Estilo de vida
06/10/2022 às 02:00•2 min de leitura
O faraó Tutancâmon (ou simplesmente rei Tut para os íntimos) foi uma figura importante não apenas para o Egito Antigo. A fama do jovem rei (que assumiu o trono com 9 anos em 1314 a.C. e morreu apenas uma década depois) transcendeu a sua época e o seu país.
E o jeito que ele foi apropriado pela cultura pop, por meio de músicas, filmes e revistas, faz com que ele seja uma das figuras históricas mais conhecidas (e até queridas) até hoje. Vejamos 5 exemplos que comprovam como isto aconteceu.
Em 1922, o arqueólogo britânico Howard Carter encontrou o túmulo intocado de Tutancâmon no Vale dos Reis, perto de Luxor, no Egito. Esta descoberta, na época, se tornou uma verdadeira sensação. Tanto que, em 1923, os compositores Harry Von Tilzer e William Jerome lançaram uma música bem alegre e dançante, em estilo Charleston, que retrata Tut como um jovem homem carregado de ouro e prata e lembranças do seu passado.
(Fonte: Pinterest)
Diferente de outros monstros dos filmes de terror, como Drácula e Frankenstein, a Múmia não surgiu da literatura. Em 1932, a Universal Pictures lançou um filme chamado The Mummy, inspirado na descoberta da tumba de Tutancâmon.
A história real foi cheia de acontecimentos terríveis envolvendo as pessoas que participaram da descoberta do sarcófago. Um dos financiadores da missão morreu de sepse por conta de uma picada de mosquito no mesmo ano, e um ajudante do arqueólogo Howard Carter foi assassinado em 1929 em circunstâncias misteriosas.
Tudo isso criou a ideia de uma "maldição da múmia", o que inspirou este filme e vários outros spin-offs - como a franquia reiniciada em 1999 com o filme A Múmia, estrelado por Brendan Fraser e Rachel Weisz.
(Fonte: Pinterest)
O termo melindrosa (ou flappers, no inglês) se referia nos anos 1920 às jovens mulheres que representavam um novo estilo de vida, mais livre. Elas usavam saias curtas, não usavam espartilho, cortavam o cabelo curto e dançavam de forma provocativa o jazz e Charleston.
O rei Tut de alguma forma as influenciou, mesmo 3 mil anos após de sua morte. Quando seu túmulo foi descoberto, em 1922, o visual característico do Egito Antigo voltou à moda. As mulheres, especialmente as melindrosas, passaram a usar elementos desta estética, como o delineador bem marcado nos olhos, os penteados cortados em estilo Cleópatra e joias com motivos egípcios.
Na década de 1970, com a exposição Tesouros de Tutancâmon, o rei Tut voltou definitivamente à moda e virou uma espécie de obsessão cultural, apelidada de "Tutmania". Foi neste contexto que o comediante Steve Martin vestiu trajes egípcios e fez uma performance hilária da música King Tut, no programa Saturday Night Live em 1978.
A canção fazia uma crítica bem engraçada sobre o caráter comercial da exposição. A letra dizia coisas como “Ele deu sua vida pelo turismo”. Por alguma ironia, a própria música de Steve Martin foi um sucesso absoluto e continua sendo até hoje um dos esquetes mais queridos do programa.
(Fonte: Cinemarco Blog)
E pasme: a popularidade de Tutancâmon ficou tão grande que ele virou personagem do Universo DC! Ele foi um vilão dentro do seriado Batman, estrelado por Adam West em 1966. É claro que o Rei Tut não se tornou tão popular quanto a Mulher-Gato ou o Coringa, mas sem dúvida fez algum sucesso.