Imagem de 11 de setembro: como a ciência explica a queda das Torres Gêmeas? no megacurioso

Rodeado de teorias da conspiração, o colapso do World Trade Center teria sido resultado da combinação catastrófica de dois fatores fundamentais no incidente

No dia <a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/75705-13-imagens-e-fatos-impactantes-para-relembrar-a-tragedia-de-11-de-setembro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">11 de setembro</a> de 2001, dois avi&otilde;es Boeing 767 colidiram com as Torres G&ecirc;meas de Nova York &mdash; considerados os pr&eacute;dios mais altos da cidade, com 110 andares. A Torre Norte, atingida &agrave;s 8h45, pegou fogo durante 102 minutos antes de colapsar em 11 segundos.&nbsp;
Dezoito minutos depois da primeira aeronave se chocar com o 1&deg;&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/mega-estruturas/102412-arranha-ceu-e-inaugurado-na-coreia-do-sul-quebrando-3-recordes-mundiais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">arranha-c&eacute;u</a>, o segundo avi&atilde;o atingiu a Torre Sul. Esta, por sua vez, resistiu &agrave;s chamas por 56 minutos, at&eacute; desabar por completa em 9 segundos. O resultado das 2 quedas foi 2.606 mortos. Mas o impacto dos avi&otilde;es teria sido o suficiente para derrubar o World Trade Center por completo? Vamos ver o que a Ci&ecirc;ncia fala sobre isso!
<h2>Design das torres</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:World_Trade_Center_(New_York_City)#/media/File:World_Trade_Center_twin_towers,_under_construction,_New_York_City.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/09/09105826145099.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Constru&iacute;das em meados de 1960, as <a href="https://www.megacurioso.com.br/feitos-absurdos/98943-empresario-quer-recriar-o-ataque-terrorista-contra-as-torres-gemeas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Torres G&ecirc;meas</a> introduziram um novo conceito de arranha-c&eacute;u no mercado. Com o objetivo de acelerar o processo de constru&ccedil;&atilde;o e diminuir o or&ccedil;amento do projeto final, os pr&eacute;dios foram feitos com materiais mais leves e m&eacute;todos de constru&ccedil;&atilde;o modular.
Cada torre tinha 64 m&sup2;, estando a 411 metros de dist&acirc;ncia do ch&atilde;o e 21 metros afundada no subsolo. O peso total da constru&ccedil;&atilde;o era em torno de 500 mil toneladas. Apesar do tamanho colossal, os pr&eacute;dios foram projetados para resistir mais a for&ccedil;a do vento do que a gravidade.
Cada arranha-c&eacute;u foi constru&iacute;do para aguentar um furac&atilde;o de 225 km/h &mdash; o que seria o equivalente a uma carga de 5 mil toneladas. O World Trade Center revolucionou a forma como a engenharia de arranha-c&eacute;us era feita e mostrou ao mundo o futuro da Arquitetura. Por&eacute;m, isso n&atilde;o foi o suficiente para impedir a trag&eacute;dia.
<h2>A queda dos edif&iacute;cios</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:September_11_attacks#/media/File:North_face_south_tower_after_plane_strike_9-11.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/09/09105915145100.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Logo ap&oacute;s os ataques terroristas, o Departamento de Engenharia Civil e Ambiental do Instituto Tecnol&oacute;gico de Massachusetts (MIT), liderado pelo engenheiro civil Eduardo Kausel, passou a averiguar as causas do colapso em um ponto de vista de estrutura, engenharia e arquitetura.
Como resultado de um &aacute;rduo trabalho, os pesquisadores do MIT descobriram que a queda do World Trade Center esteve associada a uma s&eacute;rie de fen&ocirc;menos f&iacute;sicos e qu&iacute;micos que desencadearam uma cat&aacute;strofe inimagin&aacute;vel para qualquer pessoa naquela &eacute;poca.&nbsp;
De acordo com o documento elaborado pela institui&ccedil;&atilde;o, publicado em 2002, as torres entraram em colapso principalmente pela combina&ccedil;&atilde;o de dois fatores: os dados estruturais causados pelas aeronaves em cada edif&iacute;cio e a cadeia de inc&ecirc;ndios que tomaram conta de v&aacute;rios andares dos pr&eacute;dios.&nbsp;
As conclus&otilde;es do estudo foram as mesmas alcan&ccedil;adas pelo relat&oacute;rio do Instituto Nacional de Padr&otilde;es e Tecnologia (Nist), encomendado pelo governo dos Estados Unidos para descobrir por que as torres ca&iacute;ram. A vers&atilde;o final dessa an&aacute;lise foi publicada apenas em 2008.
<h2>Combina&ccedil;&atilde;o de fatores</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/09/09110023036102.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
Na vis&atilde;o de Kausel, os pr&eacute;dios n&atilde;o teriam desabado caso a estrutura n&atilde;o tivesse entrado em chamas ou se apenas tivesse pegado fogo sem ter sofrido os danos estruturais. O colapso dos edif&iacute;cios s&oacute; aconteceu porque a combina&ccedil;&atilde;o dos dois fatores realmente foi fatal.
O relat&oacute;rio do Nist aponta que existem documentos oficiais garantindo que o World Trade Center foi projetado para suportar o impacto de um Boeing 707, que era considerado o maior avi&atilde;o comercial na &eacute;poca da constru&ccedil;&atilde;o. Mesmo assim, os pesquisadores relataram que n&atilde;o encontraram quais foram os crit&eacute;rios usados para chegar a essa conclus&atilde;o.
Vale ressaltar que ambas as torres foram atingidas por um Boeing 767, maior do que o Boeing 707. Segundo o Nist, esse impacto danificou severamente as colunas de sustenta&ccedil;&atilde;o e desalojou a fina camada de prote&ccedil;&atilde;o contra inc&ecirc;ndio que cobria a estrutura das vigas e colunas de a&ccedil;o.
Sendo assim, os dados estruturais abriram as portas para que o fogo se espalhasse pelos andares. Por sua vez, as chamas provocaram danos estruturais ainda maiores. Os estudos mostram que a temperatura das estruturas ultrapassou a marca de 1.000 &deg;C, fazendo os vidros das janelas dilatarem e quebrarem, alimentando o fogo com o aumento do fluxo de ar.
<h2>Explos&atilde;o fatal e colapso</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/09/09110223928103.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
Dados oficiais estimam que cada avi&atilde;o estava carregado com 37.850 litros de combust&iacute;vel, do qual boa parte foi queimado durante o impacto. Entretanto, parte dessa carga foi derramada para os outros andares e, assim, o fogo se expandiu pelos pr&eacute;dios, avan&ccedil;ando pelas estruturas.
O calor intenso expandiu as vigas e lajes de cada andar, as quais se separaram entre si. Esse processo fez as colunas de sustenta&ccedil;&atilde;o serem empurradas para fora da estrutura. Ent&atilde;o, as chamas amoleceram o a&ccedil;o das vigas e as tornaram male&aacute;veis.
Em quest&atilde;o de minutos, toda a estrutura r&iacute;gida passou a desabar. A an&aacute;lise feita pelo MIT ressalta que as vigas puxaram as colunas de sustenta&ccedil;&atilde;o com tanta for&ccedil;a que, em alguns casos, os parafusos que as prendiam foram destru&iacute;dos e os pisos cederam por completo.
Os escombros, ent&atilde;o, passaram a provocar sobrepeso nos pisos inferiores. Com as colunas enfraquecidas, o efeito cascata se tornou inevit&aacute;vel e, em segundos, os pr&eacute;dios desapareceram. O fogo nos escombros continuou a arder por 100 dias, mas as vidas das pessoas que morreram nessa trag&eacute;dia seguem sendo lamentadas mesmo ap&oacute;s 20 anos do acidente.

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11 de setembro: como a Ciência explica a queda das Torres Gêmeas?

Imagem de Em 1895, as pessoas temeram que livros transmitissem doenças no megacurioso

Porém, havia muito mais por trás desse medo repentino

Antes de l&iacute;deres ditadores temerem os livros, a popula&ccedil;&atilde;o fez isso primeiro.&nbsp;Em 12 de setembro de 1895, quando morreu de tuberculose um homem chamado Jessie Allan, bibliotec&aacute;rio na Biblioteca P&uacute;blica de Omaha (Nebraska, EUA), as pessoas come&ccedil;aram a cogitar a possibilidade de que o trabalhador tivesse encontrado seu fim porque algum livro teria transmitido a doen&ccedil;a a ele.
Chamado de "grande medo do livro", esse frenesi de que livros de bibliotecas pudessem espalhar doen&ccedil;as mortais foi totalmente esquecido no decorrer da hist&oacute;ria.
De acordo com a&nbsp;professora Annika Mann, autora de Reading Contagion: The Hazards of Reading in the Age of Point, o p&acirc;nico surgiu a partir do entendimento p&uacute;blico em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s causas de doen&ccedil;as, por exemplo no que se refere a germes. Isso aconteceu logo ap&oacute;s a divis&atilde;o do bacilo de Koch e foi em uma &eacute;poca na qual os Estados Unidos e a Gr&atilde;-Bretanha sofriam com epidemias de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118126-tuberculose-o-que-e-quais-sao-os-sintomas-ela-tem-cura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tuberculose</a>, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119438-a-controversa-origem-da-vacina-da-variola.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">var&iacute;ola</a> e escarlatina.
Por&eacute;m, havia muito mais por tr&aacute;s desse medo repentino.
<h2>Histeria coletiva</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/08/08161503005317.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A possibilidade de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/nojento/89391-voce-sabe-quais-bacterias-e-possivel-encontrar-em-livros-de-biblioteca.htm" target="_blank" title="Voc&ecirc; sabe quais bact&eacute;rias &eacute; poss&iacute;vel encontrar em livros de biblioteca?">livros contaminados</a> passando de m&atilde;o em m&atilde;o se tornou uma fonte significativa de ansiedade, tanto para as pessoas como para as bibliotecas p&uacute;blicas, que enfrentavam um momento significativo no pa&iacute;s: a ascens&atilde;o da dissemina&ccedil;&atilde;o de livros por meio de uma rede p&uacute;blica e compartilhada.
Al&eacute;m de contrair qualquer doen&ccedil;a apenas pelos res&iacute;duos infectados deixados na capa de um livro, tamb&eacute;m foi cultuada a ideia de que o simples ato de abri-lo trazia doen&ccedil;a pela inala&ccedil;&atilde;o da poeira que havia nos exemplares.
Tanto nos Estados Unidos (EUA) quanto na Gr&atilde;-Bretanha, "o grande medo do livro" atingiu seu &aacute;pice em 1879, quando v&aacute;rios m&eacute;dicos passaram a considerar os livros como potencial fonte de dissemina&ccedil;&atilde;o de doen&ccedil;as.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/08/08161951068321.jpg" alt="(Fonte: NPR/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NPR/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na Gr&atilde;-Bretanha, a Lei de Sa&uacute;de P&uacute;blica de 1875 n&atilde;o proibia o empr&eacute;stimo de livros, mas previa que fossem banidos trapos de roupas de cama ou outros objetos que tivessem sido expostos &agrave; contamina&ccedil;&atilde;o. At&eacute; 1907, a lei foi atualizada para incluir explicitamente os livros como vetores de doen&ccedil;as infecciosas.
&ldquo;Se qualquer pessoa souber que est&aacute; sofrendo de uma doen&ccedil;a infecciosa, ela n&atilde;o deve pegar nenhum livro, usar ou fazer com que qualquer livro seja retirado para seu uso em qualquer biblioteca p&uacute;blica ou circulante&rdquo;, ficou previsto na Se&ccedil;&atilde;o 59 da Emenda das Leis de Sa&uacute;de P&uacute;blica da Gr&atilde;-Bretanha.
Nos EUA, no entanto, as legisla&ccedil;&otilde;es agiram apenas em &acirc;mbito estadual, afastando ainda mais as pessoas das bibliotecas.
<h2>O medo irracional</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/08/08162231225324.png" alt="(Fonte: World Digital Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: World Digital Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Temendo que as bibliotecas definhassem at&eacute; <a href="https://www.megacurioso.com.br/literatura/37114-a-biblioteca-dos-livros-que-nunca-foram-escritos.htm" target="_blank" title="A biblioteca dos livros que nunca foram escritos">deixarem de existir</a>, os bibliotec&aacute;rios tiveram que inovar os m&eacute;todos de higieniza&ccedil;&atilde;o de livros. Eles tentaram mant&ecirc;-los em vapor de cristais de &aacute;cido carb&oacute;lico aquecido em um forno e esterilizaram-nos por meio de solu&ccedil;&atilde;o de formalde&iacute;do, ainda que fosse prejudicial &agrave; conserva&ccedil;&atilde;o dos livros.&nbsp;
Um estudo em Dresden, na Alemanha, revelou que as p&aacute;ginas de livros sujas geravam mais micr&oacute;bios ao serem esfregadas com os dedos molhados. Para provar isso, William R. Reinick exp&ocirc;s 40 cobaias a p&aacute;ginas de livros supostamente contaminadas. Segundo seus resultados, todas as pessoas morreram ap&oacute;s o teste.
Ent&atilde;o o frenesi adquiriu car&aacute;ter de fobia, sobretudo com a press&atilde;o que a m&iacute;dia fazia veiculando cada vez mais mat&eacute;rias que colocavam os livros como "fontes de cont&aacute;gio", mesmo que algumas delas, como a de 29 de junho de 1879 do&nbsp;Chicago Daily Tribune, tenha mencionado que as chances de contrair doen&ccedil;as a partir de livros eram muito pequenas &mdash; ainda que n&atilde;o pudessem ser totalmente descartadas.
J&aacute; o Ohio Democrat&nbsp;fez declara&ccedil;&otilde;es irrespons&aacute;veis, como dizer que a escarlatina foi espalhada pelas bibliotecas ao terem livros tirados delas para entreter os pacientes nos hospitais.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/08/08162645334326.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1900, em meio ao caos que a histeria coletiva causou, surgiu uma t&aacute;tica derradeira para frear qualquer transmiss&atilde;o: os livros infectados deveriam ser&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113374-o-que-foi-grande-queima-de-livros-feita-pelos-nazistas.htm" target="_blank" title="O que foi a grande queima de livros feita pelos nazistas?">queimados</a> e n&atilde;o devolvidos. Ent&atilde;o, assim foi feito nos EUA e na Gr&atilde;-Bretanha sob recomenda&ccedil;&otilde;es m&eacute;dicas.
Demorou para que as pessoas se questionassem do risco de cont&aacute;gio, se era real ou se n&atilde;o passava de um "efeito em manada". Os brit&acirc;nicos come&ccedil;aram a experimentar se perguntar disso conforme os m&eacute;dicos e os professores de higiene relatavam que n&atilde;o havia quase nenhuma possibilidade de contrair doen&ccedil;as por meio de um livro.
Para os historiadores, contudo, o que de fato aconteceu foi uma histeria coletiva em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; avers&atilde;o do conceito crescente da exist&ecirc;ncia de bibliotecas p&uacute;blicas. Tantos os americanos quanto brit&acirc;nicos temiam que esses locais facilitassem o acesso aos livros considerados "obscenos" ou "subversivos".&nbsp;
Al&eacute;m disso, os "oponentes do sistema de bibliotecas p&uacute;blicas", como denomina Mann, ajudaram a ati&ccedil;ar o medo do que os livros poderiam espalhar &mdash; mas que estava mais dentro deles do que fora de suas p&aacute;ginas.

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Em 1895, as pessoas temiam que livros transmitissem doenças

Imagem de Paul Aussaresses: o torturador convidado pela Ditadura Militar no megacurioso

O objetivo do ex-general no Brasil foi tão doentio quanto sua carreira

Quando tinha por volta de 27 anos, Paul Aussaresses, nascido em Saint-Paul-Cap-de-Joux (Fran&ccedil;a), se ofereceu como volunt&aacute;rio para os servi&ccedil;os especiais da Fran&ccedil;a Livre durante o terror da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119180-6888-batalhao-a-unidade-de-mulheres-negras-na-2-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>. Nos p&oacute;s-guerra, ele foi respons&aacute;vel por ajudar na forma&ccedil;&atilde;o do 11&ordm; Batalh&atilde;o de Choque, conhecido por ser o bra&ccedil;o armado da ag&ecirc;ncia francesa&nbsp;Service de Documentation Ext&eacute;rieure et de Contre-Espionnage (SDECE) de contraespionagem.
Foi em 1957 que Aussaresses fez seu nome entrar para os anais obscuros da hist&oacute;ria, quando o general Jacques Massu, comandante da 11&ordf; Divis&atilde;o Francesa Paraquedista na Arg&eacute;lia, ordenou que o homem voasse para o pa&iacute;s e liderasse a Frente de Liberta&ccedil;&atilde;o Nacional, popularmente conhecida como Esquadr&atilde;o da Morte.
Entre 1954 e 1962, a&nbsp;Arg&eacute;lia lutou por sua independ&ecirc;ncia para se libertar do dom&iacute;nio colonial franc&ecirc;s, caracterizado por guerrilha urbana, terrorismo e, de ambos os lados, tortura. Ao longo do conflito, a Fran&ccedil;a declarou veementemente que n&atilde;o havia torturado qualquer pessoa no pa&iacute;s, por&eacute;m censurou jornais, livros e filmes que diziam o contr&aacute;rio.
O sigilo oficial manteve o assunto e suas discuss&otilde;es sobre as atrocidades francesas silenciadas at&eacute; 2000.
<h2>O monstro</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/25/25174106186420.jpg" alt="(Fonte: Coronel Von Rohault/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Coronel Von Rohault/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 23 de novembro de 2000, o ex-general Aussaresses, em entrevista ao&nbsp;Le Monde, disse que tortura e assassinato eram rotina e um comportamento considerado tolerado pela lideran&ccedil;a francesa, visto como a maneira mais r&aacute;pida de obter informa&ccedil;&otilde;es sobre as atividades guerrilheiras.
Chocando o mundo inteiro, principalmente seu pa&iacute;s e a Arg&eacute;lia, o ex-general afirmou que n&atilde;o carregava qualquer arrependimento de todas as atrocidades que fez em nome de sua p&aacute;tria. Com ar enfatuado, Aussaresses disse que orquestrou torturas e desaparecimentos de envolvidos para encobrir assassinatos e conduziu execu&ccedil;&otilde;es.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/25/25174356093423.jpg" alt="(Fonte: Documenting Reality/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Documenting Reality/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em seu livro Servi&ccedil;os Especiais &ndash; Arg&eacute;lia 1955-1957, Meu Testemunho sobre a Tortura, lan&ccedil;ado 1 ano ap&oacute;s a mat&eacute;ria, Aussaresses explicou que cultivou muito a guerra psicol&oacute;gica nos lugares que foram necess&aacute;rios, como durante a Guerra da Indochina. &ldquo;Eu preparava meus homens para realizarem opera&ccedil;&otilde;es clandestinas, coloca&ccedil;&atilde;o de bombas, a&ccedil;&otilde;es de sabotagem e elimina&ccedil;&atilde;o de inimigos&rdquo;, escreveu.
Na d&eacute;cada de 1960, Aussaresses deu palestras para as For&ccedil;as Especiais dos Estados Unidos, em Fort Bragg (Carolina do Norte), falando sobre as t&eacute;cnicas que usou na Guerra de Independ&ecirc;ncia Argelina para que pudessem ser reaplicadas em opera&ccedil;&otilde;es de contrainsurg&ecirc;ncia durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119223-fragging-o-ato-de-matar-os-proprios-companheiros-de-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra do Vietn&atilde;</a>.
<h2>O deslumbre</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/25/25174541468424.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Considerado um dos oficiais franceses mais capacitados em m&eacute;todos de contrainsurg&ecirc;ncia, em 11 de setembro de 1973 Aussaresses desembarcou em Bras&iacute;lia em meio &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119063-ditadura-militar-no-brasil-6-mentiras-contadas-sobre-o-regime.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ditadura militar</a> instaurada pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119477-lincoln-gordon-embaixador-americano-contribuiu-para-o-golpe-de-1964.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Golpe de 1964</a>. O motivo de sua presen&ccedil;a j&aacute; era algo a se esperar: ensinar aos militares brasileiros seus m&eacute;todos "anticomunistas" de tortura para serem aplicados nos presos pol&iacute;ticos para coleta de informa&ccedil;&otilde;es que fossem &uacute;teis ao governo.
Em um de seus livros, Aussaresses deixou claro que os militares brasileiros se mantiveram em constante contato com o governo franc&ecirc;s para que ele soubesse como estava o andamento da aplica&ccedil;&atilde;o das pr&aacute;ticas de a&ccedil;&otilde;es violentas e brutais durante a ditadura no pa&iacute;s.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Washington Post&nbsp;" data-fonte-url="https://img.washingtonpost.com/rf/image_480w/2010-2019/WashingtonPost/2013/12/04/Obituaries/Images/Merlin_332678.jpg?uuid=SbPZEl0MEeOVwhNiPrKw4Q"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/25/25174636358425.webp" alt="(Fonte: The Washington Post/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Washington Post/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O torturador endossou cada morte durante o per&iacute;odo obscuro do Brasil da d&eacute;cada de 1960, visto que n&atilde;o acreditava que as v&iacute;timas pudessem ser soltas ap&oacute;s serem torturadas. Em 3 de dezembro de 2013, aos 95 anos, Paul Aussaresses carregou para seu t&uacute;mulo inglorioso sua ideia de consci&ecirc;ncia limpa &mdash; j&aacute; que nunca se arrependeu.

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Paul Aussaresses: o torturador convidado pela ditadura militar

Imagem de Em 1710, os franceses sequestraram o Rio de Janeiro no megacurioso

O plano foi motivado por um corsário falido, pelo fracasso de um país e o desejo de recuperar sua honra

Em 1700, a Europa se encontrava em maus len&ccedil;&oacute;is econ&ocirc;micos com rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s Am&eacute;ricas, especialmente a Fran&ccedil;a, visto que desde a Guerra da Sucess&atilde;o Espanhola, em que Portugal deu apoio &agrave; Espanha, a moral dos franceses estava baixa. Ent&atilde;o, a sa&iacute;da era um sucesso militar, ainda mais com o fracasso durante a Batalha de Malplaquet, em 1709.
Al&eacute;m disso, um dos motivos para que a Fran&ccedil;a desempenhasse o que ficou conhecido como a Batalha do Rio de Janeiro, foi tamb&eacute;m porque o comandante franc&ecirc;s Ren&eacute; Duguay-Trouin estava quase falido. A quest&atilde;o de honra tamb&eacute;m era um dos aspectos depois que o bucaneiro Jean-Fran&ccedil;ois Duclerc e seus 600 soldados foram capturados durante uma tentativa de invas&atilde;o &agrave; cidade. Os franceses queriam libertar os prisioneiros, conquistar algum territ&oacute;rio brasileiro e fazer valer a misteriosa morte de Duclerc na pris&atilde;o.
Com isso, a Inglaterra, rival da Fran&ccedil;a, tamb&eacute;m decidiu entrar no combate, visto que a morte do rei Carlos II, que n&atilde;o deixou herdeiros ao trono, fez crescer o medo de que os Bourbon tivessem poder al&eacute;m de seu territ&oacute;rio e comandassem os dois importantes reinos.
Era a batalha que poderia definir tudo.
<h2>Sequestro &agrave; luz do dia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/24/24194848934344.jpg" alt="Ren&eacute; Duguay-Trouin. (Fonte: Brasil Escola/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Ren&eacute; Duguay-Trouin. (Fonte: Brasil Escola/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1710, o rei da Fran&ccedil;a, Lu&iacute;s XIV, aprovou o plano de invas&atilde;o ao Rio de Janeiro liderado por Duguay-Trouin, disponibilizando 17 navios para o cors&aacute;rio, armados com 738 canh&otilde;es e mais de 6 mil homens. No entanto, a batalha n&atilde;o foi financiada pela coroa, mas sim por investidores privados, como o Conde de Toulouse.
Visando enganar a Marinha Real Brit&acirc;nica, que os vigiava, a tropa do cors&aacute;rio partiu em navios de apar&ecirc;ncia diferente e em hor&aacute;rios distintos para que n&atilde;o parecesse que eles rumavam para o Rio de Janeiro.
No entanto, n&atilde;o demorou muito para que os brit&acirc;nicos entendessem a t&aacute;tica e tentassem avisar os portugueses na capital brasileira para frustrar a megaopera&ccedil;&atilde;o, que poderia significar tirar um respiro de al&iacute;vio da Inglaterra.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/24/24195052514345.jpg" alt="(Fonte: P&aacute;gina Cinco/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: P&aacute;gina Cinco/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi enviado uma carta ao governador Francisco de Moraes e Castro em um dos barcos brit&acirc;nicos que conseguiu fazer a travessia do Atl&acirc;ntico mais r&aacute;pido do que os franceses. Apesar de a carta ter chegado a tempo no Rio, os portugueses j&aacute; estavam de m&atilde;os atadas para um ataque.
Incapaz de conseguir proteger as fronteiras da cidade, Moraes e Castro assistiu ao Rio ser atacado em 21 de setembro de 1711 pela Ba&iacute;a de Guanabara, apesar de suas tropas serem maiores que as francesas.
A ent&atilde;o capital do Brasil ficou de ref&eacute;m, em um epis&oacute;dio conhecido como o Sequestro do Rio de Janeiro na Hist&oacute;ria. Duguay-Trouin, como um bom sequestrador, tomou conta da cidade amea&ccedil;ando atear fogo, saquear todas as riquezas e ainda destruir as casas dos que moravam na vila.
<h2>Escombros</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/24/24195155875346.jpg" alt="(Fonte: Capad&oacute;cia Arte e Antiguidades/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Capad&oacute;cia Arte e Antiguidades/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Duguay-Trouin ordenou que o governador do Rio pagasse o equivalente a 2 milh&otilde;es de libras francesas para que as tropas se retirassem &ldquo;pacificamente&rdquo; do estado. Visto que os cofres n&atilde;o possu&iacute;am essa fortuna toda, a negocia&ccedil;&atilde;o durou semanas, o que levou a saques pela cidade inteira como amea&ccedil;a, a perda de 600 kg de ouro, 610 mil cruzados, 100 caixas de a&ccedil;&uacute;car, 200 gados, embarca&ccedil;&otilde;es portuguesas e pessoas escravizadas.
O ataque foi considerado um sucesso para a Fran&ccedil;a, rendendo quase 100% de lucro aos participantes, enquanto o Rio de Janeiro pagou duro pelo sequestro com os destro&ccedil;os deixados pela passagem francesa.

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Em 1710, os franceses sequestraram o Rio de Janeiro

Imagem de "Cemiterada": a revolta na Bahia de 1836 contra os cemitérios no megacurioso

A criação do local revoltou os religiosos, segregando ainda mais os escravizados e pobres

Foi no s&eacute;culo IV que os povos desenvolveram o costume de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119304-panico-vampiro-o-fenomeno-do-seculo-xviii.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">enterrar os seus mortos nos p&aacute;tios de igrejas</a>, crentes de que assim eles estariam mais pr&oacute;ximos de Deus e longe do Inferno. Esse h&aacute;bito, no entanto, foi motivo de complica&ccedil;&otilde;es atrav&eacute;s dos anos, principalmente na Europa no per&iacute;odo de urbaniza&ccedil;&atilde;o. A pobreza no manuseamento dos cad&aacute;veres causou perdas dos corpos em tempestades devido &agrave;s covas rasas, e trouxe transtorno p&uacute;blico com o cheiro de podrid&atilde;o durante os ver&otilde;es quentes.
Depois que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119389-esqueleto-de-5-mil-anos-seria-de-vitima-de-peste-bubonica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Peste Bub&ocirc;nica</a> foi deflagrada pelo territ&oacute;rio europeu, no s&eacute;culo XIX a medicina sanitarista ergueu campanhas para remover os corpos dos ch&atilde;os das igrejas e enterr&aacute;-los em locais pr&oacute;prios para sepultamentos, temendo que a putrefa&ccedil;&atilde;o deles pudesse transmitir doen&ccedil;as. Assim nasceram os cemit&eacute;rios.
O conceito de cemit&eacute;rio alcan&ccedil;ou o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119626-a-independencia-do-brasil-foi-mesmo-pacifica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Brasil Col&ocirc;nia</a> em 1801, quando o pa&iacute;s estava sob a reg&ecirc;ncia de Dom Jo&atilde;o VI, que emitiu um decreto ordenando que os cad&aacute;veres fossem enterrados nesses campos abertos longe das &aacute;reas populosas &mdash; mas ningu&eacute;m o obedeceu.
<h2>O ch&atilde;o de Deus</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/24/24191020180324.jpg" alt="(Fonte: Ricardo da Costa/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ricardo da Costa/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi s&oacute; em 1828, durante o reinado de<a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/35662-exumacao-do-corpo-de-d-pedro-i-traz-mais-detalhes-a-historia-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Dom Pedro I</a>, que a lei foi efetivada e o primeiro cemit&eacute;rio constru&iacute;do na cidade de Salvador &mdash; a contragosto da popula&ccedil;&atilde;o &mdash;, quando m&eacute;dicos baianos chegaram da Europa com centenas de ideias higienistas e convenceram os legisladores sobre a necessidade de protegerem a popula&ccedil;&atilde;o dos malef&iacute;cios causados pelos &ldquo;miasmas mef&iacute;ticos&rdquo; provocados pela decomposi&ccedil;&atilde;o dos cad&aacute;veres.
Do ponto de vista religioso, os baianos n&atilde;o pensavam de maneira muito diferente dos europeus com rela&ccedil;&atilde;o a enterrar seus mortos ao redor das igrejas, que representavam uma porta para o para&iacute;so e o local ideal para a aguardada ressurrei&ccedil;&atilde;o prometida para no fim dos tempos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/24/24191421961327.jpg" alt="(Fonte: 180 Graus/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: 180 Graus/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A democracia de ser enterrado na igreja, que n&atilde;o fazia distin&ccedil;&atilde;o entre classes sociais &mdash; s&oacute; de ra&ccedil;as &mdash; tamb&eacute;m era um dos motivos para as pessoas n&atilde;o quererem os cad&aacute;veres de entes queridos em locais feitos para os suicidas, criminosos, rebeldes, excomungados e escravizados, como o cemit&eacute;rio Campo da P&oacute;lvora. Fora tudo isso, os baianos tamb&eacute;m n&atilde;o queriam beneficiar empres&aacute;rios privados, em vez das irmandades religiosas.
Surgiram v&aacute;rios motins populares contra a proibi&ccedil;&atilde;o, sendo o de 25 de outubro de 1836, o mais famoso de todos. Conhecida como &ldquo;Cemiterada&rdquo;, a revolta reuniu uma multid&atilde;o de mais de 5 mil pessoas, que destruiu a machadadas o cemit&eacute;rio do Campo Santo, em Salvador.&nbsp;
O local havia sido inaugurado tr&ecirc;s dias antes por uma companhia privada que teve o monop&oacute;lio dos enterros na cidade por mais de 30 anos, visto que os m&eacute;dicos higienistas proibiram as igrejas de realizarem qualquer enterro em suas propriedades.
<h2>O campo dos rejeitados</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/24/24191830930329.jpg" alt="(Fonte: O Historiante/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: O Historiante/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A &ldquo;Cemiterada&rdquo; teve muita participa&ccedil;&atilde;o dos negros, que temiam acabar no Campo da P&oacute;lvora por seu papel na sociedade ser equivalente &agrave; remo&ccedil;&atilde;o de lixo, j&aacute; que o local era considerado pelo governo o destino de &ldquo;negros pag&atilde;os&rdquo;.
Em 1835, centenas de negros mortos em uma rebeli&atilde;o foram sepultados no Campo da P&oacute;lvora de maneira t&atilde;o prec&aacute;ria que a C&acirc;mara temeu que seus corpos resultassem em uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119282-gripe-equina-a-pandemia-que-transformou-os-eua-no-seculo-xix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epidemia&nbsp;</a>de doen&ccedil;as com os mais de 2 mil escravizados falecidos em Salvador entre 1825 e 1836.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/24/24191952430330.jpg" alt="(Fonte: Bahia Revista/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Bahia Revista/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O temor de acabar naquele tipo de cemit&eacute;rio levou v&aacute;rios escravizados a se associarem a v&aacute;rias irmandades, muitas das quais formadas por africanos, visando um local adequado para serem enterrados.&nbsp;
Os escravizados pensavam na possibilidade de ocuparem um lugar melhor no p&oacute;s-morte, diferente dos brancos, que com os cemit&eacute;rios desejavam apenas reproduzir os privil&eacute;gios desfrutados nesse plano.
Foi assim que o cemit&eacute;rio serviu para ressaltar as fronteiras sociais que sempre existiram.

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'Cemiterada': a revolta na Bahia de 1836 contra os cemitérios

Imagem de Golpe da Maioridade: a manobra que coroou D. Pedro II no megacurioso

Em uma época que o país ferveu de revoltas e insatisfação pública com a atuação do governo regencial

Foi em meados de 1835 que come&ccedil;ou a ganhar for&ccedil;a a ideia de antecipar a ascens&atilde;o ao trono imperial do jovem Pedro de Alc&acirc;ntara, filho de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119479-carta-de-d-leopoldina-foi-crucial-para-a-independencia-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dona Leopoldina</a> e <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/35662-exumacao-do-corpo-de-d-pedro-i-traz-mais-detalhes-a-historia-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dom Pedro I</a>.
Isso porque os propriet&aacute;rios de terras desconfiavam do processo de descentraliza&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tico-administrativa iniciado pelas autoridades do per&iacute;odo regencial, instaurado ap&oacute;s a abdica&ccedil;&atilde;o de D. Pedro I por press&otilde;es da elite agr&aacute;ria, causando grande polariza&ccedil;&atilde;o partid&aacute;ria.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/19/19200906343415.jpg" alt="D. Pedro II. (Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />D. Pedro II. (Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Conforme ocorreram revoltas sociais em v&aacute;rias prov&iacute;ncias do Brasil, exigindo medidas que reestabelecessem a ordem e paz social, foi refor&ccedil;ado o consenso pol&iacute;tico de que somente a restitui&ccedil;&atilde;o da monarquia poderia conter os excessos dos poderes locais e diminuir as dissens&otilde;es. No entanto, conforme o Cap&iacute;tulo V da Constitui&ccedil;&atilde;o de 1824, o comando do Imp&eacute;rio s&oacute; poderia ser atribu&iacute;do ao seu sucessor quando a maioridade, na &eacute;poca 18 anos completos, fosse alcan&ccedil;ada.
Mas ningu&eacute;m estava disposto a esperar mais 8 anos vivendo no caos causado pelo governo regencial.
<h2>O ato do Golpe</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/19/19201016405416.jpg" alt="(Fonte: Col&eacute;gio Web/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Col&eacute;gio Web/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 15 de abril de 1840, os grupos liberais fundaram a Sociedade Promotora da Maioridade, que logo passou a ser chamada Clube da Maioridade, sob a lideran&ccedil;a de Ant&ocirc;nio Carlos de Andrada e Silva, com vice-presid&ecirc;ncia de Holanda Cavalcanti.
Promovendo a ideia de que apenas a autoridade do jovem D. Pedro II, ent&atilde;o com 15 anos, como imperador poderia deter as revoltas, o ato da maioridade rapidamente ganhou apoio popular.
A antecipa&ccedil;&atilde;o da maioridade foi disseminada pelo povo e pela imprensa, que participou do movimento distribuindo folhetos que eram colados nos muros do Rio de Janeiro com os versos: &ldquo;Queremos Dom Pedro II. Embora n&atilde;o tenha idade. A na&ccedil;&atilde;o dispensa a Lei. E viva a maioridade!&rdquo;.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Conhecimento Cient&iacute;fico&nbsp;" data-fonte-url="https://conhecimentocientifico.r7.com/wp-content/uploads/2018/12/voce-sabia-que-foi-o-golpe-da-maioridade-que-pacificou-o-brasil-1.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/19/19201120796417.jpg" alt="(Fonte: Conhecimento Cinet&iacute;fico/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Conhecimento Cient&iacute;fico/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Andrada e Silva apresentou o projeto de antecipa&ccedil;&atilde;o da maioridade ao jovem monarca em 22 de junho de 1840, e D. Pedro II respondeu concordar que a lei fosse aplicada quanto antes.
Em 18 de julho de 1841, D. Pedro II foi finalmente coroado e sagrado o mais novo Imperador do Brasil, condutor do Segundo Reinado, enquanto os vizinhos latino-americanos se destru&iacute;am e se fragmentavam em pequenas rep&uacute;blicas comandadas por caudilhos, passando a imagem para a Europa de que o pa&iacute;s era um &ldquo;para&iacute;so cercado pelo caos&rdquo;.
Para auxiliar o novo imperador, foi criado e instaurado o Minist&eacute;rio da Maioridade, conhecido como o Minist&eacute;rio dos Irm&atilde;os, pois era formado por Ant&ocirc;nio Carlos e Martim Francisco de Andrada.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/19/19201222265418.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O gabinete, por&eacute;m, teve vida curta, destitu&iacute;do no ano seguinte ao ser acusado de fraudes e viol&ecirc;ncias nas elei&ccedil;&otilde;es de 1840. D. Pedro II exonerou os ministros liberais e os substituiu por conservadores, marcando o in&iacute;cio da inser&ccedil;&atilde;o da pol&iacute;tica do conservadorismo no pa&iacute;s.
A coroa&ccedil;&atilde;o de D. Pedro II permitiu a estabiliza&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica do Brasil, centralizando a aten&ccedil;&atilde;o de todos na figura in&eacute;dita de um jovem imperador.

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Golpe da Maioridade: a manobra que coroou D. Pedro II

Imagem de 6 filmes perfeitos para se aprender sobre História no megacurioso

Saiba quais são os melhores longas-metragens para você que deseja aprender um pouco mais o passado da humanidade

Hollywood nem sempre &eacute; o melhor lugar para se usufruir de fontes fi&eacute;is sobre relatos hist&oacute;ricos, mas isso n&atilde;o significa que todos os filmes j&aacute; criados no mundo sejam completas cria&ccedil;&otilde;es com roteiros fict&iacute;cios. A verdade &eacute; que o cinema pode ser sim uma &oacute;tima fonte de conhecimento, e at&eacute; mesmo algumas pel&iacute;culas populares foram baseadas em acontecimentos reais.
Por isso, n&oacute;s montamos esta lista com seis filmes imperd&iacute;veis e perfeitos que falam sobre momentos relevantes na hist&oacute;ria humana para voc&ecirc; sentar no sof&aacute; e desfrut&aacute;-los com uma boa dose de sabedoria. Confira s&oacute; os indicados e depois nos conte se j&aacute; assistiu a algum deles.
<h2>1. 12 Anos de Escravid&atilde;o (2013)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/19/19112535033138.jpg" alt="(Fonte: Summit Entertainment/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Summit Entertainment/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2014, o filme 12 Anos de Escravid&atilde;o&nbsp;(2013) &eacute; um exemplo recente do melhor que o cinema pode oferecer. Baseado em um di&aacute;rio de 1853 com o mesmo nome, o longa-metragem conta a hist&oacute;ria de Solomon Northup, um homem negro nascido livre em Nova Jersey que foi raptado e vendido como <a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/100194-7-punicoes-inaceitaveis-que-ja-foram-usadas-com-escravos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravo</a> no sul dos Estados Unidos (EUA).
A obra mostra o cruel retrato da divis&atilde;o pol&iacute;tica norte-americana que durou longos anos. Foram precisos 12 anos para que Northup fosse liberado de suas amarras e ganhasse sua liberdade por vias legais.
<h2>2. A Lista de Schindler (1993)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/19/19112702439139.png" alt="(Fonte: Universal Pictures/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Universal Pictures/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Filmes que retratam a realidade da <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/118129-criancas-lobo-os-orfaos-quase-esquecidos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> n&atilde;o s&atilde;o novidade no mundo do cinema, mas A Lista de Schindler&nbsp;(1993) talvez seja a maior obra-prima. Dirigido por Steven Spielberg, o enredo fala sobre a vida de Oskar Schindler, um empres&aacute;rio alem&atilde;o com forte influ&ecirc;ncia no governo nazista que viu na m&atilde;o de obra judia uma solu&ccedil;&atilde;o barata para lucrar na guerra.
Entretanto, Schindler tamb&eacute;m usou suas conex&otilde;es para salvar mais de 1,2 mil judeus dos campos de concentra&ccedil;&atilde;o alem&atilde;es, contrariando todas as expectativas criadas em sua personalidade.
<h2>3. Braveheart: Cora&ccedil;&atilde;o Valente (1995)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/19/19112937283141.jpg" alt="(Fonte: Paramount Pictures/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Paramount Pictures/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em Braveheart: Cora&ccedil;&atilde;o Valente (1995), Mel Gibson dirigiu e protagonizou a incr&iacute;vel hist&oacute;ria de William Wallace, um cavaleiro escoc&ecirc;s que se tornou um dos principais l&iacute;deres durante a Guerra da Independ&ecirc;ncia Escocesa. Apesar do filme ter sido criticado por algumas imprecis&otilde;es hist&oacute;ricas, ainda assim &eacute; um cl&aacute;ssico do cinema e inclui diversos elementos factuais.&nbsp;A pel&iacute;cula inclusive apresenta a cena de um soldado sendo defenestrado, uma puni&ccedil;&atilde;o tradicional na Era Medieval.&nbsp;
<h2>4. Spartacus (1960)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/19/19112753658140.jpg" alt="(Fonte: Universal Pictures/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Universal Pictures/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Poucos filmes hist&oacute;ricos s&atilde;o mais lend&aacute;rios do que Spartacus (1960), dirigido por Stanley Kubrick e protagonizado por Kirk Douglas. O longa-metragem conta a hist&oacute;ria de Spartacus, um tr&aacute;cio escravo que trabalha para o Imp&eacute;rio Romano e sonha com o fim da escravid&atilde;o.
Ap&oacute;s ser feito um gladiador pelo lanista Batiatus, o rebelde escravo passa a ganhar reconhecimento dos romanos e lidera a maior revolu&ccedil;&atilde;o de escravos em toda a Antiga It&aacute;lia.
<h2>5. Titanic (1997)</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Paramount Pictures/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://bordalo.observador.pt/v2/rs:fill:900/c:770:433:nowe:0:0/q:86/plain/https://s3.observador.pt/wp-content/uploads/2016/02/04121326/titanic-capa_770x433_acf_cropped.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/19/19113107626142.jpg" alt="(Fonte: Paramount Pictures/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Paramount Pictures/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar de contar a hist&oacute;ria do casal fict&iacute;cio Jack e Rose, o filme Titanic (1997) &eacute; um importante retrato hist&oacute;rico sobre o naufr&aacute;gio do transatl&acirc;ntico <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119582-7-fatos-essenciais-sobre-a-historia-do-naufragio-do-titanic.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">RMS Titanic</a>, em 1912, ap&oacute;s ter colidido com um iceberg no Oceano Atl&acirc;ntico. Por mais que a premissa do filme seja em volta de um casal que n&atilde;o existiu de verdade, boa parte do que acontece no entorno da hist&oacute;ria principal s&atilde;o acontecimentos reais.&nbsp;Al&eacute;m disso, esse &eacute; um cl&aacute;ssico real do cinema global e tamb&eacute;m serviu para decolar a carreira do ator Leonardo DiCaprio.
<h2>6. Spotlight: Segredos Revelados (2015)</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Sony Pictures/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://network.grupoabril.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2019/05/filme-spotlight-aborda-papel-do-jornalismo-e-abusos-na-igreja.png"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/19/19113132439143.png" alt="(Fonte: Sony Pictures/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Sony Pictures/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A vit&oacute;ria em 6 categorias do Oscar em 2016 apenas coroou o trabalho magn&iacute;fico feito pelo diretor Tom McCarthy e companhia em Spotlight: Segredos Revelados (2015). O filme basicamente serve como uma homenagem ao trabalho inacredit&aacute;vel feito pelos rep&oacute;rteres do The Boston Globe na categoria de jornalismo investigativo.
Em 2003, o jornal foi respons&aacute;vel por desvendar uma s&eacute;rie de casos de abuso e pedofilia cometidos por padres que estavam sendo abafados pelo Vaticano. A investiga&ccedil;&atilde;o rendeu o Pr&ecirc;mio Pulitzer de Servi&ccedil;o P&uacute;blico para os participantes e instaurou uma crise na arquidiocese cat&oacute;lica.&nbsp;

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6 filmes perfeitos para se aprender sobre História

Imagem de Batalha dos Guararapes: o início das Forças Armadas no Brasil no megacurioso

A guerra de 1600 é considerada um 'Vietnã brasileiro'

No s&eacute;culo XVI, o Imp&eacute;rio Espanhol representava a figura dos Estados Unidos (EUA) dos dias atuais, sendo a maior pot&ecirc;ncia do mundo, dominando territ&oacute;rios na It&aacute;lia e na Fran&ccedil;a, bem como a faixa de terra entre B&eacute;lgica, Holanda e Luxemburgo &mdash; que na &eacute;poca constitu&iacute;a os Pa&iacute;ses Baixos Espanh&oacute;is.
Em 1579, um conflito come&ccedil;ou quando sete prov&iacute;ncias ao norte dos Pa&iacute;ses Baixos fundaram a Uni&atilde;o de Utreque, trocando o catolicismo&nbsp;pelo pensamento de Jo&atilde;o Calvino e Martinho Lutero em meio &agrave; Reforma Protestante, chegando &agrave; conclus&atilde;o de que n&atilde;o precisavam mais se submeterem &agrave; coroa espanhola. Ent&atilde;o, n&atilde;o dispostos a abrirem m&atilde;o da regi&atilde;o, que era fundamental para as rotas de com&eacute;rcio na Europa, a guerra come&ccedil;ou.
<h2>Formando o cerco</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/18/18202132165390.jpg" alt="Rei Filipe II da Espanha. (Fonte: Preceden/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Rei Filipe II da Espanha. (Fonte: Preceden/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1580, o Brasil acabou entrando para a guerra entre holandeses e espanh&oacute;is como um efeito colateral, quando o rei Filipe II da Espanha se aproveitou da instabilidade de poder em Portugal causada pela morte de D. Sebasti&atilde;o para anexar o pa&iacute;s aos seus dom&iacute;nios, constituindo a Uni&atilde;o Ib&eacute;rica.
Consequentemente, o a&ccedil;&uacute;car refinado pelos holandeses nos engenhos do Brasil passou a pertencer aos inimigos. Como retalia&ccedil;&atilde;o para tomar&nbsp;suas col&ocirc;nias dos espanh&oacute;is-portugueses, os holandeses montaram a Companhia das &Iacute;ndias Orientais &mdash; que serviu para abastecer os cofres da Holanda e controlar as posses portuguesas no Oriente &mdash; e a Companhia das &Iacute;ndias Ocidentais, cujo intuito era invadir as regi&otilde;es produtoras de a&ccedil;&uacute;car na Am&eacute;rica.
Em 1624, a Ba&iacute;a de Todos os Santos, em Salvador, foi tomada por dezenas de navios holandeses que ocuparam a cidade at&eacute; o ano seguinte, quando uma esquadra luso-espanhola conseguiu expuls&aacute;-los com a ajuda da popula&ccedil;&atilde;o local.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/18/18202312133391.jpg" alt="(Fonte: Escola Educa&ccedil;&atilde;o/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Escola Educa&ccedil;&atilde;o/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Cinco anos ap&oacute;s isso, ao tomarem a cidade de Olinda, os holandeses deram in&iacute;cio a um processo de guerra mortal, que &eacute; chamada de "Vietn&atilde; brasileiro" pelos historiadores. Em 24 anos de dom&iacute;nio estrangeiro, cerca de 16 anos foram puramente de batalhas.
Entre 1630 e 1637, a resist&ecirc;ncia local foi obrigada a abandonar Pernambuco sob a capacidade ofensiva dos holandeses, que passaram a controlar territ&oacute;rios entre o Cear&aacute; at&eacute; a divisa de Alagoas e Sergipe.
Com a partida de Jo&atilde;o Maur&iacute;cio de Nassau, em 1644, o poder dos holandeses come&ccedil;ou a definhar, visto que seus substitutos na Companhia das &Iacute;ndias Ocidentais n&atilde;o conseguiram controlar a crescente revolta dos habitantes locais contra o dom&iacute;nio estrangeiro. No ano seguinte, os descontentes com a queda do pre&ccedil;o do a&ccedil;&uacute;car, como tamb&eacute;m com as d&iacute;vidas alt&iacute;ssimas e a certeza de que Portugal n&atilde;o retomaria a regi&atilde;o, decidiram agir.
Eles organizaram um ex&eacute;rcito e encurralaram os holandeses na cidade de Recife, invertendo o curso da hist&oacute;ria holandesa no pa&iacute;s em uma das batalhas chamada Monte das Tabocas, respons&aacute;vel por estabelecer a estrat&eacute;gia de guerrilha que foi fundamental na Guerra dos Guararapes.
<h2>Dois passos na frente</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Conhecimento Cient&iacute;fico&nbsp;" data-fonte-url="https://conhecimentocientifico.r7.com/wp-content/uploads/2020/07/batalha-dos-guararapes-contexto-historico-causas-e-consequencias.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/18/18202713368393.jpg" alt="(Fonte: Conhecimento Cinet&iacute;fico/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Conhecimento Cinet&iacute;fico/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Entre 18 e 19 de abril de 1648, no Morro dos Guararapes, Capitania de Pernambuco no Brasil Col&ocirc;nia, a primeira guerra terminou com vit&oacute;ria luso-brasileira, apesar de seu ex&eacute;rcito de 2,2 mil homens ter lutado corpo a corpo com 7,4 mil inimigos. Eles s&oacute; tiveram vantagem porque os generais Fernandes Vieira e Vidal de Negreiros souberam que os holandeses vindos do Recife teriam que passar pelo Morro dos Guararapes para chegar ao munic&iacute;pio de Muribeca.
Estima-se que 1,2 mil holandeses foram mortos, dos quais 180 eram oficiais e sargentos. Do lado luso-brasileiro, apenas 84 foram abatidos no combate que durou 5 horas e envolveu ingleses, franceses, poloneses, negros e, inclusive, &iacute;ndios tupis e tapuias.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/18/18202947899394.jpg" alt="(Fonte: Cultura Mix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Cultura Mix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Sitiados no Recife, onde s&oacute; podiam sair pelo mar, os holandeses tentaram escapar por terra na noite de 17 para 18 de fevereiro de 1649, com intuito de chegar a Guararapes para se posicionarem com vantagem no iminente confronto com as tropas luso-brasileiras. No entanto, mais uma vez a estrat&eacute;gia deles falhou quando se viram encurralados pelos soldados camuflados no morro.
O p&acirc;nico gerou uma 2&ordf; batalha naquele 19 de fevereiro, considerada ainda mais cruel e sangrenta. Mais de 2,5 mil homens holandeses morreram ou foram presos, al&eacute;m de mais de 500 feridos.
Com isso, os holandeses perceberam que n&atilde;o estavam lutando contra tropas portuguesas movidas a raz&otilde;es econ&ocirc;micas, mas sim pelo sentimento de patriotismo. Com a expuls&atilde;o completa dos inimigos em 1654, a capitania de Pernambuco foi palco de v&aacute;rios movimentos pela independ&ecirc;ncia da regi&atilde;o nas d&eacute;cadas seguintes.
Em 1994, o ex-presidente Itamar Franco decretou que 18 de abril 1648 marcou o nascimento das For&ccedil;as Armadas Brasileiras, e o uso da palavra "patriotismo" pela primeira vez na hist&oacute;ria.

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Batalha dos Guararapes: o início das Forças Armadas no Brasil

Imagem de A cachaça causou uma grande revolta no Brasil Colônia de 1660 no megacurioso

Antes de se tornar 'produto cultural' do país, a bebida foi alvo de repressões pelos portugueses

Foi depois de o colonizador Martim Afonso de Souza trazer pequenas mudas de cana-de-a&ccedil;&uacute;car para a vila de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117072-praia-de-sao-vicente-foi-atingida-por-um-maremoto-em-1541.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">S&atilde;o Vicente</a> (atual cidade litor&acirc;nea de S&atilde;o Paulo), em 1532, que a cacha&ccedil;a surgiu quando os res&iacute;duos do caldo de cana foram destilados. Rapidamente, conforme os engenhos de a&ccedil;&uacute;car se espalharam pelas capitanias, a bebida alco&oacute;lica ganhou o Brasil Col&ocirc;nia.
A cacha&ccedil;a se tornou a &ldquo;queridinha&rdquo; de colonos e nativos, por&eacute;m a realeza portuguesa n&atilde;o gostou nada do que viu, principalmente porque Portugal produzia sua pr&oacute;pria aguardente, chamada &ldquo;bagaceira&rdquo;, feita com o baga&ccedil;o da uva. A cacha&ccedil;a brasileira significava concorr&ecirc;ncia e preju&iacute;zos econ&ocirc;micos para os produtores de Portugal.
Ent&atilde;o, no auge da produ&ccedil;&atilde;o da bebida, em 1635, foi estabelecida pela coroa portuguesa a primeira lei proibindo o consumo da cacha&ccedil;a.
<h2>Inconst&acirc;ncia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/18/18200758195385.jpeg" alt="(Fonte: Mapa da Cacha&ccedil;a/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Mapa da Cacha&ccedil;a/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No entanto, a falta de poder de fiscaliza&ccedil;&atilde;o das autoridades coloniais permitiu que a bebida continuasse a ser produzida e comercializada como se nada tivesse acontecido. Nem mesmo com a Companhia Geral do Com&eacute;rcio, criada em 1647, com o objetivo de obter monop&oacute;lio da venda de v&aacute;rios produtos nas col&ocirc;nias, impediu que a bebida brasileira continuasse a fazer sucesso por &ldquo;debaixo dos panos&rdquo;. O poder era t&atilde;o grande que ela foi contrabandeada para Angola, ent&atilde;o dominada pelos portugueses, e tamb&eacute;m se espalhou por l&aacute; de maneira incontrol&aacute;vel.
O neg&oacute;cio foi bem at&eacute; que a coroa portuguesa emitisse outra lei de proibi&ccedil;&atilde;o sobre o com&eacute;rcio da cacha&ccedil;a, no fim da d&eacute;cada de 1650. Contudo, dessa vez, eles mobilizaram as autoridades para destru&iacute;rem alambiques, atacarem os trabalhadores e os amea&ccedil;arem com multas e deporta&ccedil;&atilde;o para &Aacute;frica.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/18/18201017571387.jpg" alt="Salvador Correia de S&aacute; e Benevides. (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Salvador Correia de S&aacute; e Benevides. (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Diante dessa situa&ccedil;&atilde;o, a sa&iacute;da dos alambiqueiros foi focar seus esfor&ccedil;os no contrabando da bebida para Angola, onde ela havia se tornado moeda de troca no mercado de escravizados. Tudo piorou no in&iacute;cio de 1660 com a ascens&atilde;o de Salvador Correia de S&aacute; e Benevides como governador da Reparti&ccedil;&atilde;o Sul do Brasil, cujo cargo se estendia do atual Esp&iacute;rito Santo at&eacute; S&atilde;o Paulo.
Em um de seus decretos de 31 de janeiro de 1660, ele aceitou a proposta dos governadores da C&acirc;mara do Rio de Janeiro para liberar a venda da cacha&ccedil;a sob a cobran&ccedil;a de impostos alt&iacute;ssimos, visto que o estado atravessava uma crise econ&ocirc;mica.
Por outro lado, a decis&atilde;o contrariava as leis de Portugal que lutavam para coibir a venda da bebida, ent&atilde;o a solu&ccedil;&atilde;o que Salvador de S&aacute; encontrou foi estabelecer o imposto sobre a riqueza dos cidad&atilde;os para tentar compensar o estrago.
<h2>A revolta</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/18/18201314930388.jpg" alt="(Fonte: Sempre Livre/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Sempre Livre/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No in&iacute;cio de novembro de 1660, Salvador de S&aacute; viajou para S&atilde;o Paulo e deixou o governo do Rio sob os cuidados de seu tio Tom&eacute; Correia de Alvarenga, que deveria cumprir sua ordem: colocar soldados nas ruas para cobrar a nova taxa dos moradores.
No entanto, do outro lado da ba&iacute;a de Guanabara, um grupo de senhores de engenho se aproveitaram da instabilidade pol&iacute;tica na regi&atilde;o para se rebelarem e darem in&iacute;cio ao que ficou conhecido como Revolta da Cacha&ccedil;a. Liderados por Jer&ocirc;nimo Barbalho, um dos principais produtores da bebida na regi&atilde;o, o povo foi inflamado pelos discursos do homem e resolveu tomar as ruas para deter os soldados.
Diante da C&acirc;mara, Barbalho exigiu o fim das taxas e o reembolso de tudo o que j&aacute; havia sido pago pela popula&ccedil;&atilde;o. A coroa portuguesa, no entanto, respondeu que apenas visava estabelecer condi&ccedil;&otilde;es justas e dignas para continuarem servindo &agrave; cidade.
Na manh&atilde; de 8 de novembro, a popula&ccedil;&atilde;o revoltada saqueou as casas de Salvador de S&aacute; e de seus parentes, enquanto uma assembleia popular elegeu Agostinho Barbalho, irm&atilde;o de Jer&ocirc;nimo, como novo governador. Na &eacute;poca, Agostinho foi arrancado do convento franciscano em que estudava e amea&ccedil;ado de morte para aceitar o convite de governador assinado por 112 senhores de engenho.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/18/18201820930389.jpg" alt="Lu&iacute;sa de Gusm&atilde;o. (Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Lu&iacute;sa de Gusm&atilde;o. (Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ao saber da insurrei&ccedil;&atilde;o, Salvador de S&aacute; aceitou Agostinho como governador at&eacute; ter tempo suficiente de planejar o seu retorno triunfal para o controle do Rio. Quando Agostinho caiu do governo em 8 de fevereiro de 1661, a nova C&acirc;mara decidiu colocar Jer&ocirc;nimo Barbalho no cargo, que se tornou um tirano quando o poder lhe &ldquo;subiu &agrave; cabe&ccedil;a&rdquo;.
O autoritarismo de Barbalho durou at&eacute; 6 de abril de 1661, quando Salvador de S&aacute; regressou de S&atilde;o Paulo lan&ccedil;ando um ataque surpresa ao governo dos senhores de engenho, deixando a popula&ccedil;&atilde;o sem a&ccedil;&atilde;o com seu poder de fogo.
Em 10 de abril, flanqueado por uma corte marcial, Salvador de S&aacute; escreveu uma carta ao rei Afonso VI pedindo permiss&atilde;o para decapitar Barbalho para desarticular futuras rebeli&otilde;es &mdash; e assim foi feito.
O Conselho Ultramarino de Portugal, que cuidava das col&ocirc;nias, n&atilde;o gostou da revolta e nem de seu desfecho b&aacute;rbaro, portanto Salvador de S&aacute; foi processado e destitu&iacute;do do cargo. As autoridades conclu&iacute;ram que a Revolta da Cacha&ccedil;a foi justa, perdoando os demais l&iacute;deres da revolta, visto que eles estavam apenas se revoltando contra a pol&iacute;tica fiscal do governador e n&atilde;o &agrave;s ordens da coroa.
No mesmo ano, Lu&iacute;sa de Gusm&atilde;o, a rainha de Portugal, liberou a fabrica&ccedil;&atilde;o de cacha&ccedil;a no Brasil. Desde 1994, a bebida &eacute; reconhecida por lei como &ldquo;produto cultural&rdquo; do nosso Pa&iacute;s.

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A cachaça causou uma grande revolta no Brasil Colônia de 1660

Imagem de E se o Brasil tivesse ido contra os EUA na Segunda Guerra Mundial? no megacurioso

Qual seria o destino brasileiro se o Eixo tivesse sido adotado por Getúlio Vargas?

O Fall Weiss, plano estrat&eacute;gico de invas&atilde;o contra a Pol&ocirc;nia, aconteceu na manh&atilde; de 1&deg; de setembro de 1939, logo ap&oacute;s o agente <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/115756-o-homem-que-comecou-a-guerra-o-incidente-de-gleiwitz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Alfred Naujocks</a>, um dos assassinos mais gabaritados do Esquadr&atilde;o de A&ccedil;&otilde;es Especiais do Partido Nazista, ter conclu&iacute;do a &uacute;ltima "<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119235-operacao-greif-a-ultima-tentativa-de-hitler-vencer-a-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">opera&ccedil;&atilde;o de bandeira falsa</a>" que constitu&iacute;a a Opera&ccedil;&atilde;o Himmler.
S&oacute; em setembro de 1942 que o Brasil entrou para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/118129-criancas-lobo-os-orfaos-quase-esquecidos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> do lado dos Aliados, contrariando a ideia de que o governo brasileiro fosse aderir a coaliz&atilde;o do Eixo (Alemanha, It&aacute;lia e Jap&atilde;o).
&ldquo;Os pontos em comum entre o Estado Novo, Vargas e os nazifascistas eram evidentes tanto no campo econ&ocirc;mico quanto pol&iacute;tico&rdquo;, ressaltou Maria Aparecida de Aquino, professora da Universidade de S&atilde;o Paulo (USP).
<h2>A ru&iacute;na</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/10/10123506473191.jpg" alt="(Fonte: Observat&oacute;rio do Terceiro Setor/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Observat&oacute;rio do Terceiro Setor/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Isso porque, em junho de 1940, um dia depois de os nazistas invadirem Paris, Vargas elogiou as na&ccedil;&otilde;es que eram "fortes o suficiente para se imporem pela organiza&ccedil;&atilde;o baseada no sentimento da p&aacute;tria" e que "se sustentavam na convic&ccedil;&atilde;o da pr&oacute;pria superioridade".
No entanto, no in&iacute;cio da guerra, o Brasil ficou em cima do muro, visto que a balan&ccedil;a comercial do pa&iacute;s era maior com a Alemanha do que com os Estados Unidos, mas foi por pouco que Vargas n&atilde;o aderiu ao Eixo.
Segundo Lu&iacute;s Fernando Ayerbe, da Universidade Estadual Paulista, a migra&ccedil;&atilde;o para o lado dos Aliados foi uma transa&ccedil;&atilde;o financeira e pol&iacute;tica que envolveu press&otilde;es diplom&aacute;ticas e US$ 20 milh&otilde;es para a constru&ccedil;&atilde;o da Companhia Sider&uacute;rgica Nacional, no Rio de Janeiro.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;O Globo&nbsp;" data-fonte-url="https://s2.glbimg.com/OLnH8dqSqabZY7FyDvKMqLrIz_E=/645x388/i.glbimg.com/og/ig/infoglobo1/f/original/2020/03/05/33048822_rio_de_janeiro_rj_-_17-09-1945_-_exercito_brasil_-_feb_forca_expedicionaria_brasileira.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/10/10123752598197.jpg" alt="(Fonte: O Globo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: O Globo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Se o Brasil se alinhasse ao Eixo teria criado um transtorno para a pol&iacute;tica externa de Franklin Roosevelt. &ldquo;O Brasil ocupava uma posi&ccedil;&atilde;o importante no cen&aacute;rio da guerra, n&atilde;o s&oacute; como fornecedor de produtos-chave, como o magn&eacute;sio, mas tamb&eacute;m por ser uma ponte para uma a&ccedil;&atilde;o militar na Am&eacute;rica do Norte&rdquo;, pontuou Joel Wolfe, professor da Universidade de Rice, nos Estados Unidos (EUA), especialista em Hist&oacute;ria do Brasil.
Al&eacute;m disso, o governo americano tamb&eacute;m tinha planos de conting&ecirc;ncia em v&aacute;rios cen&aacute;rios, como a ocupa&ccedil;&atilde;o do nordeste brasileiro caso Vargas aderisse ao Eixo, em uma opera&ccedil;&atilde;o que envolveria 150 mil soldados. Para Joel, no entanto, era algo meio improv&aacute;vel, sendo poss&iacute;vel que os Aliados bloqueassem apenas o acesso aos portos brasileiros.
De qualquer forma, n&atilde;o importa em qual coaliz&atilde;o o Brasil se aderisse, o resultado da guerra teria sido o mesmo. Contudo, a derrota do Brasil abreviaria a Era Vargas e tamb&eacute;m jogaria o pa&iacute;s em uma crise econ&ocirc;mica e pol&iacute;tica que poderia resultar em sua ru&iacute;na total se tivesse se juntado ao Eixo.

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