neste ano – uma área maior do que o estado da Paraíba, por exemplo, ou equivalente à Irlanda inteira! O número real é meio difícil de saber, mas como a fumaça se estende por mais de 3 mil quilômetros, podemos imaginar quem está mais correto, não?
Fumaça é vista de satélite a mais de 1,5 milhão de quilômetros da Terra
De acordo com Kuksin, as florestas boreais da Rússia ocupam o segundo lugar do mundo no grau de importância no quesito de absorção de dióxido de carbono – perdem apenas para as florestas tropicais. Esse composto químico é o principal responsável pelo efeito estufa e pelo aquecimento global.
A seca extrema na Sibéria está contribuindo para que as queimadas se alastrem e liberem uma grande quantidade de dióxido de carbono na atmosfera. As florestas não estão dando conta de reciclar esse ar. Entretanto, culpar apenas a Rússia é um erro: no Canadá, quase 4 mil quilômetros quadrados arderam em chamas neste ano, tanto que o gigantesco incêndio na localidade de Fort McMurray se tornou o desastre mais caro na história do país.
Até mesmo o Alasca está contribuindo para esse dado alarmante: entre os dias 13 e 16 de julho, mais de 45 mil raios caíram nesse estado norte-americano e incendiaram as florestas de lá.
Na espacial Suomi também fotografou a enorme nuvem de fumaça sobre a Ásia