Imagem de Exposição sobre Egito Antigo do CCBB de SP está disponível online no megacurioso

O material da exposição do CCBB sobre o Egito Antigo, interrompida pela quarentena, pode ser acessado pela internet

A pandemia do novo coronav&iacute;rus alterou a rotina e o modo de viver da sociedade pelo mundo todo. Entre as mudan&ccedil;as est&aacute; a forma de ter acesso &agrave; cultura e ao material de museus, por exemplo. Por isso, o Centro Cultural Banco do Brasil de S&atilde;o Paulo (CCBB-SP) disponibilizou diversos conte&uacute;dos sobre a exposi&ccedil;&atilde;o Egito Antigo: do cotidiano &agrave; eternidade para serem acessados pela internet.
A mostra &eacute; a mais recente do CCBB e havia estreado no dia 19 de fevereiro deste ano com bastante sucesso. Por&eacute;m, por consequ&ecirc;ncia do surto de coronav&iacute;rus, o museu teve que fechar suas portas para os visitantes durante a pandemia.
<h2>A solu&ccedil;&atilde;o</h2>
Para permitir que as pessoas pudessem continuar conferindo a exposi&ccedil;&atilde;o, o CCBB disponibilizou v&aacute;rios materiais da exposi&ccedil;&atilde;o na internet. O intuito era trazer para as pessoas um pouco de distra&ccedil;&atilde;o e cultura durante o per&iacute;odo de quarentena e isolamento f&iacute;sico. Foram liberados um webinar, o cat&aacute;logo oficial da exposi&ccedil;&atilde;o, um curso online, um tour e, tamb&eacute;m, um material especial para as crian&ccedil;as.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/13/13142718846161.jpg" alt="(Fonte: Pexels)" />(Fonte: Pexels)
<h3>Webinar e cat&aacute;logo oficial da exposi&ccedil;&atilde;o</h3>
O webinar &eacute; uma esp&eacute;cie de palestra online com v&aacute;rias respostas e curiosidades para as d&uacute;vidas mais comuns das pessoas que come&ccedil;am a criar interesse pela hist&oacute;ria do Egito Antigo. Neste, que foi colocado no YouTube, Pieter Tjabbes responde perguntas sobre a import&acirc;ncia do passado eg&iacute;pcio e sobre as pe&ccedil;as presentes na exposi&ccedil;&atilde;o.
Al&eacute;m de conseguir assistir o webinar (que est&aacute; abaixo), &eacute; poss&iacute;vel acessar a apresenta&ccedil;&atilde;o feita pelo especialista em Hist&oacute;ria da Arte clicando <a href="https://drive.google.com/file/d/1lEKJAwxh5UWm411uJn9dYRiqycic16CR/view" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aqui</a>.
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/OoYyeR12LTk" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Para completar a absor&ccedil;&atilde;o de informa&ccedil;&otilde;es, uma esp&eacute;cie de revista online com todas as informa&ccedil;&otilde;es sobre a exposi&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m foi disponibilizada pelo pessoal do CCBB. O <a href="https://drive.google.com/file/d/10coTrV0_-UiffUoGUPSc1uYwhYLZlWKW/view" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cat&aacute;logo de Egito Antigo: do cotidiano &agrave; eternidade</a>&nbsp;tem mais de 100 p&aacute;ginas com imagens, informa&ccedil;&otilde;es e muita hist&oacute;ria de tudo que estava exposto fisicamente.
<h3>Curso online, tour e material especial para crian&ccedil;as</h3>
As pessoas que ainda tiverem curiosidades sobre o Egito Antigo poder&atilde;o, tamb&eacute;m, fazer um curso sobre as Pir&acirc;mides de Giz&eacute;. O curso, que se chama <a href="https://online-learning.harvard.edu/course/pyramids-giza-ancient-egyptian-art-and-archaeology" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pir&acirc;mides de Giz&eacute;: Arte antiga do Egito e arqueologia</a>, &eacute; gratuito e oferecido pela Universidade de Harvard, uma das mais renomadas dos Estados Unidos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/13/13142606753160.jpg" alt="(Fonte: Pexels)" />(Fonte: Pexels)
Al&eacute;m disso, &eacute; poss&iacute;vel fazer um tour online e virtual pelas pir&acirc;mides do Egito e, para as crian&ccedil;as, foram disponibilizados textos explicativos e atividades estimulantes. Dentre os materiais online tamb&eacute;m h&aacute; conte&uacute;do em <a href="https://www.musea.art.br/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Libras, audiodescri&ccedil;&atilde;o e audioguias</a>, dispon&iacute;veis no app da Musea.

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Exposição sobre Egito Antigo do CCBB de SP está disponível online

Imagem de Santuário medieval é descoberto por acidente na Inglaterra no megacurioso

Trabalhadores ferroviários encontraram o local enquanto trabalhavam próximos de Guildford, a 40 km de Londres

Enquanto trabalhavam em uma ferrovia, trabalhadores encontraram uma caverna que abriga um santu&aacute;rio medieval. De acordo com o jornal The Telegraph, que noticiou o caso, a constru&ccedil;&atilde;o pode ter sido feita no s&eacute;culo XIV.
Os ferrovi&aacute;rios estavam fazendo uma limpeza do t&uacute;nel que liga as cidades de Guildford e Portsmouth ap&oacute;s um deslizamento que aconteceu no local. Durante o expediente, acabaram encontrando rastros de uma constru&ccedil;&atilde;o antiga.
"A caverna continha o que pareciam ser santu&aacute;rios ou nichos decorativos, al&eacute;m de iniciais esculpidas e outras marcas", contou para o jornal o porta-voz da Archaeology South East. o bra&ccedil;o comercial do Instituto de Arqueologia do Col&eacute;gio Universit&aacute;rio de Londres.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/09/09163216999003.jpg" alt="Caverna encontrada por trabalhadores ferrovi&aacute;ria escondia Santu&aacute;rio constru&iacute;do no s&eacute;culo XIV" />Caverna encontrada por trabalhadores ferrovi&aacute;ria escondia Santu&aacute;rio constru&iacute;do no s&eacute;culo XIV
<h2>Santu&aacute;rio misterioso</h2>
Outros detalhes tamb&eacute;m foram vistos pelos pesquisadores que realizaram uma investiga&ccedil;&atilde;o: o teto da constru&ccedil;&atilde;o estava coberto por uma poeira preta, que pode ter sido causada pela fuligem emitida pelos lampi&otilde;es e tochas dos fi&eacute;is que passavam pelo local.
Essa fuligem ser&aacute; analisada pela equipe de pesquisa, j&aacute; que pode dar pistas sobre quem utilizava o santu&aacute;rio e para qual finalidade ele foi constru&iacute;do, al&eacute;m de fornecer outras informa&ccedil;&otilde;es sobre o local.
A ideia mais apoiada &eacute; de que ele possa ter sido uma constru&ccedil;&atilde;o para a realiza&ccedil;&atilde;o de rituais religiosos, j&aacute; que outros santu&aacute;rios importantes tamb&eacute;m foram constru&iacute;dos durante o s&eacute;culo XIV.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/09/09181120059093.jpeg" alt="Entrada do t&uacute;nel que abriga antigo santu&aacute;rio medieval" />Entrada do t&uacute;nel que abriga antigo santu&aacute;rio medieval&nbsp;&nbsp;

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Santuário medieval é descoberto por acidente na Inglaterra

Imagem de Arqueólogos encontram sinais de cirurgia cerebral na Grécia Antiga no megacurioso

Os pesquisadores encontraram 10 restos de esqueletos e um dos crânios possui evidências de cirurgia cerebral

Por mais que a arqueologia já tenha realizado muitas descobertas, a Grécia antiga ainda possui muitos segredos escondidos da humanidade. Pesquisadores de Thásos, uma ilha na Grécia, descobriram recentemente 10 restos de esqueletos de arqueiros-lanceiros e de seus parentes. Esta é a primeira descoberta do período protobizantino onde um crânio demonstra evidências concretas de cirurgia cerebral.Pesquisas da Universidade Adelphi mostraram que os esqueletos fizeram parte do Império Romano do Oriente entre os séculos IV e VII d.C.. As pesquisas mostraram, ainda, que os restos pertenciam a seis homens e quatro mulheres, possivelmente da alta classe social.<h2 dir="ltr">O que, de fato, os arqueólogos encontraram?</h2>Além de encontrar os restos de esqueletos, os arqueólogos notaram que os ossos cranianos passaram por cirurgias avançadas. Além disso, também foram identificadas lesões e atividade física em diversas partes dos restos.O antropólogo Anagnostis Agelarakis disse que, além da novidade, também foi observado um conhecimento médico muito avançado para aquela época. “Os casos de trauma muito graves sofridos por homens e mulheres foram tratados cirurgicamente ou ortopedicamente por um médico/cirurgião muito experiente, com grande treinamento em tratamento de trauma. Acreditamos que tenha sido um médico militar”, afirma Agelarakis.Para Agelarakis, a cirurgia demandou um grande esforço do profissional, que aparentemente tentava tratar uma infecção. Isso cria a possibilidade de que o indivíduo — que possivelmente faleceu após o procedimento — fosse alguém muito importante para a região de Paliokastro.&nbsp;O antropólogo ainda afirma que a cirurgia realizada é a mais complexa que já viu em seus 40 anos atuando na ciência antropológica.<h2 dir="ltr">Outras evidências importantes</h2>Em 2019, outra evidência de cirurgia cerebral foi encontrada em um crânio, também da Grécia Antiga. Esta foi encontrada na Turquia e os pesquisadores acreditam que o procedimento foi realizado para o tratamento de uma dor de cabeça.A mesma suposição em relação à classe social foi associada ao crânio grego antigo encontrado na Turquia. "O local do enterro e a arquitetura da igreja monumental funerária, e a construção dos túmulos, são espetaculares", admirou-se Agelarakis.Apesar de serem ossos muitos antigos, os pesquisadores dizem que as lesões e cirurgias trouxeram grandes evidências de que havia assistência médica na região. Além disso, as pesquisas ajudaram a revelar quais habilidades médicas foram utilizadas na época.

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Arqueólogos encontram sinais de cirurgia cerebral na Grécia Antiga

Imagem de Primatas pré-históricos foram da África à América do Sul de "canoa" no megacurioso

Registros descobertos no Peru indicam que um segundo grupo de macacos atravessou o Atlântico em algum tipo de plataforma marítima

Novos registros f&oacute;sseis identificados por cientistas da Keck School of Medicine, na Universidade do Sul da Calif&oacute;rnia, indicam que, ap&oacute;s a chegada dos Platyrrhines, popularmente conhecidos como "macacos do Novo Mundo", em terras sul-americanas a cerca de 36 milh&otilde;es de anos atr&aacute;s, um segundo grupo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/113742-macacos-passam-fome-na-tailandia-devido-a-influencia-do-coronavirus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">primatas</a> tamb&eacute;m partiu rumo &agrave; Am&eacute;rica do Sul, por&eacute;m de uma maneira pouco convencional e mais instintiva do que seus primos pioneiros.
Enquanto muitos pesquisadores e estudiosos acreditam que os primeiros s&iacute;mios que surgiram no continente sul-americano apareceram ap&oacute;s a separa&ccedil;&atilde;o de peda&ccedil;os de terra, ou ilhas flutuantes, sendo levados, pelo mar, at&eacute; os litorais da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114046-nova-raca-de-superporcos-invade-varias-regioes-do-canada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Am&eacute;rica</a>, a sugest&atilde;o sobre a segunda grande migra&ccedil;&atilde;o dos macacos pode indicar que sa&iacute;ram da &Aacute;frica em "canoas" ou fragmentos de madeira flutuantes, juntando-se ao grupo dos Platyrrhines&nbsp;anos depois.
Nomeados de Ucayalipithecus perdita, os mam&iacute;feros da segunda migra&ccedil;&atilde;o foram descobertos ap&oacute;s o achado de dentes molares fossilizados na costa do rio Yuru&aacute;, no Peru, apresentando diferen&ccedil;as entre as constitui&ccedil;&otilde;es dent&aacute;rias dos Platyrrhines, incluindo "c&uacute;spides prim&aacute;rios bulbosos e inflados basalmente, bacias trigonais muito restritas [e] regi&otilde;es pontudas bem desenvolvidas".
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/09/09194211987156.jpg" alt="(Fonte: Erik Seiffert/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Erik Seiffert/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por&eacute;m, foi apenas ap&oacute;s a identifica&ccedil;&atilde;o de tal esp&eacute;cie que os cientistas passaram a estudar como ocorreu o processo migrat&oacute;rio para a Am&eacute;rica. Segundo Erik Seiffert, professor de anatomia da Keck School of Medicine e autor do <a href="https://science.sciencemag.org/content/368/6487/194" rel="noopener noreferrer" target="_blank">projeto</a>, os animais, que viviam em &aacute;rvores e eram extremamente &aacute;geis, al&eacute;m de se alimentar essencialmente de frutas, podem ter viajado para as terras da Am&eacute;rica do Sul em &aacute;rvores frut&iacute;feras que se tornaram canoas adaptadas para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113472-os-vikings-estiveram-na-america-antes-de-cristovao-colombo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">navega&ccedil;&atilde;o</a>, o que teria facilitado a sobreviv&ecirc;ncia durante a trajet&oacute;ria oce&acirc;nica e a manuten&ccedil;&atilde;o em um ambiente mar&iacute;timo.
Outra confirma&ccedil;&atilde;o que poderia fortalecer a teoria dos macacos "canoeiros" &eacute; que os U. perdita eram animais de pequeno porte, n&atilde;o encontrando dificuldades para se manter confort&aacute;veis e est&aacute;veis nas plataformas flutuantes. "Teria sido extremamente dif&iacute;cil, mesmo que animais muito pequenos, do tamanho do Ucayalipithecus, tenham vantagem em rela&ccedil;&atilde;o aos mam&iacute;feros maiores em tal situa&ccedil;&atilde;o, j&aacute; que precisariam de menos comida e &aacute;gua do que a vegeta&ccedil;&atilde;o flutuante poderia fornecer", comentou o professor, esclarecendo as possibilidades da migra&ccedil;&atilde;o dos primatas.
Apesar do autor afirmar sobre a improbabilidade do caso, ele acredita ser a explica&ccedil;&atilde;o mais plaus&iacute;vel para a migra&ccedil;&atilde;o.

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Primatas pré-históricos foram da África à América do Sul de 'canoa'

Imagem de No coração do mar: a incrível história do navio Essex no megacurioso

O clássico Moby Dick não saiu apenas da cabeça de seu criador. Em 1819, um navio baleeiro enfrentou uma jornada digna de ficção e entrou para a história

A balea&ccedil;&atilde;o, ou ca&ccedil;a de baleias, &eacute; uma pr&aacute;tica arraigada na humanidade com registros que datam de mais ou menos 3 mil anos a.C. Alguns especulam que os noruegueses tenham sido os primeiros a ca&ccedil;&aacute;-las, h&aacute; 4 mil anos. Por&eacute;m, dados mostram que talvez os asi&aacute;ticos tenham chegado primeiro.
Durante a Idade M&eacute;dia e o Renascimento, quando o &oacute;leo e as barbas das baleias come&ccedil;aram a ser usados para comercializa&ccedil;&atilde;o, a ca&ccedil;a a esses animais popularizou-se por todo o norte europeu. O &oacute;leo era principalmente usado para a confec&ccedil;&atilde;o de l&acirc;mpadas, enquanto as barbas eram utilizadas em espartilhos e saias de argola.
A ca&ccedil;a e a coleta &agrave;s baleias no &Aacute;rtico podem ter alterado a ecologia da &aacute;gua doce para sempre, contrariando as alega&ccedil;&otilde;es de que essa pr&aacute;tica, com in&iacute;cio na Pr&eacute;-Hist&oacute;ria em &aacute;guas costeiras, n&atilde;o causou muito impacto na natureza.
No entanto, a balea&ccedil;&atilde;o industrial foi o maior problema. Esta surgiu com as frotas organizadas no s&eacute;culo XVII e a competi&ccedil;&atilde;o entre ind&uacute;strias baleeiras. Em meados do s&eacute;culo XX, vieram os navios-f&aacute;brica acompanhados da coleta de baleias. Assim, no final da d&eacute;cada de 1930, mais de 50 mil baleias foram mortas anualmente.
Al&eacute;m de suja e gananciosa, a balea&ccedil;&atilde;o era considerada extremamente perigosa. Por vezes, fatal. Fosse pela rea&ccedil;&atilde;o do animal ao ser capturado ou pelas for&ccedil;as do oceano, reivindicando-o de volta.
<h2>A constru&ccedil;&atilde;o de um marco</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Model Shipyard&nbsp;" data-fonte-url="https://www.stephensandkenau.com/wp-content/themes/modeShipYardTheme/timthumb.php?w=640&amp;zc=1&amp;q=100&amp;src=https://www.stephensandkenau.com/wp-content/uploads/2014/04/Essex-Wooden-Scale-Model-Ship-Port-Stern-Top-View.jpg&amp;a=b"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/08/08212605938403.jpg" alt="Um modelo de como era o navio Essex" />Um modelo de como era o navio Essex.
No in&iacute;cio do s&eacute;culo XIX, essa ca&ccedil;a era considerada como profiss&atilde;o (altamente dif&iacute;cil e arriscada). Os barcos baleeiros, normalmente medindo cerca de 8 metros, eram lan&ccedil;ados ao mar com 6 homens a bordo. Depois de serem manobrados pr&oacute;ximo ao gigante mam&iacute;fero, era lan&ccedil;ado um arp&atilde;o preso a uma corda atada &agrave; pequena embarca&ccedil;&atilde;o. Assim que o animal se cansava da luta, os marinheiros matavam-no com uma lan&ccedil;a e rebocavam-no para o deque do navio principal, onde a gordura e o &oacute;leo eram extra&iacute;dos.
Entre muitos desses barcos estava o Essex. Esse navio se destacou n&atilde;o por ter um desempenho melhor do que qualquer outro, mas sim por pela sua tr&aacute;gica e marcante hist&oacute;ria.
Antes de ser destinado &agrave; ca&ccedil;a de baleias e ao porto em Nantucket, considerada a capital baleeira dos Estados Unidos, acredita-se que o Essex foi constru&iacute;do na pequena cidade de Amesbury (Massachusetts) e usado como navio mercante. A embarca&ccedil;&atilde;o possu&iacute;a tr&ecirc;s mastros, era toda feita de carvalho branco e media cerca de 26 metros de comprimento.
No dia 12 de agosto de 1819, pesando 238 toneladas, o navio deixou Nantucket para uma expedi&ccedil;&atilde;o no mar que duraria 2 anos e meio. Na tripula&ccedil;&atilde;o havia 18 homens e, no comando, estava o capit&atilde;o George Pollard Jr. (28 anos) ao lado de seus parceiros Owen Chase e Matthew Joy. Dentre eles, estava Thomas Nickerson, um criado de bordo de apenas 14 anos que serve como prova de que a pr&aacute;tica era algo enraizado na cultura.
Muito se falou de estranhos eventos que antecederam a partida do Essex ao longo do ver&atilde;o, como se fossem press&aacute;gios de mau agouro. Por exemplo, em julho um cometa atravessou o c&eacute;u, algo que n&atilde;o acontecia h&aacute; muitos anos. No mesmo m&ecirc;s, uma praga de gafanhotos destruiu diversas planta&ccedil;&otilde;es e isso deixou fam&iacute;lias inteiras sem ter o que comer ou comercializar. Al&eacute;m disso, o jornal local, o New Bedford Mercury, registrou o que definiram como &ldquo;um extraordin&aacute;rio animal marinho nunca antes visto&rdquo; &mdash; este era parecido com uma serpente.
<h2>Os cantos remotos da Terra</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/08/08212800235404.jpg" alt="Ningu&eacute;m poderia prever qual destino estava reservado ao Essex" />Ningu&eacute;m poderia prever qual destino estava reservado ao Essex.
No dia 14 de agosto de 1819, em apenas 3 dias de viagem, o Essex foi atingido por rajadas violentas de ventos. O navio foi lan&ccedil;ado de um lado para o outro e quase naufragou, aterrorizando toda a tripula&ccedil;&atilde;o inexperiente. No final de setembro, a embarca&ccedil;&atilde;o, danificada e faltando dois baleeiros, conseguiu chegar &agrave; ilha de Cabo Verde na costa da &Aacute;frica Ocidental, onde os reparos foram finalmente feitos.
Ent&atilde;o, o capit&atilde;o conduziu-a para a costa sul-americana, pr&oacute;xima ao Brasil. L&aacute;, eles capturaram a primeira baleia cachalote&nbsp;&mdash; a maior da subordem Odontoceti e o mam&iacute;fero com mais dentes que existe na Terra, podendo medir at&eacute; 20 metros de comprimento e pesar 45 toneladas.
Em meados de janeiro de 1820 o Essex contornou o Cabo Horn, e eles tentaram a sorte com algumas baleias em local pr&oacute;ximo ao litoral do Chile, mas sem sucesso. No entanto, assim que chegaram nas &aacute;guas do Pac&iacute;fico Sul, perto do Peru, tudo mudou. Os marinheiros capturavam uma baleia cachalote a cada 5 dias e geravam em m&eacute;dia 450 barris de &oacute;leo.
As condi&ccedil;&otilde;es do tempo e do mar levaram o Essex de volta para as &aacute;guas a oeste. Em Gal&aacute;pagos, eles estocaram provis&otilde;es, incluindo 200 tartarugas gigantes para se alimentarem, pois a viagem seria mais dura nos meses que viriam. Isso foi exatamente o que aconteceu: o oceano Pac&iacute;fico se estendeu para o infinito, e eles boiaram mais de 2.414 km a oeste do Peru com os estoques quase zerados.
<h2>No cora&ccedil;&atilde;o do oceano</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/08/08212953703407.jpg" alt="A representa&ccedil;&atilde;o do desastre" />A representa&ccedil;&atilde;o do desastre.
Em 20 de novembro de 1820, a tripula&ccedil;&atilde;o avistou uma gigantesca baleia cachalote masculina liderando v&aacute;rios filhotes, ent&atilde;o 3 baleeiros foram lan&ccedil;ados ao mar sob o comando do capit&atilde;o. Eles conseguiram encurralar v&aacute;rios deles, mas um colidiu com a embarca&ccedil;&atilde;o de Owen Chase, e ele foi for&ccedil;ado a retornar a bordo do Essex.
Foi nesse momento que Nickerson viu uma sombra se agigantar gradualmente sobre o navio, pairando a partir de sua proa: era a cauda de uma enorme baleia, que tinha cerca de 25 metros de comprimento e no m&iacute;nimo pesava 80 toneladas. Quando o animal desceu a cauda, come&ccedil;ou um verdadeiro maremoto, lan&ccedil;ando o Essex para todos os lados e enchendo-o de &aacute;gua. O garoto viu quando a baleia colocou a cabe&ccedil;a para al&eacute;m da superf&iacute;cie do mar e sentiu a f&uacute;ria assassina que estava prestes a vir na dire&ccedil;&atilde;o deles.
A baleia abriu a sua mand&iacute;bula de 28 metros de altura, avan&ccedil;ou contra o Essex, esmagou-o repetidamente, engoliu v&aacute;rias partes dele &mdash; com alguns tripulantes dentro &mdash; e deixou um rastro de sangue que pingava de seu maxilar ferido. O animal mergulhou, atravessou o Essex com o seu corpo todo (como se fosse uma porta) e destruiu de vez o navio.
Os baleeiros voltaram para tentar resgatar os seus companheiros assim que viram a cat&aacute;strofe acontecer. Abandonados &agrave; deriva, Pollard acreditava que eles deviam seguir para as Ilhas Marquesas ou as Ilhas Society, a mais de 2,2 mil km dali &mdash; era o rastro de terra mais pr&oacute;ximo deles. No entanto, Chase e Joy temiam encontrar tribos canibais quando chegassem l&aacute;, por isso deram a sugest&atilde;o de irem para o Peru ou o Chile, embora fosse contra as correntes de vento e estivesse a mais de 7,4 mil km.
Depois de muito deliberarem, aterrorizados, feridos e desfalcados, o capit&atilde;o cedeu. Ent&atilde;o, eles seguiram viagem no dia 22 de novembro, deixando os restos do Essex para tr&aacute;s. Equipados com mais velas improvisadas e carregando provis&otilde;es para no m&aacute;ximo 2 meses, os baleeiros abriram uma rota pelas &aacute;guas.
<h2>A jornada da morte</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/08/08213134780408.jpg" alt="Os destro&ccedil;os do Essex nunca foram encontrados" />Os destro&ccedil;os do Essex nunca foram encontrados.
Com o passar do tempo, a comida foi ficando cada vez mais escassa, apesar de Chase ter racionado e permitido apenas 500 calorias por dia a cada pessoa. Contudo, com poucos ton&eacute;is de &aacute;gua, a situa&ccedil;&atilde;o come&ccedil;ou a atingir um n&iacute;vel cr&iacute;tico, e os marinheiros sofreram com a desidrata&ccedil;&atilde;o. Para piorar, eles enfrentaram m&aacute;s condi&ccedil;&otilde;es meteorol&oacute;gicas e foram atacados por baleias que quase destru&iacute;ram os baleeiros.
Um m&ecirc;s depois, quando estavam prestes a morrer de fome e sede, eles chegaram &agrave; Ilha Henderson. L&aacute;, encontraram mais &aacute;gua doce do que comida, por&eacute;m j&aacute; era o suficiente. Em poucos dias, os homens acabaram com a maioria das aves marinhas da ilha e decidiram que era hora de partir. No dia 27 de dezembro, eles foram embora para a Ilha de P&aacute;scoa, a menos de 1,9 mil km, deixando 3 marinheiros que escolheram ficar.
Em 10 de janeiro de 1821, Matthew Joy foi o primeiro marinheiro a morrer em alto-mar, o corppo dele foi jogado &agrave;s &aacute;guas. No dia seguinte, 3 homens morreram e foram canibalizados no barco de Hendricks. Sofrendo com a imin&ecirc;ncia da morte e a fome, os homens no barco de Pollard decidiram sortear quem seria morto e comido. Owen Coffin, primo do capit&atilde;o, puxou o canudo mais curto e foi baleado no dia 6 de fevereiro; os tripulantes devoraram o corpo dele.
Ap&oacute;s 89 dias de prova&ccedil;&atilde;o, a tripula&ccedil;&atilde;o restante foi resgatada pelo Dauphin (um navio baleeiro americano) no dia 23 de fevereiro de 1821. Em abril, os homens que ficaram na Ilha de Henderson e sobreviveram foram resgatados do isolamento.
Assim que retornou a Nantucket, Chase escreveu v&aacute;rias narrativas sobre a sua jornada a bordo do Essex. Essa sua colet&acirc;nea de hist&oacute;rias inspirou Herman Melville a escrever o cl&aacute;ssico mundial Moby Dick, em 1851. O marinheiro morreu anos depois.
O capit&atilde;o George voltou ao mar e sobreviveu a mais um naufr&aacute;gio antes de se tornar um vigia noturno. At&eacute; a sua morte, ele passou os seus dias na Ilha de Nantucket contando para os marinheiros os terr&iacute;veis eventos do eterno Essex. Ele quase lembrava o personagem Ismael, do romance de Herman Melville, referindo-se &agrave; baleia como um monstro prodigioso e misterioso que despertava bastante a curiosidade.

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No coração do mar: a incrível história do navio Essex

Imagem de Tours virtuais permitem passear por monumentos do Egito Antigo no megacurioso

Entediado na quarentena? Passeios em 3D garantem belas e detalhadas visitas a alguns dos lugares mais antigos do país

<head></head><body>Fazer turismo é praticamente impossível em tempos de pandemia, quando a recomendação das autoridades competentes de saúde é: fique em casa. Mas isso não significa que algum tipo de passeio não seja possível. O Ministério de Turismo e Antiguidades do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113160-maior-museu-do-mundo-sobre-o-egito-antigo-esta-90-finalizado.htm">Egito</a> liberou alguns passeios virtuais em 3D que possibilitam aos visitantes conhecer alguns dos mais famosos locais históricos do país.Desde o começo de abril, o governo local já liberou as visitas a locais como a disputada Tumba da Rainha Meresankh III, neta do Faraó Quéops, que teria construído a Grande Pirâmide de Gizé.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/07/07182122997390.jpg" alt="Tumba da Rainha Meresankh III">Tumba da Rainha Meresankh IIIA rainha Meresankh III e sua família foram as responsáveis por construir ao menos parte das Pirâmides de Gizé e, durante o tour, liberado em 4 de abril, é possível ver cenas da rotina da rainha esculpidas e pintadas nas paredes das câmaras.Outro passeio permite entrar na Tumba de Menna, uma das mais bem preservadas do país, que data da 18ª dinastia real egípcia, provavelmente entre 1549 a.C. e 1292 a.C.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/07/07182402025391.jpg" alt="Tumba de Menna: tour permite clicar nas indicações e saber detalhes específicos sobre cada inscrição, pintura ou ambiente">Tumba de Menna: tour permite clicar nas indicações e saber detalhes específicos sobre cada inscrição, pintura ou ambienteLocalizada na Necrópole de Tebas, a tumba ostenta pinturas incrivelmente bem conservadas, embora se saiba muito pouco sobre Menna. Historiadores assumem que ele tenha sido um escriba que também auxiliava o faraó na administração dos campos e do templo de Amon-Rá, uma forma de "deus Sol" cultuado na época.Menna era casado com uma mulher chamada Henuttawy, que é retratada ao lado do marido, e a construção sugere que era conhecido como um bom homem. Uma das cenas mostra, por exemplo, o coração do escriba sendo pesado em comparação com uma pena — se o coração e a vida dele foram leves, ele conseguirá passar ileso à vida após a morte.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/07/07181945202388.jpg" alt="Parte do Tour virtual do Red Monastery">Parte do Tour virtual do Red MonasteryOutros tours liberados pelo ministério são o do Mosteiro Vermelho, nomeado em função de suas paredes de tijolo nessa cor, e pela mesquita medieval de Madrassa, do Sultão Barquq, construída durante o século XIV.Todos os passeios virtuais em 3D estão disponíveis nos links a seguir:<h3><a href="https://my.matterport.com/show/?m=vLYoS66CWpk&amp;fbclid=IwAR28DhSz3_kPMkXYmJhkS7h0Ht0fmWJSXV9xR5m-T8mfzSpmuKIKMg6Qkiw" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&gt;&gt; Tumba de Menna</a></h3><h3><a href="https://my.matterport.com/show/?m=d42fuVA21To&amp;fbclid=IwAR1kMrrv2Lw5TVCNCeKBrnV7wwn52VhWieLkuxbzpBpzg4ADqkAVEMFPim4" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&gt;&gt; Tumba da Rainha Meresankh III</a></h3><h3><a href="https://my.matterport.com/show/?m=Yyw1F5eGxxZ&amp;mls=1&amp;fbclid=IwAR16xl2vY06Q2WxJ4dT3oiqR8CE-GGHIWIsD6tmtIUDR2Md0JXgJwOzKr70" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&gt;&gt; Red Monastery</a></h3><h3><a href="https://my.matterport.com/show/?m=bN9MbB6cdzi&amp;mls=1&amp;fbclid=IwAR1iWeNrrEglvXkDwF01JhANEXNNCjcgYrvkYCgvOQXv9KHlgiUJpXqx87k" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&gt;&gt; Mosque-Madrassa do Sultan Barquq</a></h3></body>

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Tours virtuais permitem passear por monumentos do Egito Antigo

Imagem de Descobertas imagens de espiões que quebraram os códigos nazistas  no megacurioso

Imagens revelam cenas de Bletchley Park, onde Alan Turing desvendou códigos secretos durante a Segunda Guerra Mundial

Um v&iacute;deo hist&oacute;rico, com cenas reais de espi&otilde;es ingleses da lend&aacute;ria instala&ccedil;&atilde;o militar de Bletchley Park, foi descoberto e publicado no YouTube na semana passada (03). Como num v&iacute;deo familiar, as pessoas sorriem para a c&acirc;mera, jogam futebol e fazem caretas.&nbsp;
A pequena filmagem de 11 minutos parece ser uma compila&ccedil;&atilde;o de imagens capturadas em Whaddon Hall, casa de campo utilizada de 1939 a 1945 pelo pessoal de comunica&ccedil;&atilde;o ligado ao Servi&ccedil;o Especial de Intelig&ecirc;ncia brit&acirc;nico, o famoso MI6, conforme informa&ccedil;&otilde;es do hoje Museu de Bletchley Park.
Esse complexo militar, conhecido principalmente ap&oacute;s o lan&ccedil;amento do filme <a href="https://www.minhaserie.com.br/novidades/20832-critica-de-o-jogo-da-imitacao-um-dos-favoritos-ao-oscar-2015-cinema">O Jogo da Imita&ccedil;&atilde;o</a>, que fala da vida do her&oacute;i <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111546-alan-turing-estampara-nova-nota-de-50-libras-na-inglaterra.htm">Alan Turing</a>, fica em Buckinghamshire, condado no sul do Reino Unido, onde funcionou a Government Code and Cypher School, &oacute;rg&atilde;os que conseguiram a proeza de quebrar os c&oacute;digos alem&atilde;es durante a Segunda Guerra Mundial.
A maior parte das cenas &eacute; em preto-e-branco, mas podem ser vistas outras em cores e alguns peritos em linguagem labial adicionaram legendas ao v&iacute;deo, em certos momentos, como o qual um homem pergunta "a que horas vai ser nossa festa?".
<h2>Quebradores de c&oacute;digos</h2>
<iframe width="853" height="480" src="https://www.youtube.com/embed/bvVaFE5O3eY?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
David Kenyon, pesquisador do museu, declarou no site da institui&ccedil;&atilde;o: "N&atilde;o existe nenhuma filmagem de um lugar t&atilde;o intimamente ligado a Bletchley Park. N&oacute;s n&atilde;o sabemos quem filmou aquelas cena", revelando que o rolo de filme foi entregue por um doador an&ocirc;nimo no segundo semestre do ano passado.
O pesquisador garante que as imagens nada revelam de comprometedor ou confidencial sobre o trabalho executado pelo pessoal do MI6. Ainda que tivesse ca&iacute;do em m&atilde;os erradas, afirmou, n&atilde;o causaria danos. E concluiu: "Para n&oacute;s, hoje, trata-se de uma descoberta fant&aacute;stica e um registro importante de um dos aspectos mais secretos e valiosos do trabalho de Bletchley Park".
O trabalho desenvolvido pelos "quebradores de c&oacute;digos" foi fundamental para a vit&oacute;ria dos Aliados na Segunda Grande Guerra. Por anos seguidos, submarinos alem&atilde;es ca&ccedil;aram e interceptaram navios americanos e ingleses no Atl&acirc;ntico, o que foi desastroso para muitos comboios com suprimentos necess&aacute;rios.
Ap&oacute;s a decodifica&ccedil;&atilde;o de mensagens Lorenz e Enigma que mapeavam os submarinos alem&atilde;es, os navios aliados mudavam as suas rotas, mantendo o Reino Unido abastecido, e preparando a hist&oacute;rica invas&atilde;o no Dia D.

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Descobertas imagens de espiões que quebraram os códigos nazistas 

Imagem de Conheça os Ainus, o povo original nativo do Japão no megacurioso

Os Ainus quase desapareceram, mas trabalhos de promoção da cultura têm ajudado no processo de renascimento 

Os Ainus de Hokkaido, no Jap&atilde;o, at&eacute; alguns anos atr&aacute;s n&atilde;o eram nem sequer considerados como povos ind&iacute;genas da Terra do Sol Nascente. Isso mudou em 2008, quando veio o reconhecimento por lei, depois de um longo per&iacute;odo de discuss&otilde;es e o entendimento de que as hist&oacute;rias de exclus&atilde;o desse povo ind&iacute;gena fizeram com que sua cultura quase desaparece.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Curiosity&nbsp;" data-fonte-url="https://curiosity.com/topics/the-ainu-are-japans-indigenous-people-curiosity?utm_campaign=later-linkinbio-curiositydotcom&amp;utm_content=later-6145069&amp;utm_medium=social&amp;utm_source=instagram"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/06/06201803220505.jpg" alt="a" />(Fonte: Missouri History Museum / Wikimedia Commons)
<h2>Terra dos Ainus</h2>
Existem muitas teorias e hist&oacute;rias que tentam explicar qual &eacute; a origem dos Ainus. Entretanto, ainda hoje as incertezas permanecem. O que se sabe &eacute; que eles foram os primeiros habitantes da regi&atilde;o norte do Jap&atilde;o, onde atualmente &eacute; Hokkaido. Eles tamb&eacute;m residiram nas ilhas Sakhalin e Curil, localizadas na costa leste da R&uacute;ssia.
A religi&atilde;o e devo&ccedil;&atilde;o dos Ainus consistia na rever&ecirc;ncia dos lobos e dos ursos, al&eacute;m da adora&ccedil;&atilde;o aos deuses, que julgavam estar encarnados em elementos naturais, como a &aacute;gua, vento e fogo. No s&eacute;culo XV, japoneses foram em busca de grupos de Ainus para promoverem neg&oacute;cios. Por&eacute;m, esse contato n&atilde;o foi muito bom e conflitos surgiram. E n&atilde;o foram epis&oacute;dios isolados, j&aacute; que h&aacute; registros de batalhas entre os dois grupos datados de 1457 a 1789.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/03/03175750667135.jpg" alt="(Fonte: Britannica/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Britannica/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O fim dos conflitos chegou com a Batalha de Kunasiri-Menasi, ocorrida em 1789, quando, enfim, os japoneses conquistaram os ind&iacute;genas. O fato &eacute; que quanto mais o Jap&atilde;o crescia, mais os Ainus eram empurrados para territ&oacute;rios situados cada vez mais ao norte. Em um determinado momento, esse povo ind&iacute;gena ficou praticamente restrito &agrave; ilha de Hokkaido.
No s&eacute;culo XIX, o Jap&atilde;o passava por um intenso trabalho de moderniza&ccedil;&atilde;o, ao mesmo tempo em que o sentimento nacionalista crescia. Foi em 1899 que o governo, impulsionado por essa ideia, criou uma lei para facilitar a assimila&ccedil;&atilde;o do povo Ainu.
<h2>Renascimento</h2>
A rela&ccedil;&atilde;o entre os japoneses e os Ainus n&atilde;o se distanciou tanto de outras j&aacute; conhecidas entre os povos ind&iacute;genas e o mundo civilizado. Ou seja, como esses grupos eram considerados povos n&atilde;o civilizados e primitivos, eles estavam fadados a desaparecer. E isso quase ocorreu.
O renascimento da cultura Ainu ganhou for&ccedil;a nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas. A l&iacute;ngua praticada, por exemplo, foi considerada pela UNESCO como l&iacute;ngua amea&ccedil;ada &mdash; estima-se que existam menos de seis falantes nativos. A lei de 1899 n&atilde;o existe mais e h&aacute; um forte trabalho de promo&ccedil;&atilde;o, divulga&ccedil;&atilde;o e aprendizado da cultura Ainu sendo feito por uma s&eacute;rie de entidades japonesas.
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Conheça os Ainus, o povo original nativo do Japão

Imagem de Cachoeira mais alta do Equador desapareceu? Entenda no megacurioso

Cachoeira de 150 metros de altura teve seu fluxo de água reduzido consideravelmente

Em 2 de fevereiro de 2020, o Minist&eacute;rio do Turismo do Equador afirmou que a Cachoeira de San Rafael, com cerca de 150 metros de altura, teve seu fluxo de &aacute;gua praticamente extinto.
Esse problema surgiu ap&oacute;s aparecer um grande buraco no rio Coca, que alimentava a cachoeira. O desnivelamento mudou o curso da &aacute;gua, fazendo com que ela caia em tr&ecirc;s se&ccedil;&otilde;es separadas, e n&atilde;o em um grande&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/100656-este-fluxo-de-agua-e-tao-perfeito-que-merece-uma-explicacao-cientifica.htm" target="_blank" title="Este fluxo de &aacute;gua &eacute; t&atilde;o perfeito que merece uma explica&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica">fluxo de &aacute;gua</a> como os turistas costumavam ver.
A causa que levou ao surgimento do buraco ainda n&atilde;o &eacute; certa. Alguns pesquisadores defendem que essa mudan&ccedil;a no solo ocorreu naturalmente, j&aacute; outros estudiosos afirmam que a constru&ccedil;&atilde;o da Coca-Coco Sinclair, a maior&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109988-7-curiosidades-sobre-o-uso-da-energia-eletrica.htm" target="_blank" title="7 curiosidades sobre o uso da energia el&eacute;trica">hidrel&eacute;trica</a> do pa&iacute;s, pode ter modificado a geografia do rio.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/06/06153715039311.jpg" alt="Imagem comparativa entre antes e depois do desaparecimento da cachoeira" />Imagem comparativa entre antes e depois do desaparecimento da cachoeira
<h2>A cachoeira de San Rafael</h2>
A cachoeira de San Rafael atraia milhares de turistas todos os anos por conta do seu grande fluxo de &aacute;gua, al&eacute;m de estar envolta de uma vegeta&ccedil;&atilde;o nativa e exuberante que abriga borboletas raras.
De acordo com o Minist&eacute;rio do Turismo do Equador, em comunicado, n&atilde;o est&aacute; nos planos reconstruir o leito do rio ou tomar alguma medida para devolver o grande fluxo de &aacute;gua para a cachoeira.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/06/06154037055313.jpg" alt="A cachoeira de San Rafael atraia milhares de turistas todos os anos" />A cachoeira de San Rafael atraia milhares de turistas todos os anos

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Cachoeira mais alta do Equador desapareceu? Entenda

Imagem de Hospital Colônia de Barbacena, o "Holocausto brasileiro" no megacurioso

Cerca de 60 mil pessoas morreram naquele local pelos mesmos princípios nazistas e até hoje é como se nada tivesse acontecido

Aten&ccedil;&atilde;o! Se voc&ecirc; se incomoda com temas que envolvam sexo ou viol&ecirc;ncia, ou tem menos de 18 anos, &eacute; melhor parar por aqui. Caso contr&aacute;rio, &eacute; s&oacute; prosseguir para o nosso artigo.
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Holocausto, sho&aacute;, genoc&iacute;dio, chacina, assassinato em massa, massacre ou exterm&iacute;nio s&atilde;o apenas alguns dos sin&ocirc;nimos para designar toda a vez que conflitos, guerras, imposi&ccedil;&atilde;o de uma eugenia de ra&ccedil;as, regimes totalit&aacute;rios, domin&acirc;ncia de classes, o despojar de minorias e a opress&atilde;o mataram milhares de pessoas em detrimento da pr&oacute;pria vis&atilde;o eg&oacute;latra. Isso aconteceu no Camboja, em 1917; na Alemanha Nazista, em 1941; na Turquia, em 1915; na China e no Tibet, em 1958; em Nanquim, em 1937.
Esses foram s&oacute; alguns dos lugares onde esses horrores n&atilde;o foram esquecidos, mas lembrados e lamentados para que n&atilde;o se repetissem. Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/113186-aridos-e-omitidos-os-campos-de-concentracao-da-seca-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Campos de Concentra&ccedil;&atilde;o da Seca</a>, que foram instaurados no Cear&aacute;, em 1915, para impedir que os retirantes que morriam de fome pela seca chegassem &agrave; capital do estado, foram totalmente apagados da hist&oacute;ria brasileira, assim como os corpos de centenas de pessoas que se amontoaram &agrave;s margens dos trilhos dos trens que os levavam para esses currais humanos.
Quinze anos mais tarde, o pa&iacute;s foi palco de uma dizima&ccedil;&atilde;o em massa que manchou para sempre as p&aacute;ginas de nossa narrativa, mas que para o governo, aparentemente, n&atilde;o foi o suficiente, mais uma vez, para chegar aos livros did&aacute;ticos ou ao conhecimento da sociedade no geral.
<h2>Mal-vindos ao Hospital Col&ocirc;nia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/01/01202346454471.jpg" alt="Os pavilh&otilde;es do Hospital Col&ocirc;nia" />Os pavilh&otilde;es do Hospital Col&ocirc;nia
O munic&iacute;pio de Barbacena fica na Serra da Mantiqueira, no interior do estado de Minas Gerais, no Brasil, a cerca de 170 km da capital Belo Horizonte. No ano de 1903, a regi&atilde;o ficou conhecida pela popula&ccedil;&atilde;o como "Cidade dos Loucos" devido &agrave; instala&ccedil;&atilde;o de sete hospitais psiqui&aacute;tricos. A maioria dos profissionais da &eacute;poca deram justificativas t&eacute;cnicas de que as temperaturas amenas demais para o padr&atilde;o brasileiro e o clima buc&oacute;lico de montanha eram salutares e tornavam menos arredios aqueles com doen&ccedil;as mentais, facilitando o tratamento.
Uma dessas edifica&ccedil;&otilde;es era o Hospital Col&ocirc;nia, constru&iacute;do em 12 de outubro de 1903 em terras da Fazenda da Caveira, na &eacute;poca propriedade de Joaquim Silv&eacute;rio dos Reis. Constitu&iacute;do por 16 pavilh&otilde;es independentes, cada um com uma fun&ccedil;&atilde;o diferente, sempre separando homens de mulheres &agrave; princ&iacute;pio, o hospital particular era destino de pacientes tuberculosos antes de se tornar um dep&oacute;sito humano.
Ao longo dos anos, a institui&ccedil;&atilde;o foi perdendo a m&atilde;o de suas pr&oacute;prias fun&ccedil;&otilde;es. Com poucos leitos para abrigar tantos doentes e com a perda de dinheiro no sistema administrativo do hospital pela aus&ecirc;ncia da elite carioca que ia se tratar no local, a fal&ecirc;ncia come&ccedil;ou a se aproximar. Em 1930, o estabelecimento faliu de vez e a Secretaria de Estado de Sa&uacute;de do Estado de Minas Gerais (SES) se apossou das fun&ccedil;&otilde;es do local, automaticamente tornando-o uma institui&ccedil;&atilde;o de natureza p&uacute;blica rebatizada de Hospital Col&ocirc;nia de Barbacena, oficialmente transformando-o em um hosp&iacute;cio. O &oacute;rg&atilde;o comprou a responsabilidade pela manuten&ccedil;&atilde;o e funcionamento do hospital, trazendo a maioria dos funcion&aacute;rios atrav&eacute;s de concursos p&uacute;blicos.
Mas n&atilde;o foi bem assim que aconteceu.
<h2>Os por&otilde;es da sociedade</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/01/01202740265474.jpg" alt="N&atilde;o havia distin&ccedil;&atilde;o entre s&atilde;o e doentes" />N&atilde;o havia distin&ccedil;&atilde;o entre s&atilde;o e doentes
Tudo o que decorreu a partir daquele ano configura como crime &agrave; humanidade. Mais uma vez, o governo uniu for&ccedil;as para que todos os tipos de desabrigados, alco&oacute;latras, viciados em drogas, prostitutas, inimigos pol&iacute;ticos, homossexuais, v&iacute;timas de estupros, m&atilde;es solteiras, pobres, pessoas negras, marginais, loucos, portadores de doen&ccedil;as f&iacute;sicas, jovens, crian&ccedil;as e at&eacute; mesmo &oacute;rf&atilde;os fossem encaminhados para a Col&ocirc;nia.&nbsp;
Em adi&ccedil;&atilde;o a isso, aqueles que simplesmente n&atilde;o se ajustavam ao padr&atilde;o normativo da &eacute;poca, como os homens t&iacute;midos demais ou considerados afeminados e as mulheres com temperamento forte e que n&atilde;o desejavam se casar, tamb&eacute;m eram confinados atr&aacute;s dos muros do local. Por isso, cerca de 70% da malha populacional n&atilde;o possu&iacute;a diagn&oacute;stico de transtorno psicol&oacute;gico algum, s&oacute; estavam l&aacute; por causa de quem visava purificar a sociedade daqueles que &ldquo;n&atilde;o se encaixavam&rdquo; ao que era proposto ou esperado deles.
Foi o autor Guimar&atilde;es Rosa que originou a express&atilde;o &ldquo;trem de loucos&rdquo; em um de seus livros, em 1962, para se referir aos comboios que chegavam &agrave; esta&ccedil;&atilde;o Bias Fortes, em Barbacena, trazendo v&aacute;rios internos amontoados como animais para serem consumidos pela Col&ocirc;nia. Assim que atravessavam os port&otilde;es do hospital, eles deixavam de existir. Os servidores separavam homens das mulheres, confiscavam todos os seus pertences e arrancavam suas roupas na frente de todos. Eles perdiam a identidade, ganhando nomes fantasia inventados pelos seus carcereiros para diferenci&aacute;-los. Eram vestidos com uma farda azul feita de um tecido fino e pueril. Muitos morreram em virtude das baixas temperaturas do local, que atingiam at&eacute; 8 &deg;C.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/01/01203151045476.jpg" alt="Na Col&ocirc;nia, n&atilde;o havia &aacute;gua encanada ou saneamento adequado" />Na Col&ocirc;nia, n&atilde;o havia &aacute;gua encanada ou saneamento adequado
O hospital era literalmente uma col&ocirc;nia, s&oacute; que para aqueles que pudessem "prejudicar" a reputa&ccedil;&atilde;o ou imagem do sistema pol&iacute;tico, social e familiar, replicando a teoria de eugenia das ra&ccedil;as proposta por Hitler durante os campos de concentra&ccedil;&atilde;o, erguidos a partir dos experimentos da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/113046-acao-t4-o-holocausto-dos-esquecidos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A&ccedil;&atilde;o T4</a>, e tamb&eacute;m repetindo o que j&aacute; haviam feito durante as secas no Cear&aacute;. Todos precisavam ficar bem confinados nesse grande ralo, num local de dif&iacute;cil acesso e onde os olhos de ningu&eacute;m poderiam facilmente alcan&ccedil;ar.
Esse "detox social" causou a superlota&ccedil;&atilde;o do Hospital Col&ocirc;nia, que passou a ocupar at&eacute; cinco mil pessoas num local projetado para caber no m&aacute;ximo duzentas. Ao longo de 30 anos de atividade, os servidores executaram os doentios m&eacute;todos de tortura e o exterm&iacute;nio dos internos para que o local pudesse receber mais milhares para morrer e assim manter a m&aacute;quina de genoc&iacute;dio funcionando.
<h2>Morrendo por dentro</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/01/01203942044477.jpg" alt="Os pacientes n&atilde;o recebiam nenhum tratamento adequado" />Os pacientes n&atilde;o recebiam nenhum tratamento adequado
Al&eacute;m de serem exterminados e torturados, existem registros de 1916 que comprovam que boa parte da receita do hospital foi gerada &agrave;s custas do trabalho for&ccedil;ado dos internos em planta&ccedil;&otilde;es de milho, batata-doce, feij&atilde;o, consertos p&uacute;blicos, limpeza etc. Eles n&atilde;o recebiam nenhum tipo de remunera&ccedil;&atilde;o ou cuidado, nem mesmo alimenta&ccedil;&atilde;o.
A partir de 1930, onde se instalou o per&iacute;odo de maior lota&ccedil;&atilde;o da Col&ocirc;nia, cerca de 16 pessoas chegavam a morrer por dia em virtude de fome, espancamentos, doen&ccedil;as e estupros. Seus cad&aacute;veres, por&eacute;m, eram vendidos para universidades de medicina e os ossos eram comercializados at&eacute; para confec&ccedil;&atilde;o de artesanato regional. Estima-se que at&eacute; 1.853 corpos foram vendidos para 17 faculdades por todo o Brasil.
Confinadas, as v&iacute;timas enfrentavam o frio dormindo sob folhas de capim ou se amontoando para gerar calor humano, visto que, por conta da lota&ccedil;&atilde;o, a maioria deles andava nua por falta de roupas. Eram diariamente submetidos &agrave; terapia de choque com o intuito de &ldquo;reverter&rdquo; o quadro cl&iacute;nico de &ldquo;louco&rdquo;, em sua maioria inexistente. Os pacientes tamb&eacute;m eram arrastados para as duchas escocesas no meio da noite sem motivo aparente. A maioria deles morria de hipotermia logo em seguida. Enquanto isso, os funcion&aacute;rios disputavam entre si para participarem dessas sess&otilde;es, pois elas serviam como promo&ccedil;&atilde;o para um cargo melhor dentro da institui&ccedil;&atilde;o. Mais uma vez, matar para se elevar.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/01/01204254122480.jpg" alt="Coberto por moscas, o garoto deu impress&atilde;o de estar morto ao fot&oacute;grafo Napole&atilde;o Xavier" />Coberto por moscas, o garoto deu impress&atilde;o de estar morto ao fot&oacute;grafo Napole&atilde;o Xavier
A Col&ocirc;nia n&atilde;o dispunha de um sistema de saneamento b&aacute;sico adequado, ent&atilde;o os prisioneiros defecavam e urinavam pelas depend&ecirc;ncias. Muitos deles bebiam a pr&oacute;pria urina ou a &aacute;gua que corria pelos esgotos a c&eacute;u aberto e consumiam ratos e pombos, famintos pela escassez de nutrientes nas ra&ccedil;&otilde;es que recebiam, em sua maioria vencidas ou j&aacute; em processo de decomposi&ccedil;&atilde;o.
Temendo serem estupradas at&eacute; que morressem de hemorragia ou infec&ccedil;&atilde;o, numa atitude desesperada, as mulheres se cobriam de fezes para n&atilde;o permitirem que funcion&aacute;rios e pacientes se aproximassem delas. No entanto, isso n&atilde;o evitava que fossem espancadas.
Durante os 30 anos em que a Col&ocirc;nia recebeu pessoas de todos os cantos do pa&iacute;s, mais ou menos 60 mil brasileiros morreram l&aacute;. Cada um deles foi por culpa de um Estado de repress&atilde;o e uma sociedade normativa.
<h2>De olhos fechados</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/04/01/01204544326482.jpg" alt="As mulher eram v&iacute;timas cru&eacute;is" />As mulher eram v&iacute;timas cru&eacute;is
O sil&ecirc;ncio gritou a realidade quando, em 1961, o fot&oacute;grafo Luiz Alfredo, do jornal O Cruzeiro, a convite do ent&atilde;o governador de Minas Gerais, Magalh&atilde;es Pinto, capturou tudo o que se passava dentro do Hospital Col&ocirc;nia, expondo ao p&uacute;blico. Em depoimento marcante para a VICE, em 2013, uma das falas do profissional foi: &ldquo;Ainda havia democracia no pa&iacute;s aquela &eacute;poca. Como poderia haver algo desse tipo?&rdquo;.
Todo mundo se chocou, mas nada foi feito. Em 1979, o jornal O Estado de Minas publicou uma s&eacute;rie de reportagens intituladas &ldquo;Os por&otilde;es da loucura&rdquo;, detalhando o que as fotos n&atilde;o alcan&ccedil;avam &ndash; se &eacute; que isso era poss&iacute;vel. No mesmo ano, o document&aacute;rio Em nome da Raz&atilde;o, de Helv&eacute;cio Ratton, levou uma equipe para inspecionar a decad&ecirc;ncia humana que corria solta na Col&ocirc;nia. Franco Basaglia, grande nome na luta pelo fim dos sanat&oacute;rios, declarou abertamente &agrave; imprensa, ap&oacute;s visitar o local, que havia estado em um campo de concentra&ccedil;&atilde;o nazista.
Apesar de tudo isso, foi apenas na d&eacute;cada de 1980 que a hist&oacute;ria do Hospital Col&ocirc;nia teve fim, encerrando de vez as atividades. Dentre os que sobreviveram durante e depois, adicionando os que fugiram, soma-se um total de 200 pessoas.
Em mem&oacute;ria daqueles que foram exterminados na Col&ocirc;nia Barbacena, no mesmo local, foi aberto o Museu da Loucura em 1996. As barb&aacute;ries cometidas por detr&aacute;s das paredes do local foram crimes institucionalizados, tendo o Estado como o respons&aacute;vel. Contudo, nunca houve uma repara&ccedil;&atilde;o formal, nem mesmo com os que sobreviveram, apenas um fechar de olhos permanente, um desviar de aten&ccedil;&atilde;o do retrovisor de nossa hist&oacute;ria, deliberadamente ignorando o que Miguel de Cervantes escreveu em seu Don Quixote de La Mancha: &ldquo;A hist&oacute;ria &eacute; &eacute;mula do tempo, reposit&oacute;rio dos fatos, testemunha do passado, exemplo do presente, advert&ecirc;ncia do futuro&rdquo;.

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