Arqueólogos encontram troféus de guerra macabros no Egito antigo

06/04/2023 às 09:002 min de leitura

Arqueólogos encontraram 12 mãos decepadas em um antigo palácio no Egito, fornecendo a primeira evidência direta de uma prática cruel conhecida como "Gold of Honor" ("Ouro de Honra" em tradução literal). Essa cerimônia envolvia o desmembramento público de guerreiros inimigos e as partes decepadas do corpo eram exibidas como troféus. 

As evidências foram achadas em um pátio em frente à sala do trono do local, que foi construído pelos hicsos entre 1640 e 1530 a.C. Este povo, originário da Ásia ocidental, estabeleceu uma dinastia no país, e acredita-se que foram eles que introduziram o costume de cortar a mão direita dos soldados inimigos. 

Governantes futuros teriam mantido essa tradição, com inscrições em tumbas “retratando consistentemente a contagem de mãos no campo de batalha após grandes batalhas”.

(Fonte: Scientific Reports - Julia Gresky/Reprodução)(Fonte: Scientific Reports - Julia Gresky/Reprodução)

O fato de que apenas os membros direitos foram identificados no palácio apoia a teoria de que foram removidos durante um ritual de “tomada de troféus”, e não como punição por um crime. Os pesquisadores acreditam que 11 foram cortados de homens adultos, enquanto um parece ter pertencido a uma inimiga. Isso “pode indicar que as mulheres e a guerra não existiam em mundos separados”.

Embora não esteja claro se as vítimas estavam vivas ou mortas no momento da amputação, foi observado que todas as mãos foram depositadas com a palma para baixo e “com os dedos abertos”. Os autores do estudo estão confiantes de que as partes “foram oferecidas como tributos como parte de um evento público que aconteceu no palácio”.

(Fonte: Scientific Reports - Julia Gresky/Reprodução)(Fonte: Scientific Reports - Julia Gresky/Reprodução)

A prática de amputar os inimigos os deixava eternamente incapacitados, de acordo com a visão egípcia religiosa da vida após a morte, na qual a integridade corporal era considerada vital para a sobrevivência. Por esse motivo, as inscrições nas tumbas que retratam suas guerras geralmente apresentam “pilhas de cabeças, orelhas e órgãos genitais decepados”.

Os pesquisadores dizem que suas descobertas “fornecem a primeira evidência bioarqueológica direta para a cerimônia do ‘Ouro de Honra’ realizada em frente ao palácio do rei, e contribuem significativamente para o debate sobre a reconstrução dessa cerimônia”. Embora esse tipo de prática seja conhecido a partir de inscrições e relevos de túmulos ou templos do Novo Império em diante, esta é a primeira vez que evidências físicas foram usadas para aprender mais sobre o procedimento e os indivíduos cujas mãos foram tomadas.

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