Imagem de Häxan: por que o filme mudo de terror assusta até os dias atuais? no megacurioso

Lançado em 1922, documentário em preto e branco serviu como inspiração para o modelo found footage de A Bruxa de Blair

Lan&ccedil;ado em 1922 pelo cineasta dinamarqu&ecirc;s Benjamin Christensen, H&auml;xan &mdash; A Feiti&ccedil;aria Atrav&eacute;s dos Tempos &eacute; uma obra atemporal do <a href="https://www.megacurioso.com.br/terror/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terror</a> que serviu como padr&atilde;o para v&aacute;rias produ&ccedil;&otilde;es cl&aacute;ssicas do g&ecirc;nero. O longa-metragem mudo e em preto e branco at&eacute; hoje &eacute; lembrado pelos entusiastas da categoria e segue em listas selecionadas como um dos filmes mais assustadores da hist&oacute;ria. Mas por que ser&aacute; que ele mant&eacute;m essa marca 100 anos depois?
Parte ensaio documental, parte quadro de horror sat&iacute;rico, H&auml;xan &eacute; um filme epis&oacute;dico no estilo antologia, onde sete cap&iacute;tulos exploram uma variedade de temas inspirados em cren&ccedil;as e no folclore da hist&oacute;ria ocidental do ocultismo. Suas tramas destacam assuntos resgatados da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/108789-9-das-maiores-bizarrices-da-idade-media.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade M&eacute;dia</a> e discutem acerca de bruxaria e da persegui&ccedil;&atilde;o de mulheres acusadas de pr&aacute;ticas de magia negra &mdash; por&eacute;m com uma atmosfera estranha e elementos misteriosos baseados na supersti&ccedil;&atilde;o.
Segundo Christensen (1879-1959), o projeto &eacute; inspirado no Malleus Maleficarum, um guia alem&atilde;o escrito pelo cl&eacute;rigo Heinrich Kramer no s&eacute;culo XV, onde s&atilde;o fornecidas informa&ccedil;&otilde;es sobre como lidar com preocupa&ccedil;&otilde;es diab&oacute;licas, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121452-conheca-6-transtornos-mentais-dos-mais-assustadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">doen&ccedil;as mentais</a> e uma consequente histeria. Para isso, ele utiliza dados hist&oacute;ricos reais com processos de filmagem &mdash; vinhetas, ilumina&ccedil;&atilde;o, trilha sonora, montagem &mdash; para oferecer um drama visceral e perturbador.
<h2>Um filme para al&eacute;m da experi&ecirc;ncia</h2>
Muito al&eacute;m do que &eacute; exibido na tela, H&auml;xan &eacute; um filme impactante onde cada cena &eacute; apresentada com viol&ecirc;ncia em todas suas nuances. O uso de efeitos pr&aacute;ticos e de t&eacute;cnicas de puro brio visual se relacionam constantemente com o cen&aacute;rio oculto, apostando em uma demonstra&ccedil;&atilde;o de um mal onde parece n&atilde;o haver limites. Os cap&iacute;tulos consistem em curtos projetos que abordam pessoas brincando com dem&ocirc;nios a sacrif&iacute;cios de crian&ccedil;as &mdash; tudo em meio a cenas bizarras predominantes pelo belo e pelo grotesco.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/11/11124952930169.jpg" alt="(Fonte: BBC / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: BBC / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
"&Eacute; uma experi&ecirc;ncia visceral disfar&ccedil;ada de tese erudita", comenta Stephen Volk, roteirista do infame Ghostwatch, document&aacute;rio de horror lan&ccedil;ado pela BBC em 1992. "N&atilde;o acredito nem por um momento que o verdadeiro motivo do diretor tenha sido outra coisa sen&atilde;o chocar, se n&atilde;o abalar o p&uacute;blico da complac&ecirc;ncia, como faz o bom horror. Mas com este, voc&ecirc; quase pode acreditar nisso. H&aacute; algo sobre o formato que faz isso com voc&ecirc; &mdash; a autenticidade de uma era anterior, suponho."
Em certas cenas, Christensen emprega t&eacute;cnicas de stop-motion e maquiagem para recriar figuras do misticismo europeu em suas formas mais cruas. Assim, bruxas em vassouras, por exemplo, rapidamente ganham vida e atuam em contextos praticamente blasfemos, inclu&iacute;das em cerim&ocirc;nias her&eacute;ticas, puni&ccedil;&otilde;es visualmente agressivas e <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/85663-e-voce-satanas-5-formas-alternativas-de-satanismo-que-existem-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">propostas sat&acirc;nicas</a> que n&atilde;o apenas incomodam por certos instantes, mas perturbam.
<h2>A origem dos banimentos internacionais</h2>
A obra foi o filme mudo escandinavo mais caro j&aacute; realizado e custou cerca de dois milh&otilde;es de coroas suecas (cerca de R$ 950 mil, em cota&ccedil;&atilde;o atual). E com otimismo ap&oacute;s o longa ter sido aclamado na Dinamarca e Su&eacute;cia, os produtores n&atilde;o esperavam o que viria depois, com o in&iacute;cio das exibi&ccedil;&otilde;es internacionais. Nos Estados Unidos e no oeste Europeu, a obra foi fortemente censurada pelo seu conte&uacute;do gr&aacute;fico e ganhou o status de "amaldi&ccedil;oado".
Considerado por muitos f&atilde;s como melhor trabalho de Christensen, H&auml;xan &mdash; A Feiti&ccedil;aria Atrav&eacute;s dos Tempos n&atilde;o deixou de se envolver com muitas pol&ecirc;micas. "Impr&oacute;prio para exibi&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica" e repleto de "horror n&atilde;o adulterado", de acordo com uma mat&eacute;ria escrita em 1923 por revisores da Variety, o longa-metragem chocou mesmo ap&oacute;s seu relan&ccedil;amento dinamarqu&ecirc;s, em 1941, por meio de uma vers&atilde;o estendida com altera&ccedil;&otilde;es nos intert&iacute;tulos e coment&aacute;rios do diretor.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/11/11125155762171.jpg" alt="(Fonte: BBC / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: BBC / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O projeto, classificado com uma nota 91% dos cr&iacute;ticos no <a href="https://www.rottentomatoes.com/m/haxan" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rotten Tomatoes</a>, tornou-se um tabu por explorar a psiqu&ecirc; humana de forma deslavada. Dotado de uma melancolia quase insuport&aacute;vel, ele se contr&oacute;i em torno de ideias comportamentais baseadas nos transtornos humanos e explora um forte potencial dram&aacute;tico, mas sem tratar essa viol&ecirc;ncia gr&aacute;fica puramente como um voyeurismo ou apelo visual.
"O pr&oacute;prio conceito &eacute; t&atilde;o moderno", conclui Volk. "Honestamente, n&atilde;o consigo ver por que n&atilde;o &eacute; t&atilde;o celebrado pelos historiadores do cinema quanto Vampyr (1931) ou Nosferatu, de Carl T. Dreyer. Eu certamente diria que foi o document&aacute;rio falso seminal que precedeu todos os outros. Foi perdido, depois encontrado por aficionados do horror, sendo inserido na vanguarda do terror cl&aacute;ssico de filmagem encontrada no sentido mais literal."
<h2>Inspira&ccedil;&otilde;es atuais</h2>
A antologia medieval inspirou os cineastas americanos Eduardo S&aacute;nchez e Daniel Myrick a fundar a H&auml;xan Films e, consequentemente, produzir o ic&ocirc;nico A Bruxa de Blair (1999). Ambos os filmes compartilham temas ocultos e um estilo quase documental, com a diferen&ccedil;a que o terror sobrenatural da d&eacute;cada de 1990 busca mostrar "filmagens encontradas" reais &mdash; found footage.
Assim, apesar de sua proposta conceitual e com uma forte base gr&aacute;fica em preto e branco, o filme mudo de Benjamin Christensen se torna &uacute;nico pelo ideal ensa&iacute;sta. A dor e a ang&uacute;stia humana retratadas s&atilde;o as mesmas, independentemente do que esteja acontecendo e contribuem para uma for&ccedil;a terrivelmente palp&aacute;vel capaz de impactar e apavorar at&eacute; mesmo os mais c&eacute;ticos.&nbsp;

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Häxan: por que o filme mudo de terror assusta até os dias atuais?

Imagem de 5 maneiras como Tutancâmon influenciou a cultura pop no megacurioso

O faraó egípcio Tutancâmon influenciou a cultura popular de maneiras que você (e muito menos ele) nem imagina

<head></head><body>O faraó Tutancâmon (ou simplesmente rei Tut para os íntimos) foi uma figura importante não apenas para o Egito Antigo. A fama do jovem rei (que assumiu o trono com 9 anos em 1314 a.C. e morreu apenas uma década depois) transcendeu a sua época e o seu país.&nbsp;E o jeito que ele foi apropriado pela cultura pop, por meio de músicas, filmes e revistas, faz com que ele seja uma das figuras históricas mais conhecidas (e até queridas) até hoje. Vejamos 5 exemplos que comprovam como isto aconteceu.<h2>1. A música&nbsp;Old King Tut</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/wjVO3RGCjFo" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Em 1922, o arqueólogo britânico <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110785-veja-todo-o-esplendor-da-tumba-de-tutankamon-apos-9-anos-de-restauracao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Howard Carter</a> encontrou o túmulo intocado de Tutancâmon no Vale dos Reis, perto de Luxor, no Egito. Esta descoberta, na época, se tornou uma verdadeira sensação. Tanto que, em 1923, os compositores Harry Von Tilzer e William Jerome lançaram uma música bem alegre e dançante, em estilo Charleston, que retrata Tut como um jovem homem carregado de ouro e prata e lembranças do seu passado.<h2>2. Ele inspirou uma série de filmes de horror</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29101621959040.jpg" alt="(Fonte: Pinterest)">(Fonte: Pinterest)Diferente de outros monstros dos filmes de terror, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120516-dracula-qual-e-a-verdadeira-historia-do-famoso-vampiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Drácula</a> e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119206-sindrome-de-frankenstein-o-medo-da-rebeliao-das-maquinas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Frankenstein</a>, a Múmia não surgiu da literatura. Em 1932, a Universal Pictures lançou um filme chamado The Mummy, inspirado na descoberta da tumba de Tutancâmon.&nbsp;A história real foi cheia de acontecimentos terríveis envolvendo as pessoas que participaram da descoberta do sarcófago. Um dos financiadores da missão morreu de sepse por conta de uma picada de mosquito no mesmo ano, e um ajudante do arqueólogo Howard Carter foi assassinado em 1929 em circunstâncias misteriosas.&nbsp;Tudo isso criou a ideia de uma "<a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/37584-conheca-as-6-maldicoes-mais-famosas-da-historia.htm#:~:text=M%C3%BAmia%20congelada,extraordin%C3%A1rio%20n%C3%A3o%20foi%20nada%20boa." rel="noopener noreferrer" target="_blank">maldição da múmia</a>", o que inspirou este filme e vários outros spin-offs - como a franquia reiniciada em 1999 com o filme A Múmia,&nbsp;estrelado por Brendan Fraser e Rachel Weisz.<h2>3. As melindrosas foram influenciadas pelo estilo egípcio</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29103316206042.jpg" alt="(Fonte: Pinterest)">(Fonte: Pinterest)O termo melindrosa (ou flappers, no inglês) se referia nos anos 1920 às jovens mulheres que representavam um novo estilo de vida, mais livre. Elas usavam saias curtas, não usavam <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122277-espartilho-de-opressao-a-simbolo-de-empoderamento-feminino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espartilho</a>, cortavam o cabelo curto e dançavam de forma provocativa o <a href="https://www.megacurioso.com.br/viagem/78486-como-foi-a-era-do-jazz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">jazz</a> e Charleston.O rei Tut de alguma forma as influenciou, mesmo 3 mil anos após de sua morte. Quando seu túmulo foi descoberto, em 1922, o visual característico do Egito Antigo voltou à moda. As mulheres, especialmente as melindrosas, passaram a usar elementos desta estética, como o delineador bem marcado nos olhos, os penteados cortados em estilo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121014-6-fatos-intrigantes-sobre-cleopatra-vii-a-ultima-farao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cleópatra</a> e joias com motivos egípcios.<h2>4. Steve Martin se vestiu de Rei Tut no Saturday Night Live</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/FYbavuReVF4" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Na década de 1970, com a exposição&nbsp;Tesouros de Tutancâmon, o rei Tut voltou definitivamente à moda e virou uma espécie de obsessão cultural, apelidada de "Tutmania". Foi neste contexto que o comediante Steve Martin vestiu trajes egípcios e fez uma performance hilária da música King Tut,&nbsp;no programa&nbsp;Saturday Night Live em 1978.A canção fazia uma crítica bem engraçada sobre o caráter comercial da exposição. A letra dizia coisas como “Ele deu sua vida pelo turismo”. Por alguma ironia, a própria música de Steve Martin foi um sucesso absoluto e continua sendo até hoje um dos esquetes mais queridos do programa.<h2>5. Rei Tut lutou contra o Batman</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29104254499046.jpg" alt="(Fonte: Cinemarco Blog)">(Fonte: Cinemarco Blog)E pasme: a popularidade de Tutancâmon ficou tão grande que ele virou personagem do Universo DC! Ele foi um vilão dentro do seriado <a href="https://www.megacurioso.com.br/quadrinhos/34257-a-evolucao-do-simbolo-do-batman-em-30-designs.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Batman</a>, estrelado por Adam West em 1966. É claro que o Rei Tut não se tornou tão popular quanto a Mulher-Gato ou o Coringa, mas sem dúvida fez algum sucesso.</body>

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5 maneiras como Tutancâmon influenciou a cultura pop

Imagem de James Bond 007: o legado da franquia após 60 anos de Dr. No no megacurioso

Em outubro de 1962, o mundo seria apresentado pela primeira vez para um dos personagens mais icônicos do cinema: James Bond

<head></head><body>Há 60 anos, um filme despretensioso colocaria sua marca na história do <a href="https://www.megacurioso.com.br/cinema/98854-13-curiosidades-aleatorias-e-divertidissimas-sobre-o-cinema.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cinema</a>. No dia 5 de outubro de 1962, o longa-metragem 007 contra o Satânico Dr. No&nbsp;não só apresentaria o espião James Bond para o mundo todo nas telonas, como também seria responsável por fundar uma das franquias de filmes de mais sucesso de todos os tempos.Antes dessa película, filmes envolvendo superespiões não eram nem um pouco um tópico comum na Sétima Arte, sem contar inúmeros outros aspectos que fizeram esse filme ser diferenciado. Então, após seis décadas de lançamento do primeiro 007, qual é o real legado deixado por essa franquia?<h2>A estreia de Dr. No</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/04/04160823421327.jpg" alt="(Fonte: EON Productions/Reprodução)">(Fonte: EON Productions/Reprodução)Em 1962, quem havia sido escolhido para apresentar o personagem das obras do escritor Ian Fleming para o público do cinema foi Sean Connery — que posteriormente desenvolveria uma ilustríssima carreira em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122762-5-locais-no-brasil-que-foram-cenarios-para-filmes-de-hollywood.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hollywood</a>. A frase "Meu nome é Bond, James Bond", utilizada em Dr. No,&nbsp;logo se tornaria um dos momentos mais emblemáticos da história do cinema.Em sua estreia no cinema, o agente 007 é levado para a Jamaica, onde misteriosas ondas de energia estão interferindo nos lançamentos de mísseis dos EUA. Antes de desvendar a verdade, Bond precisa lutar contra assassinos mortais e lidar com as famosas femme fatales, o conceito de personagens femininas usando tons marcantes e prontas para desestabilizar a jornada do protagonista.Todas essas batalhas servem para que ele encontre a sede do sinistro Dr. No (Joseph Wiseman), um gênio maléfico que está implementando um grande plano de dominação mundial. Não precisou de muito para que o longa conquistasse uma legião de fãs que seguiram fervorosamente os lançamentos da franquia 007 ao longo das décadas. Ao todo, foram nada menos que 25 filmes estrelando James Bond em 60 anos pela Eon Productions.<h2>Sucesso nos cinemas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/04/04160853190328.jpg" alt="(Fonte: EON Productions/Reprodução)">(Fonte: EON Productions/Reprodução)Conseguindo se consolidar como uma das franquias de maior sucesso do mundo todo, os filmes do 007 arrecadaram ao menos US$ 6,89 bilhões desde a estreia em 1962, de acordo com um levantamento feito pela CNBC. A imagem do espião não só revolucionou um segmento todo, como também criou um espaço para longas que abordassem os chamados "heróis da vida real".Para obter inspiração para suas obras, o escritor britânico teve a sorte de já ter trabalhado como oficial da inteligência naval do Reino Unido. Dessa forma, pôde observar soldados no campo de batalha para desenvolver o seu primeiro esboço de como James Bond deveria se portar. Além disso, era importante ter uma noção de artes marciais.&nbsp;O rascunho inicial de 007 nasceu em 1953 — 10 anos antes de Dr. No chegar aos cinemas. Portanto, James Bond não nasceu como um ícone da cultura pop, mas foi moldado para isso durante uma década. Os filmes do espião não são as primeiras obras adaptadas da literatura para as telonas, mas foram os primeiros filmes envolvendo uma história de 10 anos com dezenas de episódios que conquistaram um público muito fiel.<h2>Conexão tecnológica</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/04/04160943120329.jpg" alt="(Fonte: EON Productions/Reprodução)">(Fonte: EON Productions/Reprodução)Um fato curioso sobre James Bond é que o personagem sempre foi bastante conectado a todas as tendências tecnológicas que poderiam lhe ajudar no seu cargo como espião. O agente possuía um amor por aparelhos de alta tecnologia e sempre foi visto com armas futuristas e carros elegantes cheios de equipamentos.Porém, as tecnologias nunca foram tão populares quanto o protagonista. Sendo assim, podemos dizer que Bond pode ter sido até mesmo responsável por influenciar a existência de parte das tendências tecnológicas existentes atualmente. Sem contar que esse foi o primeiro herói "comum" dentro da cultura pop que abraçou o poder da tecnologia.Canetas explosivas, carros submersíveis e mochilas a jato apareceram no cinema em uma época quando ainda nem haviam sido desenvolvidos. Portanto, a franquia 007 sempre dialogou com as novas gerações.&nbsp;<h2>Legado atemporal</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/04/04161018402330.jpg" alt="(Fonte: Internet/Reprodução)">(Fonte: Internet/Reprodução)Para que as histórias de James Bond seguissem sendo populares por 60 anos, algo nessa franquia precisava ser muito especial. Mas o que é esse ponto fora da curva? A verdade é que 007 resiste ao tempo por sempre se adaptar ao período em que está sendo reproduzido e por se dobrar para atender às expectativas dos fãs.Durante seis décadas, James Bond se adaptou aos tradicionais filmes de espionagem, passando por aventura, dando uma flertada com a comédia e permeando temas importantes, como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116827-itens-da-guerra-fria-usados-por-espioes-sovieticos-vao-a-leilao-nos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Fria</a>. Isso fez com que a franquia sempre mantivesse um grau de relevância e conseguisse se tornar longeva.Para métodos de comparação, o protagonista era descaradamente mais sexista e usava mulheres como objetos em seus primeiros filmes. Com a ascensão do feminismo no Ocidente durante as últimas gerações, no entanto, Bond passou por uma mudança considerável em alguns de seus comportamentos, sendo muito &nbsp;mais respeitoso com figuras femininas ao seu redor, por exemplo, e se adaptando sempre ao contexto em que existe.</body>

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James Bond 007: o legado da franquia após 60 anos de Dr. No

Imagem de Por que a pirataria no Brasil é social e moralmente aceita? no megacurioso

Apesar de destruir a economia, fomentar o crime organizado e tirar postos de trabalho, as pessoas continuam consumindo produtos piratas

<head></head><body>Se você nunca viu o vídeo Bob’s and Jim’s DVD, então provavelmente não pegou o período de locação de filmes durante o<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121805-a-guerra-dos-vhs-quando-as-fitas-quase-foram-proibidas-nos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;boom da mídia DVD</a>, que aconteceu entre a década de 1980 até meados de 2011, quando começou a declinar no Brasil com o surgimento das <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122094-lembra-quando-a-netflix-era-uma-locadora-de-filmes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">plataformas de streaming</a> – apesar de o fim ter surgido um pouco antes nos Estados Unidos, em 2006.A propaganda vinha colada na mídia de muitos DVDs como uma forma de conscientizar de maneira cômica o público norte-americano sobre os benefícios e malefícios de adquirir um DVD pirata, ou seja, falsificado – muito embora parecesse fazer mais sentido para o público de países emergentes, como o Brasil, que na época comprava a versão pirata por até R$ 10, enquanto os norte-americanos pagavam US$ 3, com a versão original custando entre US$ 15 a US$ 20, conforme indicou o estudo Media Piracy in Emerging Economies, publicado pela Instituição Americana SSRC, em 2011, com dados colhidos em 2008.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Paula Bronstein/Getty Images&nbsp;" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornalistica/movies-copied-onto-dvds-are-displayed-for-sale-at-an-foto-jornalistica/156307089"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29184025338426.jpg" alt="(Fonte: Paula Bronstein/Getty Images)">(Fonte: Paula Bronstein/Getty Images)Naquela época, a pesquisa já mostrava uma taxa alta de pirataria no Brasil, sendo que 56% dela era de softwares, 22% de filmes, 48% de música e 91% de jogos de videogame. Todos esses números condiziam com a ação diária da prefeitura nas cidades brasileiras. Segundo uma matéria de 19 de dezembro de 2007 do Estadão, aproximadamente 24 toneladas de produtos ilegais, em sua maioria apreendidos de camelôs (comerciantes ambulantes ilegais), foram triturados pela prefeitura de São Paulo.&nbsp;Só naquele ano, produtos falsificados e contrabandeados encheram 91 mil sacos de 100 litros após serem apreendidos, sendo que desde 2005 a administração removeu mais de 2.400 barracas de camelôs das ruas da cidade. Mas como surgiu a pirataria no Brasil?<h2>Uma questão social</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/26/26154914069086.jpg" alt="(Fonte: Receita Federal/Reprodução)">(Fonte: Receita Federal/Reprodução)Um levantamento feito pela empresa de cibersegurança americana State of the Internet Akamai colocou o Brasil como o quinto país que mais consome conteúdos piratas do mundo, atrás dos EUA, Rússia, Índia e China. Entre janeiro e setembro de 2021, foram contabilizados 4,5 bilhões de streams&nbsp;e downloads ilegais. Para as empresas, o prejuízo foi de R$ 287 bilhões no ano passado. Mas não para por aí.O Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP) indicou que o país perdeu, em 2020, cerca de R$ 287 bilhões para o mercado ilegal de roupas, perfumes, remédios, plataformas de streaming, TV a cabo e até carros de luxo; impactando 15 setores industriais. Mais de 2,6 bilhões de produtos falsos foram apreendidos em todo o país, dos quais 1,8 milhões vieram de São Paulo, apesar do apogeu da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122036-por-que-algumas-pessoas-nunca-pegaram-covid.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pandemia do coronavírus</a> em 2020, que deveria ter reduzido a circulação das pessoas devido aos lockdowns.Segundo Edson Vismona, presidente do FNCP, existe uma aceitação dos brasileiros para a compra de produtos piratas. “As pessoas querem comprar com preços mais baixos, e não se questionam sobre o valor ético dessa compra. Por trás de um produto muito barato, tem fraude, contrabando, pirataria. Ou seja, tem algo errado”, disse ele em entrevista à CNN.A cada dez brasileiros, três têm o hábito de comprar produtos piratas, como entendeu a pesquisa de 2016 pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro. Isso porque existe uma aceitação sistêmica, ao contrário de outros tipos de crime, e uma falsa passividade que impede o consumidor de ver os efeitos nocivos de adquirir produtos pirateados.Portanto, seria necessário conscientizar a sociedade que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120138-qual-o-impacto-positivo-da-pirataria-na-sociedade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pirataria&nbsp;</a>está associada ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119098-em-1930-japao-tentou-viciar-nacoes-com-o-uso-de-drogas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tráfico de drogas</a> – que os brasileiros costumam cobrar tanto o combate das autoridades –, furto de dados, como senhas bancárias, e lavagem de dinheiro.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/26/26155715956089.jpg" alt="(Fonte: Alexandre Bortoluz/Rádio Caixias/Reprodução)">(Fonte: Alexandre Bortoluz/Rádio Caixias/Reprodução)Para o procurador da República, José Maria de Castro Panoeiro, existe uma dificuldade cultural no discurso existente de minimização do problema, portanto, é preciso esclarecer a população sobre as perdas coletivas envolvidas nesse comportamento inadequado.O crime atrapalha e muito o crescimento econômico do país e a geração de empregos, inclusive, em sua maioria, para a fatia social das pessoas que costumam consumir esse tipo de produto. Portanto, o barato acaba saindo caro.“Sem a pirataria, teríamos mais indústrias, mais empregos, mais inovação, mais geração de tecnologias atuais. Você fortaleceria os elos da economia, teria produtos certificados pela Anatel e pelo Inmetro, garantindo a segurança das pessoas. Você teria um mercado saudável, onde reverteria esses recursos vindos das compras desses produtos para o próprio mercado, para o Brasil, gerando então o desenvolvimento”, afirma Vismona.As pessoas costumam se compadecer com os trabalhadores informais que vendem esses produtos, como se eles fossem os autores dos crimes, quando, na verdade, são tão vítimas do instrumento de consumo quanto os consumidores. Enquanto isso, a prática promove concorrência desleal, reduz a arrecadação do governo, elimina postos de trabalhos legais e incentiva o cliente a uma prática criminosa, ora por engano, ora conscientemente.&nbsp;O Instituto Mackenzie, de São Paulo, revelou que a pirataria movimenta anualmente R$ 56 bilhões em todos os setores, custando 2 milhões de postos de trabalho, e deixando de arrecadar R$ 84 bilhões em impostos não coletados.<h2>A gênese</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/27/27154914316276.jpg" alt="Dom João VI. (Fonte: Wikimedia Commons)">Dom João VI. (Fonte: Wikimedia Commons)Em uma matéria de 2007 publicada pelo jornal&nbsp;Folha de S. Paulo sobre o livro O Jardim de D. João, da jornalista e escritora Rosa Nepomuceno, a pirataria já aparecia como um problema no período Brasil-Colônia, impulsionado pela chegada da família real ao país, que criou e multiplicou os hortos de aclimatação essenciais para o desenvolvimento do tráfico de plantas.Os portugueses tinham espiões nos dois grandes hortos franceses (atual Guiana Francesa e em Maurício, no oceano Índico), cooptando pesquisadores para trazer informações e sementes de especiarias, resinas, madeira ou plantas medicinais.“A pirataria sempre correu solta, mas ela se oficializou em 1809, quando D. João VI mandou invadir a atual Guiana Francesa e levou os portugueses e se estabeleceram na região, entre 1810 e 1817, apropriando-se de manuais e técnicas para plantio”, escreveu ela.<span class="img-fc" data-fonte="(Fonte: GABRIEL BOUYS/AFP/Getty Images)" data-fonte-url="https://www.gettyimages.ie/detail/news-photo/fake-designer-bags-are-displayed-by-vendors-near-the-news-photo/136408250"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/27/27154809513273.jpg" alt="(Fonte: GABRIEL BOUYS/AFP/Getty Images)">(Fonte: GABRIEL BOUYS/AFP/Getty Images)Ou seja, em meio a raízes históricas e culturais tão profundas, seria no mínimo injusto culpar somente a sociedade por adquirir produtos piratas, quando o consumismo e <a href="https://www.megacurioso.com.br/politica/43169-sera-que-karl-marx-odiava-mesmo-o-capitalismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">capitalismo</a> criam uma divisão, principalmente entre a classe baixa. O sociólogo Pierre Bourdieu teoriza sobre o habitus que o ser humano consome como forma de se inserir na sociedade em meio a todas as variedades de consumo para conseguir se mover pelos diferentes níveis da esfera social.A linguagem midiática, alavancada pelas redes sociais, passou a ditar e difundir o que é importante, desenvolvendo ainda mais a necessidade das pessoas em se sentirem aceitas por determinados grupos na sociedade, se manter na moda ou saciar o desejo de pertencer ao momento.É por isso que estamos na era dos produtos falsificados, mais do que nunca, até mesmo quando uma divisão do móvel da estante da casa de tantos brasileiros era entupida de DVDs e CDs piratas.</body>

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Por que a pirataria no Brasil é social e moralmente aceita?

Imagem de 4 motivos que explicam a obsessão por histórias de true crime no megacurioso

Especialistas explicam por que tantas pessoas estão obcecadas por histórias que contam crimes reais

Estamos vivendo uma esp&eacute;cie de onda de narrativas&nbsp;true crime, que s&atilde;o hist&oacute;rias que falam sobre crimes reais e sobre a personalidade de assassinos. Recentemente, a s&eacute;rie Dahmer &ndash; um canibal americano, da Netflix, reacendeu o gosto que muitas pessoas t&ecirc;m por saber os detalhes s&oacute;rdidos destes acontecimentos macabros.
Mas h&aacute; muita gente que tamb&eacute;m se pergunta: por que somos t&atilde;o obcecados por conte&uacute;dos de true crime? Os especialistas j&aacute; est&atilde;o esbo&ccedil;ando algumas respostas para isto. Confira!
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122222-6-equivocos-que-cometemos-sobre-os-serial-killers.htm" target="_blank">6 equ&iacute;vocos que cometemos sobre os serial killers</a>
<h2>1. O fasc&iacute;nio pelo mal</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/28/28100114425167.jpg" alt="(Fonte: Revista Lado B)" />(Fonte: Revista Lado B)
Para o psic&oacute;logo forense Paul G. Mattiuzzi, narrativas true crime&nbsp;nos d&atilde;o a oportunidade de encarar aquilo que seria um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/107885-famosos-casos-historicos-mostram-porque-o-incesto-e-um-tabu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tabu</a> fundamental nas culturas: o assassinato. Isso mexe com um tema central para todos n&oacute;s, que &eacute; a luta do bem contra o mal, que existe desde sempre.
Para a psic&oacute;loga cl&iacute;nica Elizabeth Rutha, somos atra&iacute;dos por essa tens&atilde;o ainda crian&ccedil;as, mas somos orientados a n&atilde;o investigar o tema mais a fundo &nbsp;Por isso, o g&ecirc;nero true crime nos possibilitaria tentar resolver uma curiosidade fundamental: o que motiva as pessoas a cometerem este ato extremo.&nbsp;
&ldquo;Queremos algumas dicas sobre a psicologia de um assassino, em parte para que possamos aprender como proteger nossas fam&iacute;lias e a n&oacute;s mesmos. Mas tamb&eacute;m porque somos simplesmente fascinados por comportamentos aberrantes e os muitos caminhos que percep&ccedil;&otilde;es distorcidas podem tomar", pontuou Rutha ao portal Mentalfloss.
<h2>2. A influ&ecirc;ncia dos notici&aacute;rios</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/28/28100035250166.jpg" alt="(Fonte: HBO Max)" />(Fonte: HBO Max)
Nosso interesse pelo crime tamb&eacute;m teria a ver com a quantidade de not&iacute;cias sobre este tema que nos atinge desde sempre. "Desde os anos 1950, somos bombardeados na m&iacute;dia com relatos de crimes, e isso provavelmente se tornou realidade nos anos 1970. Nosso fasc&iacute;nio pelo crime &eacute; igualado pelo nosso medo dele", explica o psic&oacute;logo Michael Mantell.
<h2>3. N&atilde;o conseguimos desviar os olhos de um "acidente"</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Estado de Minas&nbsp;" data-fonte-url="https://i.em.com.br/YTLVUk5eDFc2VW_rIujor4j4Wfg=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/07/12/1285608/20210711163646368234o.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/28/28100205548168.jpg" alt="(Fonte: Estado de Minas)" />(Fonte: Estado de Minas)
O professor de criminologia Scott Bonn explica que os atos de um&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/serial-killers-e-psicopatas/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">serial killer</a> podem ser horr&iacute;veis de se ver, mas grande parte do p&uacute;blico n&atilde;o consegue desviar o olhar porque fica fascinado pelo espet&aacute;culo.
A ideia de estarmos diante de algo muito raro (embora nem sempre isso seja verdade) explicaria esta atra&ccedil;&atilde;o. "A ideia de que o crime &eacute; insepar&aacute;vel da civiliza&ccedil;&atilde;o &ndash; n&atilde;o a parte da aberra&ccedil;&atilde;o, mas um componente integral e at&eacute; mesmo necess&aacute;rio de nossas vidas &ndash; &eacute; uma no&ccedil;&atilde;o aceita por v&aacute;rios pensadores", afirma o escritor Harold Schechter.&nbsp;
Plat&atilde;o, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122396-entenda-como-freud-criou-o-maior-mito-sobre-o-orgasmo-feminino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sigmund Freud</a> e &Eacute;mile Durkheim, dentre outros pensadores, j&aacute; escreveram que os crimes s&oacute; podem cumprir sua fun&ccedil;&atilde;o social se os outros souberem sobre ele e se escandalizarem pelo que ocorreu.
<h2>4. Saber sobre&nbsp;true crime nos traz seguran&ccedil;a</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/28/28100356242170.jpg" alt="(Fonte: Intr&iacute;nseca)" />(Fonte: Intr&iacute;nseca)
Um estudo de 2010 descobriu que as mulheres eram mais atra&iacute;das do que os homens por alguns tipos espec&iacute;ficos de hist&oacute;rias true crime. E havia uma raz&atilde;o interessante neste fasc&iacute;nio: elas sentiam que estavam recebendo dicas sobre como se proteger de um agressor. Os homens, por outro lado, estavam mais propensos a gostar de hist&oacute;rias que tinham v&iacute;timas do sexo feminino.
&ldquo;Nossas descobertas de que as mulheres foram atra&iacute;das por hist&oacute;rias que continham informa&ccedil;&otilde;es relevantes para o condicionamento f&iacute;sico fazem sentido &agrave; luz da pesquisa que mostra que as mulheres temem se tornar v&iacute;timas de um crime mais do que os homens&rdquo;, conclui Amanda Vicary, que participou do estudo.
Ouvir sobre crimes reais, portanto, pode ter um certo car&aacute;ter pedag&oacute;gico, especialmente para as mulheres. Ainda que os homens tenham quatro vezes mais chances que as mulheres de serem assassinados, as mulheres totalizam 70% das v&iacute;timas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/matematica-e-estatistica/98549-mapa-mostra-onde-e-por-que-ocorre-a-maior-parte-dos-homicidios-no-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">homic&iacute;dios</a> cometidos por parceiros &iacute;ntimos. Por isso, n&atilde;o &eacute; de se estranhar que procurem este g&ecirc;nero para tentar aprender alguma coisa.

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True Crime: 4 motivos que explicam a obsessão por histórias de assassinato

Imagem de 6 curiosidades incríveis sobre 'Avatar' no megacurioso

Filme com a maior bilheteria da história do cinema irá ganhar a primeira sequência depois de 19 anos

Depois de 19 anos, James Cameron ir&aacute; apresentar ao p&uacute;blico a t&atilde;o aguardada sequ&ecirc;ncia de Avatar. O filme se tornou um marco na hist&oacute;ria do cinema, principalmente devido ao uso de tecnologia de computa&ccedil;&atilde;o gr&aacute;fica e mostrando novos caminhos para o seu uso.&nbsp;
Abaixo, n&oacute;s listamos seis incr&iacute;veis curiosidades sobre a produ&ccedil;&atilde;o do filme com a maior bilheteria da hist&oacute;ria do cinema.
<h2>1. Sam Worthington estava morando em seu carro quando fez o teste para Avatar</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29163833216301.jpg" alt="" />
Matt Damon e Jake Gyllenhaal foram as primeiras escolhas do est&uacute;dio para interpretar Jake Sully. Por&eacute;m, James Cameron preferiu escolher um ator menos famoso. Sam Worthington era relativamente conhecido na Austr&aacute;lia, mas em Hollywood poucos sabiam quem ele era. O ator recebeu o convite para participar do filme por meio de um telefonema e a pessoa que ligou n&atilde;o lhe disse nada sobre o roteiro &mdash; nem mencionou o nome do diretor. Na &eacute;poca, ele achou que seria uma grande perda de tempo, mas como estava morando em seu carro, aceitou o papel.&nbsp;
<h2>2. Matt Damon perdeu um pagamento de US$ 600 milh&otilde;es ao passar Avatar</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29164317923307.jpg" alt="" />
Antes de encontrar Worthington, James Cameron concordou em chamar Matt Damon para o filme. Por&eacute;m, o ator acabou recusando o papel porque estava trabalhando em um filme da franquia Bourne. Infelizmente, para ele, Cameron havia oferecido 10% da bilheteria. Em 2021, Damon brincou dizendo: &ldquo;Eu vou entrar para a hist&oacute;ria... voc&ecirc; nunca conhecer&aacute; um ator que recusou mais dinheiro que eu&rdquo;. Na ocasi&atilde;o, o valor que ele teria recebido era de aproximadamente US$ 600 milh&otilde;es. &nbsp;
<h2>3. O Gollum foi o respons&aacute;vel por Avatar sair do papel</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;IMDb&nbsp;" data-fonte-url="https://www.imdb.com/title/tt0167261/mediaviewer/rm2334956545?ft0=name&amp;fv0=nm0785227&amp;ft1=image_type&amp;fv1=still_frame&amp;ref_=tt_ch"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29165139927322.jpg" alt="" />
Cameron escreveu as primeiras p&aacute;ginas do roteiro do filme em 1994. O problema &eacute; que naquela &eacute;poca, a tecnologia para dar vida &agrave; sua vis&atilde;o era muito cara &mdash; ou nem n&atilde;o existia ainda. Tudo mudou quando Cameron assistiu ao Senhor dos An&eacute;is: As Duas Torres e viu o que a Weta Digital conseguiu fazer criando o Gollum. Naquele momento ele percebeu que a tecnologia estava finalmente pronta para criar personagens fotorrealistas, feitos totalmente com <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120046-cgi-efeitos-especiais-podem-substituir-a-realidade-no-futuro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">computa&ccedil;&atilde;o gr&aacute;fica</a>.&nbsp;
<h2>4. Os sons dos animais foram retirados de Jurassic Park</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29164848261314.jpg" alt="" />
Quem tem um ouvido mais atento, pode ter percebido uma certa semelhan&ccedil;a com os sons dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115033-peixe-fisgado-no-japao-e-tao-colorido-que-se-parece-um-avatar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">animais de Pandora</a>. Isso acontece porque muitos deles foram retirados de Jurassic Park. Para o Hammerhead Titanothere foram usados sons de Brontossauro. O Thanator que persegue Jake foi &ldquo;dublado&rdquo; com os ru&iacute;dos usados no Tiranossauro Rex. J&aacute; o Direhorse, criatura que Jake aprende a cavalgar no filme, tem os gritos do Velociraptor na famosa cena da cozinha em Jurassic Park.
<h2>5. A China renomeou uma de suas montanhas por causa do filme</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29164617028310.jpg" alt="Parque Florestal Nacional de Zhangjiajie. (Fonte: Wikimedia Commons)" />Parque Florestal Nacional de Zhangjiajie. (Fonte: Wikimedia Commons)
A equipe respons&aacute;vel pelo design do filme se baseou no <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118825-11-pontes-de-vidro-que-sao-igualmente-lindas-e-assustadoras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Parque Florestal Nacional de Zhangjiajie</a>, na China, para criar as incr&iacute;veis montanhas flutuantes de Pandora. O sucesso do filme foi t&atilde;o grande, que o pa&iacute;s acabou renomeando um dos pilares. Conhecido originalmente como Southern Sky Column, depois do lan&ccedil;amento do filme passou a ser chamado de Avatar Hallelujah Mountain. A escolha desse pilar espec&iacute;fico foi por ele ter sido a principal inspira&ccedil;&atilde;o de Cameron.
<h2>6. James Horner inventou instrumentos para a partitura.</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29164446053309.jpg" alt="Gamel&atilde;o. (Fonte: Wikimedia Commons)" />Gamel&atilde;o. (Fonte: Wikimedia Commons)
O famoso compositor James Horner levou a s&eacute;rio a tarefa de criar m&uacute;sica para outro mundo. Durante o seu trabalho, ele precisou criar alguns instrumentos do zero. Havia muitos instrumentos que soavam como flautas de diferentes tipos, mas eram combinados com instrumentos que soavam como gamel&atilde;o &mdash; um instrumento composto, t&iacute;pico da Indon&eacute;sia, que &eacute; feito de xilofones, gongos e percuss&atilde;o. Horner tamb&eacute;m manipulou vozes em um computador e combinou com instrumentos para criar sons totalmente novos.

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6 curiosidades incríveis sobre 'Avatar'

Imagem de Pinóquio: a verdadeira (e não tão bonita) história no megacurioso

Muito distante da versão encantada que Walt Disney popularizou, o livro tem passagens sombrias e apresenta personagens ambíguos

<head></head><body>Em 1940, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/110725-conheca-a-incrivel-ferrovia-que-walt-disney-construiu-no-quintal-de-casa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Walt Disney</a> lançou Pinóquio e popularizou a história do boneco que queria se tornar um menino de verdade. A segunda animação do estúdio — a primeira havia sido <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120660-os-contos-de-fadas-mais-famosos-de-todos-os-tempos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Branca de Neve e os Sete Anões</a>, lançada dois anos antes — era repleta de magia, aventura e terminava com uma bela lição de moral.Porém, muito pouco disso está presente no livro de Carlo Collodi. O escritor italiano foi muito mais agressivo em sua história — <a href="https://www.megacurioso.com.br/literatura/42712-5-contos-de-fadas-extremamente-bizarros-que-voce-ainda-nao-conhece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">como a maioria dos contos de fada</a> —, na qual Pinóquio é um boneco malandro e chega a matar o Grilo Falante.<h2>Origem</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29001150527059.jpg" alt="">Collodi publicou sua história entre julho de 1881 e janeiro de 1883 em um jornal infantil italiano. A trama foi bastante influenciada pela situação econômica e social da Itália. Escrita 20 anos depois da reunificação italiana, Pinóquio reflete os problemas econômicos que muitas pessoas enfrentavam no país.Ainda em 1883 foi lançada uma edição que compilava todos os capítulos da história com o título As Aventuras de Pinóquio. O texto original deixa bem evidente a maneira como Collodi era uma pessoa desiludida. Embora exista uma busca por algo encantado, o livro é dominado pela desesperança do autor.Um bom exemplo disso é o primeiro final que Collodi escreveu para a história. A trama acabou repentinamente, com Pinóquio enforcado e a Raposa e o Gato roubando suas moedas de ouro. Collodi só seguiu com a história alguns meses depois, após as inúmeras cartas enviadas para o jornal, que exigiam que a aventura de Pinóquio continuasse.<h2>Sem maniqueísmos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29001247606060.jpg" alt="Ilustração do primeiro fim trágico de Pinóquio.">Ilustração do primeiro fim trágico de Pinóquio.Uma das características mais evidentes do livro é a ambiguidade dos personagens. Diferente do que é visto na animação da Disney, no texto de Collodi ninguém é puramente bom ou mau. O próprio Pinóquio, que comete vários erros durante a história, tem um senso moral que o faz perceber que está seguindo pelo caminho errado.O resultado disso é um personagem que amadurece ao longo das páginas. É uma história universal e é fácil se reconhecer em diversos momentos dela. Além disso, o impacto da pobreza na vida das pessoas deixa a história mais verdadeira. Gepeto, o pai do Pinóquio, é pobre e sofre com as dificuldades financeiras. Além disso, ele é visto como uma pessoa bastante cruel com as crianças — embora o livro o descreva como um velhinho gentil.Collodi escreveu uma história que hoje pode ser considerada pesada, mas no final do século XIX, para os italianos, era algo bem próximo da realidade. Por esse motivo, mesmo sendo um livro infantil, As Aventuras de Pinóquio também é um retrato do quão cruel a sociedade pode ser, principalmente para uma criança.<h2>As mudanças de Disney</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29001448542061.jpg" alt="Apesar das mudanças, a animação também conta com cenas inusitadas.">Apesar das mudanças, a animação também conta com cenas inusitadas.Pouco tempo depois de ser introduzido na história, o Grilo Falante é morto pelo Pinóquio com um martelo de madeira. Naturalmente, Walt Disney sabia que essa cena não poderia aparecer na sua animação — assim como uma boa parte da história original.Não menos traumático é a relação da Fada Azul com o Pinóquio. Muito mais mórbida, as lições que ela ensina ao boneco de madeira são bastante traumáticas. Em determinado momento, ela se finge de morta e faz o Pinóquio acreditar que ele é o culpado.Mesmo o final do livro, quando o Pinóquio vira um menino de verdade, tem diferenças e é muito mais soturno. Ele vai ao País dos Brinquedos, onde ninguém é obrigado a estudar. Porém, isso faz com que todos lá se transformem em burro. Pinóquio é mais uma vez morto, até que os leitores descobrem que aquilo tudo era apenas um sonho. A Fada Azul aparece e dá a última lição ao Pinóquio, que acorda como um menino de verdade.</body>

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Pinóquio: a verdadeira (e não tão bonita) história

Imagem de Quem tem direito de interpretar personagens de minorias? no megacurioso

Uma discussão presente nas seleções de elenco de teatro e cinema tem levado foco para a necessidade (ou não) de que personagens de minorias sejam vividos por pessoas destes grupos

<head></head><body>Hoje se discute muito a importância da diversidade no elenco de filmes e séries. O trailer de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/247754-pequena-sereia-halle-bailey-comenta-importancia-ariel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A Pequena Sereia</a> com a atriz Halle Bailey, que é negra, reacendeu a discussão. Outro caso bastante debatido é a adaptação da BBC do romance&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/literatura/100422-quer-ser-um-escritor-veja-quanto-tempo-estes-30-demoraram-a-ficar-prontos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Os Miseráveis</a> (2018),&nbsp;de Victor Hugo, em que há atores negros em papéis que, em outras versões, eram vividos por brancos.Esta discussão tem se inflamado entre o meio artístico, e há quem questione as seleções de elenco que consideram a cor dos atores – &nbsp;defendendo uma bandeira do "<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-e-beleza/101776-quer-descobrir-como-os-daltonicos-veem-o-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">daltonismo</a>", ou seja, de que bons atores são bons independente de suas peles, e que uma seleção deve considerar apenas o seu talento. Mas será que é simples assim?A verdade é que o casting de teatro e do cinema sempre foi alvo de críticas. Há até uma espécie de piada no meio que diz que todo mundo conhece alguém que seria melhor para um determinado papel. Por isso, envolver a questão política neste debate é uma novidade relativamente recente.<h2>Quem tem direito de interpretar personagens minoritários?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/19/19190826471476.jpg" alt="(Fonte: Paramount Pictures/Reprodução)">(Fonte: Paramount Pictures/Reprodução)Recentemente, um grupo em defesa de pessoas deficientes criticou o fato de Alec Baldwin ter sido escalado para interpretar um personagem cego em seu próximo filme. Esta é uma discussão que era pouco feita há alguns anos, quando não havia este questionamento sobre a necessidade de que pessoas representassem papéis que estivessem dentro de seu universo.A grande dúvida expressa aqui pode ser assim definida: quando se escreve um papel com uma determinada etnia, identidade sexual, gênero ou <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119789-3-pessoas-com-deficiencia-que-se-reinventaram-por-meio-do-esporte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">deficiência</a>, até que ponto os criadores precisam ir atrás de um ator ou atriz que compartilham da mesma experiência? Ou seja, quem tem direito de contar as histórias dessas pessoas? E quem tem legitimidade para tomar essas decisões sobre elenco?Há muitos exemplos de performances bem sucedidas que não obedeciam este critério. Leonardo DiCaprio recebeu uma indicação ao Oscar interpretando um jovem com deficiência mental no filme&nbsp;Gilbert Grape – &nbsp;Aprendiz de Sonhador, de 1994. Al Pacino levou o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122966-os-presentes-milionarios-distribuidos-para-os-indicados-ao-oscar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oscar</a> por viver um cego em Perfume de Mulher, em 1992. E Jeffrey Tambor ganhou o Emmy por dar vida à transexual Maura na série Transparent. Mas será que não existiam atores <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118767-o-que-significa-cada-letra-da-sigla-lgbtqia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">LGBTQIA</a>+ ou com deficiências que poderiam ter dado vida a esses personagens?Esta discussão é complicada, pois toca justamente no âmago das <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122120-como-uma-cena-de-cantando-na-chuva-quase-custou-a-vida-de-um-ator.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">artes cênicas</a>: a ideia de que é possível suspender a descrença do público e fazê-lo mergulhar de cabeça na ficção. Por décadas, imaginou-se que isso seria um indício do talento de um ator ou atriz.<h2>Por que isso é importante?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/19/19190937297477.jpg" alt="(Fonte: Theatre Art Life/Reprodução)">(Fonte: Theatre Art Life/Reprodução)A grande indagação aqui é se apenas abordar personagens pertencentes a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/112236-china-esta-matando-minorias-para-revender-orgaos-diz-tribunal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">minorias</a> ajuda a buscar justiça social para estas pessoas sem que se dê chances de trabalho para elas. Ou seja, é relativamente fácil levantar a bandeira da igualdade e da responsabilidade social sem mexer nos processos produtivos – &nbsp;mantendo as equipes com os mesmos grupos majoritários, com pessoas brancas e heterossexuais, por exemplo.Por isso, já circula a ideia da mudança do termo "casting daltônico" (ou seja, que as seleções de elenco não foquem na cor da pele dos atores) para "casting consciente de cor", envolvendo uma compreensão mais profunda sobre os impactos desse tipo de escolha.Para se ter uma ideia de como isto é profundo, basta acessar o resultado de um estudo feito pela Asian American Performers Action, que descobriu que nos teatros de Nova York, entre 2006 e 2015, 78% dos atores escalados eram brancos, embora o Censo americano tenha mostrado que a população branca da cidade correspondia a cerca de 44%.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Ivan Pantic/Getty Images&nbsp;" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto/diverse-couple-of-models-giving-an-interview-in-a-imagem-royalty-free/1404030011"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/22/22151412456024.jpg" alt="(Fonte: Ivan Pantic/Getty Images)">(Fonte: Ivan Pantic/Getty Images)O dramaturgo David Henry Hwang, ativista em prol dos atores asiáticos, disse que com o passar dos anos o debate evoluiu muito, manifestando novas nuances. “Esses debates são saudáveis. Acho que isso representa uma sociedade que está tentando se controlar e avançar em território desconhecido", declarou ao Los Angeles Times.A dramaturga Quiara Alegría Hudes é um exemplo de autora que escreve peças com papéis voltados a etnias específicas – &nbsp;o que, segundo ela, precisa ser honrado na hora da montagem. Em caso contrário, a peça está sendo desrespeitada.Diep Tran, editora da revista American Theatre, defende que esta discussão permaneça sendo feita não apenas no teatro, mas em todas as artes. “Consciente das cores significa que estamos cientes da discriminação histórica na indústria do entretenimento, e também estamos cientes do que significa colocar um corpo de cor no palco”, pontuou.</body>

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Quem tem direito de interpretar personagens de minorias?

Imagem de Hanz Holzer, o primeiro caçador de fantasmas dos Estados Unidos no megacurioso

O escritor e parapsicólogo austríaco inspirou programas e filmes como Os Caça-Fantasmas

<head></head><body>Programas e documentários que abordam a investigação de casas mal-assombradas e outros mistérios sobrenaturais têm tomado conta dos canais de TV por assinatura e plataformas de streaming nos últimos anos. O que muitos fãs não sabem é que a maioria destas produções são inspiradas no trabalho do escritor e parapsicólogo Hanz Holzer.Considerado o “primeiro caçador de fantasmas dos Estados Unidos”, ele nasceu na Áustria em 1920 e desde cedo demonstrava interesse no assunto. Ainda no jardim de infância, seus pais foram alertados de que ele assustava os colegas de sala com histórias fantasmagóricas ensinadas por um tio.Ao se mudar para os EUA, em 1938, pouco antes da invasão nazista à Áustria, Holzer fez cursos nas áreas de religião e parapsicologia. Depois de se formar, lecionou no Instituto de Tecnologia de Nova York, cidade onde começou a investigar casos de assombrações no início da década de 1960.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/19/19213539471493.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Naquele período, o especialista escreveu seu primeiro livro, Ghost Hunter, detalhando algumas das aparições que estudou. Dali em diante sua fama começou a ganhar o mundo, resultando em mais de 100 obras abordando os mistérios sobre fantasmas e vida após a morte.<h2>Amityville: o caso mais famoso</h2>O primeiro caça-fantasmas da América do Norte realizou diversas investigações ao longo da carreira, mas um dos casos mais famosos foram os assassinatos cometidos por Ronald DeFeo Jr em Amityville. Em novembro de 1974, <a href="https://www.megacurioso.com.br/historias-macabras/102120-horror-em-amityville-o-que-realmente-aconteceu-na-famosa-casa-assombrada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DeFeo Jr. matou seus pais e quatro irmãos</a>, alegando ter recebido ordens de vozes do além.&nbsp;Trabalhando em parceria com a médium Ethel Johnson-Meyers, Holzer foi até a casa e relatou ter entrado em contato com o espírito de um chefe indígena Shinnecock. Ele teria revelado que o imóvel estava acima de um cemitério sagrado e que um espírito raivoso possuiu DeFeo Jr. no momento dos assassinatos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/19/19213922863494.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Ao examinar as imagens que fez dos buracos de bala nas paredes da casa, o parapsicólogo disse ainda ter notado auréolas misteriosas nas fotos. No entanto, algumas afirmações foram contestadas por historiadores locais, que negaram a presença dos povos Shinnecock na região de Amityville.Vários livros contando sobre a sua experiência no foram publicados, inspirando também franquias de cinema de sucesso com o nome do local. As investigações e o trabalho de Hanz também inspiraram o clássico Os Caça-Fantasmas, de 1984.Na opinião de Holzer, as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120766-6-razoes-cientificas-que-explicam-por-que-vemos-fantasmas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">assombrações</a> são a “memória emocional sobrevivente de alguém que morreu de forma traumática e, geralmente, tragicamente, mas não tem conhecimento de sua morte.” Para o especialista, esses espíritos não estão dispostos a abandonar o mundo físico e, por isso, permanecem no local onde existe apego emocional.O “maior caçador de fantasmas de todos os tempos”, como é referido por Aykroyd, morreu em 2009, aos 89 anos.</body>

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Hanz Holzer, o primeiro caçador de fantasmas dos Estados Unidos

Imagem de Castelo Hearst: a luxuosa mansão que inspirou a história de Cidadão Kane no megacurioso

Com mais de 160 quartos, zoológico e duas piscinas, mansão construída por William Hearst foi o retrato da extravagância da elite local no século XIX

<head></head><body>Entre 1919 e 1947, uma extravagante mansão com 165 quartos, piscinas elaboradas e um zoológico particular chamou a atenção da população estadunidense. Conhecida como Castelo Hearst, a residência californiana foi lar de um dos casais mais relevantes do status socialite no país e mostrou como é possível combinar um alto nível de luxo com planejamento habitável para apenas duas pessoas.Membro da elite dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121364-3-mitos-da-decada-de-1950-que-muitos-americanos-ainda-acreditam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Estados Unidos da América</a>, William Randolph Hearst nasceu em um berço de ouro e conviveu, durante toda sua infância, com celebrações alvos dos principais tabloides hospedadas por seu pai, George Hearst. Sua herança foi resultado de uma Corrida do Ouro recompensadora, oferecendo um dinheiro que logo seria convertido para comprar 40 mil acres de terra entre San Francisco e Los Angeles.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/20/20141142787251.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)Com a morte do pai, em 1891, e da mãe, Phoebe, em 1919, William herdou o lote e passou a morar no local, apesar de já ter um amplo convívio por meio de cavalos e atividades de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122648-como-comecou-a-exploracao-e-a-caca-de-baleias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">caça</a>. Além disso, ele tomou o jornal The San Francisco Examiner — propriedade de George — e o tornou um negócio de sucesso, fabricando dezenas de jornais, revistas, telejornais, estações de rádio e estúdios de <a href="https://www.megacurioso.com.br/cinema/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cinema</a>.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/20/20141240409252.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)Foi então que o norte-americano decidiu investir suas economias em uma mansão localizada em San Simeon. Para isso, ele contou com a ajuda da arquiteta Julia Morgan, formada na renomada Ecole des Beaux-Arts de Paris, a fim de elevar uma construção de proporções absurdas. A ideia era tirar do papel o desenho de um conjunto com uma "Casa Grande" de estilo mediterrâneo e três residências de hóspedes.<h2>Mais de 6.300 metros quadrados de pura elegância</h2>Tirando as casas de hóspedes de conta, apenas a residência principal ocupava mais de 6.300 metros quadrados de extensão — dimensões maiores que as da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121654-6-fatos-sobre-casablanca-um-classico-da-historia-do-cinema.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Casa Branca</a>. Ao todo, foram estabelecidos 165 cômodos, mais de 40 banheiros, jardins exuberantes, terraços, piscina ao ar livre no estilo templos romanos, uma piscina coberta que demorou quase cinco anos para ser construída e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118717-os-4-zoologicos-mais-antigos-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">zoológico</a> particular de Hearst, considerado a maior exibição privada do mundo nessa época.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/22/22095702555685.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)Além disso, o local guardava uma coleção de arte dita impressionante. Os artefatos contemplavam esculturas egípcias antigas, uma pintura do artista espanhol Bartolomé Pérez de la Dehesa, um teto do século XV de um palácio na Espanha e duas tapeçarias da &nbsp;série "Caça ao Unicórnio". Com tudo isso, integrantes da elite norte-americana se sentiram atraídos pelo status convidativo da casa e passaram a frequentá-la em festas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/22/22095613853682.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)Segundo reportagem da <a href="https://faroutmagazine.co.uk/hearst-castle-california-citizen-kane/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Far Out Magazine</a>, as festas de Hearst receberam nomes como Charlie Chaplin, Cary Grant, Greta Garbo, Buster Keaton, Irmãos Marx e Winston Churchill. O local também serviu como inspiração para o premiado filme Cidadão Kane, lançado em 1941 pelo visionário cineasta Orson Welles. Essas celebrações contaram com o amplo apoio da atriz Marion Davies, com quem o anfitrião teve um caso assumido.<h2>Hearst versus Welles</h2>O lançamento de Cidadão Kane foi visto como uma ofensa por Hearst, que se sentiu provocado ao ver que sua vida estava servindo como uma sátira para a diversão de entusiastas de cinema. O dono do castelo de San Simeon chegou a tentar barrar a produção do filme várias vezes, mas viu suas intenções surtirem efeito contrário e o longa-metragem tornar-se o magnum opus de Welles.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/22/22095740590686.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)O patrimônio de Hearst foi afetado significativamente durante a Grande Depressão e o socialite teve que paralisar o andamento de várias obras em seu terreno. Além disso, ele foi forçado a fechar seu zoológico devido aos altos custos. Em 1947, já separado de Morgan e morando com a amante, ele se mudou para um local mais perto de um hospital e fechou permanentemente os muros da mansão, enquanto chorava ao lado de sua atual mulher. Hearst morreu em 1951Hoje, o castelo é uma lembrança do seu legado e é comumente lembrado como “La Cuesta Encantada”. A casa, que custou cerca de US$ 137 milhões em cotação atual para ser construída, foi doado para a Califórnia e é um parque estadual e monumento histórico.</body>

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