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Paralelos temporais entre o passado e o futuro podem indicar um papel importante dos fósseis na história humana

Quando falamos em f&oacute;sseis, &eacute; sempre subentendido que seu estudo ajuda a desvendar os mist&eacute;rios do passado. No entanto, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120989-por-que-a-india-nao-se-dedica-a-preservacao-da-riqueza-fossil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">f&oacute;sseis</a> podem ser importantes n&atilde;o apenas para entender o passado da vida no planeta, mas tamb&eacute;m para vislumbrar o futuro da humanidade.
Em entrevista concedida ao Vox, o paleont&oacute;logo Thomas Halliday revelou que as extin&ccedil;&otilde;es de eras passadas e as consequ&ecirc;ncias das mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas &mdash; vivenciadas em larga escala nos &uacute;ltimos anos &mdash; podem impactar na manuten&ccedil;&atilde;o e sustenta&ccedil;&atilde;o dos seres vivos. &nbsp;
De acordo com Halliday, eventos ocorridos h&aacute; milh&otilde;es de anos, quando dinossauros e aves gigantes habitavam a Terra, apresentavam padr&otilde;es geol&oacute;gicos que permitiam a sugest&atilde;o de infer&ecirc;ncias clim&aacute;ticas e comportamentais. Assim, seria poss&iacute;vel reconstruir a&ccedil;&otilde;es, h&aacute;bitos e caracter&iacute;sticas anat&ocirc;micas de esp&eacute;cies, al&eacute;m de suas rela&ccedil;&otilde;es com o ambiente, para aproximar os conceitos &agrave; atual realidade.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120855-de-pe-e-andando-a-historia-da-mobilidade-humana.htm#:~:text=Seus%20ossos%20indicavam%20bipedismo%2C%20com,sobre%204%20patas%20n%C3%A3o%20fazem." target="_blank">De p&eacute; e andando: a hist&oacute;ria da mobilidade humana</a>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/02/03/03092533392032.jpg" alt="(Fonte: Fossil Museum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Fossil Museum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Essas "viagens temporais", como o autor menciona, seriam de extrema import&acirc;ncia para contar a hist&oacute;ria da vida, tendo em vista que grandes extin&ccedil;&otilde;es &mdash; por a&ccedil;&otilde;es humanas ou cataclismas de larga escala &mdash; tiveram impacto direto nos ecossistemas antigos, assim como ocorre&nbsp;atualmente.
Por&eacute;m, diferentemente dos tempos passados, em que aquecimentos e resfriamentos estavam inclusos em um lento ciclo natural, os desgastes atuais est&atilde;o em um ritmo mais veloz e podem indicar problemas em escalas tr&aacute;gicas para a natureza.
"No final do Permiano, h&aacute; 250 milh&otilde;es de anos, ocorreu o que ficou conhecido como a Grande Morte. &Eacute; a pior extin&ccedil;&atilde;o em massa que j&aacute; aconteceu. Houve uma enorme emiss&atilde;o de coisas, como metano e outros gases de efeito estufa, por meio da atividade vulc&acirc;nica", disse o paleont&oacute;logo. "Na Sib&eacute;ria, 95% da vida foi exterminada por essa mudan&ccedil;a radical no clima global. Existiram enormes problemas com a acidifica&ccedil;&atilde;o dos oceanos, com esses gases saindo para a atmosfera, perdendo oxig&ecirc;nio. E muitas dessas coisas s&atilde;o problemas que estamos vendo agora", ele falou.
<h2 class="uk-text-justify">H&aacute; otimismo com a repeti&ccedil;&atilde;o dos fatos?</h2>
H&aacute; pouco mais de 360 milh&otilde;es de anos, esp&eacute;cies fotossintetizantes &mdash; como organismos unicelulares e, posteriormente, as <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120868-yggdrasil-a-arvore-sagrada-da-mitologia-nordica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&aacute;rvores</a> do Carbon&iacute;fero &mdash; foram respons&aacute;veis por alterar a configura&ccedil;&atilde;o da biosfera, produzindo oxig&ecirc;nio, absorvendo grandes quantidades de di&oacute;xido de carbono e transformando-se em carbono, que retornava para a Terra na forma de mat&eacute;ria org&acirc;nica.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/02/08/08131223969217.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
Na atual crise clim&aacute;tica, os protagonistas das transforma&ccedil;&otilde;es de cen&aacute;rio s&atilde;o os pr&oacute;prios humanos, dotados da capacidade de refletir sobre as a&ccedil;&otilde;es e buscar alternativas mais apropriadas. Por&eacute;m, o tempo vem se provando um inimigo da popula&ccedil;&atilde;o mundial e, enquanto os efeitos dos gases-estufa preocupam por causa de uma a&ccedil;&atilde;o brusca e repentina, grupos de ambientalistas e estudiosos se esfor&ccedil;am para "correr contra o tempo", na tentativa de contornar a situa&ccedil;&atilde;o antes de uma nova extin&ccedil;&atilde;o.
"Se estamos falando de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120674-6-lugares-que-nao-existem-por-conta-das-mudancas-climaticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas</a>, os per&iacute;odos importantes s&atilde;o os cinco maiores eventos de extin&ccedil;&atilde;o em massa. O Ordoviciano &eacute; o &uacute;nico causado pelo resfriamento global, e acho que &eacute; um paralelo importante aqui. As pessoas t&ecirc;m uma suposi&ccedil;&atilde;o de que o calor &eacute; de alguma forma o que &eacute; ruim aqui, mas, na verdade, n&atilde;o &eacute; o calor em si, &eacute; a taxa de mudan&ccedil;a", esclareceu Halliday.
<h2 class="uk-text-justify">E qual &eacute; o papel dos f&oacute;sseis na recupera&ccedil;&atilde;o clim&aacute;tica?</h2>
Segundo o autor de Otherlands, compreender o que ocorreu com esp&eacute;cies desaparecidas e estudar de que forma os fen&ocirc;menos clim&aacute;ticos impactaram nas comunidades pr&eacute;-hist&oacute;ricas &eacute; essencial para entender os padr&otilde;es dos ciclos nas eras. Para isso, torna-se imprescind&iacute;vel analisar estruturas f&oacute;sseis e entender quais pistas elas fornecem para a humanidade.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/02/03/03093227111036.jpg" alt="(Fonte: Alamy/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Alamy/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Estudos comprovam as rela&ccedil;&otilde;es entre artefatos documentais e a coleta de detalhes minuciosos sobre o meio ambiente, e Halliday refor&ccedil;a essa condi&ccedil;&atilde;o: &ldquo;ver formas de vida antigas como se fossem visitantes comuns do nosso mundo, como animais tr&ecirc;mulos e fumegantes de carne e instinto, como vigas rangentes e folhas caindo&rdquo;.
"Se passarmos por um grande per&iacute;odo de transi&ccedil;&atilde;o, inaugurando uma nova era em que a vida &eacute; fundamentalmente diferente, ent&atilde;o &eacute; menos prov&aacute;vel que fa&ccedil;amos parte dela. Devemos proteger o mundo que &eacute; nossa terra, nossa parte do tempo geol&oacute;gico", ele concluiu.

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O que os fósseis podem revelar sobre o futuro do planeta?

Imagem de Como a arqueologia pode nos ajudar contra a crise climática? no megacurioso

Estudos sobre o passado da humanidade podem ter respostas sobre como comunidades sobreviveram às mudanças climáticas

A maneira como vemos as temperaturas m&eacute;dias da Terra escalarem vertiginosamente nas &uacute;ltimas 5 d&eacute;cadas n&atilde;o pode ser comparada com nada que aconteceu no planeta durante os &uacute;ltimos 2 mil anos. No entanto, isso n&atilde;o significa que o passado da humanidade n&atilde;o possa ser usado para aprendermos algumas li&ccedil;&otilde;es de como lidar com a variabilidade do clima.
Uma das &aacute;reas da Ci&ecirc;ncia que pode nos ajudar nesse papel &eacute; a Arqueologia, uma vez que os registros arqueol&oacute;gicos oferecem oportunidades &uacute;nicas de vermos como os humanos responderam aos grandes eventos clim&aacute;ticos no passado. Dessa forma, podemos aprender a prever e a criar solu&ccedil;&otilde;es a respeito dos problemas que o nosso planeta ainda vai ultrapassar.
<h2 class="uk-text-justify">Investigando o passado</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/02/01/01090032602073.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Por meio da escava&ccedil;&atilde;o de s&iacute;tios arqueol&oacute;gicos, podemos encontrar vest&iacute;gios de ocupa&ccedil;&otilde;es humanas em diferentes regi&otilde;es do mundo e tamb&eacute;m encontrar respostas do porqu&ecirc; muitas delas eventualmente acabaram. Entre os motivos plaus&iacute;veis para o colapso de uma civiliza&ccedil;&atilde;o, as mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas e a degrada&ccedil;&atilde;o ambiental aparecem no meio do bolo.
Um estudo publicado em novembro de 2019 pela revista Science Advances, por exemplo, fala sobre o fim de uma grande civiliza&ccedil;&atilde;o que habitava a regi&atilde;o entre o norte do Iraque e boa parte da <a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/99484-20-imagens-que-mostram-o-antes-e-o-depois-da-guerra-civil-da-siria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">S&iacute;ria</a>. Entre 675 a.C. e 550 a.C., a popula&ccedil;&atilde;o local come&ccedil;ou a cair devido a uma escassez h&iacute;drica que durou cerca de 60 anos.
N&atilde;o &eacute; apenas a eleva&ccedil;&atilde;o das temperaturas que se mostra um problema; na outra ponta, o frio intenso tamb&eacute;m &eacute; mal&eacute;fico para a humanidade. A Pequena Era do Gelo, per&iacute;odo em que houve um grande resfriamento do planeta durante a Era Moderna, foi vista como uma real influenciadora na queda do Imp&eacute;rio Romano do Oriente, segundo uma an&aacute;lise publicada na Nature Geoscience em 2016.
<h2 class="uk-text-justify">Dicas para o futuro</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/02/01/01090133259074.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Ao passo que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/arqueologia/40661-conheca-3-das-maiores-fraudes-arqueologicas-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Arqueologia</a> nos permite ver quais foram os reais motivos que causaram a derrocada de algumas civiliza&ccedil;&otilde;es do passado, essa &aacute;rea da Ci&ecirc;ncia tamb&eacute;m oferece uma vis&atilde;o ampla de como outros povos fizeram para se adaptar ao que acontecia com o planeta e, com isso, tornarem-se mais resilientes.
Muito disso passa pela adapta&ccedil;&atilde;o da agricultura e tamb&eacute;m sobre entendermos quais eram as condi&ccedil;&otilde;es sociais, pol&iacute;ticas e culturais que tornaram essas regi&otilde;es mais suscet&iacute;veis &agrave;s <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119621-mudancas-climaticas-incendios-graves-no-mediterraneo-ligam-alerta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas</a>. Uma grande contribui&ccedil;&atilde;o da Arqueologia &eacute; conseguir identificar os efeitos negativos que as pr&aacute;ticas predat&oacute;rias do colonialismo, da industrializa&ccedil;&atilde;o e do imperialismo tiveram sobre a Terra.
Um exemplo claro disso foi a guerra biol&oacute;gica implantada pela administra&ccedil;&atilde;o colonial francesa em Madagascar no ano de 1930, que causou a destrui&ccedil;&atilde;o de vastas planta&ccedil;&otilde;es de cactos, os quais eram usados como forragem e fonte de &aacute;gua para consumo humano.
Se pararmos para analisar todos os fatores que colocaram outros povos em risco no passado e o que foi feito para controlar a situa&ccedil;&atilde;o, teremos uma pequena ideia do que a humanidade precisar&aacute; para enfrentar essa crise nunca vista antes &mdash; mesmo que isso seja apenas uma pequena escala de conhecimento.

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Como a Arqueologia pode nos ajudar contra a crise climática?

Imagem de 6 segredos incríveis descobertos na escrita cuneiforme no megacurioso

A escrita cuneiforme tem mais de 5 mil anos e só foi decifrada no século XIX

Nem todo mundo sabe, mas a nossa escrita n&atilde;o nasceu com um alfabeto. Antes de os homens inventarem um sistema formado por poucos fonemas (elementos que indicam sons), alguns povos j&aacute; haviam inventado uma escrita muito antiga, elaborada por meio de marca&ccedil;&otilde;es feitas com um utens&iacute;lio chamado cunha em t&aacute;bulas de argila.
Acredita-se que a escrita cuneiforme tenha sido inventada h&aacute; mais de 5 mil anos &mdash; antes mesmo da cria&ccedil;&atilde;o dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118198-hieroglifos-revelam-jogos-politicos-do-imperio-maia-ha-1-300-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hier&oacute;glifos</a> pelos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120867-como-os-egipcios-antigos-fabricavam-o-papiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eg&iacute;pcios</a>, sendo usada por v&aacute;rios povos da <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/42590-conheca-a-origem-da-expressao-olho-por-olho-dente-por-dente-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mesopot&acirc;mia</a>, como os sum&eacute;rios e os acadianos.
Ap&oacute;s muita pesquisa, a escrita cuneiforme finalmente foi decifrada durante o s&eacute;culo XIX. Conhe&ccedil;a 6 descobertas fant&aacute;sticas feitas a partir dessa escrita.
<h2 class="uk-text-justify">1. A primeira obra liter&aacute;ria &eacute; de uma mulher</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/24/24163346790375.jpg" alt="(Fonte: World of History)" />(Fonte: World of History)
As mulheres foram exclu&iacute;das de muitos aspectos da vida social por s&eacute;culos, qui&ccedil;&aacute; mil&ecirc;nios, mas a decifra&ccedil;&atilde;o da escrita cuneiforme mostrou que a primeira obra liter&aacute;ria a que se tem acesso foi feita por uma mulher. A sacerdotisa acadiana Enheduanna deixou uma t&aacute;bula de argila na qual h&aacute; v&aacute;rias informa&ccedil;&otilde;es sobre a sociedade de sua &eacute;poca.
<h2 class="uk-text-justify">2. A escrita nasce voltada ao com&eacute;rcio</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;O fascinante universo da hist&oacute;ria&nbsp;" data-fonte-url="http://4.bp.blogspot.com/_lrnheGDims4/TEcRFUQ9EsI/AAAAAAAAFpk/fVtKufHLRPY/s1600/Escrita_cuneiforme_sumeria.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/24/24162739243362.jpg" alt="(Fonte: O fascinante universo da hist&oacute;ria)" />(Fonte: O fascinante universo da hist&oacute;ria)
Para muita gente, a ideia da escrita est&aacute; intimamente ligada ao desenvolvimento cultural de um povo &mdash; por meio da cria&ccedil;&atilde;o de obras po&eacute;ticas ou de registros de hist&oacute;rias, mas, no caso da escrita cuneiforme, ela era extremamente dif&iacute;cil de aprender, j&aacute; que tinha mais de 2 mil sinais diferentes.
Dessa forma, pesquisadores acabaram descobrindo que essa escrita tinha uma fun&ccedil;&atilde;o mais "comercial" do que "cultural"&mdash; ela foi criada sobretudo para ser empregada na parte da contabilidade e na administra&ccedil;&atilde;o de bens.
<h2 class="uk-text-justify">3. A escrita cuneiforme tamb&eacute;m tinha n&uacute;meros</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;UFAL" data-fonte-url="http://www.repositorio.ufal.br/bitstream/riufal/3564/1/O%20ensino%20do%20sistema%20de%20numera%C3%A7%C3%A3o%20com%20%C3%AAnfase%20em%20resolu%C3%A7%C3%A3o%20de%20problemas%2C%20jogos%20e%20aplica%C3%A7%C3%B5es.pdf"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/24/24162915055364.jpg" alt="(Fonte: UFAL)" />(Fonte: UFAL)
Os pesquisadores descobriram que a escrita cuneiforme tamb&eacute;m representava os n&uacute;meros. Funcionava mais ou menos desta forma: 5 linhas significavam o n&uacute;mero 5, um pequeno s&iacute;mbolo significava 10 e assim por diante. Por isso mesmo, acredita-se que os sum&eacute;rios usavam a escrita para gerenciar a pr&oacute;pria economia.
<h2 class="uk-text-justify">4. Os sum&eacute;rios contavam o tempo como n&oacute;s</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/24/24163119399367.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia)" />(Fonte: Wikipedia)
Outra descoberta importante tem a ver com a forma pela qual os sum&eacute;rios calculavam o tempo: a partir de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/matematica/36036-como-surgiu-o-numero-zero-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sistema sexagesimal</a>, contado por meio de derivados do n&uacute;mero 60, tal como n&oacute;s fazemos.
<h2 class="uk-text-justify">&nbsp;5. A antiguidade da Arca de No&eacute;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/24/24163208368369.jpg" alt="(Fonte: Rcristo)" />(Fonte: Rcristo)
O conhecimento das t&aacute;bulas de argila fez que se descobrisse um fato bem curioso: a hist&oacute;ria da <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/42766-a-historia-sobre-a-arca-de-noe-poderia-ter-acontecido-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Arca de No&eacute;</a> &eacute; anterior &agrave; pr&oacute;pria <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119966-5-coisas-que-a-biblia-proibe-mas-nos-ainda-fazemos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">B&iacute;blia</a>. Isso porque se encontrou uma hist&oacute;ria muito semelhante &agrave; do patriarca b&iacute;blico escrita em um registro cuneiforme.
"[A hist&oacute;ria] estava na mesma ordem e havia muitos pontos pr&oacute;ximos que mostravam de forma convincente de que a mesma hist&oacute;ria havia sido contada na Mesopot&acirc;mia um mil&ecirc;nio antes da data mais antiga em que o texto hebraico provavelmente teria surgido", explicou Irving Finkel, curador do Departamento para o Oriente M&eacute;dio do Museu Brit&acirc;nico.
<h2 class="uk-text-justify">5. Os sum&eacute;rios amavam escrever cartas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/24/24163438915378.jpg" alt="(Fonte: BBC)" />(Fonte: BBC)
Muitas das t&aacute;bulas de argila que foram decifradas funcionavam como cartas. Os pesquisadores notaram que, antes de documentar seus bens, os sum&eacute;rios faziam sauda&ccedil;&otilde;es. Inclusive, esses historiadores notaram a influ&ecirc;ncia do humor nessas missivas: quando estavam irritados, eles escreviam as sauda&ccedil;&otilde;es de forma diferente ou simplesmente as exclu&iacute;am da escrita.
<h2 class="uk-text-justify">6. Pasme: os povos mesopot&acirc;micos adoravam fofocar</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/24/24163718868457.jpg" alt="(Fonte: Terra)" />(Fonte: Terra)
Os conte&uacute;dos encontrados nas t&aacute;bulas de argila v&atilde;o al&eacute;m de sauda&ccedil;&otilde;es cordiais. Os pesquisadores encontraram at&eacute; fofocas ou reclama&ccedil;&otilde;es sobre os vizinhos.
"Em algumas cartas, voc&ecirc; v&ecirc; o desejo de estar em p&eacute; de igualdade com os vizinhos, que dizem algo como 'o vizinho construiu uma amplia&ccedil;&atilde;o de sua casa, quando teremos dinheiro para construir uma amplia&ccedil;&atilde;o da nossa casa?'", comentou a pesquisadora Selena Wisnom, do Departamento de Arqueologia e Hist&oacute;ria Antiga da Universidade de Leicester.

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6 segredos incríveis descobertos na escrita cuneiforme

Imagem de Privada de 2700 anos indica que Jerusalém sofria com infecções no megacurioso

Análises de vestígios em banheiros antigos mostra que parasitas contaminaram a população de Jerusalém em larga escala até a morte

Paleont&oacute;logos da Universidade de Tel Aviv, na costa mediterr&acirc;nica de Israel, revelaram evid&ecirc;ncias de que in&uacute;meros tipos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120296-pulga-do-mar-o-parasita-que-devora-a-lingua-de-peixes-ainda-vivos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">parasitas</a> infectaram o povo de Jerusal&eacute;m h&aacute; mais de 2,7 mil anos.
Segundo a pesquisa, as altas taxas de contamina&ccedil;&atilde;o deixaram sequelas destrutivas e obrigavam infectados a sofrerem com os efeitos colaterais at&eacute; o fim de suas vidas, gerando transmiss&otilde;es desenfreadas devido &agrave;s m&aacute;s condi&ccedil;&otilde;es sanit&aacute;rias.
Por meio de t&eacute;cnicas de extra&ccedil;&atilde;o qu&iacute;mica e microsc&oacute;pio de luz, as an&aacute;lises realizadas em um assento sanit&aacute;rio de cimento, localizado em Armon Hanatziv Promenade, confirmaram a presen&ccedil;a de ovos de lombrigas, t&ecirc;nias, tricur&iacute;deos e oxi&uacute;ros em sedimentos.
O local tamb&eacute;m chamou a aten&ccedil;&atilde;o dos especialistas por estar situado em uma regi&atilde;o luxuosa com vista panor&acirc;mica da Cidade de Davi e do Monte do Templo, sugerindo que mesmo as classes mais ricas estavam sujeitas &agrave; contamina&ccedil;&atilde;o devido &agrave; aus&ecirc;ncia de uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120736-a-obsessao-da-medicina-do-seculo-xix-pelas-sanguessugas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicina</a> eficiente no tratamento de efeitos colaterais derivados.
&ldquo;Os vermes intestinais s&atilde;o parasitas que causam sintomas como dor abdominal, n&aacute;usea, diarreia e coceira&rdquo;, explicou Dafna Langgut, l&iacute;der da pesquisa. "Alguns deles s&atilde;o especialmente perigosos para as crian&ccedil;as e podem levar &agrave; desnutri&ccedil;&atilde;o, atrasos no desenvolvimento, danos ao sistema nervoso e, em casos extremos, at&eacute; a morte", ela disse.
O banheiro j&aacute; havia sido descoberto em 2021, durante expedi&ccedil;&otilde;es ao s&iacute;tio arqueol&oacute;gico de Armon Hanatziv. Na &eacute;poca, foram identificados, segundo Langgut, &ldquo;magn&iacute;ficos artefatos de pedra de extraordin&aacute;rio acabamento&rdquo;, um &ldquo;jardim espetacular&rdquo; com &ldquo;&aacute;rvores frut&iacute;feras e ornamentais&rdquo; e &ldquo;instala&ccedil;&atilde;o quadrada de calc&aacute;rio com um buraco no centro&rdquo;, indicando que o propriet&aacute;rio da resid&ecirc;ncia era algu&eacute;m com alto poder aquisitivo.
<h2 class="uk-text-justify">H&aacute;bitos antigos que se repetem</h2>
A defici&ecirc;ncia no sistema de infraestrutura em Jerusal&eacute;m tamb&eacute;m pode ter causado uma esp&eacute;cie de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120882-covid-19-5-duvidas-sobre-a-pandemia-que-ainda-nao-desvendamos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pandemia</a>, impulsionada pela contamina&ccedil;&atilde;o fecal de alimentos e &aacute;gua, falta de lavagem generalizada das m&atilde;os, uso de fezes humanas para fertilizar as planta&ccedil;&otilde;es e consumo de carne malcozida. De acordo com Langgut, essas seriam as primeiras evid&ecirc;ncias de uma crise no sistema de sa&uacute;de na antiga Israel.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/21/21074517710002.jpg" alt="(Fonte: Israel Antiquity Authority / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Israel Antiquity Authority / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;As instala&ccedil;&otilde;es sanit&aacute;rias eram extremamente raras naquela &eacute;poca e eram um s&iacute;mbolo de status &ndash; uma instala&ccedil;&atilde;o de luxo que apenas os ricos e de alto escal&atilde;o podiam pagar&rdquo;, disse a especialista em um comunicado. &ldquo;Estudos como esse nos ajudam a documentar a hist&oacute;ria de doen&ccedil;as infecciosas em nossa &aacute;rea e nos fornecem uma janela para a vida das pessoas nos tempos antigos&rdquo;, ela explicou.
A descoberta em Jerusal&eacute;m, al&eacute;m de revelar insights sobre a vida na regi&atilde;o h&aacute; quase 3 mil anos, tra&ccedil;a um importante paralelo com os dias atuais, visto que a preven&ccedil;&atilde;o no combate &agrave;s infec&ccedil;&otilde;es apresentadas ocorre segundo os mesmos m&eacute;todos de higiene. Dessa forma, entender como as sociedades antigas conseguiram contornar as crises sanit&aacute;rias &eacute; um grande passo para ter acesso a registros sobre poss&iacute;veis ervas medicinais e outros tipos de tratamento.

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Privada de 2,7 mil anos indica que o povo de Jerusalém sofria com infecções

Imagem de Cetros sumérios encontrados na Rússia podem ter sido canudos de cerveja no megacurioso

Cetros da Idade do Bronze podem ter sido a principal inspiração para o surgimento das primeiras práticas do uso de canudos

Um novo estudo publicado na revista Antiquity e organizado pelos arque&oacute;logos Victor Trifonov, Denis Petrov e Larisa Savelieva pode ter revelado a verdadeira natureza de antigos cetros da Idade do Bronze, encontrados em 1897 no sul da R&uacute;ssia. Segundo a pesquisa, os artefatos coincidem com itens utilizados pela elite sum&eacute;ria para beber <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/120841-putsch-da-cervejaria-o-primeiro-golpe-fracassado-de-adolf-hitler.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cerveja</a> cerimonial, sendo essenciais para o desenrolar dos primeiros rituais locais envolvendo o consumo de &aacute;lcool.
As tumbas de Maikop Kurgan, detectadas originalmente no final do s&eacute;culo XIX pelo arque&oacute;logo Nikolai Veselovsky, abrigavam 8 tubos de prata e ouro adornados com pequenos touros, cada um com cerca de 1,1 metro de comprimento.
At&eacute; a primeira d&eacute;cada do s&eacute;culo XXI, especialistas defendiam a tese que os objetos eram, de fato, artigos cerimoniais utilizados como forma de poder, mas novas observa&ccedil;&otilde;es podem provar que as sugest&otilde;es estavam parcialmente equivocadas e que os itens t&ecirc;m chances de serem relacionados com o surgimento dos primeiros canudos.
Em suas pesquisas, Trifonov e sua equipe identificaram, na extremidade dos tubos, fendas semelhantes a filtros, que estavam marcadas por impurezas (como cascas) derivadas de amido de cevada e gr&atilde;os de p&oacute;len. Esses filtros, ent&atilde;o, serviriam como coadores que facilitariam a degusta&ccedil;&atilde;o, tornando a ingest&atilde;o do l&iacute;quido mais suave e sem qualquer possibilidade de contamina&ccedil;&atilde;o por gr&acirc;nulos desagrad&aacute;veis.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Antiquity&nbsp;" data-fonte-url="https://www.cambridge.org/core/journals/antiquity/article/party-like-a-sumerian-reinterpreting-the-sceptres-from-the-maikop-kurgan/EFEEFA5BD92653748F5A0F04CD133184"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/21/21055000164001.jpg" alt="(Fonte: Antiquity / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Antiquity/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Outro detalhe que chamou aten&ccedil;&atilde;o dos especialistas russos foi o fato de que os bast&otilde;es dourados estavam pr&oacute;ximos de um grande recipiente com capacidade de armazenamento de at&eacute; 32 litros, podendo fornecer uma quantidade de 7 ou 8 litros de bebida para cada pessoa que utilizasse os tubos durante o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/120778-la-doncella-a-crianca-de-500-anos-sacrificada-em-ritual-inca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ritual</a>.
<h2>A origem dos drinks russos</h2>
Trifonov acredita que os canudos dourados tiveram origem a partir de 5000 a.C., quando os sum&eacute;rios se estabeleceram como os primeiros povos colonizadores da Mesopot&acirc;mia. O estudo aponta que os h&aacute;bitos de beber ritualisticamente em largos tubos met&aacute;licos foram passados entre gera&ccedil;&otilde;es e alcan&ccedil;aram os povos antigos da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119358-lesbica-futurista-musica-brasileira-viraliza-no-tiktok-da-russia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">R&uacute;ssia</a>, incentivando novas pr&aacute;ticas mercantis e favorecendo o consumo comunit&aacute;rio de cerveja.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/21/21054807474000.jpg" alt="(Fonte: State Hermitage Museum / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: State Hermitage Museum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;O contexto do enterro Maikop indica que objetos de alto status usados para banquetes foram habilmente feitos e que um gosto 'sum&eacute;rio' por luxo e espet&aacute;culo impulsionou a aristocracia Maikop&rdquo;, argumenta o arque&oacute;logo. &ldquo;Os tubos de bebida falam de uma linguagem m&uacute;tua de consumo de elite dentro de um meio cultural compartilhado.&rdquo;
Atualmente, os estudos sobre os artefatos russos seguem, &agrave; medida que os autores do projeto buscam compreender as rela&ccedil;&otilde;es sociais no continente e de que forma h&aacute;bitos como o consumo alco&oacute;lico social se espalharam pelo mundo. Caso as evid&ecirc;ncias observadas se provem verdadeiras, h&aacute; grandes ind&iacute;cios de que os canudos revelem os primeiros &ldquo;dispositivos sofisticados&rdquo; projetados para executar a&ccedil;&otilde;es de filtro e suc&ccedil;&atilde;o de l&iacute;quidos.

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Cetros sumérios encontrados na Rússia podem ter sido canudos de cerveja

Imagem de Teso dos Bichos e a complexa civilização que habitou a Ilha Marajó no megacurioso

Antes da chegada dos europeus no Brasil, sociedades habitantes da Ilha de Marajó eram vistas como uma das mais complexas do nosso país

Localizada na foz do rio Amazonas, a Ilha de Maraj&oacute; tem uma das hist&oacute;rias mais fascinantes do passado do nosso pa&iacute;s. Batizada de "Veneza brasileira" por causa de seus campos alagados, poucas &aacute;rvores e solo argiloso, essa regi&atilde;o um dia foi lar para algumas das sociedades mais complexas do per&iacute;odo Pr&eacute;-Cabralino, que criaram estruturas denominadas tesos.
Montados pelas comunidades <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118395-como-as-terras-indigenas-sao-demarcadas-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ind&iacute;genas</a> da regi&atilde;o, os tesos nada mais s&atilde;o do que "plataformas" elevadas constru&iacute;das artificialmente para prote&ccedil;&atilde;o em per&iacute;odos de cheia &mdash; que amea&ccedil;avam a subsist&ecirc;ncia dos habitantes. Durante os pr&oacute;ximos par&aacute;grafos, n&oacute;s abordaremos o estilo de vida das comunidades que moravam nesses locais e o porqu&ecirc; de elas serem consideradas t&atilde;o complexas.
<h2 class="uk-text-justify">Topografia e clima em Maraj&oacute;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/18/18110326673140.jpg" alt="(Fonte: Museu de Arqueologia e Etnologia da USP)" />(Fonte: Museu de Arqueologia e Etnologia da USP)
Conforme o jornalista cient&iacute;fico Reinaldo Jos&eacute; Lopes cita em seu livro 1499: O Brasil Antes de Cabral (2017), os marajoaras sempre conhecerem apenas 2 esta&ccedil;&otilde;es no ano: a cheia, que dura de janeiro a junho, e a seca, que perdura pelo restante do ano. Essas fases s&atilde;o extremamente importantes para compreendermos essa regi&atilde;o.
Por ter o solo argiloso e com baixa quantidade de nutrientes, Maraj&oacute; &eacute; altamente imperme&aacute;vel. Al&eacute;m disso, a parte interior da ilha est&aacute; localizada abaixo do n&iacute;vel do mar, o que faz essa grande &aacute;rea de territ&oacute;rio ser extremamente suscet&iacute;vel a alagamentos.
Durante a cheia, torna-se quase imposs&iacute;vel escapar das <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/112812-veja-21-fotos-impactantes-das-inundacoes-na-cidade-de-veneza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inunda&ccedil;&otilde;es</a>, e apenas as &aacute;reas mais altas ficam resguardadas. Estima-se que 70% da ilha fiquem cobertos por uma camada de &aacute;gua de 1 a 2 metros de profundidade durante esse per&iacute;odo &mdash; especialmente a regi&atilde;o leste.
Ent&atilde;o, &eacute; justamente nessa por&ccedil;&atilde;o da llha de Maraj&oacute; onde podemos encontrar os tesos, estruturas elevadas que foram criadas para que as tribos ind&iacute;genas dali pudessem superar os desafios clim&aacute;ticos e topogr&aacute;ficos daquele espa&ccedil;o. O Teso dos Bichos, que &eacute; um dos exemplos mais conhecidos desse tipo de constru&ccedil;&atilde;o, tamb&eacute;m foi feito ali.
<h2 class="uk-text-justify">Origem dos tesos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/18/18110420517142.jpg" alt="(Fonte: Internet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Internet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A ocupa&ccedil;&atilde;o da ilha de Maraj&oacute; &eacute; datada de 3500 anos atr&aacute;s ou ao menos &eacute; o que os primeiros registros hist&oacute;ricos apontam. Desde esse per&iacute;odo, os tesos fizeram parte da cultura local. Somente no s&iacute;tio arqueol&oacute;gico de Camutins, que se estende por 10 km ao longo do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120159-voce-sabia-que-o-rio-amazonas-tem-raizes-na-africa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rio Amazonas</a>, foram identificados cerca de 30 tesos.
Alguns deles chegam a medir 10 metros de altura, com diferentes plataformas em suas estruturas. Estudos indicam que todo o complexo de Camutins poderia ter abrigado mais de 3 mil pessoas, o que seria o equivalente a uma cidade europeia medieval de pequeno a m&eacute;dio porte.
Em entrevista ao Mega Curioso, Reinaldo Jos&eacute; Lopes explica que, apesar do Teso dos Bichos ser o mais not&oacute;rio entre as eleva&ccedil;&otilde;es artificiais de Maraj&oacute;, diversas estruturas similares foram estudadas na regi&atilde;o. "O mais importante a se levar em conta sobre os tesos &eacute; como seus criadores tinham controle sobre os recursos naturais planejados em termos de territ&oacute;rio", ele contou.
Conforme Lopes cita, os marajoaras do passado compreendiam a situa&ccedil;&atilde;o clim&aacute;tica e espacial na qual se encontravam e souberam usar os recursos &agrave; sua volta para sobreviverem &mdash; inclusive desenvolvendo modelos sociais complexos e expandindo o leque cultural durante esse processo.
<h2 class="uk-text-justify">Subsist&ecirc;ncia nos tesos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/18/18110825048147.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Pela falta de nutrientes no solo, a agricultura nunca foi um forte para suprir as necessidades nos tesos. Por&eacute;m, isso n&atilde;o significa que as popula&ccedil;&otilde;es locais n&atilde;o tenham encontrado uma forma para sobreviver. "Na &eacute;poca da seca, os buracos que eram abertos para criar os tesos tamb&eacute;m eram reutilizados para acumular &aacute;gua e reter alevinos quando a inunda&ccedil;&atilde;o baixasse", dissertou o autor do livro.
Sendo assim, a prote&iacute;na dos peixes acabou se tornando a principal forma de subsist&ecirc;ncia dessas popula&ccedil;&otilde;es. Inclusive, a falta de evid&ecirc;ncias agr&iacute;colas em Maraj&oacute; foi motivo de questionamento sobre a real complexidade dos tesos em um estudo feito em 2009 por um grupo de ge&oacute;logos, teoria essa montada pela arque&oacute;loga americana Anna Roosevelt a partir de escava&ccedil;&otilde;es feitas em 1980.
Segundo Roosevelt, os tesos foram erguidos por uma sociedade de ceramistas que habitou Maraj&oacute; e que teve seu apogeu entre os anos 500 e 1500, al&eacute;m de terem servido de base para diversas aldeias. No entanto, esse &uacute;ltimo estudo argumenta que as estruturas elevadas nada mais seriam do que constru&ccedil;&otilde;es naturais, e que n&atilde;o haveria vest&iacute;gios de agricultura em grande escala que pudessem ter sustentado uma popula&ccedil;&atilde;o t&atilde;o grande como outros estudos sugerem.
Lopes, por sua vez, explicou que o estudo n&atilde;o &eacute; aceito pela maioria dos arque&oacute;logos. "Uma coisa n&atilde;o precisa ter rela&ccedil;&atilde;o com a outra. Uma sociedade complexa pode depender do uso intensivo de recursos da pesca mesmo com pouca ou nenhuma agricultura", ele rebateu.
<h2 class="uk-text-justify">T&eacute;rmino dos tesos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/18/18111044564148.jpg" alt="(Fonte: Museu de Arqueologia e Etnologia da USP)" />(Fonte: Museu de Arqueologia e Etnologia da USP)
Em 2005, um estudo feito pela arque&oacute;loga brasileira Denise Schaan, da Universidade Federal do Par&aacute; (UFPA), chegou inclusive a sugerir que os tesos eram t&atilde;o complexos que se articulavam em redes pol&iacute;ticas regionais em vez de um poder centralizado. Por&eacute;m, isso n&atilde;o impediu que a sociedade baseada nesse tipo de estrutura colapsasse.
Antes mesmo de os europeus pisarem em territ&oacute;rio brasileiro, a estrutura social dos tesos j&aacute; estava ruindo. A causa do fim ainda &eacute; desconhecida entre pesquisadores. "N&oacute;s temos poucos dados arqueol&oacute;gicos sobre isso ainda, mas existem hip&oacute;teses que falam sobre como mudan&ccedil;as ambientais e clim&aacute;ticas poderiam ter afetado essas popula&ccedil;&otilde;es", disse Lopes.
Apesar do fim misterioso, &eacute; poss&iacute;vel afirmar que as estruturas dos tesos fazem parte da (Pr&eacute;-)hist&oacute;ria brasileira e o que pode ser estudado na Ilha de Maraj&oacute; s&atilde;o vest&iacute;gios do que um dia chegou a ser uma das comunidades mais complexas criadas por nativos em nosso pa&iacute;s.

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Teso dos Bichos e a complexa civilização que habitou a Ilha de Marajó

Imagem de Templo mitológico de Hércules pode ter sido descoberto na Espanha no megacurioso

Considerado uma espécie de “Santo Graal” para a Arqueologia, o templo de Hércules Gaditano pode ter sido descoberto por pesquisadores na Espanha

O lend&aacute;rio templo de H&eacute;rcules Gaditano &eacute; daqueles mist&eacute;rios que duram milhares de anos e seguem intrigando as pessoas. Por&eacute;m, arque&oacute;logos podem, finalmente, ter encontrado sua localiza&ccedil;&atilde;o, na Espanha, mais precisamente entre Sancti Petri e Camposoto, na prov&iacute;ncia de C&aacute;dis.
O templo seria uma esp&eacute;cie de <a href="https://www.megacurioso.com.br/mito-ou-verdade/37045-afinal-de-contas-o-que-e-o-santo-graal-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Santo Graal</a> para os arque&oacute;logos. Por l&aacute;, teriam passado figuras como o imperador <a href="https://www.megacurioso.com.br/mito-ou-verdade/40133-mito-ou-verdade-julio-cesar-foi-o-primeiro-bebe-a-nascer-de-cesariana-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">J&uacute;lio C&eacute;sar</a> e o general cartagin&ecirc;s An&iacute;bal.
<h2 class="uk-text-justify">Busca pelo templo de H&eacute;rcules contou com uni&atilde;o de esfor&ccedil;os</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/12/12094007587047.jpg" alt="(Fonte: Euronews)" />(Fonte: Euronews)
Por meio de m&eacute;todos de sensoriamento remoto e de informa&ccedil;&atilde;o geogr&aacute;fica, especialistas da Universidade de Sevilha e do Instituto Andaluz do Patrim&ocirc;nio Hist&oacute;rico (IAPH) teriam encontrado vest&iacute;gios do templo.
A informa&ccedil;&atilde;o foi divulgada no &uacute;ltimo dia 15 de dezembro. A estrat&eacute;gia utilizada pela equipe foi a de combinar os dados que tinham com os de registros arqueol&oacute;gicos preexistentes e, posteriormente, fazendo visitas frequentes &agrave; regi&atilde;o.
<ul class="uk-text-justify">
<li><a href="https://www.megacurioso.com.br/arqueologia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Leia mais sobre arqueologia no Mega Curioso</a></li>
</ul>
Por d&eacute;cadas, pesquisadores utilizaram todos os esfor&ccedil;os poss&iacute;veis na busca por vest&iacute;gios do local, por&eacute;m sem sucesso. Agora, os estudos continuar&atilde;o com an&aacute;lises no local, de modo a comprovar se o templo foi realmente encontrado.
<h2 class="uk-text-justify">Templo seria exemplo de beleza arquitet&ocirc;nica</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/12/12094102493049.jpg" alt="(Fonte: Cadiz Directo)" />(Fonte: Cadiz Directo)
Com dimens&otilde;es de aproximadamente 300 metros de comprimento e 150 metros de largura, a estrutura estaria a 5 metros de profundidade. Com uma origem que remonta aos <a href="https://www.tecmundo.com.br/historia/36360-7-tecnologias-dos-povos-antigos-que-voce-nao-sabia-que-existiam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fen&iacute;cios</a>, que teriam constru&iacute;do a estrutura para honrar o deus Melcarte, passou a homenagear <a href="https://www.tecmundo.com.br/cultura-geek/152666-hercules-disney-desenvolve-versao-live-action-animacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">H&eacute;rcules</a> durante o per&iacute;odo romano.
O espa&ccedil;o seria, provavelmente, formado por um conjunto de edif&iacute;cios, onde haveria um edif&iacute;cio principal e um p&aacute;tio, cujo acesso se daria por uma porta ladeada por duas grandes colunas.
De acordo com relatos do historiador Silio It&aacute;lico (28 d.C.&ndash;103 d.C.), a fachada do templo exibia os <a href="https://www.megacurioso.com.br/mito-ou-verdade/36975-super-homem-saiba-quem-sao-os-super-herois-de-antigamente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">12 trabalhos de H&eacute;rcules</a> esculpidos em bronze. A lenda afirma que o imperador J&uacute;lio C&eacute;sar teria visado ao templo e chorado diante do busto de Alexandre, o Grande, em virtude do fracasso em obter gl&oacute;rias semelhantes &agrave;s do l&iacute;der maced&ocirc;nico.
<h2 class="uk-text-justify">Tecnologia LIDAR permitiu encontrar os supostos vest&iacute;gios</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/12/12094219540053.jpg" alt="(Fonte: Universidade de Sevilha)" />(Fonte: Universidade de Sevilha)
A empolga&ccedil;&atilde;o das equipes respons&aacute;veis pela pesquisa tem raz&atilde;o. Apesar de registros hist&oacute;ricos indicarem que o Templo de H&eacute;rcules Gaditanus ficasse na regi&atilde;o, faltavam provas concretas de sua exist&ecirc;ncia.
Utilizando uma tecnologia conhecida como LIDAR, que permite mapear a partir do uso de laser aerotransportado, encontr&aacute;-lo virou uma realidade mais pr&oacute;xima.
Em entrevista ao jornal El Pa&iacute;s, o pesquisador Ricardo Beliz&oacute;n, um dos especialistas envolvidos no estudo, afirmou que o objetivo do grupo era &ldquo;tra&ccedil;ar a paleopaisagem de 3 mil anos atr&aacute;s&rdquo;. Feito isso, ent&atilde;o notaram que existiu na Antiguidade um ambiente diferente do imaginado, j&aacute; bastante afetado pela a&ccedil;&atilde;o humana, em especial a paisagem costeira e o litoral, com a poss&iacute;vel presen&ccedil;a de grandes edif&iacute;cios e um porto.
A sequ&ecirc;ncia das investiga&ccedil;&otilde;es incluir&aacute; levantamentos arqueol&oacute;gicos, estudos documentais e geoarqueol&oacute;gicos espec&iacute;ficos, bem como amostragem paleoambiental para garantir que o local do templo m&iacute;tico &eacute;, realmente, aquele. Pesquisadores tamb&eacute;m pretendem determinar a cronologia da &aacute;rea, al&eacute;m de identificar a tipologia e usos das estruturas detectadas.

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Templo mitológico de Hércules pode ter sido descoberto na Espanha

Imagem de De pé e andando: a história da mobilidade humana no megacurioso

Tornar-se bípede foi fundamental para o processo evolutivo da humanidade

A&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/evolucao/40008-8-fatos-que-voce-ainda-nao-sabia-sobre-a-evolucao-humana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">evolu&ccedil;&atilde;o humana</a> &eacute; um tema que fascina a todos, certamente, e um fator importante nesse processo foi o momento em que os seres humanos come&ccedil;aram a andar, mais especificamente sobre as duas pernas.
Mesmo sendo tarefa dif&iacute;cil precisar com exatid&atilde;o esse momento, os estudos de muitos antrop&oacute;logos j&aacute; s&atilde;o capazes de nos dar uma dimens&atilde;o interessante sobre nosso <a href="https://www.megacurioso.com.br/evolucao/39352-novo-estudo-sugere-que-postura-ereta-e-determinada-por-abertura-no-cranio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bipedismo</a> e como ele foi fundamental em nosso processo evolutivo.
Pesquisas j&aacute; encontraram f&oacute;sseis com ind&iacute;cios de bipedismo com mais de 4 milh&otilde;es de anos. A 1&ordf; descoberta foi feita na Eti&oacute;pia e trata-se do Ardipithecus ramidus. Seus ossos indicavam bipedismo, com o p&eacute; tendo uma estrutura que permitia dar passos com impulso dos dedos, tal como n&oacute;s fazemos hoje, algo que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116332-primatas-com-cerebros-maiores-nao-sao-mais-inteligentes-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&iacute;mios</a> que caminham sobre 4 patas n&atilde;o fazem.
<ul class="uk-text-justify">
<li><a href="https://www.megacurioso.com.br/evolucao" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Leia mais sobre evolu&ccedil;&atilde;o no Mega Curioso</a></li>
</ul>
<h2 class="uk-text-justify">Como o bipedismo interferiu na evolu&ccedil;&atilde;o da humanidade?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/04/04205314630487.jpg" alt="Com as m&atilde;os livres, os homin&iacute;nios poderiam construir ferramentas para uso no cotidiano. (Fonte: Getty Images)" />Com as m&atilde;os livres, os homin&iacute;nios poderiam construir ferramentas para uso no cotidiano. (Fonte: Getty Images)
&Eacute; prov&aacute;vel que &ldquo;Ardi&rdquo;, como foi apelidada essa descoberta, n&atilde;o andasse como n&oacute;s, mas esses ind&iacute;cios ajudam a compreender a evolu&ccedil;&atilde;o do homem sobre diferentes aspectos. O bipedismo n&atilde;o tem rela&ccedil;&atilde;o com correr mais r&aacute;pido, j&aacute; que essa era uma habilidade de muitos animais de quatro patas, muitos at&eacute; mais velozes do que os humanos.
A hip&oacute;tese mais aceita para a sele&ccedil;&atilde;o natural de homin&iacute;nios b&iacute;pedes&nbsp;trata da necessidade de libera&ccedil;&atilde;o das m&atilde;os para execu&ccedil;&atilde;o de outras tarefas, como a cria&ccedil;&atilde;o de ferramentas, por exemplo. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119926-como-a-camuflagem-ajudou-na-evolucao-das-especies.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sele&ccedil;&atilde;o natural</a> acontecia de modo a manter vivos os seres capazes de agarrar e segurar objetos, permitindo, por exemplo, que m&atilde;es carregassem seus beb&ecirc;s, al&eacute;m da coleta e transporte de alimentos.
Com as m&atilde;os livres, como dissemos acima, era poss&iacute;vel a constru&ccedil;&atilde;o de ferramentas, o que facilitou a execu&ccedil;&atilde;o de tarefas e a resolu&ccedil;&atilde;o de problemas de novas maneiras, fazendo que os c&eacute;rebros e as habilidades cognitivas desses primeiros homin&iacute;nios tamb&eacute;m fossem desenvolvidas.
Com as ferramentas e a possibilidade de carregar alimentos, o pr&oacute;ximo passo foi a capacidade de migrar para longas dist&acirc;ncias, dominando&nbsp;h&aacute;bitats e regi&otilde;es novos.
<h2 class="uk-text-justify">A descoberta de Lucy</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Getty Images&nbsp;" data-fonte-url="https://www.elimparcial.com/__export/1615640415235/sites/elimparcial/img/2021/03/13/_117497121_gettyimages-76363238.jpg_673822677.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/04/04205535037488.jpg" alt="&ldquo;Lucy&rdquo; foi uma descoberta important&iacute;ssima na formula&ccedil;&atilde;o das hip&oacute;teses sobre o bipedismo humano. (Fonte: Getty Images)" />&ldquo;Lucy&rdquo; foi uma descoberta important&iacute;ssima na formula&ccedil;&atilde;o das hip&oacute;teses sobre o bipedismo humano. (Fonte: Getty Images)
Descobertas mais recentes corroboraram as pesquisas anteriores. Um exemplo disso foi <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117827-cientistas-usam-reconstrucao-facial-para-corrigir-rosto-de-lucy.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lucy</a>, f&oacute;ssil da esp&eacute;cie Australopithecus afarensis&nbsp;cujos ossos da coxa mostraram aos pesquisadores que ela caminhava ereta sobre as duas pernas. Descobertas posteriores de outros <a href="https://www.megacurioso.com.br/dinossauros-e-fosseis/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">f&oacute;sseis</a> da mesma esp&eacute;cie indicaram o mesmo.
Na mesma regi&atilde;o em que encontraram Lucy, os antrop&oacute;logos descobriram pegadas fossilizadas com cerca de 3,6 milh&otilde;es de anos. Esses rastros se estendem por cerca de 30 metros e t&ecirc;m 70 impress&otilde;es individuais que indicam a presen&ccedil;a de ao menos tr&ecirc;s indiv&iacute;duos caminhando eretos sobre os dois p&eacute;s.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/04/04205743585489.jpg" alt="O bipedismo permitiu que o ser humano conquistasse regi&otilde;es, preservasse a esp&eacute;cie e se desenvolvesse sua intelig&ecirc;ncia. (Fonte: Getty Images)" />O bipedismo permitiu que o ser humano conquistasse regi&otilde;es, preservasse a esp&eacute;cie e desenvolvesse sua intelig&ecirc;ncia. (Fonte: Getty Images)
Homin&iacute;nios com caracter&iacute;sticas mais pr&oacute;ximas das nossas s&oacute; apareceram, de acordo com os estudos, cerca de 1,8 milh&atilde;o de anos atr&aacute;s. O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/108643-treta-na-ciencia-pesquisador-propoe-que-homo-erectus-morreu-de-preguica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Homo erectus&nbsp;</a>foi o 1&deg; a ter pernas longas e bra&ccedil;os ligeiramente mais curtos que o possibilitou andar, correr e se deslocar. Seu c&eacute;rebro tamb&eacute;m era muito maior do que os dos b&iacute;pedes anteriormente descobertos.
As hip&oacute;teses da comunidade cient&iacute;fica s&atilde;o, em sua maioria, interligadas. Isso significa que todas elas constroem uma esp&eacute;cie de linha do tempo do processo evolutivo humano, indicando que dificilmente seriam raz&otilde;es dissociadas.
Esses dados n&atilde;o respondem com firmeza a raz&atilde;o pela qual os homin&iacute;nios andam eretos ou mesmo a data em que isso ocorreu, mas nos oferece uma teoria sobre quando isso ocorreu e levanta muitas hip&oacute;teses sobre essa que &eacute;, certamente, a marca registrada de n&oacute;s, humanos.

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De pé e andando: a história da mobilidade humana

Imagem de Artrópode do tamanho de um carro habitou a Terra há milhões de anos no megacurioso

Com até 3 metros de extensão, milípedes gigantes assombraram o período Carbonífero com suas projeções colossais 

F&oacute;sseis descobertos em Northumberland (Inglaterra) anunciaram a exist&ecirc;ncia de uma esp&eacute;cie ancestral de centopeia que caminhou na Terra, h&aacute; 100 milh&otilde;es de anos, exibindo um corpo com at&eacute; 3 metros de comprimento.
O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120762-primeiro-animal-com-mil-patas-e-descoberto-na-australia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mil&iacute;pede</a> existiu no per&iacute;odo Carbon&iacute;fero &mdash; entre 360 milh&otilde;es e 290 milh&otilde;es de anos atr&aacute;s &mdash; e seria oficialmente o maior artr&oacute;pode j&aacute; identificado na hist&oacute;ria, configurando-o como um achado raro para a comunidade cient&iacute;fica.
De acordo com pesquisa publicada no Journal of the Geological Society em 2021, o esp&eacute;cime de Arthropleura&nbsp;fossilizado pesaria cerca de 50 quilos. O animal ultrapassou os recordes do caranguejo-dos-coqueiros (Birgus latro), que at&eacute; ent&atilde;o era o maior indiv&iacute;duo dos artr&oacute;podes j&aacute; conhecido, com at&eacute; 1 metro de comprimento.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/04/04141857120298.jpg" alt="(Fonte: Clumsystiggy/PreHistoric Wiki)" />(Fonte: Clumsystiggy/PreHistoric Wiki)
Apesar de a esp&eacute;cie de mil&iacute;pede <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115730-inseto-gigante-darth-vader-e-descoberto-nas-aguas-da-indonesia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gigante</a> ser uma velha conhecida dos cientistas, essa foi a primeira vez que um f&oacute;ssil exibiu um exoesqueleto retido, o que facilitou a data&ccedil;&atilde;o do animal e a interpreta&ccedil;&atilde;o de sua estrutura corporal enquanto estava vivo. O esp&eacute;cime tamb&eacute;m se mostrou um ser muito maior que os dois anteriormente encontrados na Alemanha, enquanto tamb&eacute;m mantinha h&aacute;bitos de sobreviv&ecirc;ncia em bosques pantanosos.
&ldquo;Encontrar esses f&oacute;sseis de mil&iacute;pedes gigantes &eacute; raro, porque uma vez que eles morrem, seus corpos tendem a se desarticular. Ent&atilde;o, &eacute; prov&aacute;vel que o f&oacute;ssil seja uma carapa&ccedil;a em muda que o animal eliminou enquanto crescia&rdquo;, disse Neil Davies, l&iacute;der da pesquisa. &ldquo;Ainda n&atilde;o encontramos uma cabe&ccedil;a fossilizada, ent&atilde;o &eacute; dif&iacute;cil saber tudo sobre eles&rdquo;, ele explicou.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/28/28103859355033.jpg" alt="(Fonte: Technische Universit&auml;t Bergakademie Freiberg/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Technische Universit&auml;t Bergakademie Freiberg/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Foi uma descoberta completa por acaso&rdquo;, completou. &ldquo;A maneira como a pedra caiu, abriu-se e exp&ocirc;s perfeitamente o <a href="https://www.megacurioso.com.br/dinossauros-e-fosseis/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">f&oacute;ssil</a> que um de nossos ex-alunos de doutorado viu ao passar. Foi um achado incrivelmente empolgante, mas o f&oacute;ssil &eacute; t&atilde;o grande que levou quatro de n&oacute;s para carreg&aacute;-lo at&eacute; a face do penhasco&rdquo;, falou o l&iacute;der.
<h2 class="uk-text-justify">Adapta&ccedil;&atilde;o pr&eacute;-hist&oacute;rica</h2>
Em nota, o pesquisador principal do projeto comentou que o f&oacute;ssil guardava um animal com aproximadamente 2,63 metros de comprimento e 55 cent&iacute;metros de largura, configurando como a maior esp&eacute;cie terrestre existente no Carbon&iacute;fero. Segundo a pesquisa, alcan&ccedil;ar esse tamanho sem precedentes hist&oacute;ricos foi poss&iacute;vel gra&ccedil;as ao aumento dos n&iacute;veis de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120018-cada-vez-mais-peixes-buscam-aguas-rasas-por-falta-de-oxigenio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oxig&ecirc;nio</a> atmosf&eacute;rico na &eacute;poca &mdash; 23%, que &eacute; 2% maior do que nos dias atuais &mdash; e a uma dieta selecionada repleta de materiais nutritivos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/28/28103758089031.jpg" alt="(Fonte: Technische Universit&auml;t Bergakademie Freiberg/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Technische Universit&auml;t Bergakademie Freiberg/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
"Embora n&atilde;o possamos saber com certeza o que eles comiam, havia muitas nozes e sementes nutritivas dispon&iacute;veis na serapilheira na &eacute;poca, e eles podem at&eacute; ter sido predadores que se alimentavam de outros invertebrados, como anf&iacute;bios", concluiu Davies.
At&eacute; o momento, n&atilde;o est&aacute; claro se a esp&eacute;cie tinha 32 ou 64 pernas, mesmo que f&oacute;sseis mais completos tenham registrado 32 segmentos. Quanto &agrave; sobreviv&ecirc;ncia do animal, acredita-se que o&nbsp;Arthropleura&nbsp;tenha prosperado por aproximadamente 45 milh&otilde;es de anos, entrando em extin&ccedil;&atilde;o no per&iacute;odo Permiano, entre 290 milh&otilde;es e 248 milh&otilde;es de anos atr&aacute;s, com o surgimento dos primeiros r&eacute;pteis.

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Artrópode do tamanho de um carro habitou a Terra há milhões de anos

Imagem de Anel milenar com o primeiro símbolo de Jesus foi descoberto em Israel no megacurioso

A joia da época do Império Romano foi encontrada na costa de Cesareia em um navio naufragado

Arque&oacute;logos israelenses encontraram um anel de ouro da &eacute;poca do Imp&eacute;rio Romano com uma imagem utilizada pelos primeiros crist&atilde;os para simbolizar Jesus. A joia estava em meio a centenas de objetos no casco de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115498-navio-naufragado-ha-1-3-mil-anos-tem-simbolos-cristao-e-islamico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">navio naufragado</a> h&aacute; 1,7 mil anos, conforme anunciado pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) em 22 de dezembro.
O artefato "raro e ex&oacute;tico" foi achado na costa de Cesareia, que fica entre as cidades de Haifa e Tel Aviv, e tem uma pedra verde preciosa na qual h&aacute; a figura de um jovem pastor carregando uma ovelha nos ombros.
De acordo com a IAA, essa imagem &eacute; reconhecida na arte crist&atilde; antiga como uma refer&ecirc;ncia a Jesus. Trata-se da representa&ccedil;&atilde;o de Cristo como o "pastor misericordioso da humanidade ou como aquele que mostrou a prote&ccedil;&atilde;o do homem ou o testemunho de seus fi&eacute;is", explicou o &oacute;rg&atilde;o em seu perfil no Facebook.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/27/27185203264003.jpg" alt="(Fonte: IAA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: IAA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Eacute; importante destacar que a cidade de Cesareia foi o lar de uma das primeiras comunidades crist&atilde;s da hist&oacute;ria. A regi&atilde;o tamb&eacute;m teria sido o local de batismo de Corn&eacute;lio, o Centuri&atilde;o, pelo ap&oacute;stolo Pedro, marcando o in&iacute;cio da aceita&ccedil;&atilde;o de n&atilde;o judeus no cristianismo.
<h2>Joia teria pertencido a uma mulher</h2>
O anel de ouro de Jesus teria sido utilizado por uma mulher, segundo os arque&oacute;logos do IAA. Os especialistas chegaram a essa conclus&atilde;o ap&oacute;s analisar o tamanho reduzido da joia, mencionando que a propriet&aacute;ria pode ter sido uma das primeiras crist&atilde;s.
Apesar de o cristianismo n&atilde;o ser <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120665-perseguicao-e-morte-a-vida-dos-cristaos-durante-o-imperio-romano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">amplamente aceito naquele per&iacute;odo</a>, quando a f&eacute; come&ccedil;ava a se disseminar, o Imp&eacute;rio Romano era relativamente tolerante em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s novas formas de religi&atilde;o. Por isso, uma cidad&atilde; rica de Cesareia provavelmente usou a joia sem sofrer repres&aacute;lias.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/27/27185839610008.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />Cesareia, em Israel. (Fonte: Pixabay)
"Esse foi um per&iacute;odo em que o cristianismo estava apenas come&ccedil;ando, mas definitivamente crescendo e se desenvolvendo, especialmente em cidades mistas como Cesareia", explicou a curadora do departamento de moedas do IAA Helena Sokolv. Sede do principal porto da regi&atilde;o e <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/102253-voce-sabia-que-roma-nem-sempre-foi-a-capital-do-imperio-romano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">capital local do Imp&eacute;rio Romano</a>, a cidade tinha uma popula&ccedil;&atilde;o bastante ecl&eacute;tica em rela&ccedil;&atilde;o a cren&ccedil;as religiosas.
<h2>Outros objetos encontrados</h2>
Al&eacute;m do anel, os arque&oacute;logos do IAA retiraram do fundo do mar uma grande quantidade de moedas romanas do s&eacute;culo III que estavam junto a uma estatueta de &aacute;guia de bronze, uma figura com m&aacute;scara c&ocirc;mica e sinos para afastar maus esp&iacute;ritos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/27/27190015939009.jpg" alt="(Fonte: IAA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: IAA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Cerca de 560 moedas da era mameluca do s&eacute;culo XIV tamb&eacute;m foram descobertas em um segundo navio naufragado na &aacute;rea. As duas embarca&ccedil;&otilde;es teriam afundado ap&oacute;s a ocorr&ecirc;ncia de tempestades na regi&atilde;o.

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