Ciência
04/12/2021 às 06:00•3 min de leitura
Presentes em obras de arte, na literatura e em filmes de ficção, os vampiros são alguns dos seres mitológicos de maior destaque na cultura popular. Entre essa classe de criaturas fantásticas, o mais famoso é chamado de Drácula, criado no romance homônimo de Bram Stoker em 1897.
Para quem procura um Drácula na vida real, será que ele realmente existiu? Qual é a origem da história dos vampiros? Esse mito surgiu para explicar o quê? Pensando nisso, preparamos este texto para você aprender mais sobre esses acontecimentos históricos. Confira!
(Fonte: Wikimedia Commons)
Ao que tudo indica, uma das inspirações para que Stoker criasse sua obra de sucesso teria sido o príncipe romeno do século XV Vlad Tepes, também conhecido como Vlad, o Empalador. Nascido na Transilvânia como segundo filho do nobre Vlad II, acabou batizado de Drácula (filho do dragão, em tradução livre) graças ao pai, que era membro da Ordem do Dragão.
Essa ordem secreta era conhecida por proteger o cristianismo e defender o império dos constantes ataques dos turcos otomanos. Vlad Tepes, em seu papel de príncipe, era responsável pelo território de Walachia e acabou ficando conhecido por suas táticas brutais contra os inimigos, que incluíam tortura, mutilação e mortes em massa.
Embora ele não se esquivasse de estripar, decapitar, ferver ou esfolar suas vítimas vivas, seu método preferido era empalá-las, ato que consistia em enfiar uma estaca de madeira nos corpos e deixá-los morrer na frente de todos. Durante sua campanha contra os otomanos em 1462, Drácula teria empalado cerca de 20 mil pessoas.
Após ter sido capturado e solto pelos húngaros naquele ano, ele acabou morrendo em batalha meses depois. Reza a lenda que Vlad gostava de jantar entre os corpos empalados e até mesmo mergulhava seu pão no sangue das vítimas. Por conta dessa descrição e de seu lugar de nascença, a Transilvânia, muitos passaram a compará-lo com o vampiro de Stoker.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Se a história dos corpos empalados não é estranha o suficiente, algo muito inusitado liga Drácula aos tempos modernos. Em entrevista à CBS, o príncipe de Gales, Charles, alegou que ele e sua mãe, a Rainha Elizabeth II, seriam parentes de Vlad Tepes.
Por conta disso, o herdeiro ao trono britânico afirma ter um carinho por suas raízes romenas e até comprou uma casa na Transilvânia. Ao que parece, a relação familiar vem de sua bisavó, Mary de Teck, que chegou a ser rainha do Reino Unido durante o mandato do Rei George V. Segundo historiadores, Mary seria considerada descendente de dois dos filhos de Drácula.
(Fonte: Pixabay)
Apesar de Drácula ter ficado conhecido como um vampiro no Ocidente, a história é muito diferente em sua terra natal. Na Romênia, ele sempre foi considerado um grande herói de guerra. Além disso, contos envolvendo a existência de vampiros já existiam e se originaram em diferentes culturas quase ao mesmo tempo.
Alguns autores sugerem que o mito dos vampiros tenha surgido de verdade no Egito Antigo, com a feitiçaria. Eles seriam uma forma de demônio convocado para este mundo, vindos de outra dimensão. Porém, existe uma dificuldade histórica para determinar qual é o ponto de origem da "existência" dos vampiros.
O principal motivo disso é haver uma grande variedade de histórias a respeito do tema, incluindo os vampiros asiáticos, também chamados de jianshi chineses, que seriam espíritos maus que atacavam pessoas para sugar sua energia vital. Além deles, existem as deidades coléricas, criaturas que bebem sangue e aparecem descritas no livro dos mortos tibetanos.
(Fonte: Shutterstock)
Acredita-se que o mito do vampirismo tenha surgido na Antiguidade como forma de as sociedades tentarem explicar fenômenos da vida que ainda não entendiam, como o processo de decomposição de um cadáver. Por conta disso, os túmulos de pessoas mortas recorrentemente eram abertos e os corpos, examinados.
Na visão de alguns especialistas, casos de uma doença rara do sangue chamada porfiria na Europa Oriental poderiam ter sido responsáveis por algumas das características físicas atribuídas aos vampiros. Os sintomas incluem sensibilidade à luz (resultando em bolhas na pele ou queimaduras quando expostos), alucinações e recessão gengival, que causa a sensação de dentes alongados.
Na Romênia, a maioria dos casos de deformidade congênita era considerada sinais de vampirismo. Portanto, crianças nascidas com um mamilo a mais, falta de cartilagem no nariz ou lábio inferior partido eram mortas imediatamente como precaução. Grande parte de quem tinha a "sorte" de sobreviver deveria carregar o peso de ser julgada publicamente pelo resto da vida.
Em algumas culturas, era comum colocar pedras em cima dos túmulos para evitar que os mortos voltassem à vida e reaparecessem nas portas da cidade como vampiros.