Contrabando de Bíblias: a antiga prática cristã

06/11/2021 às 07:002 min de leitura

A maior história de contrabando de todos os tempos começou com um livro sagrado: a Bíblia. Essa obra foi infiltrada de um país para outro durante períodos tensos de intolerância religiosa, quando as pessoas não tinham a liberdade de acreditar no que desejavam.

Isso tudo começou em meados de 1550, quando o livro foi contrabandeado para Inglaterra, depois se estendeu de Israel para a Síria na década de 1990. Na era moderna, a prática aconteceu muito em países de regime comunista, apesar de ter um papel fundamental em todos os regimes ditatoriais, porque restringiam o acesso à literatura religiosa e violaram os direitos religiosos de seus cidadãos.

O contrabando foi dirigido por grupos protestantes privados de todo o mundo, sendo a organização católica russa cristã a mais notável entre eles. E, por mais que haja poucos estudos e dados sobre a história dessas organizações, nos países comunistas o poder delas de influência sempre foi temido pelas autoridades.

(Fonte: The Gospel/Reprodução)(Fonte: The Gospel/Reprodução)

O reverendo David Hathway, um ex-contrabandista do Evangelismo Subterrâneo (uma das organizações protestantes antissoviéticas dos Estados Unidos, considerada a mais perigosa pela KGB), continuou a trabalhar na Europa Oriental após alegar que teve sucesso ao infiltrar a Bíblia, abalando a ideologia comunista. Pessoas como ele se arriscaram em viagens perigosas durante anos para transmitir a mensagem de que os cidadãos reprimidos não estavam sozinhos e de que existiam outras pessoas por aí procurando se certificar de que eles estavam recebendo conhecimento diferente do que o pregado pelo governo ao qual estavam submetidos.

Contudo, esses contrabandistas pagaram com a própria vida pela própria ousadia, sendo espancados, presos e fuzilados. Conforme a CBN News, só na Coreia do Norte, estima-se que, dos 300 mil cristãos no país, 70 mil estão em campos de concentração de trabalho forçado. No país, o simples fato de proferir o nome "Jesus" pode sentenciar uma pessoa a 15 anos de trabalho forçado.

A missão

(Fonte: Vision Beyond Borders/Reprodução)(Fonte: Vision Beyond Borders/Reprodução)

Andrew van der Bijl, mais conhecido como Irmão Andrew, foi um operário holandês que começou a praticar o contrabando de Bíblia na modernidade, em 1955, no apogeu da Guerra Fria. Ele se juntou à Cruzada de Evangelismo Mundial em 1953, em que ouviu sobre a falta de Bíblias na Rússia.

Três anos depois, ele já ministrava para refugiados da Europa Oriental e havia fundado a organização Portas Abertas para apoiar seu trabalho com famílias de mártires e estudantes de seminário.

Com seu exemplo aos poucos se espalhando, de repente pessoas seguiam seus passos em países escandinavos, nos Estados Unidos, na Suíça, na Alemanha Ocidental e até na Holanda. Todos se ocupavam em angariar tradutores, produtores e impressoras para ajudar na fabricação de Bíblias destinadas às pessoas que as contrabandeavam.

Os meios

(Fonte: The Voice of Martyrs/Reprodução)(Fonte: The Voice of Martyrs/Reprodução)

Com o passar dos anos, a prática de contrabando foi se tornando cada vez mais aprimorada para que as autoridades não descobrissem. Em 1961, a Missão do Leste Europeu, como ficou conhecida a mudança de vários casais do Texas para Viena e Áustria, contrabandeou o Novo Testamento impresso em letras tão pequenas, que passou despercebido, como um maço de cigarros no bolso de uma camisa.

As Bíblias também foram armazenadas em pneus, calças jeans e até emboladas em feno prensado. Atualmente, o livro é colocado em pen drives e flutuado em balões ao longo da fronteira de países como a Coreia do Norte.

Cinquenta anos depois do início das missões de contrabando, os europeus já assumiram seu papel de liderança, produzindo Bíblias para escolas na Ucrânia e na Rússia. O contrabando até patrocina competições em que crianças disputam seu conhecimento sobre o livro e ganham prêmios. 

Atualmente, no leste europeu, a Bíblia é impressa em mais de 20 idiomas, sendo redistribuída para grupos de jovens durante o verão ucraniano.

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