Ciência
30/12/2021 às 11:00•2 min de leitura
Arqueólogos israelenses encontraram um anel de ouro da época do Império Romano com uma imagem utilizada pelos primeiros cristãos para simbolizar Jesus. A joia estava em meio a centenas de objetos no casco de um navio naufragado há 1,7 mil anos, conforme anunciado pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) em 22 de dezembro.
O artefato "raro e exótico" foi achado na costa de Cesareia, que fica entre as cidades de Haifa e Tel Aviv, e tem uma pedra verde preciosa na qual há a figura de um jovem pastor carregando uma ovelha nos ombros.
De acordo com a IAA, essa imagem é reconhecida na arte cristã antiga como uma referência a Jesus. Trata-se da representação de Cristo como o "pastor misericordioso da humanidade ou como aquele que mostrou a proteção do homem ou o testemunho de seus fiéis", explicou o órgão em seu perfil no Facebook.
(Fonte: IAA/Reprodução)
É importante destacar que a cidade de Cesareia foi o lar de uma das primeiras comunidades cristãs da história. A região também teria sido o local de batismo de Cornélio, o Centurião, pelo apóstolo Pedro, marcando o início da aceitação de não judeus no cristianismo.
O anel de ouro de Jesus teria sido utilizado por uma mulher, segundo os arqueólogos do IAA. Os especialistas chegaram a essa conclusão após analisar o tamanho reduzido da joia, mencionando que a proprietária pode ter sido uma das primeiras cristãs.
Apesar de o cristianismo não ser amplamente aceito naquele período, quando a fé começava a se disseminar, o Império Romano era relativamente tolerante em relação às novas formas de religião. Por isso, uma cidadã rica de Cesareia provavelmente usou a joia sem sofrer represálias.
Cesareia, em Israel. (Fonte: Pixabay)
"Esse foi um período em que o cristianismo estava apenas começando, mas definitivamente crescendo e se desenvolvendo, especialmente em cidades mistas como Cesareia", explicou a curadora do departamento de moedas do IAA Helena Sokolv. Sede do principal porto da região e capital local do Império Romano, a cidade tinha uma população bastante eclética em relação a crenças religiosas.
Além do anel, os arqueólogos do IAA retiraram do fundo do mar uma grande quantidade de moedas romanas do século III que estavam junto a uma estatueta de águia de bronze, uma figura com máscara cômica e sinos para afastar maus espíritos.
(Fonte: IAA/Reprodução)
Cerca de 560 moedas da era mameluca do século XIV também foram descobertas em um segundo navio naufragado na área. As duas embarcações teriam afundado após a ocorrência de tempestades na região.