Imagem de 5 curiosidades sobre os ronins, os samurais sem mestres no megacurioso

Famosos samurais do período feudal do Japão, os ronins foram temidos por suas habilidades e independência

<head></head><body>Os ronins eram antigos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121847-samurais-como-os-guerreiros-japoneses-treinavam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">samurais</a> que não possuíam mais mestre nem a quem servir, sendo considerados guerreiros nômades. O termo tem origem nos caracteres japoneses que significam "homem flutuante", mas também pode ser traduzido como "homem errante", "andarilho" ou "homem das ondas", já que eram considerados homens sem rumo.A primeira vez que se falou em ronins foi entre os períodos Nara e Hein, entre 710 e 1185. Tudo que rege sua história é cercado de fascínio, mas também de rebeldia e tragédia. Mesmo não sendo considerados samurais tradicionais, ajudaram a moldar a cultura e a tradição japonesas. Conheças alguns fatos a respeito destes milenares guerreiros.<h2>1. Classe rebelde</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06103219313092.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)A lenda dos 47 ronins, que narra um evento em que um grupo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/37744-6-curiosidades-sobre-os-samurais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">samurais</a> foi forçado a se tornar ronin, após seu mestre ser punido por ter agredido um alto funcionário judicial, é um bom exemplo da rebeldia associada à categoria.A lenda que conta o plano de vingança dos ronins foi, certamente, inspirada em atos de rebeldia perpetrados por antigos samurais e registrados em livros japoneses. Chegou até mesmo a virar filme em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123211-5-profissoes-que-voce-nao-fazia-ideia-que-existiam-em-hollywood.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hollywood</a>.A Revolta Keian, de 1651, é um exemplo prático disso. Um grupo de ronins planejou forçar a ditadura feudal a tratá-los com respeito, tentando um golpe militar que, embora tenha falhado, fez com que a situação dos ronins melhorasse.<h2>2. Foram, inicialmente, desprezados</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/73/Act_XI_Fifth_Episode_%28Actually_Fourth%29-_Ronin_Stopped_from_Crossing_Ryogoku_Bridge_by_Shogun%27s_Representative_LACMA_M.66.35.60.jpg/640px-Act_XI_Fifth_Episode_%28Actually_Fourth%29-_Ronin_Stopped_from_Crossing_Ryogoku_Bridge_by_Shogun%27s_Representative_LACMA_M.66.35.60.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06103519951097.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Entre os séculos XII e XIX, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/42189-conheca-a-historia-de-5-dos-ninjas-mais-lendarios-do-japao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Japão</a> era estruturado em um sistema de classes composto por quatro níveis. Os ronins ficavam na parte mais baixa, inferior à classe dos samurais, agrupados juntamente com fazendeiros e camponeses. Como não eram mais empregados de um senhor e não possuíam um mestre, perdiam os privilégios garantidos aos samurais.Por um longo período, a hierarquia feudal japonesa considerou ser ronin como uma desgraça, definindo esses homens como falhos no seu dever para com seu senhor e com o Japão. Sem um mestre, tornaram-se desonrosos e sem propósito, além de vistos como potenciais criminosos.<h2>3. Tornaram-se posto cobiçado</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/64/Left_leaderless_after_their_daimyo_was_forced_to_perform_seppuku%2C_the_47_ronin_swore_revenge.jpg/640px-Left_leaderless_after_their_daimyo_was_forced_to_perform_seppuku%2C_the_47_ronin_swore_revenge.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06103318513094.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Apesar de serem considerados desonrados e de classes mais baixas, não era incomum que alguns samurais desejassem se tornar ronins. Isso porque acreditavam que poderiam viver uma vida mais livre e honrada, desobrigados do código Bushido, o livro de honras ao qual estavam submetidos.Especialmente no século XIX, próximo ao fim da ditadura feudal, muitos samurais estavam desejosos de restaurar a família imperial como legítima governante do país, livrando o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123410-as-4-religioes-mais-comuns-no-japao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Japão</a> dos ocidentais. Para isso, muitos deixaram voluntariamente seus mestres para se tornarem ronins, o que é considerado uma inspiração para as reformas da era Meiji, em 1867.<h2>4. Inventaram o haikai moderno</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06103616271098.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Haiku ou haikai é um gênero da poesia tradicional japonesa, de perfil curto, que capta um momento da vida do poeta usando versos breves e descritivos. <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121420-6-grandes-poetas-brasileiros-que-voce-deveria-estudar-em-2022.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Paulo Leminski</a> foi um grande apreciador do estilo. Pois coube a um ronin a paternidade deste gênero poético. Durante o período Edo, um estilo conhecido como hokku se tornou muito popular entre os guerreiros.O ronin Matsuo Basho foi o responsável por adaptar o estio, modificando o que era feito na poesia tradicional japonesa, usando uma estrutura com 17 sílabas, que batizou de shofu. Sua obra é considerada o pilar sobre o qual o haicai moderno foi erguido, próximo ao fim do século XIX.<h2>5. O fim dos samurais também foi o fim dos ronins</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/07/The_Forty-seven_Ronin_attack_Moronao%27s_mansion_and_capture_him_%285759419654%29.jpg/640px-The_Forty-seven_Ronin_attack_Moronao%27s_mansion_and_capture_him_%285759419654%29.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06103422059096.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Durante a era Meiji, o Japão passou por um grande processo de modernização, deixando para trás o passado feudal. Nesse contexto, o papel do ronin e dos samurais também precisava mudar, já que era associado a esse passado que tentavam superar.Por essa razão, o imperador conduziu a abolição da classe samurai em 1876, fazendo com que os guerreiros precisassem se adaptar. Os que não se tornaram professores, fazendeiros ou comerciantes rumaram para o exército.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:48.283Z

5 curiosidades sobre os ronins, os samurais sem mestres

Imagem de Como era a preparação de um guerreiro espartano? no megacurioso

Para criar guerreiros tão destemidos, a educação em Esparta era bastante cruel

<head></head><body>Se você é um fã de História, com certeza já ouviu falar sobre os guerreiros espartanos. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123209-5-historias-de-grandes-herois-gregos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fama desses soldados é lendária</a>, e é fácil entender por quê. Eles eram temidos por seus inimigos e eram a elite militar da Grécia Antiga. Mas, afinal, como era o processo para se tornar um guerreiro espartano?Os espartanos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121868-falsos-valores-espartanos-foram-absorvidos-por-extremistas-politicos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">valorizavam acima de tudo a disciplina e a força física</a>, e acreditavam que a melhor forma de garantir a segurança de sua cidade era treinar seus cidadãos para a guerra desde cedo.<h2>Uma infância difícil</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/09/09215436422025.jpg" alt="A preparação dos guerreiros começava aos 7 anos. (Fonte: Getty Images)">A preparação dos guerreiros começava aos 7 anos. (Fonte: Getty Images)Para começar, o processo de se tornar um guerreiro espartano começava desde o nascimento. Os bebês eram examinados para determinar se eram saudáveis o suficiente para se tornarem futuros soldados. Caso contrário, eram abandonados nas montanhas para morrer.&nbsp;Se um bebê era considerado saudável, era levado para casa e criado por sua mãe até os sete anos, quando começava sua educação formal. Isso acontecia em acampamentos de treinamento espartanos onde meninos e meninas recebiam treinamento físico intenso.À medida que os meninos espartanos envelheciam, o treinamento se tornava cada vez mais intenso. Eles passavam a viver em barracas coletivas, onde dormiam em camas duras e comiam refeições espartanas rigorosamente controladas. À medida que cresciam, começavam a praticar técnicas de luta em grupo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124828-arqueologos-encontram-trofeus-de-guerra-macabros-no-egito-antigo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">táticas de guerra e treinavam para se tornarem membros da guarda pessoal do rei</a>, os temidos "300".&nbsp;<h2>Jovens guerreiros</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/09/09215745027028.jpg" alt="Não há um consenso sobre como era o ritual final pelo qual passavam os jovens espartanos. (Fonte: Getty Images)">Não há um consenso sobre como era o ritual final pelo qual passavam os jovens espartanos. (Fonte: Getty Images)Aos 20 anos, os jovens espartanos entravam na próxima fase de sua educação. Eles podiam ingressar em um clube do qual só homens podiam participar. Nesses clubes os espartanos jantavam juntos e praticavam outras atividades que tinham como objetivo fortalecer os vínculos entre os guerreiros.Além dos clubes, aos 20 anos os homens espartanos também passavam por um ritual conhecido como Cripteia. Alguns estudiosos acreditam que o ritual envolvia a busca e o massacre de escravos desprevenidos. Outros afirmam ser apenas um teste de sobrevivência e resistência.&nbsp;No entanto, o sucesso após tal ritual não significava que o treinamento havia terminado. A educação formal de um espartano chegava ao fim aos 30 anos, mas eles continuavam a treinar regularmente em táticas de batalha e manobras disfarçadas de jogos e exercícios.&nbsp;<h2>E as mulheres?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/09/09220048488034.jpg" alt="As mulheres espartanas também recebiam treinamento físico. (Fonte: Getty Images)">As mulheres espartanas também recebiam treinamento físico. (Fonte: Getty Images)Enquanto outras sociedades gregas mantinham mulheres separadas dos homens, as meninas espartanas também eram submetidas a uma educação física rigorosa. Elas aprendiam a lutar, correr, saltar e dançar, além de praticarem esportes como arremesso, luta livre e corrida. Mas, diferente dos homens, elas ficavam longe das batalhas, já que essa preparação servia para elas darem vida a bebês saudáveis que seriam as próximas gerações de guerreiros.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:48.460Z

Como era a preparação de um guerreiro espartano?

Imagem de A Guerra do Futebol: a história de rivalidade entre dois países no megacurioso

El Salvador e Honduras protagonizaram uma guerra que se iniciou após uma partida de futebol

<head></head><body>Em 1969, uma partida de futebol entre as seleções de El Salvador e Honduras marcou o início de um conflito que ficaria conhecido como “A Guerra do Futebol”. Embora o esporte não tenha sido a única razão para o conflito, ele foi o gatilho para o confronto bélico.<h3 style="text-align: justify;">Uma vaga na Copa</h3><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/08/08204840321001.jpg" alt="A vaga para a Copa do México em 1970 estava em disputa. (Fonte: GettyImages/Reprodução)">A vaga para a Copa do México em 1970 estava em disputa. (Fonte: GettyImages/Reprodução)Era 1969 e as <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123682-5-paises-que-ja-disputaram-a-copa-do-mundo-e-nao-existem-mais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">seleções</a> da América Central disputavam as eliminatórias para conseguir uma vaga na Copa do Mundo de 1970.&nbsp;Em certo ponto, El Salvador e Honduras se viram frente a frente em busca da tão sonhada vaga. O primeiro jogo, ocorrido em Tegucigalpa, capital hondurenha, acabou 1 a 0 para os donos da casa.No segundo jogo, ocorrido na capital de El Salvador, foi a vez da seleção local golear por 3 a 0. Esse jogo levou a violentos conflitos entre as torcidas dos dois países e, como resultado, El Salvador rompeu relações diplomáticas com Honduras para, em seguida, iniciar hostilidades militares.Como desempate, uma terceira partida ocorreu na Cidade do México em 27 de junho de 1969, sendo vencida pela seleção de El Salvador por 3 a 2 com um gol na prorrogação. Assim estava garantida a vaga para Copa.Alguns dias depois, os dois países entrariam em guerra.<h3 style="text-align: justify;">Isso tudo por causa da Copa?</h3><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/08/08205028121002.jpg" alt="Imigrantes salvadorenhos foram ilegalmente para Honduras. (Fonte: GettyImages/Reprodução)">Imigrantes salvadorenhos foram ilegalmente para Honduras. (Fonte: GettyImages/Reprodução)O conflito entre <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118626-el-salvador-7-fatos-sobre-o-pais-que-nao-estao-nas-manchetes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">El Salvador</a> e Honduras não foi um evento isolado. As tensões entre os dois países já vinham se agravando há anos, principalmente por causa da imigração ilegal.&nbsp;El Salvador era um país pequeno com uma população muito grande que sofria com fome e pobreza. &nbsp;Por isso, muitos salvadorenhos (cerca de 300 mil) se instalaram em Honduras para trabalhar na agricultura, já que o país vizinho era maior e tinha um número populacional baixo.O ditador hondurenho Oswaldo López Arellano usou a imigração como desculpa para aplicar reformas agrárias que visavam retirar terras dos imigrantes salvadorenhos e redistribuí-las para os hondurenhos. Isso gerou protestos violentos e instigou a guerra entre os dois países. A disputa pela vaga na Copa foi apenas o estopim para a guerra.&nbsp;<h3 style="text-align: justify;">E quem venceu a guerra?</h3><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Biblioteca Nacional&nbsp;" data-fonte-url="http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=089842_07&amp;Pesq=portaria%20instituindo%20o%20dia%20do%20escritor%20brasileiro&amp;pagfis=102644"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/08/08205416863003.jpg" alt="A guerra foi notícia em todo o mundo. (Fonte: Biblioteca Nacional/Reprodução)">A guerra foi notícia em todo o mundo. (Fonte: Biblioteca Nacional/Reprodução)Ninguém venceu essa batalha. A guerra durou poucos dias — tanto que também é conhecida como Guerra das 100 horas —, mas deixou mais de 3 mil mortos, a maioria civis. A luta foi travada principalmente na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119861-fronteiras-de-onde-vem-e-o-que-porque-existem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fronteira</a> entre os dois países, onde a maior parte das comunidades eram formadas por imigrantes salvadorenhos. O governo hondurenho ordenou a expulsão desses imigrantes, o que gerou um êxodo em massa e provocou uma crise humanitária.A Guerra do Futebol terminou com a intervenção da Organização dos Estados Americanos (OEA). Os dois países concordaram em resolver a questão da imigração e adotaram medidas para garantir a segurança dos imigrantes nas fronteiras.&nbsp;</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:48.105Z

A Guerra do Futebol: a história de rivalidade entre dois países

Imagem de Voo 655 Irã Air: quando os EUA derrubaram um avião com 290 civis no megacurioso

Em meio a guerra Irã-Iraque, o episódio brutal chocou o mundo

Ap&oacute;s d&eacute;cadas de tens&otilde;es, disputas de fronteira, diverg&ecirc;ncias territoriais e pol&iacute;ticas, a Guerra Ir&atilde;-Iraque eclodiu em 22 de setembro de 1980, motivada por temores de que a Revolu&ccedil;&atilde;o Iraniana de 1979 inspirasse insurrei&ccedil;&atilde;o entre a maioria xiita reprimida do Iraque, bem como o desejo do mesmo em substituir o Ir&atilde; como Estado dominante do Golfo P&eacute;rsico.
Nesse cen&aacute;rio, tamb&eacute;m tinham o ent&atilde;o presidente iraquiano <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120442-saddam-hussein-e-a-conturbada-jornada-para-criacao-de-uma-superarma.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Saddam Hussein</a> querendo o controle total sobre ambas as margens do rio Shatt al-Arab que, historicamente, sempre atuou como a fronteira dos dois pa&iacute;ses.
Os Estados Unidos entraram do lado iraquiano sob a justificativa de que o Iraque possu&iacute;a um programa de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120820-insetos-a-perigosa-arma-biologica-de-destruicao-em-massa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">armas de destrui&ccedil;&atilde;o em massa</a> e representava uma amea&ccedil;a para a na&ccedil;&atilde;o e seus aliados. O ex-secret&aacute;rio do Estado, Henry Kissinger, disse que "era uma pena que ambos [Ir&atilde; e Iraque] n&atilde;o pudessem perder a guerra", deixando claro a opini&atilde;o do governo americano sobre a guerra.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31130641873133.jpg" alt="(Fonte: War on the Rocks/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Como resultado, o conflito militar durou 8 longos e destrutivos anos, reduziu cidades a p&oacute;, causou a morte de mais de um milh&atilde;o de pessoas, com o Iraque acumulando uma d&iacute;vida externa de mais de US$ 100 bilh&otilde;es.
E os americanos tiveram parte nisso tudo at&eacute; no final da guerra, quando a&nbsp;Marinha dos EUA derrubou acidentalmente o Voo 655 da Ir&atilde; Air com 290 civis a bordo.
<h2>10h17: decolagem</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31130808977134.jpg" alt="(Fonte: HIstory Today/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: PH2 Elliot/U.S. Navy/Wikimedia Commons)
Em meados de 1988, a guerra estava diminuindo ap&oacute;s 8 anos de destrui&ccedil;&atilde;o, e a maior tarefa dos americanos era patrulhar o Golfo P&eacute;rsico para monitorar a situa&ccedil;&atilde;o, protegendo as rotas de petr&oacute;leo de ataques a&eacute;reos. Ainda que as regras do engajamento na guerra pela Marinha n&atilde;o tenham sido claras, os navios foram instru&iacute;dos a serem cautelosos para evitar que os EUA entrassem na guerra ou causassem um "incidente internacional".
Os americanos faziam isso com o cruzador USS Vincennes, com 9.600 toneladas, sob o comando do capit&atilde;o Will C. Rogers III que, de acordo com um correspondente do Oriente M&eacute;dio, havia agido de forma imprudente e agressiva em junho daquele ano com a maneira como desempenhava o patrulhamento do golfo.
No come&ccedil;o da manh&atilde; de 3 de julho de 1988, o USS Vincennes e outro navio americano entraram em conflito com o inimigo no Estreito de Ormuz. N&atilde;o muito longe daquela regi&atilde;o, &agrave;s 10h17 do hor&aacute;rio do Ir&atilde;, decolou de uma escala o Voo 655 da Ir&atilde; Air em um Airbus A300, partindo do Aeroporto Internacional de Bandar Abbas, no Ir&atilde;, rumo ao Aeroporto Internacional de Dubai, nos Emirados &Aacute;rabes Unidos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31130950777135.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Aeroprints/Wikimedia Commons)
A aeronave estava carregada com 290 passageiros, dos quais 16 eram tripulantes, e a viagem estava prevista para terminar em menos de 30 minutos. Ap&oacute;s a decolagem, o capit&atilde;o Mohsen Rezaian, de 37 anos, foi direcionado pela torre Bandar Abbas para ligar seu transponder e prosseguir viagem sobre o Golfo P&eacute;rsico, em um voo de rotina pelo corredor a&eacute;reo comercial Amber 59, uma pista com 32 km de largura em linha reta, para o aeroporto de destino em Dubai.
A 4.300 metros de altitude, em um voo simples e padr&atilde;o de curta dist&acirc;ncia, o avi&atilde;o transmitia o c&oacute;digo squawk correto t&iacute;pico de uma aeronave civil, e mantinha contato de r&aacute;dio em ingl&ecirc;s com as instala&ccedil;&otilde;es apropriadas de controle de tr&aacute;fego a&eacute;reo. N&atilde;o tinha como ela ser confundida com o inimigo, mas mesmo assim foi.
<h2>10h54: a explos&atilde;o</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Stuff.co&nbsp;" data-fonte-url="https://resources.stuff.co.nz/content/dam/images/1/y/o/f/c/c/image.related.StuffLandscapeThreeByTwo.1464x976.1yobgo.png/1578616036157.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31131101771136.jpg" alt="(Fonte: Stuff.co/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Stuff.co/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Agrave;s 10h47, o USS Vincennes captou em seu radar a presen&ccedil;a do Airbus A300 e, dois minutos depois, emitiu um sinal pedindo para se identificar. &Agrave;s 10h51, outro aviso foi emitido, com a Marinha alegando que alertou o avi&atilde;o por sete vezes, das quais tr&ecirc;s foram por um canal civil e quatro por um canal militar. Vale ressaltar, por&eacute;m, que, mais tarde, a Marinha tamb&eacute;m disse que o avi&atilde;o come&ccedil;ou a descer, mas isso foi desmentido.
Ap&oacute;s esses avisos sem resposta, &agrave;s 10h51, o voo da Ir&atilde; Air foi declarado hostil. Em 3 minutos, a Marinha dos EUA disparou dois m&iacute;sseis terra-ar SM-2MR pelo cruzador USS Vincennes.
&Agrave;s 10h54, o voo 655 da Ir&atilde; Air foi obliterado no ar, matando todos os 290 passageiros, dos quais 66 eram crian&ccedil;as. Os restos do aparelho ca&iacute;ram na &aacute;gua e nenhum dos navios americanos tentou ajudar ou procurar sobreviventes, mesmo ao detectar o erro fatal.
Alguns corpos foram recuperados do golfo e enterrados sob uma revolta social imensa, com o Ir&atilde; chamando o incidente de &ldquo;massacre b&aacute;rbaro&rdquo;, enquanto o povo cantava &ldquo;morte &agrave; Am&eacute;rica&rdquo; em un&iacute;ssono pelas ruas. A princ&iacute;pio, o Pent&aacute;gono negou qualquer participa&ccedil;&atilde;o no incidente at&eacute; que uma per&iacute;cia mais detalhada revelou o erro da Marinha.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Tampa Bay Times&nbsp;" data-fonte-url="https://www.tampabay.com/resizer/SDVdmAWPUQc29xFcmn0_aIZ2ILY=/1200x1200/smart/arc-anglerfish-arc2-prod-tbt.s3.amazonaws.com/public/SVX6ROGH6YI6TJTLIBWI6S7HAY.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31131141827137.jpg" alt="(Fonte: Tampa Bay Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em uma declara&ccedil;&atilde;o, o Departamento de Defesa concluiu que o Ir&atilde; tamb&eacute;m era respons&aacute;vel pela trag&eacute;dia por permitir que uma aeronave civil voasse em uma regi&atilde;o hostil, concluindo que o resultado de qualquer conduta negligente ou culposa n&atilde;o deveria ser atribu&iacute;da apenas ao pessoal da Marinha dos EUA. Foi ressaltado tamb&eacute;m que o aeroporto de onde partiu o voo era usado pelos militares iranianos para ataques.
A reviravolta, no entanto, s&oacute; veio em dezembro daquele ano, quando a Organiza&ccedil;&atilde;o Internacional de Avia&ccedil;&atilde;o Civil, ap&oacute;s uma longa investiga&ccedil;&atilde;o, concluiu que a culpa era dos EUA porque nenhum de seus navios na &aacute;rea tinham o equipamento necess&aacute;rio para escutar as frequ&ecirc;ncias do controle de tr&aacute;fego a&eacute;reo civil, o que teria facilmente identificado o jato de passageiros e impedido a trag&eacute;dia sem precedentes.
Apesar disso, os EUA n&atilde;o aceitaram o erro e apenas lamentaram toda a situa&ccedil;&atilde;o, premiando com a medalha de Legi&atilde;o do M&eacute;rito o capit&atilde;o Will C. Rogers III, respons&aacute;vel por acionar os m&iacute;sseis que destru&iacute;ram a vida de 290 inocentes.

thumb-image-2024-02-29T14:06:47.848Z

Voo 655 Irã Air: quando os EUA derrubaram um avião com 290 civis

Imagem de O massacre de My Lai: o episódio mais violento da Guerra do Vietnã no megacurioso

Em um dos ataques mais brutais do conflito, os soldados dos EUA assassinaram uma aldeia inteira, mesmo sem a presença de um único inimigo

A <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124361-5-detalhes-sobre-a-guerra-do-vietna-que-nao-te-ensinaram.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra do Vietn&atilde;</a> est&aacute; entre aquelas que mais marcaram a hist&oacute;ria. Na manh&atilde; de 16 de mar&ccedil;o de 1968, o tenente Calley e seu pelot&atilde;o foram levados de helic&oacute;ptero para My Lai, uma pequena aldeia situada em Song My, na prov&iacute;ncia de Quang Ngai, no Vietn&atilde;. Eles estavam se preparando para uma a&ccedil;&atilde;o ofensiva contra o 48&ordm; batalh&atilde;o vietcongue, junto com outras tropas dos EUA.
Os norte-americanos acreditavam que o 48&ordm; batalh&atilde;o tinha um acampamento base perto de Song My e que a Companhia Calley enfrentaria uma forte resist&ecirc;ncia, com uma desvantagem num&eacute;rica de mais de dois para um. Fora isso, os vietcongues tinham a vantagem de conhecer o terreno, considerando que os guerrilheiros controlavam a &aacute;rea h&aacute; vinte anos.
No entanto, Calley e seu soldados foram surpreendidos ao entrar em My Lai sem ouvir nenhum tiro, sem encontrar minas ou armadilhas, e sem precisar de morteiros ou apoio direto de artilharia. Em vez disso, o pelot&atilde;o de Calley encontrou apenas idosos desarmados, mulheres, crian&ccedil;as e beb&ecirc;s, que estavam dando in&iacute;cio nas atividades rotineiras daquela manh&atilde;. N&atilde;o havia nenhum soldado do 48&ordm; batalh&atilde;o vietcongue no lugar.
<h2>O Massacre</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/05/ronald-l-haeberle-wikimedia-05150031616231.jpg" alt="Ronald L. Haeberle/Wikimedia" />(Fonte: Ronald L. Haeberle/Wikimedia Commons)
Essa hist&oacute;ria come&ccedil;ou porque a intelig&ecirc;ncia dos EUA sugeriu que o 48&ordm; Batalh&atilde;o estava em My Lai, quando, na verdade, eles estavam bem distantes dali. Em 15 de mar&ccedil;o, o comandante da Charlie Company disse que eles teriam a chance de lutar contra o inimigo. Acreditando que os civis j&aacute; tinham ido embora, ele ordenou que qualquer pessoa encontrada fosse tratada como um inimigo &ndash; e que os&nbsp;soldados poderiam atirar em qualquer coisa que se movesse.
As tropas receberam ordens para destruir planta&ccedil;&otilde;es e edif&iacute;cios, e matar os animais. Quando o restante da companhia chegou, por volta das 7h50, Calley liderou um grupo para o leste de My Lai. Embora n&atilde;o houvesse resist&ecirc;ncia, eles mataram vietnamitas indiscriminadamente.&nbsp;
Na hora seguinte, mulheres, crian&ccedil;as e idosos foram reunidos e mortos a tiros. Soldados americanos tamb&eacute;m cometeram estupros. Outro grupo matou dezenas de pessoas que oravam em um pequeno templo com incenso nas m&atilde;os e os olhos cheios de l&aacute;grimas. Um terceiro grupo praticamente destruiu o vilarejo enquanto atiravam nos sobreviventes. &Agrave;s 9h, Calley ordenou a execu&ccedil;&atilde;o de at&eacute; 150 civis vietnamitas que haviam sido levados at&eacute; uma vala.
Por volta do meio-dia, aproximadamente 500 civis vietnamitas j&aacute; tinham sido assassinados. O Capit&atilde;o Ernest Medina deu ordens para que a Charlie Company fizesse uma pausa para o almo&ccedil;o e relatou a seus superiores que muitos &ldquo;combatentes&rdquo; vietcongues haviam sido neutralizados na opera&ccedil;&atilde;o. Do lado dos EUA, apenas um ferido: um soldado acabou atirando em seu pr&oacute;prio p&eacute; ao tentar consertar uma arma com defeito.
<h2>Os registros hist&oacute;ricos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/28/28190634010352.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ronald L. Haeberle/Wikimedia Commons)
Durante os eventos, o sargento Ronald Haeberle, fot&oacute;grafo do Ex&eacute;rcito dos Estados Unidos que estava com a Charlie Company, tirou fotos para o registro oficial em preto e branco do ex&eacute;rcito. No entanto, ele tamb&eacute;m usou sua c&acirc;mera pessoal para filmar em cores. As imagens em preto e branco mostravam <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124714-mulheres-dos-escombros-heroinas-que-reergueram-a-alemanha-apos-a-2-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">soldados realizando opera&ccedil;&otilde;es</a> t&iacute;picas de busca e destrui&ccedil;&atilde;o, como revistar prisioneiros e propriedades, al&eacute;m de queimar cabanas. Embora essas a&ccedil;&otilde;es fossem contra as diretrizes do comando militar dos EUA, elas n&atilde;o provavam diretamente crimes de guerra.
Por outro lado, as imagens coloridas pessoais de Haeberle, que n&atilde;o foram entregues ao Ex&eacute;rcito, mostravam cenas chocantes de mulheres, crian&ccedil;as e beb&ecirc;s mortos, assim como de um grupo de mulheres e crian&ccedil;as prestes a serem baleados. Essas fotos foram publicadas em revistas e jornais e ajudaram a mobilizar o movimento anti-Guerra do Vietn&atilde; que crescia nos EUA. As imagens se tornaram algumas das mais famosas e ic&ocirc;nicas de guerra.
<h2>Um ato de coragem</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/28/28190326037350.png" alt="Al&eacute;m de ter um papel fundamental no fim do massacre, o piloto Hugh Thompson ainda testemunhou contra os crimes cometidos." />(Fonte:&nbsp;National Archives and Records Administration/Wikimedia Commons)
A&nbsp;carnificina poderia ter sido maior, por&eacute;m, se n&atilde;o fosse a interven&ccedil;&atilde;o de um combatente dos EUA. Durante o massacre em My Lai, o Subtenente e piloto Hugh Thompson estava sobrevoando a &aacute;rea com seu helic&oacute;ptero de reconhecimento em baixa altitude. Ele percebeu o que estava acontecendo ao avistar civis feridos, chegando a sinalizar suas localiza&ccedil;&otilde;es com granadas de fuma&ccedil;a, pedindo que outros helic&oacute;pteros se dirigissem ao local para ajudar na retirada.
No entanto, sua aeronave estava ficando sem combust&iacute;vel. Ap&oacute;s reabastecer, Thompson voltou a My Lai apenas para descobrir que os civis feridos que tinha visto haviam sido mortos. Ele viu ent&atilde;o um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124699-operacao-paperclip-quando-os-eua-trabalharam-com-nazistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esquadr&atilde;o de soldados americanos</a> indo em dire&ccedil;&atilde;o a um grupo de mulheres e crian&ccedil;as, e pousou seu helic&oacute;ptero entre os dois grupos.
Ent&atilde;o, Thompson ordenou que o chefe de equipe Glenn Andreotta e o artilheiro Lawrence Colburn manejassem as suas armas para impedir o avan&ccedil;o dos pr&oacute;prios companheiros, caso desobedecessem &agrave; ordem de cessar-fogo. Enquanto isso, Thompson chamava os civis para seu helic&oacute;ptero para transport&aacute;-los para um local seguro.&nbsp;
Em reconhecimento &agrave; tal ato e coragem que demonstraram, Thompson, Colburn e Andreotta receberam a Medalha do Soldado em 1998, mesmo n&atilde;o entrando em combate direto com o inimigo e que tenham apontado suas armas contra os pr&oacute;prios colegas.
<h2>Consequ&ecirc;ncias</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/04/ronald-l-haeberle-04171119579291.jpg" alt="Ronald L. Haeberle" />(Fonte: Ronald L. Haeberle/Wikimedia Commons)
Ap&oacute;s o massacre de My Lai, uma investiga&ccedil;&atilde;o foi aberta e 14 oficiais foram implicados de forma direta ou indireta na opera&ccedil;&atilde;o, incluindo dois generais. No entanto, tr&ecirc;s oficiais, o tenente-coronel Frank A. Barker, o capit&atilde;o Earl Michaels e o tenente Stephen Brooks, j&aacute; haviam falecido antes do in&iacute;cio da investiga&ccedil;&atilde;o.
As implica&ccedil;&otilde;es da opera&ccedil;&atilde;o foram amplamente divulgadas e geraram um grande esc&acirc;ndalo, tanto nos Estados Unidos quanto internacionalmente. O massacre se tornou um s&iacute;mbolo das atrocidades cometidas durante a Guerra do Vietn&atilde; e aumentou ainda mais a oposi&ccedil;&atilde;o ao conflito.&nbsp;
As consequ&ecirc;ncias do massacre de My Lai s&atilde;o sentidas at&eacute; hoje e servem como um lembrete dos horrores da guerra e dos danos causados por uma lideran&ccedil;a militar inadequada.

thumb-image-2024-02-29T14:06:47.312Z

O massacre de My Lai: o episódio mais violento da Guerra do Vietnã

Imagem de Arqueólogos encontram troféus de guerra macabros no Egito antigo no megacurioso

Estudo arqueológico desvenda prática de amputação em inimigos no Egito antigo conhecida como 'Ouro de Honra'

<head></head><body>Arqueólogos encontraram 12 mãos decepadas em um antigo palácio no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124815-pesquisadores-brasileiros-recriam-rosto-de-homem-que-viveu-ha-30-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Egito</a>, fornecendo a primeira evidência direta de uma prática cruel conhecida como "Gold of Honor" ("Ouro de Honra" em tradução literal). Essa cerimônia envolvia o desmembramento público de guerreiros inimigos e as partes decepadas do corpo eram exibidas como troféus.&nbsp;As evidências foram achadas em um pátio em frente à sala do trono do local, que foi construído pelos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118488-possivel-elo-perdido-do-alfabeto-foi-descoberto-em-israel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hicsos</a> entre 1640 e 1530 a.C. Este povo, originário da Ásia ocidental, estabeleceu uma dinastia no país, e acredita-se que foram eles que introduziram o costume de cortar a mão direita dos soldados inimigos.&nbsp;Governantes futuros teriam mantido essa tradição, com inscrições em tumbas “retratando consistentemente a contagem de mãos no campo de batalha após grandes batalhas”.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/05/05114302949131.jpg" alt="(Fonte: Scientific Reports - Julia Gresky/Reprodução)">(Fonte: Scientific Reports - Julia Gresky/Reprodução)O fato de que apenas os membros direitos foram identificados no palácio apoia a teoria de que foram removidos durante um ritual de “tomada de troféus”, e não como punição por um crime. Os pesquisadores acreditam que 11 foram cortados de homens adultos, enquanto um parece ter pertencido a uma inimiga. Isso “pode indicar que as mulheres e a guerra não existiam em mundos separados”.Embora não esteja claro se as vítimas estavam vivas ou mortas no momento da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124391-a-historia-perturbadora-das-amputacoes-ao-longo-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">amputação</a>, foi observado que todas as mãos foram depositadas com a palma para baixo e “com os dedos abertos”. Os autores do estudo estão confiantes de que as partes “foram oferecidas como tributos como parte de um evento público que aconteceu no palácio”.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/05/05114601960136.jpg" alt="(Fonte: Scientific Reports - Julia Gresky/Reprodução)">(Fonte: Scientific Reports - Julia Gresky/Reprodução)A prática de amputar os inimigos os deixava eternamente incapacitados, de acordo com a visão egípcia religiosa da vida após a morte, na qual a integridade corporal era considerada vital para a sobrevivência. Por esse motivo, as inscrições nas tumbas que retratam suas guerras geralmente apresentam “pilhas de cabeças, orelhas e órgãos genitais decepados”.Os pesquisadores dizem que suas descobertas “fornecem a primeira evidência bioarqueológica direta para a cerimônia do ‘Ouro de Honra’ realizada em frente ao palácio do rei, e contribuem significativamente para o debate sobre a reconstrução dessa cerimônia”. Embora esse tipo de prática seja conhecido a partir de inscrições e relevos de túmulos ou templos do Novo Império em diante, esta é a primeira vez que evidências físicas foram usadas para aprender mais sobre o procedimento e os indivíduos cujas mãos foram tomadas.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:47.751Z

Arqueólogos encontram troféus de guerra macabros no Egito antigo

Imagem de 5 fatos sobre a Revolução Americana que não te contaram na escola no megacurioso

A Revolução Americana foi o movimento que levou à proclamação da independência dos Estados Unidos

<head></head><body>Na história dos Estados Unidos, a Revolução Americana é um marco fundamental à formação do país, bem como preponderante no cenário global, até então recheado de grandes colônias por todo o continente. Mesmo que muito estudada, determinados aspectos históricos desse momento são pouco abordados, quando não negligenciados de forma consciente.Para oferecer a você, leitor, uma visão mais ampla sobre esse importante momento, elaboramos uma lista com detalhes nem sempre explicados sobre a revolução. É interessante notar que certos aspectos aqui citados podem ajudar a explicar a sociedade norte-americana atual. Confira.<h2>1. O impacto sobre os indígenas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/28/28080627511004.png" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Nos Estados Unidos, a relação com os povos originários é bastante controversa até os dias atuais - e muito mais complexa do que no Brasil, por exemplo. O que pouco se fala é da importância que os diversos nativos norte-americanos tiveram para que o país se tornasse independente da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122342-ingles-x-britanico-qual-e-a-diferenca-entre-aos-termos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grã-Bretanha</a>.Assim como em todas as nações da América, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118460-onde-vivem-os-indigenas-brasileiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">indígenas</a> estavam dispersos em centenas de tribos, muitas sem contato entre si. Todavia, mesmo entre um mesmo povo, havia divergências sobre quem deveriam apoiar, o que pode levar a crer que se mantiveram apartados do conflito.Na realidade, muitas tribos desempenharam papel importante nas batalhas, de ambos os lados. Porém, o impacto foi gigantesco para todos, independente do lado que estivessem, com perdas de terras e de sua própria soberania.<h2>2. Colonos tentaram inicialmente a diplomacia</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d4/First_continental_Congress_at_Prayer.jpg/640px-First_continental_Congress_at_Prayer.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/28/28080912534005.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Antes de um conflito armado, os colonos desejavam resolver o conflito com o governo britânico de modo pacífico. É importante ter em mente que a Revolução Americana foi coordenada pela burguesia colonial, dando contornos financeiros aos incômodos com a Grã-Bretanha.Por duas vezes, integrantes das 13 colônias se reuniram na Filadélfia para discutir medidas diplomáticas no trato com os britânicos. Elas envolveram, inicialmente, boicotes a produtos vindos de seus colonizadores. É no segundo congresso em que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119978-thomas-jefferson-e-sua-contraditoria-relacao-com-a-escravidao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Declaração da Independência dos Estados Unidos</a> é redigida.<h2>3. Os norte-americanos tiveram muitos aliados</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/28/28081204390006.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)A burguesia colonial teve muitos apoios durante a Revolução Americana, em especial da França, Espanha e Holanda, rivais do Império Britânico. E esse apoio não foi, necessariamente, bélico.Os franceses, por exemplo, davam aval para que navios vindos dos Estados Unidos vendessem seus produtos, inclusive para eles. Já os espanhóis emprestavam dinheiro aos colonos, de modo a lidar com sanções impostas pelos britânicos. O envolvimento holandês, assim como o francês, também passou pela comercialização de produtos.<h2>4. Atuação feminina foi ativa</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/28/28081433106009.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Outro aspecto negligenciado da Revolução Americana é a participação feminina. Mesmo sem direito a voto, ou de participar dos congressos, as mulheres tiveram papel significativo na luta pela independência. Muitas delas estavam envolvidas nos atos de protesto e nos boicotes aos produtos vindos da Grã-Bretanha.Em outros momentos, agiam como espiãs, contrabandeando suprimentos ou mesmo trabalhando como enfermeiras. Por fim, e não menos importantes, nomes como Deborah Sampson participaram ativamente da luta armada, ainda que algumas precisassem se disfarçar de homens — como no caso de Deborah.<h2>5. Inspirou outras independências</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/28/28082708836012.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)O <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121817-conheca-os-5-filosofos-iluministas-mais-influentes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pensamento iluminista</a> se espalhava pelo mundo. Suas ideias e ideais, como a liberdade e a democracia, estavam intimamente ligadas aos movimentos pela independência norte-americana, resultado da Revolução Americana. Acontece que o sucesso do movimento nos Estados Unidos não deixou de ser notado em outros lugares do globo.Outras colônias, ao notarem que era possível desafiar o domínio das monarquias europeias e obter suas independências, assim o fizeram. O mesmo no caso da instalação da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120949-5-enganos-historicos-sobre-a-revolucao-francesa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">república</a> em certos países. Casos emblemáticos envolvem os franceses, os haitianos e nós, brasileiros.É importante frisar que, em todos os casos, haviam fatores locais próprios que motivavam o interesse por independência, mas é inegável o papel da Revolução Americana em demonstrar que era possível questionar a estruturas políticas da época e ter sucesso em sua missão.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:46.983Z

5 fatos sobre a Revolução Americana que não te contaram na escola

Imagem de Pueblo Revolt: a luta que forçou os espanhóis a saírem do México no megacurioso

Em 1680, um curandeiro chamado Po'pay liderou a revolta nativa mais bem-sucedida da história norte-americana

<head></head><body>A história humana é moldada por diversos conflitos armados pelos séculos, sendo alguns mais conhecidos que outros. No entanto, uma história bem curiosa e pouco falada dentro desse segmento é a Pueblo Revolt, ou a Revolta de Pueblo, a primeira revolução americana que viu os povos indígenas do Novo México expulsarem com sucesso os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/105841-os-astecas-achavam-mesmo-que-os-colonizadores-espanhois-eram-deuses.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">colonizadores espanhóis</a> de suas terras.A população de Pueblo foi dominada pelo regime opressivo espanhol por diversos anos, o que causou um desgaste muito grande entre os povos nativos. Os colonos católicos eram conhecidos por forçá-los a se converterem de suas religiões nativas e os puniam brutalmente se recusassem. Conheça mais sobre esse evento histórico nos próximos parágrafos!<h2>Opressão espanhola</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29003939898001.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Em 1598, os conquistadores espanhóis colocaram seus pés pela primeira vez no Novo México, que hoje é um dos 50 estados dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124200-5-bizarrices-que-os-norte-americanos-acreditam-segundo-pesquisas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Estados Unidos da América</a> (EUA). Não demorou muito para que eles descobrissem que o povo Pueblo já vivia na área, o que não impediu em nada as tentativas de assumir controle do território.Segundo historiadores, os espanhóis passaram a escravizar homens e mulheres nativos e forçá-los a praticar o cristianismo. As práticas religiosas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118460-onde-vivem-os-indigenas-brasileiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">indígenas</a> tradicionais foram completamente proibidas, com punição pública para quem resistisse. Foi assim que o povo Pueblo teve seus fossos cerimoniais queimados e objetos sagrados destruídos.&nbsp;Os colonizadores também foram responsáveis por levar inúmeras doenças para a região, como a varíola, sarampo e tifo, que mataram milhares de pessoas. A humilhação e opressão perdurou décadas, criando condições maduras para uma rebelião. Porém, a situação estourou de verdade quando um homem santo chamado Po'pay foi preso, em 1678.<h2>A importância de Po'pay</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29004009191002.jpg" alt="(Fonte: Fred Kabotie/Museu de Arte e Cultura Indígena/Reprodução)">(Fonte: Fred Kabotie/Museu de Arte e Cultura Indígena/Reprodução)Em meados da década de 1670, 47 pessoas de Pueblo foram presos por praticar feitiçaria após se recusarem a se converter ao cristianismo. Três deles foram enforcados e o resto foi açoitado publicamente. Entre eles estava Po'pay, um curandeiro e capitão de guerra da tribo Ohkay Owingeh.&nbsp;Durante quatro anos, Po'pay conspirou em segredo na aldeia de Taos Pueblo, tendo até mesmo matado seu próprio genro quando suspeitou que ele falava da rebelião para outras pessoas. Ele também foi responsável por reunir líderes de diversas tribos, incluindo algumas que estavam localizadas a muitos quilômetros de distância.No dia 10 de agosto de 1680, a batalha começou. O povo de Pueblo decidiu atacar os colonizadores em conjunto, fazendo de tudo que tinham em mãos para se livrar do domínio espanhol — roubar cavalos, saquear empresas, bloquear estradas e vandalizar igrejas.Em 11 dias, mais de 400 espanhóis morreram, incluindo 21 padres. Outros 2 mil decidiram fugir da área, não retornando por 12 anos. A revolta foi vista como bem-sucedida e as comemorações envolveram a destruição de mais igrejas e anulação de todos os casamentos cristãos ocorridos durante o regime. A luta nativa norte-americana não só deu fim a anos de muita tortura, mas também criou condições para que a cultura de Pueblo pudesse continuar prosperando.&nbsp;</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:46.907Z

Pueblo Revolt: a luta que forçou os espanhóis a saírem do México

Imagem de Homens-toupeira: os "soldados" que ajudaram a definir a 1ª Guerra  no megacurioso

Especialistas em escavação foram cruciais para uma importante vitória das forças aliadas em 1917

Guerras muitas vezes dependem da bravura e ousadia de alguns homens para definirem seus resultados e na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a> as coisas n&atilde;o foram diferentes. Al&eacute;m de todos os soldados que participaram diretamente dos confrontos, h&aacute; um grupo do qual n&atilde;o se fala muito, mas que foi crucial para o lado dos Aliados: os homens-toupeira.
Ok, voc&ecirc; j&aacute; ouviu falar de soldados de infantaria, atiradores de elite e coisas do g&ecirc;nero, mas quem seriam os homens-toupeira?
<ul>
<li>Veja tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119905-como-teria-sido-o-mundo-sem-a-primeira-guerra-mundial.htm#:~:text=Com%20in%C3%ADcio%20em%2028%20de,quais%2010%20milh%C3%B5es%20eram%20civis." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como seria o mundo sem a Primeira Guerra Mundial?</a></li>
</ul>
<h2>Quem foram os homens-toupeira?</h2>
Os homens-toupeira integravam uma unidade conjunta especial formada por escavadores canadenses, australianos, irlandeses e brit&acirc;nicos. A fun&ccedil;&atilde;o desse grupo era basicamente uma: abrir t&uacute;neis por baixo de &aacute;reas das for&ccedil;as inimigas com o intuito de surpreend&ecirc;-los com ataques que muitas vezes envolviam explos&otilde;es.
Esses escavadores foram cruciais para romper um impasse na regi&atilde;o do Ypres, em 1917. Para isso, era preciso tomar as posi&ccedil;&otilde;es elevadas controladas pelos alem&atilde;es e que ofereciam a vantagem de observar como as defesas brit&acirc;nicas estavam posicionadas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/26/26090541756004.jpg" alt="Homens-toupeira chegavam a trabalhar 12 horas por dia e recebiam um sal&aacute;rio que, atualmente, seria o equivalente a US$ 22 - um soldado comum ganhava muito menos que isso. (Fonte: Hist&oacute;ria Militar em Debate/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Homens-toupeira chegavam a trabalhar 12 horas por dia e recebiam um sal&aacute;rio que, atualmente, seria o equivalente a US$ 22 - um soldado comum ganhava muito menos que isso. (Fonte: Hist&oacute;ria Militar em Debate/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi a&iacute; que os escavadores entraram em a&ccedil;&atilde;o. A miss&atilde;o desses homens era cavar um t&uacute;nel por baixo das faixas de terra para tentar criar um caminho que terminasse atr&aacute;s das linhas inimigas. Essa t&aacute;tica, ali&aacute;s, j&aacute; tinha sido usada anteriormente contra os Aliados em 1914. Neste ataque, 10 minas de 50 kg foram detonadas, gerando pavor entre os soldados n&atilde;o apenas pelas centenas de mortes, mas por n&atilde;o saberem exatamente de onde viria o pr&oacute;ximo movimento advers&aacute;rio.
Com uma ideia parecida em mente, os homens-toupeira entraram em a&ccedil;&atilde;o para criar uma ofensiva surpresa na prepara&ccedil;&atilde;o para a batalha de Messines. O objetivo era gerenciar a coloca&ccedil;&atilde;o de 22 po&ccedil;os de minas abaixo das linhas alem&atilde;s e detonar todas no dia 7 de junho de 1917.
Para que esse plano tivesse o resultado esperado, as escava&ccedil;&otilde;es come&ccedil;aram em 1915, mas em nenhum momento foi uma tarefa f&aacute;cil.
"A maioria dos escavadores era de mineiros de carv&atilde;o ou ouro com muita experi&ecirc;ncia em escava&ccedil;&atilde;o. A ideia era passar por baixo das linhas do seu oponente e explodir minas. Foi uma experi&ecirc;ncia muito estressante, especialmente quando voc&ecirc; se aproximava de suas linhas e sabia que o inimigo poderia explodir uma mina perto de seu eixo para destru&iacute;-la", explicou Ian McGibbon, ex-editor geral do Minist&eacute;rio da Cultura e Patrim&ocirc;nio da Nova Zel&acirc;ndia e co-editor da Grande Guerra da Nova Zel&acirc;ndia: Nova Zel&acirc;ndia, os Aliados e A Primeira Guerra Mundial.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/26/26085227028002.jpg" alt="Uma das crateras criadas pela ofensiva dos Aliados durante os confrontos em Messines. (Fonte: Simon Jones Historian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Uma das crateras criadas pela ofensiva dos Aliados durante os confrontos em Messines. (Fonte: Simon Jones Historian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Colocando o plano em pr&aacute;tica</h2>
Um detalhe curioso em toda essa hist&oacute;ria &eacute; que esses homens n&atilde;o utilizavam picaretas ou coisas do g&ecirc;nero para escavar os t&uacute;neis. Em vez disso, eles se apoiavam em cruzes de madeira presas entre toras de madeira e cavar utilizando uma p&aacute; que removia a terra com as for&ccedil;as dos p&eacute;s - m&eacute;todo conhecido como Clay Kicking.
Por mais que essa ideia possa parecer maluca, esse m&eacute;todo permitia cavar em uma velocidade muito maior se comparado aos meios convencionais. O processo todo funcionava assim: enquanto uma pessoa cavava, um segundo parceiro era respons&aacute;vel por recolher os sedimentos em sacos e repass&aacute;-los para uma terceira pessoa, que carregava esses sacos para fora utilizando um carrinho.
Entretanto, o ex&eacute;rcito inimigo tamb&eacute;m estava de olho em t&eacute;cnicas parecidas, e utilizou escavadores para criar um caminho pelo outro lado. Dessa forma, sempre havia a tens&atilde;o de abrir um buraco ao mesmo tempo que o advers&aacute;rio e acabar entrando em um confronto que s&oacute; terminaria com a morte dos mineiros do outro grupo.
Com o passar do tempo, os homens-toupeira tamb&eacute;m encontraram em seu caminho outro problema: gases venenosos que causavam envenenamento por mon&oacute;xido de carbono. Muitos desses bravos "combatentes" morrerem dessa forma, e para tentar se prevenir alguns deles come&ccedil;aram a levar can&aacute;rios para os t&uacute;neis. Como eles eram afetados pelo mon&oacute;xido de carbono primeiro, isso daria aos trabalhadores uma chance de correr para salvar suas vidas.
Mesmo com esses perigos, os trabalhadores conseguiram cumprir a miss&atilde;o de cavar todos os t&uacute;neis previstos abaixo das linhas do front alem&atilde;o, sendo que alguns deles ficavam a 38 metros de profundidade e tinham mais de 610 metros de extens&atilde;o. Todos esses buracos foram preenchidos com explosivos posteriormente &mdash; 500 toneladas para ser mais exato.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/26/26085454986003.jpg" alt="Um dos bunkers alem&atilde;o que foi destru&iacute;do ap&oacute;s a detona&ccedil;&atilde;o das minas que estavam no subsolo durante a batalha do Messines. (Fonte: Simon Jones Historian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Um dos bunkers alem&atilde;o que foi destru&iacute;do ap&oacute;s a detona&ccedil;&atilde;o das minas que estavam no subsolo durante a batalha do Messines. (Fonte: Simon Jones Historian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi ent&atilde;o que, na madrugada do dia 7 de junho, as minas foram detonadas com intervalos de 20 segundos entre uma e outra. A for&ccedil;a dessa explos&atilde;o era tanta que os corpos dos soldados alem&atilde;es foram lan&ccedil;ados para o ar sem muito esfor&ccedil;o, e aqueles que n&atilde;o morreram pela explos&atilde;o acabaram soterrados ou feridos.&nbsp;
Estima-se que 10 mil soldados alem&atilde;es tenham morrido nesse ataque, e outros 7.200 ficaram feridos. Ali&aacute;s, a explos&atilde;o causada por essas minas foi t&atilde;o grande que podia ser ouvida &agrave; grandes dist&acirc;ncias, sendo superado apenas pela grande explos&atilde;o das <a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/37427-conheca-a-historia-da-mais-poderosa-bomba-nuclear-ja-criada-pela-humanidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bombas nucleares</a> na Segunda Guerra Mundial.
Dessa forma, os homens-toupeira, que em sua maioria eram baixinhos e n&atilde;o recebiam nenhum treinamento de batalha, mostraram seu valor para uma das vit&oacute;rias mais importantes dos Aliados na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/106240-13-curiosidades-sobre-a-primeira-guerra-mundial-que-voce-talvez-desconheca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a> - afinal, com esse ataque subterr&acirc;neo os soldados brit&acirc;nicos dominaram as colinas de Messines rapidamente e puderam avan&ccedil;ar em sua estrat&eacute;gia ofensiva.

thumb-image-2024-02-29T14:06:46.484Z

Homens-toupeira: os 'soldados' que ajudaram a definir a 1ª Guerra 

Imagem de Mulheres dos escombros: heroínas que reergueram a Alemanha após a 2ª Guerra no megacurioso

Trabalhando arduamente para ganhar pouco, essas mulheres ajudaram a reconstruir a Alemanha destruída após a Segunda Guerra

<head></head><body>Durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123951-como-a-segunda-guerra-mundial-criou-um-dos-refrigerantes-mais-populares.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, a Alemanha <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121119-o-experimento-nazista-que-raptava-criancas-em-busca-da-raca-superior.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nazista</a> foi palco de um dos conflitos mais destrutivos da história da humanidade, recebendo diversos bombardeios dos Aliados que deixaram em ruínas milhares de construções em 62 cidades.Quando o confronto finalmente acabou, o país estava completamente arrasado, repleto de casas destruídas e estruturas — como pontes e estradas — devastadas, e o pior de tudo: sem a mão de obra necessária para o trabalho de reconstrução, afinal 15 milhões de homens haviam sido mortos ou capturados pelos inimigos.Foi então que surgiram as Trümmerfrauen, termo em alemão que pode ser traduzido literalmente para "mulheres dos escombros", uma referência direta ao trabalho feito por aquelas que eram contratadas ou até mesmo obrigadas a auxiliar a reerguer a nação em colapso.<h2>Sustento e obrigação</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/22/22211852358002.jpg" alt="(Fonte: Deutsche Fotothek/Wikimedia Commons/Reprodução)">(Fonte: Deutsche Fotothek/Wikimedia Commons/Reprodução)Durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra</a>, o recolhimento de escombros após bombardeios era realizado por indivíduos encarcerados nos campos de concentração, mas com a rendição dos nazistas, os Aliados ocupando a Alemanha passaram a recrutar mulheres de 15 a 50 anos para assumir esse papel, removendo em 1946 até mesmo medidas trabalhistas restritivas que as protegiam.No começo, a organização era precária e ineficiente, e as trabalhadoras tinham que realizar suas tarefas sem ajuda de maquinários e, em alguns casos, sem itens importantes, como luvas para proteger suas mãos. O trabalho era árduo, e envolveu a remoção de 500 milhões de metros cúbicos de detritos, uma quantidade que poderia ser utilizada para firmar 150 pirâmides de Gizé, além da limpeza das vias e até a reconstrução completa de edifícios.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/22/22212022059003.jpg" alt="(Fonte: Deutsche Fotothek/Wikimedia Commons/Reprodução)">(Fonte: Deutsche Fotothek/Wikimedia Commons/Reprodução)"Lembro que você podia caminhar pela rua Hohe Strasse praticamente em uma massa de rochas tão alta quanto um primeiro andar. Fui posicionada no distrito de Ehrenfeld e tive que carregar escombros com uma pá para pequenos vagões o dia todo. Os destroços eram então colocados em caminhões e levados embora", explicou Käthe Lindlar, que serviu como uma mulher dos escombros na região de Colônia.Porém, ao contrário do que se imagina, a motivação dessas trabalhadoras não estava ligada a um sentimento de patriotismo ou obrigação. O serviço era árduo e mal remunerado, mas elas o aceitaram devido a uma das necessidades mais básicas de qualquer humano: a fome.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/22/22212230790004.jpg" alt="(Fonte: Arquivos Federais Alemães/Wikimedia Commons/Reprodução)">(Fonte: Arquivos Federais Alemães/Wikimedia Commons/Reprodução)Com uma situação tão precária na qual todos estavam batalhando para sobreviver, o alimento era extremamente racionado, com pessoas passando horas na fila para conseguir um pouco de pão e manteiga, correndo ainda o risco de acabar sem nada. &nbsp;Em um ambiente como esse, aqueles que realizassem tarefas mais extenuantes recebiam mais bilhetes de rações, então, para muitas, era uma simples questão de necessidade.Contudo, nem todas estavam preocupadas com seu sustento, com algumas mulheres dos escombros sendo antigas funcionárias do partido <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124004-por-que-muitos-nazistas-fugiram-para-paises-da-america-do-sul.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nazista</a> obrigadas pelos Aliados ao trabalho forçado, e outras eram estudantes que não poderiam se inscrever na universidade sem antes cumprir um papel na reconstrução do país.Depois de um tempo, empresas passaram a ser contratadas para cuidar da limpeza dos escombros, com muitas das mulheres que trabalharam na primeira parte dessa árdua empreitada sendo contratadas para continuar o processo.<h2>Conflitos de valores</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/22/22212450633005.jpg" alt="(Fonte: Arquivos Federais Alemães/Wikimedia Commons/Reprodução)">(Fonte: Arquivos Federais Alemães/Wikimedia Commons/Reprodução)Com a necessidade de cuidar de sua família e filhos, e o trabalho reconstruindo as cidades bombardeadas, as alemãs passaram a se tornar mais independentes e autoconfiantes, o que foi um problema para os homens que puderam finalmente voltar para casa no pós-guerra, pois muitas de suas companheiras já não se encaixavam na imagem tradicional de dona do lar.Isso levou a um aumento de duas a três vezes na taxa de divórcios no final da década de 1940, porque vários maridos não conseguiam aceitar essa mudança radical no comportamento de suas esposas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/22/22212709227006.jpg" alt="(Fonte: Deutsche Fotothek/Wikimedia Commons/Reprodução)">(Fonte: Deutsche Fotothek/Wikimedia Commons/Reprodução)Esse conflito de valores juntamente com o cansaço das árduas tarefas levaram diversas simplesmente a desistir da função e voltar ao seu papel tradicional."Muitas mulheres certamente não tinham força e energia para lidar com os homens e lutar de outra forma para se afirmarem. É assim que eu explicaria o fato de parte dessas mulheres autoconfiantes mais uma vez terem atendido aos desejos de seus maridos, porque os tempos eram difíceis e elas queriam acabar com esses tempos difíceis", explicou Bettina Bab, historiadora especializada na história das mulheres no pós-guerra.<h2>Realidade transformada em lenda</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/22/22212911246007.jpg" alt="(Fonte: Deutsche Fotothek/Wikimedia Commons/Reprodução)">(Fonte: Deutsche Fotothek/Wikimedia Commons/Reprodução)As mulheres dos escombros se tornaram um símbolo de heroísmo na Alemanha, com diversas estátuas erguidas em cidades nas quais elas auxiliaram na reconstrução."Colônia como a conhecemos hoje não teria sido possível sem as Trümmerfrauen. Foi realmente uma conquista inacreditável", disse Josef Müller, um dos prefeitos de Colônia, que também era filho de uma dessas trabalhadoras.Mas para alguns estudiosos, incluindo a historiadora Leonie Trebe, a realidade das Trümmerfrauen foi ampliada como uma campanha de mídia do governo. Mesmo reconhecendo o papel importante que elas desempenharam, eles acreditam que a história se tornou mais elaborada para trazer um sentimento de heroísmo."Em Berlim, cerca de 60 mil mulheres participaram da retirada dos escombros. Esta é apenas uma parte do total de mulheres que moravam no local naquela época. Embora seja verdade que muitos homens haviam morrido e outros estavam presos, a realidade é que, na Alemanha, muitos também participaram dessa reconstrução. O Conselho Aliado contratou empresas dirigidas por homens para fazer esse trabalho", explicou Trebe.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/22/22213208413008.jpg" alt="Estátua em Desdren em homenagem às mulheres dos escombros. (Fonte: Getty Images/Reprodução)">Estátua em Desdren em homenagem às mulheres dos escombros. (Fonte: Getty Images/Reprodução)Aumentada ou não, a história dessas trabalhadoras é um exemplo de como as mulheres tiveram um papel importante na reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial, merecendo todo o reconhecimento pelo trabalho árduo para sobreviver a tempos assustadores e reconstruir uma nação.</body>

Guerras

Novidades