Imagem de Contrabando de Bíblias: a antiga prática cristã no megacurioso

A maior história de contrabando de todos os tempos começou com o Livro Sagrado e acontece até hoje

A maior hist&oacute;ria de contrabando de todos os tempos come&ccedil;ou com um livro sagrado: a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119966-5-coisas-que-a-biblia-proibe-mas-nos-ainda-fazemos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">B&iacute;blia</a>.&nbsp;Essa obra foi infiltrada de um pa&iacute;s para outro durante per&iacute;odos tensos de intoler&acirc;ncia religiosa, quando as pessoas n&atilde;o tinham a liberdade de acreditar no que desejavam.
Isso tudo come&ccedil;ou em meados de 1550, quando o livro foi contrabandeado para Inglaterra, depois se estendeu de Israel para a S&iacute;ria na d&eacute;cada de 1990. Na era moderna, a pr&aacute;tica aconteceu muito em pa&iacute;ses de regime <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120195-comunismo-e-socialismo-existe-diferenca-entre-as-duas-coisas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comunista</a>, apesar de ter um papel fundamental em todos os regimes ditatoriais, porque restringiam o acesso &agrave; literatura religiosa e violaram os direitos religiosos de seus cidad&atilde;os.
O contrabando foi dirigido por grupos protestantes privados de todo o mundo, sendo a organiza&ccedil;&atilde;o cat&oacute;lica russa crist&atilde; a mais not&aacute;vel entre eles. E, por mais que haja poucos estudos e dados sobre a hist&oacute;ria dessas organiza&ccedil;&otilde;es, nos pa&iacute;ses comunistas o poder delas de influ&ecirc;ncia sempre foi temido pelas autoridades.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/01/01221825839024.jpg" alt="(Fonte: The Gospel/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Gospel/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O reverendo David Hathway, um ex-contrabandista do Evangelismo Subterr&acirc;neo (uma das organiza&ccedil;&otilde;es protestantes antissovi&eacute;ticas dos Estados Unidos, considerada a mais perigosa pela KGB), continuou a trabalhar na Europa Oriental ap&oacute;s alegar que teve sucesso ao infiltrar a B&iacute;blia, abalando a ideologia comunista. Pessoas como ele se arriscaram em viagens perigosas durante anos para transmitir a mensagem de que os cidad&atilde;os reprimidos n&atilde;o estavam sozinhos e de que existiam outras pessoas por a&iacute; procurando se certificar de que eles estavam recebendo conhecimento diferente do que o pregado pelo governo ao qual estavam submetidos.
Contudo, esses contrabandistas pagaram com a pr&oacute;pria vida pela pr&oacute;pria ousadia, sendo espancados, presos e fuzilados. Conforme a CBN News, s&oacute; na Coreia do Norte, estima-se que, dos 300 mil crist&atilde;os no pa&iacute;s, 70 mil est&atilde;o em&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116259-hoeryong-e-os-bizarros-campos-de-concentracao-da-coreia-do-norte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campos de concentra&ccedil;&atilde;o de trabalho for&ccedil;ado</a>. No pa&iacute;s, o simples fato de proferir o nome "Jesus" pode sentenciar uma pessoa a 15 anos de trabalho for&ccedil;ado.
<h2 class="uk-text-justify">A miss&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/01/01221939151025.jpg" alt="(Fonte: Vision Beyond Borders/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Vision Beyond Borders/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Andrew van der Bijl, mais conhecido como Irm&atilde;o Andrew, foi um oper&aacute;rio holand&ecirc;s que come&ccedil;ou a praticar o contrabando de B&iacute;blia na modernidade, em 1955, no apogeu da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119421-aos-10-anos-samantha-smith-tentou-acabar-com-a-guerra-fria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Fria</a>. Ele se juntou &agrave; Cruzada de Evangelismo Mundial em 1953, em que ouviu sobre a falta de B&iacute;blias na R&uacute;ssia.
Tr&ecirc;s anos depois, ele j&aacute; ministrava para refugiados da Europa Oriental e havia fundado a organiza&ccedil;&atilde;o Portas Abertas para apoiar seu trabalho com fam&iacute;lias de m&aacute;rtires e estudantes de semin&aacute;rio.
Com seu exemplo aos poucos se espalhando, de repente pessoas seguiam seus passos em pa&iacute;ses escandinavos, nos Estados Unidos, na Su&iacute;&ccedil;a, na Alemanha Ocidental e at&eacute; na Holanda. Todos se ocupavam em angariar tradutores, produtores e impressoras para ajudar na fabrica&ccedil;&atilde;o de B&iacute;blias destinadas &agrave;s pessoas que as contrabandeavam.
<h2 class="uk-text-justify">Os meios</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/01/01222142323026.jpg" alt="(Fonte: The Voice of Martyrs/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Voice of Martyrs/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com o passar dos anos, a pr&aacute;tica de contrabando foi se tornando cada vez mais aprimorada para que as autoridades n&atilde;o descobrissem. Em 1961, a Miss&atilde;o do Leste Europeu, como ficou conhecida a mudan&ccedil;a de v&aacute;rios casais do Texas para Viena e &Aacute;ustria, contrabandeou o Novo Testamento impresso em letras t&atilde;o pequenas, que passou despercebido, como um ma&ccedil;o de cigarros no bolso de uma camisa.
As B&iacute;blias tamb&eacute;m foram armazenadas em pneus, cal&ccedil;as jeans e at&eacute; emboladas em feno prensado. Atualmente, o livro &eacute; colocado em pen drives e flutuado em bal&otilde;es ao longo da fronteira de pa&iacute;ses como a Coreia do Norte.
Cinquenta anos depois do in&iacute;cio das miss&otilde;es de contrabando, os europeus j&aacute; assumiram seu papel de lideran&ccedil;a, produzindo B&iacute;blias para escolas na Ucr&acirc;nia e na R&uacute;ssia. O contrabando at&eacute; patrocina competi&ccedil;&otilde;es em que crian&ccedil;as disputam seu conhecimento sobre o livro e ganham pr&ecirc;mios.&nbsp;
Atualmente, no leste europeu, a B&iacute;blia &eacute; impressa em mais de 20 idiomas, sendo redistribu&iacute;da para grupos de jovens durante o ver&atilde;o ucraniano.

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Contrabando de Bíblias: a antiga prática cristã

Imagem de Johatsu: os japoneses que decidem desaparecer de suas vidas no megacurioso

No japon&ecirc;s, a palavra significa &ldquo;evaporados&rdquo;. Segundo o&nbsp;New York Post, desde meados da d&eacute;cada de 1990, cerca de 100 mil pessoas&nbsp;por ano j&aacute; desapareceram no Jap&atilde;o de maneira volunt&aacute;ria.
A raz&atilde;o para isso n&atilde;o est&aacute; muito longe do fen&ocirc;meno tamb&eacute;m japon&ecirc;s chamado&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116547-hikikomori-o-fenomeno-japones-que-ja-afeta-pessoas-no-mundo-todo.htm">Hikikomori</a>, que consiste no retraimento, em sua maioria de jovens, da sociedade para a seguran&ccedil;a das pr&oacute;prias casas devido &agrave; press&atilde;o de sucesso social e ansiedade generalizada sobre os aspectos da carreira profissional.
No caso dos&nbsp;johatsu, eles s&atilde;o assombrados pela vergonha de terem perdido o emprego, por um casamento fracassado, ou por d&iacute;vida, e optam por simplesmente abandonarem uma vida inteira que j&aacute; &ldquo;falhou&rdquo;, deixando amigos e familiares para recome&ccedil;ar em outro lugar.
Seria muito f&aacute;cil culpar a essas pessoas por serem fracas demais quando se vive em uma realidade totalmente diferente, quando, na verdade, a &uacute;nica culpada &eacute; a estrutura social japonesa.
<h2>Desaparecendo</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Lamography&nbsp;" data-fonte-url="https://assets.community.lomography.com/a8/20c7dc57c70c18506be64b27b68b3bfb7e72f7/1631x2448x2.jpg?auth=bb2fd0e2c76d559c100fea7b08865baa0603834a"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/02/02200713152000.jpg" alt="(Fonte: Lamography/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Lamography/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A vergonha social &eacute; o fator que motiva uma pessoa a querer &ldquo;evaporar&rdquo; no Jap&atilde;o. Em entrevista ao&nbsp;The New York Post, a jornalista francesa L&eacute;na Mauger, que passou 5 anos pesquisando sobre o fen&ocirc;meno&nbsp;johatsu, disse que existe um tabu enorme ao redor dele, e as pessoas fazem isso porque sabem que h&aacute; outra sociedade sob a sociedade do Jap&atilde;o. Portanto, quando decidem sumir de suas pr&oacute;prias vidas, elas sabem que podem encontrar uma maneira de sobreviver.
O c&oacute;digo de honra japon&ecirc;s, chamado&nbsp;bushido, que existe desde o s&eacute;culo XIV, ainda conduz a cultura da sociedade, que fomenta na cabe&ccedil;a das pessoas que do fracasso emerge o pior sentimento: a vergonha.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/02/02200815136001.jpg" alt="(Fonte: Steven Sakanashi/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Steven Sakanashi/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No ensaio&nbsp;Shame, Honor and Duty, do professor Takako McCrann, &eacute; ressaltado que no Jap&atilde;o os relacionamentos entre as pessoas s&atilde;o totalmente afetados pelos deveres e obriga&ccedil;&otilde;es. &ldquo;Em relacionamentos baseados em deveres, o que outras pessoas acreditam ou pensam t&ecirc;m um impacto mais poderoso sobre o comportamento do que o indiv&iacute;duo acredita&rdquo;, escreve McCrann.
Ele ainda ressalta que a vergonha n&atilde;o pode ser removida at&eacute; que a pessoa fa&ccedil;a o que a sociedade espera dela, podendo incluir medidas dr&aacute;sticas, como o suic&iacute;dio. Nos &uacute;ltimos 10 anos, o Jap&atilde;o atingiu a marca de 30 mil mortes anuais por suic&iacute;dio, a terceira maior taxa mundial, ficando atr&aacute;s da Hungria e da Coreia do Sul.
&ldquo;Se voc&ecirc; for falsamente acusado de um crime, sua culpa ser&aacute; removida quando for provado que &eacute; inocente em tribunal, mas a vergonha permanecer&aacute; enquanto outras pessoas suspeitarem de suas a&ccedil;&otilde;es ou pensarem negativamente de voc&ecirc;&rdquo;, exemplifica o professor.
<h2>Os deslocados</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/02/02200931980002.png" alt="(Fonte: TVF International/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: TVF International/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Aqueles que se sentem deslocados na sociedade, que cultivam o sentimento de que n&atilde;o pertencem &agrave;quela vida, seja por depress&atilde;o ou qualquer outro fato de cunho psicol&oacute;gico &mdash; tamb&eacute;m escolhem evaporar.
No entanto, a vergonha mais uma vez &eacute; uma v&aacute;lvula de motiva&ccedil;&atilde;o, ent&atilde;o ningu&eacute;m consegue escapar dela. &ldquo;Voc&ecirc; deve acertar o prego que se destaca&rdquo;, &eacute; uma express&atilde;o japonesa que simplesmente mostra a expectativa de uma sociedade inteira sobre as costas de uma pessoa.
Ainda que a perspectiva de desaparecer da pr&oacute;pria vida tenha um sabor doce, os problemas dessa escolha tamb&eacute;m a acompanham. Segundo uma mat&eacute;ria da&nbsp;BBC, um homem que abandonou sua esposa e filhos &mdash; porque&nbsp; havia se cansado das rela&ccedil;&otilde;es humanas e press&otilde;es que sentia na pequena cidade onde vivia para assumir os neg&oacute;cios de sua fam&iacute;lia &mdash;, ainda convive com a sensa&ccedil;&atilde;o de que fez algo de errado.
Para outras pessoas, evaporar vem em forma de penit&ecirc;ncia por se mudar para uma cidade ou local esquecido pelo governo do Jap&atilde;o. Normalmente, as empresas que prestam esse tipo de servi&ccedil;o enviam os &ldquo;evaporados&rdquo; para a cidade de Sanya.
O local &eacute; considerado uma &ldquo;favela de T&oacute;quio&rdquo;, apagada de todos os mapas, onde grande parte dela &eacute; administrada pela m&aacute;fia japonesa e por empregadores que est&atilde;o procurando por pessoas para trabalhar por um sal&aacute;rio muito baixo.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/02/02201055652003.jpg" alt="(Fonte: Al Jazeera/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Al Jazeera/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A maioria dos&nbsp;johatsu&nbsp;precisam viver em quartos pequenos de hotel, alguns sem janelas, onde simplesmente assistem os dias e a pr&oacute;pria vida passar por eles. &ldquo;Depois de todo esse tempo, eu certamente poderia retomar para minha antiga identidade, mas n&atilde;o quero que minha fam&iacute;lia me veja neste estado. Olhe para mim, n&atilde;o pare&ccedil;o nada. N&atilde;o sou nada. Se eu morrer amanh&atilde;, n&atilde;o quero que ningu&eacute;m seja capaz de me reconhecer&rdquo;, disse um homem &mdash; que passa sua nova vida bebendo e fumando &mdash;, em entrevista ao&nbsp;New York Post.
Outro homem, que desapareceu devido &agrave; vergonha de n&atilde;o ter condi&ccedil;&otilde;es de cuidar de sua m&atilde;e idosa, disse que olha para as pessoas na rua e v&ecirc; que elas j&aacute; deixaram de existir. &ldquo;Quando fugimos da nossa sociedade, desaparecemos pela primeira vez. Aqui, estamos nos matando lentamente&rdquo;, relatou ele.
Para quem se pergunta como o governo n&atilde;o encontra essas pessoas, ainda que n&atilde;o queiram ser encontradas, o soci&oacute;logo Hiroki Nakamori respondeu &agrave;&nbsp;BBC: &ldquo;A pol&iacute;cia n&atilde;o intervir&aacute; a menos que haja outro motivo, como crime ou acidente. Tudo que a fam&iacute;lia pode fazer &eacute; pagar muito por um detetive particular. Ou apenas esperar&rdquo;.
No Jap&atilde;o, a privacidade &eacute; t&atilde;o protegida que os meios para rastrear, como transa&ccedil;&otilde;es financeiras, s&atilde;o ilegais at&eacute; mesmo para as autoridades federais. N&atilde;o existe um banco de dados nacional de pessoas desaparecidas no pa&iacute;s, tampouco um n&uacute;mero de previd&ecirc;ncia social.&nbsp;
Portanto, quando algu&eacute;m decide desaparecer, &eacute; uma medida definitiva.

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Johatsu: os japoneses que decidem desaparecer de suas vidas

Imagem de Afinal, o que significa o termo “normal”? no megacurioso

A definição daquilo que é ou não 'padrão' passa por muitos processos em nossas cabeças

Afinal, o que &eacute; ser &ldquo;normal&rdquo;? Quem definiu o que n&oacute;s consideramos, mesmo que subconscientemente, como o &ldquo;padr&atilde;o aceit&aacute;vel&rdquo;? E por que, quando algu&eacute;m "foge" dos padr&otilde;es sociais a que estamos acostumados, n&oacute;s automaticamente definimos tais caracter&iacute;sticas como estranhas?
Quando falamos em &ldquo;normalidade&rdquo;, devemos relembrar que cientistas de tempos mais antigos j&aacute; tentavam definir o que era normal e o que n&atilde;o era. Freud, por exemplo, expressou que a normalidade &eacute; uma fic&ccedil;&atilde;o ideal, na qual cada ego se aproxima de um psic&oacute;tico em maior ou menor grau. Outros pesquisadores, depois dele, tamb&eacute;m chegaram &agrave; conclus&atilde;o de que a normalidade absoluta n&atilde;o existe.
<h2 class="uk-text-justify">O significado de "normal"</h2>
Acredito ainda que a normalidade varia de acordo com pequenas diferen&ccedil;as, sejam sociais, sejam culturais, sejam particulares de cada ser. A personalidade &eacute; utilizada para descrever caracter&iacute;sticas marcantes de uma pessoa. Um <a href="https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/2718/1100" target="_blank">estudo feito por mim</a>&nbsp;&mdash;&nbsp;e publicado na Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ci&ecirc;ncia e Educa&ccedil;&atilde;o &mdash;&nbsp;teve o objetivo de identificar as caracter&iacute;sticas da personalidade &ldquo;normal&rdquo; e do mal adaptativo.
A pesquisa revelou que a percep&ccedil;&atilde;o de realidade &eacute;, de fato, pass&iacute;vel de ser alterada de um indiv&iacute;duo para outro. Podemos exemplificar essa conclus&atilde;o considerando que cientistas superinteligentes, como Einstein, por vezes, eram taxados de loucos. Da mesma forma, pessoas que n&atilde;o t&ecirc;m medo de expor suas opini&otilde;es com sinceridade, sendo estas diferentes das opini&otilde;es da maioria, tamb&eacute;m podem ser taxadas de doidas. Por&eacute;m, para esses indiv&iacute;duos, suas atitudes s&atilde;o totalmente normais.
Ainda &eacute; necess&aacute;rio considerar que, em um mundo globalizado, as diferen&ccedil;as de cada pessoa s&atilde;o cada vez mais valorizadas, pois &ldquo;ser diferente &eacute; o que te faz especial&rdquo;, assim, mais uma vez, o conceito de normalidade se torna mais abrangente e vari&aacute;vel. O padr&atilde;o de &eacute;tica moral &eacute; determinante para a adapta&ccedil;&atilde;o social e o reconhecimento como componente dentro dos padr&otilde;es normais da sociedade atual. Em outras palavras, ser &ldquo;normal&rdquo; depende de aspectos sociais, culturais e particulares de cada pessoa.
O estudo completo pode ser acessado por meio deste <a href="https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/2718/1100" target="_blank">link</a>.
***
Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do Mega Curioso, &eacute; doutor e mestre em Ci&ecirc;ncias da Sa&uacute;de nas &aacute;reas de Psicologia e Neuroci&ecirc;ncias com o t&iacute;tulo reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; PhD em neuroci&ecirc;ncia pela Logos University International/City University. &Eacute; tamb&eacute;m mestre em Psican&aacute;lise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; p&oacute;s-graduado em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal e em Neuroci&ecirc;ncia, Neuroci&ecirc;ncia Aplicada &agrave; Aprendizagem, Neuroci&ecirc;ncia em Comportamento, Neurolingu&iacute;stica e Antropologia pela Faveni do Brasil. Conta com especializa&ccedil;&otilde;es avan&ccedil;adas em Nutri&ccedil;&atilde;o Cl&iacute;nica pela TrainingHouse em Portugal, The Electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, Neuroscience em Harvard (EUA). &Eacute; bacharel em Neuroci&ecirc;ncia e Psicologia pela Emil Brunner World University (EBWU) e licenciado em Biologia e Hist&oacute;ria pela Faveni do Brasil; tecn&oacute;logo em Antropologia pela UniLogos (EUA); com especializa&ccedil;&otilde;es em Intelig&ecirc;ncia Artificial na IBM e Programa&ccedil;&atilde;o em Python na Universidade de S&atilde;o Paulo (USP); e MBA em Psicologia Positiva na Pontif&iacute;cia Universidade Cat&oacute;lica (PUC).

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Afinal, o que significa o termo “normal”?

Imagem de Por que monumentos tendem a valorizar homens brancos e violentos? no megacurioso

Ativistas se posicionam contra existência de homenagens a racistas e escravistas; em São Paulo, menos de 3% das estátuas representam negros ou indígenas

Desde a origem do movimento <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120063-por-que-dizer-todas-as-vidas-importam-nao-e-correto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Black Lives Matter</a>, nos Estados Unidos, o ativismo global tem voltado seus olhos para uma causa importante: por que existem tantas homenagens a figuras notoriamente racistas e escravistas nas pra&ccedil;as p&uacute;blicas? Em termos mundiais, existe uma tend&ecirc;ncia em valorizar homens brancos e violentos.
Em S&atilde;o Paulo, por exemplo, menos de 3% dos mais de 360 monumentos da capital paulista &mdash; que homenageiam personalidades e fatos hist&oacute;ricos &mdash; representam pessoas negras ou ind&iacute;genas. Ent&atilde;o, vamos nos aprofundar nesse problema e entender como ele se difundiu no Brasil e no mundo.
<h2>Maioria branca</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/27/27162700850374.jfif" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
O levantamento feito pelo Instituto P&oacute;lis avaliou 367 monumentos oficiais de S&atilde;o Paulo, visando identificar como parcela da sociedade &eacute; representada na hist&oacute;ria visual da cidade. Dessas 367 obras, 200 retratavam figuras humanas, mas somente cinco eram de pessoas negras &mdash; quatro homens e uma mulher.
Ao todo, outras quatro est&aacute;tuas apresentavam tem&aacute;tica ind&iacute;gena, todas com figuras masculinas. Enquanto isso, homens brancos foram homenageados em 137 obras. Se n&atilde;o bastasse, a escultura da M&atilde;e Preta &mdash; a &uacute;nica de uma mulher negra na capital &mdash;retrata uma ama de leite com as formas distorcidas e a cabe&ccedil;a menor que o corpo.
Segundo os pesquisadores, esse tipo de representa&ccedil;&atilde;o pode ser interpretado como um refor&ccedil;o da ideia de controle e subalternidade das mulheres negras. Enquanto isso, a escultura do bandeirante Borba Gato tem cerca de 13 metros de altura e exibe a impon&ecirc;ncia do homem branco.
<h2>Falta de representatividade</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/Christopher_Columbus#/media/File:Christopher_Columbus_-_Bronze_-_Belgrave_Square_-_London.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/27/27162759428376.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Assim como ocorre no Brasil, os Estados Unidos sofrem um problema de falta de representatividade hist&oacute;rica. Uma longa auditoria feita pelo Monument Lab, um est&uacute;dio art&iacute;stico sem fins lucrativos, analisou os dados sobre 48 mil monumentos convencionais espalhados por todos os estados e cidades norte-americanas.
Dessa lista, 80% das homenagens foram feitas a pessoas descritas como homens brancos nos dias atuais; e 76% deles eram donos de terras. Apenas 10% dessas obras eram de pessoas negras ou ind&iacute;genas e n&atilde;o h&aacute; nenhum registro de homenagens a norte-americanos com origem latina, asi&aacute;tica ou autoidentificada como LGBTQIA+.
A auditoria encontrou cerca de 22 est&aacute;tuas de sereias e somente duas de congressistas norte-americanas, abrindo brecha para questionamentos importantes a respeito de como a sociedade enxerga as mulheres. Assim como acontece em outras partes do mundo, guerra e conquistas territoriais foram os temas mais celebrados.
Por exemplo, pelo menos 100 monumentos vangloriavam massacres &mdash; seja a morte de colonos por tribos ind&iacute;genas ou vice-versa. Entre as figuras mais homenageadas estiveram: presidentes, generais do ex&eacute;rcito e almirantes navais, com algumas dessas figuras tendo lutado pelos Confederados durante a Guerra Civil.
<h2>Mudan&ccedil;a de cen&aacute;rio</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/27/27162357553369.jpg" alt="(Fonte: Keir Gravil/Reuters)" />(Fonte: Keir Gravil/Reuters)
Desde os assassinatos de George Floyd e de Breonna Taylor em 2020, diversos movimentos come&ccedil;aram a "pipocar" pelo mundo para exigir a mudan&ccedil;a no nome de algumas ruas ou at&eacute; mesmo for&ccedil;ar a derrubada de monumentos.
Em pa&iacute;ses como o Reino Unido e os Estados Unidos, por exemplo, est&aacute;tuas de Robert E. Lee, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109992-reescrevendo-a-historia-estatua-de-colombo-e-removida-de-los-angeles.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Crist&oacute;v&atilde;o Colombo</a>, Edward Colston e Pedro de Valdivia foram completamente depredadas por conta de seus passados opressores. Na Inglaterra, o governo chegou a anunciar que dar&aacute; fim a todo tipo de monumento que <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119470-simbolos-escravagistas-por-que-so-nos-importamos-com-os-dos-outros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">homenageava escravocratas</a>.
O debate tamb&eacute;m alcan&ccedil;ou espa&ccedil;os como o Rio Grande do Sul atrav&eacute;s do movimento chamado "Porto Alegre Contra o Racismo na Rua". Em 2020, um abaixo-assinado por 1.080 pessoas de 33 entidades diferentes pediu a troca do nome da Rua Bar&atilde;o de Cotegipe, batizada assim em 1916 e homenageava um importante pol&iacute;tico que defendia a escravid&atilde;o.
<h2>Desafio para o futuro</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;TV Globo/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://s2.glbimg.com/CoRzCjiCLuyu6aGXTU1TMq40yWc=/0x0:1280x720/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/c/m/YvzWacROqflBcD9fFkfw/estatua.jpeg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/27/27163203335377.jpeg" alt="(Fonte: TV Globo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: TV Globo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em geral, monumentos s&atilde;o um retrato sobre o nosso passado e sobretudo daqueles que foram "vitoriosos" de certa forma em algum per&iacute;odo hist&oacute;rico. Como os escravistas foram as figuras que detiveram o poder por muito tempo, isso explica o fato de termos tantos monumentos erguidos homenageando esse tipo de gente.
O problema, entretanto, &eacute; que a hist&oacute;ria progride e nem tudo que era considerado correto no passado continua tendo o mesmo significado ou pertencimento atualmente. Sendo assim, imagens de homens brancos que tiveram como grande gl&oacute;ria ser donos de terra, matar outras pessoas e inferiorizar outras classes j&aacute; n&atilde;o inspira ningu&eacute;m &mdash; ou pelo menos n&atilde;o deveria.
Por esses motivos, existe uma crescente demanda entre a comunidade art&iacute;stica em expor e representar essas culturas e pessoas que foram subjugadas por tanto tempo. &Eacute; poss&iacute;vel que o visual das nossas cidades mude consideravelmente em breve, para algo que se aproxime mais da nossa realidade atual e d&ecirc; voz para mais pessoas.
Entretanto, para isso acontecer, ainda existe uma longa trajet&oacute;ria de luta pela frente e a esperan&ccedil;a de que as autoridades p&uacute;blicas contribuir&atilde;o para que as mudan&ccedil;as ocorram.&nbsp;

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Por que monumentos tendem a valorizar homens brancos e violentos?

Imagem de Animais também cometem suicídio? no megacurioso

Diversas outras espécies apresentam comportamentos autodestrutivos ou acidentais que acabam com suas vidas, mas a prática suicida ainda é questionada

Ao fim do document&aacute;rio A Enseada&nbsp;(2009), que se consagrou vencedor do Oscar, o antigo treinador de golfinhos Ric O'Barry alega que um dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120013-5-fatos-que-mostram-o-lado-sombrio-dos-golfinhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">golfinhos</a> com quem ele trabalhava pulou de um tanque de &aacute;gua e "cometeu suic&iacute;dio em meus bra&ccedil;os". Mas ser&aacute; que esse tipo de comportamento, que j&aacute; vimos in&uacute;meras vezes acontecer com seres humanos, pode ser reproduzido pelos animais?
Na natureza, muitas outras esp&eacute;cies t&ecirc;m registros de comportamentos autodestrutivos que ocasionaram &oacute;bitos, mas pouco se fala sobre a intencionalidade desse mesmo comportamento. Ent&atilde;o, vamos entender melhor qual &eacute; a defini&ccedil;&atilde;o de suic&iacute;dio e o que acontece de fato com as outras esp&eacute;cies da natureza.
<h2 class="uk-text-justify">Defini&ccedil;&atilde;o de suic&iacute;dio</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26105957402090.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Se n&atilde;o bastasse ser complicado definir a palavra "suic&iacute;dio", achamos ainda mais dif&iacute;cil explicar por que alguns seres humanos decidem se matar. Os fatores de risco para o <a href="https://www.megacurioso.com.br/politica/91732-os-10-paises-com-as-maiores-taxas-de-suicidio-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">suic&iacute;dio</a> entre a nossa esp&eacute;cie ainda s&atilde;o indeterminados, sendo algo que n&atilde;o foi completamente explicado pela comunidade cient&iacute;fica.
At&eacute; mesmo os par&acirc;metros do que constitui o suic&iacute;dio em humanos s&atilde;o debatidos &mdash; sendo isso uma quest&atilde;o filos&oacute;fica, biol&oacute;gica ou psiqui&aacute;trica. Pilotos kamikaze e homens-bomba s&atilde;o realmente suicidas? Em geral, esses indiv&iacute;duos n&atilde;o exibem o mesmo tipo de patologia do que aqueles que cometem suic&iacute;dio e s&atilde;o mais motivados por raz&otilde;es pol&iacute;ticas e religiosas do que por um desejo de morrer.
O suic&iacute;dio &eacute; uma escolha ou uma consequ&ecirc;ncia de um estado patol&oacute;gico? Esse &eacute; um fator que devemos levar em considera&ccedil;&atilde;o se quisermos falar sobre esse assunto em rela&ccedil;&atilde;o aos animais. Pelo que sabemos at&eacute; agora, existem muito mais ind&iacute;cios de que o ato do suic&iacute;dio est&aacute; mais ligado ao resultado de uma doen&ccedil;a do que a segunda op&ccedil;&atilde;o.&nbsp;
<h2 class="uk-text-justify">Suic&iacute;dio em animais</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26105752981084.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Ent&atilde;o, se a pergunta segue sendo "os animais podem cometer suic&iacute;dio?", a resposta continua amb&iacute;gua: sim e n&atilde;o. Para alguns pesquisadores, atribuir esse tipo de comportamento humano a outras esp&eacute;cies pode ser chamado de antropomorfismo e, portanto, descartado para an&aacute;lise.
Aqueles que argumentam a favor do conceito de "suic&iacute;dio animal" mant&ecirc;m uma vis&atilde;o de que outras criaturas podem ter comportamentos similares aos humanos, mas os manifestam de maneiras diferentes, ou seja, embora o luto dos animais &mdash; depress&atilde;o, felicidade ou raiva &mdash; possa n&atilde;o se manifestar da mesma forma que em n&oacute;s, isso n&atilde;o significa a inexist&ecirc;ncia dele. O mesmo seria v&aacute;lido para o suic&iacute;dio.
De acordo com Duncan Wilson, pesquisador da Universidade de Manchester, existem diversos artigos dos anos 1800 que j&aacute; abordavam o suic&iacute;dio animal. Segundo ele, <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/103169-com-o-que-os-cachorros-sonham.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cachorros</a> eram conhecidos por andar at&eacute; o t&uacute;mulo de seus donos para morrerem juntos, gatos se enforcavam ap&oacute;s a morte de filhotes e cavalos se matariam ap&oacute;s anos de maus-tratos.&nbsp;
<h2 class="uk-text-justify">Intencionalidade ou consequ&ecirc;ncia?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26105848621086.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Se considerarmos o suic&iacute;dio como um ato consciente, dificilmente poder&iacute;amos chamar um animal de suicida. Ao que tudo indica, &eacute; mais prov&aacute;vel que outras esp&eacute;cies de seres vivos acabem com suas vidas de maneira descuidada quando est&atilde;o se sentido muito solit&aacute;rias ou depressivas.
Animais com fortes la&ccedil;os sociais mudam o comportamento quando perdem um companheiro. Por exemplo, cachorros com depress&atilde;o podem recusar a alimenta&ccedil;&atilde;o e at&eacute; eventualmente morrerem de inani&ccedil;&atilde;o. A inatividade causada pela depress&atilde;o n&atilde;o &eacute; o mesmo que suic&iacute;dio, embora tamb&eacute;m possa levar &agrave; morte.
Portanto, h&aacute; quem defenda que a "autodestrui&ccedil;&atilde;o" &eacute; um termo mais adequado para outras esp&eacute;cies do que o suic&iacute;dio &mdash; que carrega consigo uma complexidade do pensamento humano dif&iacute;cil de aplicar em outros casos. Por&eacute;m, ainda h&aacute; uma longa jornada sobre o comportamento animal que precisamos aprender antes de termos as respostas exatas para essa pergunta.&nbsp;

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Animais também cometem suicídio?

Imagem de Polêmica: ter opinião é crime? Entenda os pontos de vista no megacurioso

Assunto voltou a ser pauta após caso envolvendo jogador de vôlei demitido após declarações consideradas homofóbicas

O limite entre opini&atilde;o e crime voltou a dominar os debates depois que o jogador de v&ocirc;lei Maur&iacute;cio Souza (n&atilde;o confundir com o criador da <a href="https://www.megacurioso.com.br/quadrinhos/99941-25-personagens-da-turma-da-monica-e-seus-nomes-verdadeiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Turma da M&ocirc;nica</a>, Maur&iacute;cio de Sousa) fez publica&ccedil;&otilde;es pol&ecirc;micas no Instagram criticando uma nova hist&oacute;ria na qual o Super-Homem &eacute; bissexual.
Esse Super-Homem bi &eacute; o filho do <a href="https://www.megacurioso.com.br/quadrinhos/39850-por-que-ninguem-reconhece-que-clark-kent-e-super-homem-sao-a-mesma-pessoa-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Clark Kent</a>, que continua h&eacute;tero e casado com a Lois Lane, at&eacute; onde a gente sabe.&nbsp;
Depois desse post sobre o Super-Homem, Souza fez outros, falando que "o errado virou certo e o certo virou errado", que "defende valores" e por a&iacute; vai. Talvez isso tenha "engrossado o caldo" para ele, porque disse com todas as letras que acha que ser gay e bi &eacute; errado. Para bom entendedor&hellip;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/28/28231908063023.jpeg" alt="Imagem: Twitter/Reprodu&ccedil;&atilde;o" />(Fonte: Twitter/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Para complicar ainda mais a hist&oacute;ria, boa parte do p&uacute;blico come&ccedil;ou a pressionar o Minas T&ecirc;nis Clube, time no qual ele jogava, e seus patrocinadores a tomarem uma decis&atilde;o. Souza fez um tweet de desculpas &mdash; s&oacute; que no Twitter tem quase nada de seguidores, ent&atilde;o n&atilde;o funcionou t&atilde;o bem... No <a href="https://www.megacurioso.com.br/produto/119657-como-baixar-videos-do-instagram-em-alta-qualidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Instagram</a>, onde a confus&atilde;o teve in&iacute;cio, ele postou um v&iacute;deo que foi meio um pedido de desculpas, meio uma confirma&ccedil;&atilde;o de "&eacute; isso que eu penso e n&atilde;o vou mudar". O resultado foi que o clube decidiu demiti-lo.
A&iacute; &eacute; claro que meio mundo resolveu dar sua opini&atilde;o, e at&eacute; famosos e pol&iacute;ticos &mdash; de esquerda e de direita &mdash; acabaram entrando na onda. Tem gente pedindo boicote contra os patrocinadores (e gente falando que n&atilde;o temos dinheiro nem para comprar carne, quem dir&aacute; carro...) e a coisa toda tomou uma propor&ccedil;&atilde;o muito maior. Sabemos como funciona a internet, n&atilde;o &eacute;?

<blockquote class="instagram-media" data-instgrm-captioned="" data-instgrm-permalink="https://www.instagram.com/p/CVlSUtcghs0/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading" data-instgrm-version="14" style="background: #FFF; border: 0; border-radius: 3px; box-shadow: 0 0 1px 0 rgba(0,0,0,0.5),0 1px 10px 0 rgba(0,0,0,0.15); margin: 1px; max-width: 540px; min-width: 326px; padding: 0; width: calc(100% - 2px);">
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<p style="color: #c9c8cd; font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17px; margin-bottom: 0; margin-top: 8px; overflow: hidden; padding: 8px 0 7px; text-align: center; text-overflow: ellipsis; white-space: nowrap;"><a href="https://www.instagram.com/p/CVlSUtcghs0/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading" style="color: #c9c8cd; font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: 17px; text-decoration: none;" target="_blank">Uma publica&ccedil;&atilde;o compartilhada por andreolifelipe (@andreolifelipe)</a>
</div>
</blockquote>

<h2>Mas, afinal, &eacute; crime ter opini&atilde;o?</h2>
Respondendo diretamente &agrave; pergunta do t&iacute;tulo: ter opini&atilde;o n&atilde;o &eacute; crime per se. O problema &eacute; quando essa "opini&atilde;o" &eacute; exposta de forma ofensiva, o que pode ser enquadrado em crimes como racismo, homofobia, intoler&acirc;ncia religiosa, difama&ccedil;&atilde;o e incita&ccedil;&atilde;o ao crime. Em resumo, a liberdade de express&atilde;o &eacute; um direito garantido pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120010-as-6-constituicoes-mais-antigas-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Constitui&ccedil;&atilde;o</a> (Art. 5), mas h&aacute; limites. Voc&ecirc; pode falar o que quiser, mas tem de arcar com as consequ&ecirc;ncias do que disse. Se voc&ecirc; cometer um crime pelo que disse, essa consequ&ecirc;ncia pode vir na Justi&ccedil;a. No caso do jogador, foi a demiss&atilde;o.
A pol&ecirc;mica come&ccedil;a quando algumas pessoas enxergam <a href="https://www.megacurioso.com.br/crimes/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crimes</a> enquanto outras enxergam uma simples opini&atilde;o. Como o Direito n&atilde;o &eacute; uma ci&ecirc;ncia exata e a pol&ecirc;mica corre solta at&eacute; um crime ser provado ou n&atilde;o, &eacute; dif&iacute;cil chegar a um consenso.&nbsp;
Para quem se diz conservador, como os donos do jornal Gazeta do Povo, que at&eacute; publicou um editorial sobre o assunto, Souza n&atilde;o cometeu homofobia com suas postagens; aqueles que foram contra ele &eacute; que est&atilde;o agredindo o atleta, cometendo um crime contra sua liberdade de express&atilde;o. Ele n&atilde;o teria incitado viol&ecirc;ncia com suas postagens, segundo seus defensores &mdash; e ainda perdeu seu ganha-p&atilde;o.
Por outro lado, cr&iacute;ticos dizem que mostrar a homossexualidade como algo reprov&aacute;vel por si s&oacute; fere direitos fundamentais de v&aacute;rias pessoas. Se esses coment&aacute;rios n&atilde;o s&atilde;o combatidos nas redes sociais, pessoas LGBT podem sofrer viol&ecirc;ncia fora delas. Ao dizer "Vai ver onde vamos parar", Souza deixa impl&iacute;cita sua vontade de que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118134-dia-nacional-do-orgulho-lgbt-curiosidades-sobre-a-data.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">homo/bissexualidade</a> tenha fim ou n&atilde;o tenha espa&ccedil;o na m&iacute;dia &mdash; algo que casais heterossexuais sempre tiveram, inclusive nas HQs.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/29/29001052754002.jpg" alt="Imagem: Freepik" />(Fonte: Freepik)
<h2>O que dizem a lei e os especialistas?</h2>
H&aacute; um (quase) consenso nessa hist&oacute;ria: a liberdade de express&atilde;o deve ter limites se for usada para incitar viol&ecirc;ncia, agress&otilde;es ou perda de direitos de uma pessoa ou um grupo.
At&eacute; John Stuart Mill, um dos mais famosos autores liberais, dizia que: "Ningu&eacute;m pretende que as a&ccedil;&otilde;es sejam livres como as opini&otilde;es. Pelo contr&aacute;rio, at&eacute; as opini&otilde;es perdem sua imunidade quando s&atilde;o expressas em circunst&acirc;ncias tais que convertem essa sua express&atilde;o em franca instiga&ccedil;&atilde;o a alguma a&ccedil;&atilde;o perniciosa". Benjamin Constant, outro liberal, escreveu: "A manifesta&ccedil;&atilde;o de uma opini&atilde;o pode, num caso particular, produzir um efeito t&atilde;o infal&iacute;vel que precise ser considerada como uma a&ccedil;&atilde;o. Ent&atilde;o, se essa a&ccedil;&atilde;o for culpada, a palavra deve ser punida".&nbsp;
Na lei brasileira, a liberdade de express&atilde;o &eacute; "limitada" em casos de cal&uacute;nia, inj&uacute;ria, difama&ccedil;&atilde;o, amea&ccedil;a, apologia ao crime, incita&ccedil;&atilde;o ao crime, racismo etc. No caso de homofobia, o crime &eacute; equiparado ao racismo, regido pela <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7716.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lei n. 7.716/1989</a>, que descreve v&aacute;rias situa&ccedil;&otilde;es que podem ser tipificadas como racismo e suas penas, incluindo "Praticar, induzir ou incitar a discrimina&ccedil;&atilde;o ou preconceito de ra&ccedil;a, cor, etnia, religi&atilde;o ou proced&ecirc;ncia nacional". Essas "limita&ccedil;&otilde;es" na liberdade de express&atilde;o existem para assegurar outros direitos t&atilde;o importantes quanto ela: honra, seguran&ccedil;a, dignidade&hellip; 
Juristas como Conrado H&uuml;bner Mendes colocam ainda outra quest&atilde;o na mesa: o alcance que atletas, artistas e pol&iacute;ticos t&ecirc;m. Uma coisa &eacute; a express&atilde;o de pessoas quaisquer, como eu e voc&ecirc;, outra &eacute; uma opini&atilde;o divulgada para milhares de seguidores que podem transformar aquilo em a&ccedil;&atilde;o. Ainda assim, &eacute; dif&iacute;cil desenhar uma linha entre o que &eacute; opini&atilde;o e o que &eacute; crime &mdash; se fosse f&aacute;cil definir crimes, n&atilde;o precisar&iacute;amos de advogados e ju&iacute;zes.
Na d&uacute;vida, a gente pode seguir aquela boa e velha frase: "A sua liberdade termina onde come&ccedil;a a do outro".

thumb-image-2024-02-29T14:05:50.439Z

Polêmica: ter opinião é crime? Entenda os pontos de vista

Imagem de John Lennon e seu lado obscuro como agressor no megacurioso

A intimidade do músico escondia mais do que sua saúde mental fragilizada e o vício em drogas

Por vezes, a &ldquo;canoniza&ccedil;&atilde;o&rdquo; que o sucesso estrondoso proporciona a algum artista, tende a renegar a imagem dele como uma pessoa repleta de falhas e cantos obscuros. A m&iacute;dia do s&eacute;culo XIX n&atilde;o tinha o poder avassalador como a de hoje, principalmente de enxergar a persona&nbsp;al&eacute;m da m&aacute;scara profissional que ela veste.
O poderio dos f&atilde;s ent&atilde;o se apossavam da imagem de uma celebridade e a colocavam em um escal&atilde;o alt&iacute;ssimo da &ldquo;cadeia alimentar&rdquo; social, justificando seus erros jogando a culpa em m&iacute;dia tendenciosa, advers&aacute;rios ou centenas de outras alternativas que n&atilde;o o pr&oacute;prio artista.
Pelo seu trabalho como m&uacute;sico membro de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117654-helter-skelter-a-musica-dos-beatles-que-fez-manson-matar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Beatles</a>, <a href="https://www.megacurioso.com.br/polemica/100436-assassino-do-john-lennon-revela-novos-detalhes-sobre-a-morte-do-cantor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">John Lennon</a> foi um astro &ldquo;aben&ccedil;oado&rdquo; por esse frenesi causado pela fama e multiplicado por sua morte tr&aacute;gica &mdash; ainda que isso em nada se relacione com seu impacto e influ&ecirc;ncia no cen&aacute;rio musical.
Lennon era considerado um &ldquo;rei sem defeitos&rdquo;, quando, na verdade, era um homem repleto de falhas e comportamentos err&aacute;ticos, um deles, criminoso.
<h2>O outro lado</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26190728315409.jpg" alt="(Fonte: Gazeta do Povo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Gazeta do Povo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Eacute; estranho pensar que uma pessoa que escreveu a lend&aacute;ria can&ccedil;&atilde;o &ldquo;Imagine&rdquo;, descrita pela Rolling Stone&nbsp;como &ldquo;o maior presente musical de Lennon para o mundo&rdquo;, falando sobre as fantasias de um mundo sem mal e sofrimento, gan&acirc;ncia, fome e guerra; tamb&eacute;m tenha sido um monstro em sua intimidade.
Durante seu casamento com Cynthia Powell, a quem engravidou de seu primeiro filho ainda em Liverpool enquanto os Beatles faziam sua ascens&atilde;o na m&uacute;sica, Lennon fez da vida dela um inferno.
Segundo uma carta escrita h&aacute; 50 anos pela ex-governanta da fam&iacute;lia, Dorothy Jartlett, o m&uacute;sico era um pai ausente e s&oacute; aparecia para bater e diminuir seu filho Julian, criticando-o, por exemplo, por ter m&aacute;s maneiras &agrave; mesa.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26190841955410.jpg" alt="Lennon e Yoko Ono. (Fonte: Uol/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Lennon e Yoko Ono. (Fonte: Uol/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Al&eacute;m disso, Lennon passou 6 anos dormindo com outras mulheres e deixando drogas espalhadas pela casa, &agrave; m&atilde;o de seu filho. O basta que Powell deu foi quando Lennon, b&ecirc;bado, confessou que tinha um caso de longa data com a artista japonesa Yoko Ono. Quando Ono revelou estar gr&aacute;vida do cantor, Powell oficializou seu div&oacute;rcio no final de 1968.
Se, de alguma forma, Powell mantinha algum tipo de r&eacute;dea com rela&ccedil;&atilde;o ao comportamento de Lennon, foi o div&oacute;rcio que o teria feito descer uma ladeira sem fim ao engatar de vez o relacionamento com Ono.
<h2>A queda</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26191018549411.jpg" alt="(Fonte: Popdust/Reprodu&ccedil;&atilde;o0" />(Fonte: Popdust/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Conforme uma mat&eacute;ria do Salon.com, o m&uacute;sico disse que a pris&atilde;o de sua esposa por posse de drogas e o aborto que ela teve foram os respons&aacute;veis por faz&ecirc;-los embarcarem no uso de hero&iacute;na, que afetou tudo e todos ao seu redor.
A uni&atilde;o com a artista foi considerada uma montanha-russa, com mais baixos do que altos e, em meio a isso, Lennon teria tido um caso com a assistente deles, May Pang, durante 18 meses. No entanto, quando entrevistada pelo&nbsp;The Telegraph, em 2012, Ono alegou que esse per&iacute;odo foi uma pausa bem-vinda no relacionamento intenso deles, e que &ldquo;n&atilde;o foi prejudicial&rdquo;.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26191116409413.jpg" alt="(Fonte: Cheat Sheet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Cheat Sheet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O ano de 1980 foi considerado o pior momento da vida de Lennon, em que ele se encontrou em um limbo de depress&atilde;o profunda pontuado por momentos de idea&ccedil;&otilde;es suicidas. Em uma entrevista concedida &agrave; Playboy, publicada dois dias antes de o m&uacute;sico ser assassinado em frente ao seu apartamento em Nova York, Lennon admitiu ter batido em mulheres e se justificou: &ldquo;&Eacute; por isso que estou sempre falando sobre paz, sabe. S&atilde;o as pessoas mais violentas que buscam o amor e a paz&rdquo;.
Estudos psicanal&iacute;ticos feitos ao longo dos anos apontaram que o comportamento de Lennon vinha de seu relacionamento controverso e tumultuado com seus pais. Ele nunca perdoou Alfred Lennon, seu pai, por abandon&aacute;-lo &mdash; apesar do arrependimento declarado do homem &mdash;, e chegou a confessar por &aacute;udio, em 1979, que quando adolescente ele nutriu desejos sexuais por Julia Lennon, sua m&atilde;e. E ele disse que se arrependia de n&atilde;o ter feito nenhum avan&ccedil;o nesse sentido, alegando que ela teria permitido.
John Lennon foi um &iacute;cone, uma entidade lend&aacute;ria que passou pelo mundo para deixar sua marca. No entanto, como um artigo do DailyCal salientou: &ldquo;N&oacute;s podemos amar a m&uacute;sica de Lennon, mas n&atilde;o defender seu abuso&rdquo;.

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John Lennon e seu lado obscuro como agressor

Imagem de As 6 punições criminais mais estranhas já documentadas no megacurioso

Para quem reclama de penas criminais injustas, eis algumas bem estranhas que podem fazer você refletir sobre sua concepção de justiça

Ao longo da hist&oacute;ria humana, as autoridades desenvolveram m&eacute;todos de puni&ccedil;&otilde;es que deveriam ser aplicados como forma de readequa&ccedil;&atilde;o social, visando o controle adequado dos grupos e restri&ccedil;&otilde;es contra pr&aacute;ticas que pudessem representar viola&ccedil;&otilde;es &agrave;s <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120030-vizinho-chato-conheca-as-leis-de-condominios-e-saiba-o-que-fazer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">leis</a> impostas. Por&eacute;m, enquanto alguns dos castigos eram leves ou soavam apenas como advert&ecirc;ncias, outros se destacaram por sua brutalidade e forma estranha de serem aplicados, gerando humilha&ccedil;&atilde;o, pavor e sensa&ccedil;&otilde;es extremas para qualquer indiv&iacute;duo que cometesse delitos.
Conhe&ccedil;a abaixo algumas das senten&ccedil;as mais estranhas e brutais aplicadas nas mais variadas &eacute;pocas da hist&oacute;ria.
<h2>1. Manto do b&ecirc;bado</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20100536920086.jpg" alt="(Fonte: The Detailed History / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Detailed History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Tamb&eacute;m conhecida como &ldquo;Capa de Newcastle&rdquo;, a puni&ccedil;&atilde;o consistia em penalizar pessoas alcoolizadas que n&atilde;o conseguiam apresentar comportamentos adequados ap&oacute;s um dia de bebedeira. Para conter os reincidentes, as autoridades colocavam os b&ecirc;bados em barris apropriados, ou seja, com espa&ccedil;o para passar os bra&ccedil;os, cabe&ccedil;a e pernas, e os obrigavam a passar longos per&iacute;odos com a camisa de madeira enquanto desfilavam pelas ruas locais e sofriam humilha&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica.
<h2>2. M&aacute;scaras da vergonha</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20100212326075.jpg" alt="(Fonte: Flickr / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Flickr/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Feitas de metal frio e com designs animalescos, as m&aacute;scaras da vergonha eram ferramentas estranhas colocadas na face de mulheres acusadas de praticar fofocas em exagero, tamb&eacute;m eram aplicadas em homens, por&eacute;m em menor frequ&ecirc;ncia. Quem fosse classificado como desonesto, espi&atilde;o ou guloso tamb&eacute;m seria levado para ter o &ldquo;freio de repreens&atilde;o&rdquo; instalado em sua cabe&ccedil;a.&nbsp;
<h2>3. Amputa&ccedil;&atilde;o nasal</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20100004107074.jpg" alt="(Fonte: Metropolitan Museum of Art / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Metropolitan Museum of Art/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No Antigo Egito, o rosto era visto como a parte mais importante do corpo, especialmente para pessoas envolvidas com as altas castas sociais. No pa&iacute;s, os acusados de adult&eacute;rio tiveram seus narizes parcialmente amputados enquanto estavam vivos, como forma de puni&ccedil;&atilde;o para prejudicar a qualidade de vida e causar grandes danos &agrave; personalidade e &agrave; autoexpress&atilde;o. A pr&aacute;tica de corte de nariz se destacou como um m&eacute;todo eficiente de repreens&atilde;o e chegou a ser utilizada por outros povos, como gregos, romanos, bizantinos, hindus e civiliza&ccedil;&otilde;es pr&eacute;-colombianas.
<h2>4. Cozimento em touro de metal</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20095747857067.jpg" alt="(Fonte: Pinterest / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O cozimento em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119025-touro-de-bronze-a-bizarra-maquina-de-tortura-usada-na-italia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">touro de bronze</a>, considerado um dos m&eacute;todos de tortura mais brutais da Idade Antiga, era reservado para crimes b&aacute;rbaros e consistia na coloca&ccedil;&atilde;o da v&iacute;tima dentro de uma escultura de metal oca. Segundo relatos, ap&oacute;s incendiar a superf&iacute;cie inferior do touro, os presos gritavam de dor e medo, emitindo sons apavorantes que se assemelhavam aos berros de um touro real, aparentemente ocorrendo gra&ccedil;as a uma estranha ac&uacute;stica projetada para aumentar a intensidade e crueldade da inven&ccedil;&atilde;o.
<h2>5. &Aacute;guia de sangue</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20095413840061.jpg" alt="(Fonte: Ninja Theory / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ninja Theory/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Voc&ecirc; j&aacute; deve ter visto uma cena parecida com a &aacute;guia de sangue em algum filme de terror ou mesmo na s&eacute;rie Vikings. Isso porque a puni&ccedil;&atilde;o extremamente agressiva e violenta foi um castigo viking conhecido pelo banho de sangue, que consistia na instala&ccedil;&atilde;o de ganchos em todo o tronco do acusado, fixados diretamente nos ossos ao perfurarem a pele. Em seguida, as alavancas que seguravam as cordas eram abertas e imediatamente os ossos do criminoso eram expostos, simulando o surgimento de asas, por&eacute;m &oacute;sseas e ensanguentadas. At&eacute; hoje essa tortura gera controv&eacute;rsias entre os estudiosos, que chegam a duvidar da exist&ecirc;ncia do m&eacute;todo.
<h2>6. Julgamento do porco</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20095232433057.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Entre os s&eacute;culos XIV e XVI, a Europa vivenciou diversos julgamentos estranhos, incluindo um evento em que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118243-tomate-foi-julgado-em-tribunais-de-salem-por-ser-amaldicoado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tomates foram acusados de bruxaria</a>. Por&eacute;m, um dos maiores destaques ficou com a execu&ccedil;&atilde;o de uma porca, sentenciada &agrave; morte em tribunal p&uacute;blico ap&oacute;s matar uma crian&ccedil;a. Estranhamente os filhotes do animal foram levados &agrave; corte como c&uacute;mplices do assassinato, mas foram absolvidos no fim do processo. E para piorar, o porco vestia roupas humanas &mdash; um colete e cal&ccedil;as &mdash; antes de ser levado &agrave; forca.

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As 6 punições criminais mais estranhas já documentadas

Imagem de O que é gentrificação e por que esse processo é tão danoso? no megacurioso

O processo transforma uma área urbana específica de uma cidade e expulsa os moradores de classes sociais inferiores

Falar sobre gentrifica&ccedil;&atilde;o &eacute; "pisar em um campo minado" de pura controv&eacute;rsia. Etimologicamente, o termo &eacute; um neologismo de gentry, que significa "de origem nobre" ou "bem-nascido"&nbsp;em tradu&ccedil;&atilde;o livre.
O processo transforma uma &aacute;rea urbana perif&eacute;rica espec&iacute;fica de uma cidade, que n&atilde;o recebe mais nenhum investimento p&uacute;blico, por meio de especula&ccedil;&atilde;o imobili&aacute;ria, aumentando o turismo e as obras governamentais.
A gentrifica&ccedil;&atilde;o acontece quando h&aacute; a descentraliza&ccedil;&atilde;o de uma cidade, ou seja, as &aacute;reas centrais e bairros desenvolvidos &mdash; geralmente em metr&oacute;poles &mdash; se expandem para outras regi&otilde;es ocupadas por pessoas de baixa renda h&aacute; anos por meio de invas&otilde;es ou ocupa&ccedil;&otilde;es irregulares.
<h2>Como o processo afeta a popula&ccedil;&atilde;o?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20192719860028.jpg" alt="(Fonte: WRI Brasil/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: WRI Brasil/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Desse modo, acontece um processo de moderniza&ccedil;&atilde;o desses espa&ccedil;os, como abrir uma nova esta&ccedil;&atilde;o de metr&ocirc; ou instalar um est&aacute;dio de futebol, desvalorizando essas regi&otilde;es tempo o suficiente para atrair moradores e comerciantes com mais renda.
A gentrifica&ccedil;&atilde;o causa o aumento do custo de vida e tem o poder de alterar a cultura de uma comunidade inteira, at&eacute; dificultando o ajuste dos residentes de longa data, bem como expulsando os neg&oacute;cios pertencentes a minorias.
Os vieses sociais da gentrifica&ccedil;&atilde;o s&atilde;o diversos, pois o processo tamb&eacute;m &eacute; visto como uma oportunidade de investimento necess&aacute;rio para &aacute;reas h&aacute; muito negligenciadas, ao passo que pode apagar e expulsar as pessoas que n&atilde;o pertencem &agrave; mesma realidade. Estas tendem a ir morar em locais ainda mais afastados e piores do que onde estavam.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Guardian&nbsp;" data-fonte-url="https://i.guim.co.uk/img/media/c7e844c914c5726c32e8da6e97b6e12028256ff8/0_0_3000_1800/master/3000.jpg?width=465&amp;quality=45&amp;auto=format&amp;fit=max&amp;dpr=2&amp;s=1321f82800a2b5ef49253f5864b131bc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20192928954029.jpg" alt="(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quando o assunto surge em um debate, muitas pessoas tendem a confundir gentrifica&ccedil;&atilde;o com revitaliza&ccedil;&atilde;o, esta visa a melhoria da qualidade de vida de uma popula&ccedil;&atilde;o local, com o princ&iacute;pio de mant&ecirc;-los ali, e n&atilde;o os expulsar.
Via de regra, a revitaliza&ccedil;&atilde;o pode acabar gerando a gentrifica&ccedil;&atilde;o devido &agrave; moderniza&ccedil;&atilde;o de uma &aacute;rea, culminando no fator-chave para mudar toda a situa&ccedil;&atilde;o socioecon&ocirc;mica e cultural de um local: a especula&ccedil;&atilde;o imobili&aacute;ria.
<h2>Gentrifica&ccedil;&atilde;o n&atilde;o descriminaliza uma regi&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20193056516030.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Engana-se quem acredita que a gentrifica&ccedil;&atilde;o &eacute; a respons&aacute;vel por reduzir as taxas de criminalidade urbana. Afinal, essas pessoas pensam por esta l&oacute;gica simples: o influxo de residentes mais ricos que precisam ser &ldquo;escoltados&rdquo; gera mais patrulhamento do governo, afastando criminosos das cercanias.
Por&eacute;m, na verdade, &eacute; o contr&aacute;rio. A gentrifica&ccedil;&atilde;o leva ao aumento do crime, visto que estudos apontam que roubos e furtos crescem em bairros onde existem pessoas mais nobres. A primeira explica&ccedil;&atilde;o para isso pode ser pelos novos residentes serem alvos mais interessantes para os ladr&otilde;es, induzindo-os a se envolverem em atos ainda mais ilegais ou que o crime prospera com base na instabilidade, no anonimato e nos la&ccedil;os sociais mais fracos, tornando mais f&aacute;cil para os criminosos se misturarem aos demais e sendo menos prov&aacute;vel que os vizinhos protejam uns aos outros.
<h2>O &oacute;dio pela gentrifica&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20193224063031.jpg" alt="(Fonte: ArchDaily/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: ArchDaily/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Nem todo mundo que mora em uma regi&atilde;o sabe o que est&aacute; acontecendo quando uma gentrifica&ccedil;&atilde;o est&aacute; em andamento. A maioria acredita que aquelas mudan&ccedil;as e os investimentos &ldquo;repentinos&rdquo; transformar&atilde;o sua vida apenas para melhor &mdash; embora, em muitos aspectos, isso acontece mesmo.
A moderniza&ccedil;&atilde;o do local onde vivem pode aumentar o valor de seu im&oacute;vel no mercado, e eles tamb&eacute;m podem se beneficiar das atividades de varejo que trazem mais servi&ccedil;os para &aacute;reas abandonadas, permitindo que essas pessoas n&atilde;o tenham mais que ir para muito longe para desfrutar de um simples fast-food, por exemplo.
Boa parte da popula&ccedil;&atilde;o endere&ccedil;a &agrave; infla&ccedil;&atilde;o e &agrave; inconsist&ecirc;ncia econ&ocirc;mica do pa&iacute;s quando aumenta o aluguel da regi&atilde;o onde moram ou quando n&atilde;o conseguem mais bancar o novo estilo de vida implantado pelas reformas.
<h2>Nada acontece por acaso</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20193420579032.jpg" alt="(Fonte: Crosscut/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Crosscut/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Eacute; essa a ideia que a soci&oacute;loga Sylvie Tissot discute sobre esse processo social. A gentrifica&ccedil;&atilde;o atua por meio de um efeito domin&oacute; quando come&ccedil;a. Os gentrificadores n&atilde;o dependem apenas do mercado para fazer as mudan&ccedil;as, eles mesmos acabam trabalhando para mudar a &aacute;rea mais a seu gosto &mdash; e isso pode significar denunciar com&eacute;rcios locais para as autoridades.
Muitas pessoas acabam preferindo que caia um bar decadente de um dono que nem sequer renova, para que uma vitrine do Starbucks ganhe espa&ccedil;o na rua. Isso, por exemplo, acontece no Harlem desde a d&eacute;cada de 1970, com moradores tentando estabilizar a pr&oacute;pria comunidade para atrair propriet&aacute;rios e varejistas de classe m&eacute;dia para a regi&atilde;o.
Ainda que seja um processo "cutucado" por legisladores e &oacute;rg&atilde;os governamentais, as pessoas, consequentemente, acabam empurrando uma comunidade inteira em dire&ccedil;&atilde;o a essa mudan&ccedil;a &mdash; ainda que de maneira involunt&aacute;ria.

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O que é gentrificação e por que isso é tão danoso?

Imagem de Movimento anticinto de segurança mobilizou os EUA em 1980 no megacurioso

Os proprietários de veículos alegaram que não podiam ter a vida 'controlada'

De acordo com um levantamento da&nbsp;Administra&ccedil;&atilde;o Nacional de Seguran&ccedil;a Rodovi&aacute;ria&nbsp;(NHTSA, sigla em ingl&ecirc;s) o uso de cinto de seguran&ccedil;a em ve&iacute;culos de passageiros salvou cerca de 14.955 vidas em 2017 nos Estados Unidos. Atualmente, a taxa de uso nacional do equipamento est&aacute; em 90,3%, conforme a pesquisa feita em 2020. Dos 22.215 ocupantes de ve&iacute;culos de passageiros mortos em 2019, cerca de 47% n&atilde;o estavam usando cintos de seguran&ccedil;a.
No Brasil, a Pol&iacute;cia Rodovi&aacute;ria Federal (PRF) registrou 7.921 acidentes em 2019, resultando em 2 mil pessoas feridas e 98 mortas devido &agrave; falta de seguran&ccedil;a. A pesquisa do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, feita em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE), apontou que apenas 50,2% da popula&ccedil;&atilde;o afirma sempre usar o cinto quando est&aacute; no banco traseiro de um ve&iacute;culo, sendo que os entrevistados mostraram mais consci&ecirc;ncia quando est&atilde;o na frente do carro, em que 79,4% das pessoas com 18 anos ou mais dizem sempre usar o cinto de seguran&ccedil;a.
H&aacute; 60 anos, o item j&aacute; salvou mais de um milh&atilde;o de pessoas. No entanto, na &eacute;poca de sua cria&ccedil;&atilde;o, em 1959, ele recebeu forte oposi&ccedil;&atilde;o.
<h2>A cria&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/19/19194037702174.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi no final dos anos 1800 que Sir George Cayley (1773-1857, um rico propriet&aacute;rio de terras interessado nos princ&iacute;pios do voo, inventou uma esp&eacute;cie de planador com cinto de seguran&ccedil;a para manter seus pilotos nele. Mas ambas as inven&ccedil;&otilde;es n&atilde;o foram muito longe.
J&aacute; em 1885, Edward J. Claghorn (1856&ndash;1936), em Nova York, desenvolveu o primeiro cinto de seguran&ccedil;a veicular patenteado nos EUA, visando proteger seus turistas ao prend&ecirc;-los a um objeto fixo. O equipamento era muito parecido com os cintos de alpinismo de hoje.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Philkoatse&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQr8-hkz575JcmgAHPk77NvydLqNcRS8lfP4lauUXpmcIKlxrOsAjFeO7aeVRYEnymk7q8&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/19/19194246671175.jpg" alt="(Fonte: Philkoatse/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Philkoatse/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No in&iacute;cio do s&eacute;culo XIX, com a introdu&ccedil;&atilde;o dos primeiros ve&iacute;culos no pa&iacute;s, alguns motoristas desenvolveram formas rudimentares de cintos de seguran&ccedil;a, por&eacute;m n&atilde;o como medida de prote&ccedil;&atilde;o, mas para evitar que ca&iacute;ssem do autom&oacute;vel ao atravessarem terrenos acidentados.
No final da d&eacute;cada de 1920 e in&iacute;cio de 1930, a produ&ccedil;&atilde;o de carros j&aacute; era feita em massa pelos EUA, e isso resultou em uma estat&iacute;stica de 30 mil pessoas morrendo a cada ano, por n&atilde;o fazerem o uso de cintos.
Foi um grupo de m&eacute;dicos, horrorizados com o desperd&iacute;cio de vida que o avan&ccedil;o tecnol&oacute;gico produzia, que cobrou das fabricantes de autom&oacute;veis o equipamento de seguran&ccedil;a &mdash; ap&oacute;s testarem a sua efic&aacute;cia nos pr&oacute;prios carros.
<h2>O compl&ocirc; da oposi&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/19/19194502608176.jpg" alt="(Fonte: Business Insider/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Business Insider/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A oposi&ccedil;&atilde;o veio imediatamente. A Nash Motors foi a primeira fabricante a instalar cintos de f&aacute;brica na estrutura dos carros. Milhares de clientes arrancaram ou os cortaram com l&acirc;minas de barbear, revoltados em serem obrigados a usarem algo &ldquo;a for&ccedil;a&rdquo;.
S&oacute; em 1949, dos 48 mil ve&iacute;culos produzidos, apenas mil pessoas usavam o equipamento rotineiramente. No ano seguinte, a op&ccedil;&atilde;o foi removida porque o p&uacute;blico n&atilde;o os aceitava, alegando serem um inc&ocirc;modo, como relatou Meade F. Moore, vice-presidente de pesquisa e engenharia automotiva. &nbsp;
A d&eacute;cada de 1980 foi o momento de maior oposi&ccedil;&atilde;o, surgindo movimentos anticinto de seguran&ccedil;a pelos EUA, como reposta direta &agrave; legisla&ccedil;&atilde;o que come&ccedil;ou a ser introduzida. O prefeito do Michigan, David Hollister, recebeu milhares de cartas de reclama&ccedil;&otilde;es em seu gabinete, uma delas comparando-o a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119235-operacao-greif-a-ultima-tentativa-de-hitler-vencer-a-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hitler</a> por tentar aprovar um projeto de lei que multava os motoristas que n&atilde;o usavam o equipamento de seguran&ccedil;a.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/19/19195246022180.jpg" alt="(Fonte; Auto/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Auto/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
As montadoras de carros alimentaram a disputa pelos cintos de seguran&ccedil;a, mais preocupadas com os custos de produ&ccedil;&atilde;o em espiral atingindo suas margens de lucro, enquanto gerentes de Rela&ccedil;&otilde;es P&uacute;blicas acreditavam que a inclus&atilde;o do equipamento em projetos de autom&oacute;veis passaria a imagem de que o autom&oacute;vel fosse inseguro &mdash; resultando em menos vendas.
Com as empresas ao lado do movimento anticinto de seguran&ccedil;a, foi feito de tudo para pressionar os legisladores a permitirem que os carros continuassem sendo fabricados sem o equipamento. A m&iacute;dia foi assolada por relatos falsos e estat&iacute;sticas de que os cintos poderiam causar mais mortes do que salvar vidas, como, por exemplo, se o carro pegasse fogo ap&oacute;s uma colis&atilde;o.
Entretanto, apesar desse esfor&ccedil;o descomunal de ambos os lados da sociedade, os especialistas em seguran&ccedil;a no tr&acirc;nsito venceram, impondo a lei em todos os estados dos EUA, exceto em New Hampshire.
A pandemia causada pelo coronav&iacute;rus, iniciada no primeiro semestre de 2020, serviu para mostrar como as pessoas reagem emocionalmente a medidas que &ldquo;usurpam&rdquo; sua liberdade &mdash; ainda que sejam para salvar vidas.

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