Conheça disputas entre países europeus que vão muito além dos campos de futebol.

<p>Reunindo alguns dos principais craques do futebol mundial, a <strong>Eurocopa 2024</strong> começou em 14 de junho na Alemanha. Até o dia 14 de julho, quando será disputada a final do torneio em Munique, 24 seleções lutam pelo título de melhor equipe do continente.</p><p>A disputa, que promete ser intensa nos gramados, também tem tudo para ser quente fora das quatro linhas, pois a competição reúne <strong>países com histórico de relação ruim</strong>. Seja por questões políticas, comerciais ou territoriais, algumas dessas nações não se dão bem há séculos.</p><p>Listamos, a seguir, <strong>6 rivalidades históricas que poderemos ver durante a Euro 2024</strong>, envolvendo disputas que vão além dos campos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/o-campeonato-de-futebol-mais-democratico-do-mundo-com-20-mil-clubes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">futebol</a>.</p><h2>1. Escócia x Inglaterra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/19/19103519992075.jpg" alt="A bandeira do Reino Unido tem símbolos de quatro países. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A bandeira do Reino Unido tem símbolos de quatro países. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Além de ser o <strong>duelo mais antigo entre seleções de futebol do mundo</strong>, realizado pela primeira vez em novembro de 1872, um eventual confronto entre as seleções escocesa e inglesa coloca em jogo uma rivalidade de séculos. Os problemas começaram com a invasão da Escócia em 1296.</p><p>Novas guerras aconteceram nos anos seguintes e a Escócia retomou sua independência, ficando assim até a unificação acordada no Tratado da União de 1707, resultando na <strong>criação da Grã-Bretanha</strong>. Desde então, têm havido muitos apelos para que ela se separe do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128784-margaret-thatcher-5-razoes-pelas-quais-ela-e-odiada-no-reino-unido-e-no-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Reino Unido</a>.</p><h2>2. Inglaterra x França</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/19/19104006507078.jpg" alt="Ingleses e franceses também são rivais históricos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Ingleses e franceses também são rivais históricos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Ao longo da história, <strong>britânicos e franceses quase sempre estiveram de lados opostos</strong>. Um dos conflitos mais marcantes ocorreu na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/126975-4-batalhas-brutais-por-tronos-na-realeza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra dos Cem Anos</a>, quando os ingleses tentaram tomar o trono rival, mas não se deram bem.</p><p>O processo de independência dos Estados Unidos, apoiado pela França, também foi motivo de briga, pois os britânicos queriam manter a colônia na América. A relação ficou tensa, ainda, durante o <strong>bloqueio continental imposto por Napoleão Bonaparte em 1806</strong> e na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/113307-brexit-reino-unido-vive-suas-ultimas-horas-na-ue.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">saída da Grã-Bretanha da União Europeia</a>.</p><h2>3. Alemanha x França</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/19/19103859062077.jpg" alt="A Alsácia-Lorena foi alvo de disputa entre alemães e franceses. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A Alsácia-Lorena foi alvo de disputa entre alemães e franceses. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Inimigos antigos, <strong>franceses e alemães se enfrentaram em diversas batalhas por territórios</strong>, como na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/5-paises-que-existiram-por-pouquissimo-tempo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Franco-Prussiana</a>, quando o império alemão saiu vitorioso, tomando a região da Alsácia-Lorena. Os confrontos continuaram intensos na primeira metade do século XX.</p><p>De lados contrários na Primeira e na Segunda Guerra Mundiais, os rivais históricos passaram por invasões e duelos sangrentos durante os conflitos, com a <strong>França retomando o território anexado</strong> pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122408-se-hitler-era-do-terceiro-reich-qual-eram-os-outros-dois.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Terceiro Reich</a> em 1945. Já nas décadas seguintes, as animosidades começaram a ficar de lado.</p><h2>4. Sérvia x Albânia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/19/19104204115080.jpg" alt="As guerras nos Balcãs deixaram feridas intensas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As guerras nos Balcãs deixaram muitas feridas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Outra rivalidade que vai além do futebol é entre sérvios e albaneses, que inclusive foi motivo de brigas entre torcedores na cidade de Gelsenkirchen, nesta edição da Eurocopa. A discórdia tem relação com os <strong>conflitos étnicos dos Balcãs</strong>, na década de 1990.</p><p>Uma das regiões da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118646-viaje-no-tempo-com-o-trem-de-luxo-do-ditador-da-iugoslavia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Iugoslávia</a>, o Kosovo tinha mais de 90% da população composta por albaneses, perseguidos pela minoria sérvia com o apoio do governo central. Os albaneses iniciaram um movimento separatista que foi duramente oprimido, levando a Otan a intervir na região e expulsar os sérvios, que <strong>seguem sem reconhecer a independência dos kosovares</strong>.</p><h2>5. Sérvia x Croácia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/19/19104359616081.jpg" alt="Torre de água Vukovar, destruída durante a guerra. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Torre de água Vukovar, destruída durante a guerra na Croácia. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Igualmente integrantes da antiga Iugoslávia, a <strong>Sérvia e a Croácia têm um longo histórico de conflitos étnicos e separatistas</strong> que levaram a milhares de vidas perdidas e inúmeros refugiados. Um deles foi a Guerra da Independência da Croácia, ocorrida de 1991 a 1995.</p><p>Com a maioria dos croatas defendendo a separação, os sérvios que moravam por lá se opunham, querendo a formação de um estado com as áreas da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125141-estrada-submersa-de-7-mil-anos-e-descoberta-na-croacia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Croácia</a> e Bósnia e Herzegovina. A disputa deu início à guerra com a <strong>declaração de independência em junho de 1991</strong>, fazendo as forças sérvias tentarem tomar o território à força, em um conflito finalizado quatro anos depois.</p><h2>6. Portugal x Espanha</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/19/19104653527084.jpg" alt="As disputas na península ibérica se intensificaram durante as Grandes Navegações. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As disputas na península ibérica se intensificaram durante as Grandes Navegações. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Para finalizar, vale relembrar <strong>uma das maiores rivalidades europeias</strong>, que mexe com a Península Ibérica há séculos. Ao longo desse tempo, portugueses e espanhóis se envolveram em diversas disputas territoriais, econômicas e culturais, com destaque para as <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121365-6-maneiras-pelas-quais-as-grandes-navegacoes-impactaram-o-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grandes Navegações</a>.</p><p>Com os países buscando a <strong>expansão marítima a partir do século XV</strong>, um novo continente foi descoberto e nomeado de América, gerando intensas disputas pela área entre as coroas portuguesa e espanhola. O <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/114958-alexandre-vi-o-papa-mais-sujo-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">papa Alexandre VI</a> foi chamado para arbitrar a questão, com a Bula Inter Coetera, e mais tarde surgiu o Tratado de Tordesilhas para confirmar a divisão dos territórios.</p>

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6 rivalidades históricas que poderemos relembrar durante a Eurocopa 2024

Da Rainha Elizabeth ao atual monarca, Rei Charles III, a família real britânica tem o hábito de usar codinomes para não serem descobertos.

<p>Até parece coisa de filme de espionagem, mas a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128861-a-familia-real-britanica-tem-historico-de-cancer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">família real britânica</a> possui o curioso hábito de utilizar codinomes quando os membros vão realizar algo e não desejam ser identificados. A prática não é nova: ela começou pelo avô do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/5-fatos-sobre-o-retrato-oficial-do-rei-charles-iii-que-voce-nao-sabia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rei Charles III</a>, George VI. De acordo com especialistas, a principal razão é aumentar a segurança da realeza.</p><p>Mas há outras razões para eles usarem codinomes. As causas podem envolver, por exemplo, o planejamento de uma viagem ao exterior feita com antecedência. Também pode ser para a elaboração de arranjos para casamentos reais e coroações, bem como protocolos em caso de falecimento de um membro da família.</p><h2>1. Rei George VI: codinome Hyde Park Corner</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05134355431155.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Tradição de codinomes reais surgiu com o Rei George VI. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A história dos codinomes reais começou com o Rei George VI, em razão de seu falecimento. No dia 6 de fevereiro de 1952, o secretário particular do rei, Sir Alan Lascelles, entrou em contato com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120259-racismo-genocidio-e-esterilizacao-o-legado-de-winston-churchill.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">primeiro-ministro, Winston Churchill</a>, para comunicar a morte do monarca, como manda o protocolo.</p><p>Para manter a discrição, ele escolheu um termo secreto: Hyde Park Corner, um importante entroncamento rodoviário no centro de Londres, próximo ao Palácio de Buckingham. De acordo com especialistas, a criação de um código secreto teve como objetivo impedir que as telefonistas de Buckingham soubesse da morte do rei antes da própria família real.</p><h2>2. Rainha Elizabeth I, a Rainha Mãe: codinome Tay Bridge</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05134501874157.jpeg" alt="A Rainha Mãe tinha como codinome uma das mais belas ferrovias na Escócia. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>A Rainha Mãe tinha como codinome uma das mais belas ferrovias da Escócia. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Anos mais tarde, a esposa de George VI, a Rainha Elizabeth, a Rainha Mãe, também teve sua morte comunicada utilizando um codinome. Falecida aos 101 anos em 2002, recebeu o nome de uma das pontes mais famosas do Reino Unido, a Ponte Tay. Para dar início à organização do funeral e anunciar aos familiares, a Operação Tay Bridge foi iniciada com o comunicado à realeza e ao primeiro-ministro Tony Blair.</p><p>Tay é uma ponte ferroviária que atravessa o Firth of Tay, no sudoeste da Escócia, e conecta a cidade de Fife a Dundee. Apesar da semelhança no nome, ela não é a Tay Road Bridge, ponte inaugurada pela Rainha Mãe em 1966.</p><h2>3. Rainha Elizabeth II: codinomes London Bridge, Unicórnio e Sharon</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05134643397162.jpeg" alt="A longevidade da rainha Elizabeth lhe rendeu três codinomes. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>A longevidade da Rainha Elizabeth lhe rendeu três codinomes. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>No falecimento da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118108-3-curiosidades-sobre-elizabeth-ii-na-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rainha Elizabeth II</a>, também coube ao seu secretário particular a responsabilidade de informar a primeira-ministra. Sir Edward Young ligou para Liz Truss e comunicou a fatídica notícia usando o código "London Bridge is down" – "Ponte de Londres caiu", em tradução literal. A partir daquele instante, um rígido protocolo entrou em ação, envolvendo até mesmo funcionário da BBC, a emissora de TV inglesa.</p><p>No caso da morte da Rainha Elizabeth II, outro codinome foi usado: Unicórnio. Isso porque a monarca faleceu fora de Londres, em sua residência pessoal em Aberdeenshire, na Escócia. O procedimento para cobrir uma fatalidade com a realeza no país vizinho recebe esse nome pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/por-que-o-animal-nacional-da-escocia-e-um-unicornio" rel="noopener noreferrer" target="_blank">unicórnio ser um antigo símbolo heráldico da dinastia escocesa Stuart</a>, presente no brasão britânico.</p><p>Mas, em vida, a Rainha Elizabeth II mantinha um codinome para manter atividades sem chamar atenção para sua presença. No círculo íntimo, compreendido por sua equipe de serviços e de segurança, a rainha era chamada de Sharon.</p><h2>4. Rei Charles III: codinome Menai Bridge</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05134847232163.jpeg" alt="Codinome do rei Charles III se associa com haver sido Príncipe de Gales anteriormente. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Codinome do Rei Charles III se associa com haver sido Príncipe de Gales anteriormente. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>É possível que o agora Rei Charles III tenha seu codinome modificado. Contudo, quando era somente o Príncipe de Gales, ganhou o codinome de Menai Bridge, referência à majestosa ponte suspensa do século XIX que liga a ilha de Anglesey ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124052-por-que-mcdonald-s-do-pais-de-gales-e-considerado-o-melhor-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">País de Gales</a>.</p><p>Em 1988, quando esquiava na Suíça aproveitando as férias, Charles viu uma avalanche atingir a estância onde estava. Naquele dia, o protocolo Menai Bridge foi implementado, para o caso de o monarca falecer.</p><p>Em uma única situação conhecida, o codinome Unicórnio foi usado para Charles. Foi durante uma viagem aos Estados Unidos, em 1971. Na sua coroação, o protocolo posto em prática foi a Operação Golden Orb, referência a um dos símbolos da soberania usados na cerimônia.</p>

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4 codinomes usados pela família real britânica

Pesquisadores afirmam que tumbas do palácio do terrível rei Ghezo, do Daomé, foram construídas utilizando sangue humano, certamente em razão de rituais vodu da época. 

<p style="text-align:justify;">O governo de Ghezo. no Reino do Daomé, atual Benin, foi caracterizado por conquistas militares, políticas expansionistas e uma economia centrada no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125158-quando-comecou-a-escravidao-de-pessoas-negras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comércio de escravos</a>. Conhecido por sua crueldade e uso da violência, Ghezo deixou um legado tenebroso que ainda ressoa na história do país.</p><p style="text-align:justify;">Um estudo recente na revista <i>Proteomics </i>revelou métodos perturbadores de construção no palácio do rei Ghezo, em Abomey. A pesquisa utilizou espectrometria de massa avançada para analisar a argamassa das cabanas funerárias do palácio.</p><p style="text-align:justify;">Os resultados dos testes foram chocantes: <strong>a argamassa continha sangue humano e de galinhas</strong>, confirmando antigas lendas sobre os rituais sangrentos de consagração vodu realizados por Ghezo.</p><h2 style="text-align:justify;">Um rei violento</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/11/11120456796113.jpg" alt="Rei Guezo, o grande governante do Reino do Daomé. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Rei Ghezo, o grande governante do Reino do Daomé. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;"><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123011-a-historia-real-das-guerreiras-agojie-mostradas-em-a-mulher-rei.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ghezo, que reinou de 1818 a 1858</a>, era conhecido por sua brutalidade. As crônicas do seu governo narram que o trecho que levava à sua cabana estava pavimentado com crânios e mandíbulas de inimigos derrotados, e seu trono repousava sobre os ossos de líderes inimigos.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">O detalhe é que essas histórias de violência extrema não eram meras lendas; elas foram corroboradas pelos restos materiais e culturais que sobreviveram ao tempo. Outro aspecto particularmente macabro de seu reinado foi a construção das cabanas funerárias.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Segundo a tradição, Ghezo ordenou que duas cabanas fossem erguidas em homenagem a seu pai, Adandozan. Para a construção dessas estruturas, foi usada uma mistura de óleo vermelho, água lustral e <strong>o sangue de 41 vítimas sacrificiais</strong> – um número sagrado no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128246-barao-samedi-o-guardiao-da-vida-e-da-morte-no-vodu-haitiano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vodu</a>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Os sacrificados eram provavelmente prisioneiros de guerra ou escravizados, e o sangue deles era utilizado em cerimônias vodu destinadas a proteger espiritualmente os restos mortais do rei.</p><h2 style="text-align:justify;">Análise material</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/11/11111945103081.jpg" alt="A imagem (A) apresenta uma visão geral da parede do túmulo, enquanto a imagem (B) destaca um detalhe da parede vermelha sustentada por uma viga de madeira. (Fonte: Philippe Charlier/ Divulgação)"><figcaption>A imagem (A) apresenta uma visão geral da parede do túmulo, enquanto a imagem (B) destaca um detalhe da parede vermelha sustentada por uma viga de madeira. (Fonte: Philippe Charlier / Divulgação)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">A equipe de pesquisadores usou técnicas de análise metaproteômica para estudar amostras da argamassa avermelhada das <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117945-cabine-28-o-horror-e-negligencia-no-crime-da-cidade-de-keddie.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cabanas</a>. Eles <strong>descobriram a presença de hemoglobina e imunoglobulinas humanas e de galinhas</strong>, confirmando que o sangue humano havia sido de fato usado na construção das paredes.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Embora ainda não se saiba exatamente de onde veio o sangue ou de quem ele pertencia, é possível que tenha sido obtido durante os rituais de "Grandes Costumes", que incluíam o <strong>sacrifício de até 500 pessoas para honrar a morte de um rei do Daomé</strong>.</p><p style="text-align:justify;">Segundo os pesquisadores, essas práticas eram fundamentais para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/98387-17-curiosidades-fascinantes-sobre-o-vodu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cultura vodu</a> local, onde a morte era vista como uma transição para outro estado de existência. Por isso, rituais sangrentos eram realizados para assegurar a proteção espiritual e a continuidade da vitalidade do falecido.</p><h3 style="text-align:justify;">Nem tudo era sangue</h3><p style="text-align:justify;">Além do sangue humano, <strong>a análise revelou também a presença de trigo na argamassa</strong>, um ingrediente inusitado que não era cultivado na região durante o reinado de Ghezo. Isso sugere que Ghezo, que admirava Napoleão III e tinha ligações com a França, pode ter incluído farinha de trigo obtida através dessas conexões como parte dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/103095-9-culturas-que-praticavam-sacrificios-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sacrifícios</a>.</p><p style="text-align:justify;">A pesquisa, ainda que limitada a uma pequena amostra das cabanas funerárias, abre portas para estudos mais extensos que podem revelar mais detalhes sobre esses rituais que para nós, hoje, parecem saídos de filmes de terror, mas que representam um aspecto cultural importante de um povo e nos revela um pouco mais da história do Reino do Daomé.</p>

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Túmulos de sangue: os macabros sacrifícios do rei Ghezo

Olhar para comportamentos comuns em tempos antigos chama a atenção para a excentricidade do que esses povos faziam.

<p>Olhar para o passado com a lente do presente gera, no mínimo, boas risadas. Isso ocorre porque ainda estamos tomando conhecimento sobre a vida em tempos antigos, seus hábitos e costumes. E quanto mais olhamos para trás, mais incomuns algumas crenças, fatos e comportamentos se tornam para nós.</p><p>Remédios mirabolantes, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125165-5-curas-medicas-bizarras-muito-sugeridas-no-passado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">possibilidades de curas milagrosas</a> e até mesmo estratégias de combate que pareciam o ápice da modernidade se mostraram não somente ultrapassadas, mas equivocadas. Outras, no entanto, chamam a atenção justamente por sua excentricidade, ou por nos fazerem ver a história por outro ângulo.</p><h2>1. O delineador mágico dos egípcios contra a conjuntivite</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05160725957252.jpeg" alt="Egípcios acreditavam que o lápis escuro nos olhos os protegeria de conjuntivite. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Egípcios acreditavam que o lápis escuro nos olhos os protegeria de conjuntivite. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Você já deve ter notado em filmes, pinturas ou nas peças históricas da época que os antigos egípcios tinham o costume de estar com seus olhos contornados por uma espécie de lápis preto. Essa característica está mais associada a uma falsa promessa de proteção do que pelo senso estético, como muita gente acredita. Os egípcios eram suscetíveis a desenvolver casos graves de conjuntivite.</p><p>Para prevenir que isso ocorresse, foi desenvolvido uma espécie de delineador que recebia as bênçãos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122871-os-6-mais-importantes-deuses-do-egito-antigo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hórus, deus dos céus e dos vivos</a>. Tirando a parte mística e religiosidade do produto, a criação se mostrou eficaz, segundo pesquisas modernas indicam.</p><p>De acordo com alguns estudos, funcionou porque os antigos egípcios encontraram uma fórmula que atuava contra a conjuntivite, a partir do uso de chumbo – o que hoje, sabemos, causa um enorme risco de envenenamento. Os sais de chumbo continham propriedades antimicrobianas que, quando aplicados no delineador, evitavam que bactérias nocivas atacassem os olhos.</p><h2>2. A cerveja veio antes do pão</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05161020248253.jpg" alt="Descobertas recentes mostraram que desenvolvemos a cerveja antes do pão. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Descobertas recentes mostraram que desenvolvemos a cerveja antes do pão. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128806-artefatos-de-45-mil-anos-revelam-presenca-do-homo-sapiens-no-leste-da-asia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Os primeiros seres humanos da espécie <i>Homo sapiens</i></a> eram caçadores-coletores, e assim permaneceram por milhares de anos, até que alguns indivíduos domesticaram plantas e animais, tornando-se fazendeiros e agricultores.</p><p>O período compreendido até que a maioria deles adotasse a agricultura foi curto, e por muito tempo acreditou-se que isso se deu em função da fabricação do pão. No entanto, pesquisas recentes demonstraram que a cerveja veio antes do pãozinho nosso de cada dia.</p><p>Arqueólogos encontraram evidências que mostram que, há 13 mil anos, havia uma extensa operação para a fabricação de cerveja. Esta descoberta modificou o olhar da ciência para as razões que teriam incentivado os humanos a se estabelecerem em comunidades agrícolas permanentes, dando origem à civilização.</p><h2>3. A obstinação romana foi fundamental ao império</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05161148796255.jpg" alt="A tenacidade e bravura dos romanos se juntaram a outra característica: obstinação. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>A tenacidade e bravura dos romanos se juntaram a outra característica: obstinação. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Algumas das principais características atribuídas aos antigos romanos eram a sua disciplina militar, tenacidade e persistência em tempos de guerra. Pesquisas feitas ao longo dos anos demonstraram como foi fundamental ao Império Romano a obstinação de seus integrantes, muito mais do que a genialidade deles.</p><p>Roma perseguia seus inimigos de modo incansável, tendo grande capacidade de mobilizar e equacionar seus recursos para que o inimigo fosse subjugado. Não à toa, muitos combates que envolviam os soldados do império costumavam durar anos. Os generais romanos estavam sempre confiantes de que, em algum instante, o adversário fraquejaria.</p><h2>4. São Nicolau e seu passado valentão</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05161406780261.jpeg" alt="Personalidade associada à figura do Papai Noel, São Nicolau sabia ser valentão. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Personalidade associada à figura do Papai Noel, São Nicolau sabia ser valentão. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Um dos principais nomes associados à criação do mito do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123327-arqueologos-descobrem-tumba-original-de-sao-nicolau-o-papai-noel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Papai Noel é o de São Nicolau de Mira</a>. Popular tanto nas igrejas ocidentais quanto orientais, ele foi descrito em relatos como um homem generoso, nascido rico, que usou seu dinheiro para auxiliar as pessoas menos afortunadas. Contudo, além dos milagres atribuídos a ele, também existem histórias que mostram um lado menos fofo do Papai Noel.</p><p>Durante o Concílio de Niceia, que determinou aspectos centrais da natureza divina de Jesus e sua relação com Deus, além de definir detalhes como a época de celebração da Páscoa, Nicolau, um dos bispos presentes, partiu para a briga para resolver uma discussão com um padre de nome Ário.</p><p>Acusado de heresia, o padre defendia seus argumentos quando irritou os presentes, entre eles Nicolau, que interrompeu o discurso do clérigo com um soco na face. Resultado? Papai Noel perdeu o bispado e acabou preso por um período.</p><h2>5. A forma antiga de encarar a homossexualidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05161718251264.jpg" alt="A homossexualidade era vista de forma mista na Grécia Antiga. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>A homossexualidade era vista de forma mista na Grécia Antiga. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>É sabido que, na Grécia e na Roma antigas, as pessoas eram mais tolerantes em relação aos <a href="https://www.megacurioso.com.br/sexo/91706-5-provas-historicas-de-que-a-homossexualidade-sempre-existiu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">relacionamentos homossexuais entre homens</a>, ainda que não em sua totalidade. O sexo entre dois homens carregava menos estigma para quem estava no topo da hierarquia social, ou para quem penetrava, enquanto o indivíduo penetrado era, frequentemente, vítima de insultos.&nbsp;</p><p>Outro aspecto que não era bem visto à época envolve comportamentos mais associados às mulheres: os homens compreendidos como femininos colocavam em risco a sua posição social. Acredita-se que, por essa razão, greco-romanos focassem em se mostrar como pessoas duronas e viris.</p><p>Um fato curioso diz respeito à formação de uma tropa de elite formada por 150 casais homossexuais, a Banda Sagrada de Tebas. Historiadores apontam que a formação do grupo levou em conta que os militares lutariam ferozmente para proteger seus amantes e evitar a desonra de serem derrotados.</p>

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5 das crenças e fatos mais curiosos sobre a Antiguidade

Antes de enfrentar os momentos tensos da Guerra Fria, a Rússia já havia estabelecido colônias em território que hoje é dos Estados Unidos.

<p style="text-align:justify;">Quando falamos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123067-como-era-a-vida-da-mulher-no-brasil-colonial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">colonialismo</a> na América do Norte, logo pensamos nos impérios britânico, espanhol, francês e até português. No entanto, um capítulo menos conhecido dessa história envolve a Rússia. Sim, os russos também tiveram suas aventuras coloniais na América, e elas vão além do Alasca, chegando até à famosa Califórnia.</p><p style="text-align:justify;">As seis ex-colônias que traremos a seguir mostra que o império russo não estava para brincadeira na sua aventura pelo Pacífico.&nbsp;</p><h2 style="text-align:justify;">1. Fort Elizabeth</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12113359828107.jpg" alt="A proximidade dos continentes facilitava a chegada dos russos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A proximidade dos continentes facilitava a chegada dos russos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Vamos começar com uma tentativa audaciosa e um tanto exótica: Fort Elizabeth no Havaí. Em 1818, George Schaeffer, um empresário russo-alemão, tentou estabelecer uma presença russa no arquipélago <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119770-havaiano-irlandes-guarani-aprendendendo-idiomas-em-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">havaiano</a>. Ele até conseguiu um acordo de proteção com o chefe Kaumualii.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Contudo, o czar Alexandre I recusou-se a ratificar o tratado, e a colônia nunca decolou. Hoje, Fort Elizabeth é mais uma curiosidade histórica do que um ponto de referência da América russa.</p><h2 style="text-align:justify;">2. Península de Kenai</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12113805632108.jpg" alt="Russos aportaram na península de Kenai. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Russos aportaram na Península de Kenai. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Descendo um pouco mais ao norte, encontramos a Península de Kenai, no sul do Alasca. Este foi um dos primeiros lugares onde os russos fincaram bandeira. No século XVIII, a exploração começou focada na caça e comércio de peles, com <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128457-fezes-felinas-com-toxoplasmose-podem-estar-matando-lontras-marinhas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lontras marinhas</a> sendo particularmente valiosas. A península serviu como base para futuras expedições, contribuindo para o avanço da colonização russa no Alasca.</p><h2 style="text-align:justify;">3. Ilhas Aleutianas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12114957089115.jpg" alt="Ilhas Aleutianas (área destacada) fazem parte do Alasca. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)"><figcaption>Ilhas Aleutianas (área destacada) fazem parte do Alasca. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">As Ilhas Aleutianas são um arquipélago que se estende da ponta sudoeste do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128869-rara-variola-do-alasca-faz-primeira-vitima-nos-eua-devemos-nos-preocupar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Alasca</a> em direção ao Pacífico. Descobertas por Vitus Bering em 1741, tornaram-se rapidamente um centro de caça de lontras marinhas.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">A interação entre os russos e os nativos aleutas foi intensa, com os aleutas se tornando caçadores essenciais para o comércio de peles. Este arquipélago desempenhou um papel estratégico no estabelecimento e manutenção da presença russa na região.</p><h2 style="text-align:justify;">4. Fort Ross</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12115442066116.jpg" alt="Fort Ross, uma colônia russa na Califórnia. "><figcaption>Fort Ross, uma colônia russa na Califórnia. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Chegando à ensolarada Califórnia, encontramos Fort Ross, fundado em 1812. Esta foi uma das tentativas russas de expandir para além do Alasca, buscando novas fontes de peles e alimentos. Localizado nas terras do povo Pomo, Fort Ross foi um experimento ambicioso, mas enfrentou <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120202-panico-de-1873-a-primeira-crise-economica-da-historia-dos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dificuldades econômicas e políticas</a>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Em 1841, foi vendido a John Sutter, um cidadão mexicano, marcando o fim da presença russa na Califórnia. A venda se deu porque manter a colônia estava ficando cada vez mais caro, tornando inviável para o império russo. No entanto, Fort Ross ainda é lembrado como um marco da América russa no sul.</p><h2 style="text-align:justify;">5. Sitka</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12115953212117.jpg" alt="Sitka hoje é uma famosa cidade do Alasca. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Sitka hoje é uma famosa cidade no estado americano do Alasca. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Subindo na lista de importância, temos Novo Arcanjo, hoje conhecida como Sitka. Fundada em 1808, Sitka tornou-se a capital da América russa e um dos portos mais importantes do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127236-esferas-encontradas-no-pacifico-tem-origem-fora-do-sistema-solar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pacífico Norte</a>.</p><p style="text-align:justify;">Sitka era um centro cosmopolita, com uma comunidade diversificada que incluía russos, nativos do Alasca e outros povos indígenas. Além de ser um núcleo administrativo, Sitka foi palco da famosa Batalha de Sitka em 1804, um grande conflito entre russos e os nativos Tlingit.</p><h2 style="text-align:justify;">6. Alasca</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12120108959118.jpg" alt="O gélido Alasca aproxima a Rússia da América do Norte. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>O gélido Alasca aproxima a Rússia da América do Norte. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Finalmente, chegamos ao verdadeiro tesouro da América russa: o Alasca.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Desde as expedições de Vitus Bering no século XVIII, os russos estavam de olho nas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120545-recursos-naturais-nao-renovaveis-como-lidaremos-com-a-escassez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">riquezas naturais</a> da região, especialmente as peles de lontra marinha. Em 1799, foi fundada a Companhia Russo-americana, que monopolizou a exploração dos recursos naturais. Embora o Alasca fosse uma periferia remota do império russo, tornou-se economicamente significativo.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">No entanto, devido a questões financeiras e militares, a Rússia vendeu o Alasca para os Estados Unidos em 1867 por US$ 7,2 milhões, uma soma que parece irrisória considerando o valor futuro da região.</p>

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Rússia na América? As 6 ex-colônias russas nos Estados Unidos

O pigmento valioso chegou a ser mais caro que o ouro e usado exclusivamente pelos imperadores romanos.

<p>Uma oficina que produzia o valioso corante roxo há 3,6 mil anos foi descoberta em Egina, na Grécia, nas ruínas de dois edifícios do século XVI a.C. <strong>O pigmento raro era produzido a partir de caramujos marinhos</strong>, como detalha o estudo publicado na <i>PLOS ONE</i> no dia 12 de junho.</p><p>Durante o trabalho, os arqueólogos notaram fragmentos de cerâmica com pigmentos roxos bem preservados no edifício mais antigo. Também havia pedras de moagem, conchas de caramujo e outras ferramentas, levando os pesquisadores a deduzir que estavam diante de uma <strong>antiga tinturaria da Idade do Bronze</strong>.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17094647256040.jpg" alt="Área em que a tinturaria foi descoberta. (Fonte: PLOS ONE/Reprodução)"><figcaption>Área em que a tinturaria foi descoberta. (Fonte: PLOS ONE / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O material produzido ali era altamente valorizado. Também conhecida como <strong>roxo micênico ou púrpura tíria</strong>, a tinta natural exigia até 12 mil moluscos para a produção de 1 grama de corante, trabalho que incluía muitas horas para a captura e o processamento dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/o-misterio-dos-caracois-lutadores-da-idade-media" rel="noopener noreferrer" target="_blank">caracóis</a>.</p><p>Esse pigmento roxo que começou a ser feito pelos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119110-fabrica-de-vinho-fenicia-de-2-mil-anos-foi-encontrada-no-libano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fenícios</a> na cidade de Tiro, no atual Líbano, <strong>era famoso pela tonalidade forte e por não desbotar</strong>. Além disso, se tornava mais brilhante e intenso à medida que ficava exposto à luz do Sol.</p><h2>Como a púrpura tíria era produzida?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17094734862041.jpg" alt="Restos do pigmento roxo achados na oficina milenar. (Fonte: PLOS ONE/Reprodução)"><figcaption>Restos do pigmento roxo achados na oficina milenar. (Fonte: PLOS ONE / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>As análises do material encontrado na ilha grega revelaram que os donos da oficina milenar recém-descoberta <strong>usavam o caramujo murex para produzir o corante roxo</strong>. Eles extraiam as glândulas hipobranquiais da espécie <i>Hexaplex trunculus</i> pela abertura da concha ou esmagando o corpo do molusco.</p><p>O passo seguinte era <strong>misturar a secreção mucosa da glândula com água salgada e deixá-la assim por alguns dias em recipientes, vasos ou cubas</strong>, como explicam os pesquisadores. Durante o processo, que exigia conhecimentos biológicos, era possível obter o desejado pigmento roxo.</p><p>Na pesquisa, também foram encontrados ossos de leitões, cordeiros e outros animais na edificação, mas eles não têm relação com a produção da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128195-purpura-tiria-o-pigmento-que-era-mais-valioso-que-ouro-e-nao-pode-ser-recriado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">púrpura tíria</a>. Segundo os arqueólogos, são resultado de <strong>rituais de sacrifício com o objetivo de “abençoar” a tinturaria</strong> e pedir para que nada atrapalhasse o trabalho.</p><h2>Mais caro que o ouro</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17095027186044.jpg" alt="O pigmento roxo era muito valioso na Roma Antiga. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O pigmento roxo era muito valioso na Roma Antiga. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Por causa das dificuldades para produzir o corante, envolvendo segredos que ficaram perdidos durante séculos, a púrpura tíria chegou a valer mais que ouro. Tamanha valorização levou à criação de uma lei na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/126798-5-misterios-nao-desvendados-sobre-a-roma-antiga.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Roma Antiga</a>, no século IV, decretando que <strong>apenas o imperador estava autorizado a usar o pigmento roxo</strong>.</p><p>Algo semelhante aconteceu no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121777-6-dados-fundamentais-para-compreender-o-imperio-bizantino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Império Bizantino</a>, que controlava a produção da tinta, <strong>restringindo a coloração às sedas imperiais</strong>. As técnicas para fazer o corante roxo já não são mais um segredo, porém o tingimento milenar corre risco de se perder novamente, com a ameaça de extinção dos caramujos marinhos do Mediterrâneo.</p>

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Oficina de 3,6 mil anos que fazia corante roxo raro é descoberta na Grécia

Estrutura era provavelmente usada em rituais e não tem qualquer relação com o mito.

<p>Um grupo de arqueólogos em Creta, na Grécia, descobriu uma estrutura na região que tem a forma similar a um labirinto. Como a ilha é o palco do popular mito sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/minotauro-toda-a-historia-da-criatura-com-corpo-de-homem-e-cabeca-de-touro-da-mitologia-grega" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o minotauro e o labirinto de Teseu</a>, a novidade foi bastante divulgada ao redor do mundo e até alimentou especulações.</p><p>As ruínas foram encontradas no topo da <strong>colina de Papoura</strong>, a uma altitude de 494 metros do nível do mar. O local fica a cerca de 50 quilômetros de Heraklion, maior cidade e capital de Creta.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/15/15124555183000.jpg" alt="A região fica no topo de uma colina, próximo a um futuro aeroporto em Creta."><figcaption>A região fica no topo de uma colina, próximo a um futuro aeroporto em Creta. (Fonte: Ministério da Cultura da Grécia / Divulgação)</figcaption></figure></figure><ul><li><strong>Saiba mais: </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/111875-4-misterios-sobre-a-grecia-antiga-que-ainda-intrigam-os-historiadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>4 mistérios sobre a Grécia Antiga que ainda intrigam os historiadores</strong></a></li></ul><p>Ela foi achada por funcionários que construíam um equipamento de radar para o futuro aeroporto da cidade vizinha de Kastelli. Como o local agora abriga uma construção histórica que ainda precisa de estudo e deve ser preservada, os radares serão instalados em outro ponto próximo.</p><h2>Para que servia o "mini labirinto" de Creta?</h2><p>A construção encontrada em Creta <strong>é formada por duas estruturas.</strong> Uma delas é <strong>circular e tem 48 metros de diâmetro</strong>. Ela é dividida em quatro quadrantes e parece ser o ambiente principal, que abrigava quem frequentava o local.</p><ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/112660-conheca-o-mito-de-europa-a-rainha-de-creta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>Conheça o mito de Europa, a rainha de Creta</strong></a></li></ul><p>Já a segunda estrutura é o pequeno labirinto em si. Ele é composto de oito paredes principais com espessura de 1,4 metro, derivadas da estrutura circular, além de uma série de ramificações mais finas, formando os caminhos e aberturas com altura estimada em 1,8 metro.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/15/15124638599001.jpg" alt="Autoridades já visitaram o local, que ainda não foi aberto para turistas."><figcaption>Autoridades já visitaram o local, que ainda não foi aberto para turistas. (Fonte: Ministério da Cultura da Grécia / Divulgação)</figcaption></figure></figure><p>Os arqueólogos acharam ossos de animais e fragmentos de vasos e outros recipientes. Por isso, a conclusão é de que a construção <strong>era usada como sede de rituais e festas envolvendo vinho, comida e outras cerimônias</strong>, sem ser a habitação fixa de alguém.&nbsp;</p><p>Pelo estilo dos objetos, é provável que o local foi construído ente 2000 a.C. e 1700 a.C., entre o período que é considerado o auge desse civilização. Recentemente, o litoral de Creta também foi palco de outra grande descoberta arqueológica <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/cemiterio-de-navios-antigos-e-encontrado-no-litoral-da-grecia-por-arqueologos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">envolvendo um cemitério de navios mercantes</a>.</p><h2>Teseu e o Minotauro</h2><p>Pelo tamanho reduzido e os itens encontrados nas escavações, quem esperava que o local fosse um labirinto para abrigar uma criatura mitológica, assim como o <strong>mito de Teseu e o Minotauro</strong>, vai se desapontar.</p><p>No famoso mito, o herói Teseu aventura-se no labirinto do palácio de Creta e mata a temida fera de corpo humano e cabeça de touro. Filho do governante de Atenas, o mesmo <strong>Egeu&nbsp;</strong>que posteriormente batizou o mar da região, Teseu acabou com o ritual em que jovens eram sacrificados à criatura.&nbsp;</p><ul><li><strong>Saiba mais: </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/110411-10-fatos-que-voce-ainda-nao-sabe-sobre-a-mitologia-grega.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>10 fatos que você ainda não sabe sobre a mitologia grega</strong></a></li></ul><p>Segundo o mito, Teseu conseguiu vencer o rival porque <strong>recebeu ajuda de Ariadne</strong>, filha do rei Minos. Foi ela que contou tudo sobre o labirinto ao herói, além emprestar a ele um fio para ajudar na localização em meio aos corredores.</p>

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Arqueólogos encontram "minilabirinto" em Creta, ilha grega do Minotauro

Diferentes tribos bárbaras tiveram grande influência social e cultural na Europa, mas algumas delas ficaram conhecidas por levar o terror para os povos da região.

<p>O termo bárbaro tem origem na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121465-6-filosofias-da-grecia-antiga-que-voce-precisa-conhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grécia Antiga</a> e é usado para se referir a povos vindos de outras regiões, não designando um grupo específico. Normalmente, ele era utilizado de forma pejorativa. Quando se pensava em povos bárbaros, as pessoas estavam se referindo a culturas que julgavam ser primitivas, cujas habilidades estavam concentradas na violência.</p><p>Foi assim que alguns grupos entraram para a história como tribos bárbaras e, apesar da influência que tiveram sobre a Europa ao fundir seus costumes com os que haviam sido herdados de gregos e romanos, levaram terror para partes do continente. Tanto pelo mar como por terra, a parte europeia que se considerava "civilizada" foi incapaz de lidar com algumas tribos.</p><h2>1. Piratas da Berbéria</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/04/04180012419271.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Piratas da Berbéria impuseram seu poder sob o comércio no Mar Mediterrâneo. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Entre os séculos XVI e XIX, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/direitos-trabalhistas-matelotage-e-5-fatos-pouco-conhecidos-sobre-a-vida-dos-piratas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os piratas</a> da Berbéria levaram o terror para o Mar Mediterrâneo e parte nordeste do Oceano Atlântico. Nomeados em homenagem às tribos berberes do noroeste da África, viviam no que hoje é a Argélia, Tunísia, Líbia e pontos de Marrocos. Gostavam de saquear navios mercantes e invadir aldeias, momento em que escravizavam pessoas, especialmente italianos, franceses e britânicos.</p><p>Sua presença diminuiu o comércio no Mediterrâneo, e até mesmo os Estados Unidos passou a pagar taxas para poder navegar no mar, quando não eram obrigados a pagar resgates de navios e tripulações. Anos depois, o incômodo norte-americano deu origem à Guerra de Trípoli, em que os piratas acabaram derrotados. Os piratas berberes viram o fim definitivo de seu grupo com a conquista da Argélia pela França, em 1830.</p><h2>2. Cumanos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/04/04180604695275.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Cumanos tiveram presença fundamental na história da Europa Oriental. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Os cumanos foram um dos três agrupamentos que dominaram a Europa Oriental entre os séculos XI e XIII. O grupo semi-nômade era composto por indivíduos de origem turca que viviam em confederação de tribos pouco conectadas e que, apesar da independência entre elas, representaram uma ameaça militar significativa para seus vizinhos. Com seus vizinhos do norte, a Rússia de Kiev, viveram em guerra por um total de 175 anos, invadindo suas terras em busca de conquista de território.</p><p>Durante a existência do grupo, ainda atacaram (e se uniram a) outros grupos próximos, como o Reino da Hungria, os búlgaros do Volga, o Reino da Polônia, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121777-6-dados-fundamentais-para-compreender-o-imperio-bizantino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Império Bizantino</a> e tribos dos Bálcãs. A derrocada veio no início da década de 1240, quando foram invadidos pelos mongóis. Apesar de oferecer uma resistência feroz, acabaram derrotados, e suas tribos foram absorvidas.</p><h2>3. Magiares</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/04/04180946384276.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Húngaros se autodenominam magiares até os dias atuais, em homenagem às sete tribos históricas. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Compostos por sete tribos originárias dos montes Urais, os magiares existiram durante os primeiros séculos do primeiro milênio d.C. Após serem expulsos da Estepe Pôntica, se estabeleceram na Europa Central, onde levaram o terror aos povos da região, derrotando a Grande Morávia, em 906, e destruindo o exército do Reino dos Francos Orientais, no ano seguinte.</p><p>Pelos 60 anos seguintes, os magiares atacaram e saquearam a maior parte do continente europeu, desde a atual Dinamarca até a Península Ibérica. O ponto de virada para os magiares foi o processo de cristianização pelo qual passaram a partir do ano 1000, momento em que fundam o Reino da Hungria.</p><h2>4. Vândalos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/04/04183215639283.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>De origem germânica, os vândalos foram grandes inimigos do Império Romano. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>De origem germânica, os vândalos viviam no atual sul da Polônia. A partir dali, migraram para o oeste, fugindo dos hunos, no início do século V. Neste momento, invadiram a Gália e se estabeleceram na Península Ibérica, até serem expulsos pelos visigodos. Ao migrarem para o norte da África, tomaram Cartago dos romanos e estabeleceram seu próprio reino autocrático.&nbsp;</p><p>Foi o início de um longo período de ataques e saques, quando conquistaram as ilhas da Sicília, Sardenha, Córsega, Malta, Maiorca e Ibiza, dominando a maior parte do abastecimento de grãos do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127040-os-5-imperadores-romanos-mais-velhos-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Império Romano</a>. Suas frotas de navio também levaram o terror para o lado ocidental do Mar Mediterrâneo.</p><p>Suas ações, ainda que pouco destrutivas, serviram de inspiração para que o abade francês Henri Grégoire de Blois criasse a palavra vandalismo durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120949-5-enganos-historicos-sobre-a-revolucao-francesa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Revolução Francesa</a>. O fim do reino vândalo se deu em 533, quando bizantinos invadiram e dizimaram suas terras.</p>

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4 tribos bárbaras que causaram terror na Europa

A história da humanidade guarda momentos curiosos em que personalidades históricas se autodeificaram, clamando para si a divindade.

<p>É bastante comum que, para evidenciar as qualidades ou talentos de um indivíduo, digamos que ele é um deus na sua profissão. Por incrível que pareça, há quem refira a si mesmo como o próprio Deus das <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123608-a-biblia-sagrada-e-a-mesma-desde-que-foi-escrita.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escrituras bíblicas</a>, e até procure convencer aos outros de que realmente é um ser divino. Esse fato recebe o nome de autodeificação.</p><p>Diferente do que possa parecer, não é coisa de algum maluco caminhando pelas ruas de grandes cidades. Há personalidades históricas famosas por terem feito uma afirmação do tipo. Em diferentes épocas e por distintos motivos, líderes políticos, figuras excêntricas e famosos de sua época clamaram para si a divindade máxima da humanidade.</p><h2>1. Lou de Palingboer</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/04/04154229139209.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Lou de Palingboer foi de pescador a "corpo ressuscitado de Jesus Cristo". (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Nascido na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/112378-holanda-nada-disso-agora-so-vale-paises-baixos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Holanda</a> e trabalhando parte da vida como pescador, Lou de Palingboer acabou por se tornar líder de um movimento religioso local. Filho de um pai muito religioso, Lou teve uma criação tradicional no que diz respeito à religião. Foi após contrair matrimônio com sua segunda esposa que, sob a influência dela, passou a se autodeificar, afirmando ter vindo ao mundo para salvar os seres humanos do diabo.</p><p>Lou largou a vida de pescador e passou a realizar reuniões, na década de 1950, em que autoproclamava "o corpo ressuscitado de Jesus Cristo". Por mais incrível que possa parecer, muitas pessoas acreditaram no que ele dizia, a ponto de suas reuniões ganharem fama na Holanda, onde arrebatou seguidores. Apesar das autoridades locais verem Lou e seus fãs como uma seita, nada foi feito, pois eles não eram violentos ou agressivos.</p><h2>2. Father Divine</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/04/04154517199211.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Líder pelos direitos civis, Father Divine se autoproclamou "O Mensageiro". (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Apesar de ser reconhecido como personagem importante na luta pelos direitos raciais nos Estados Unidos, Father Divine também possui um passado controverso em que clamou para si uma divindade. Líder espiritual negro da primeira metade do século XX, referia-se a si como "O Mensageiro".</p><p>Quando era questionado em entrevistas sobre sua vida pregressa, ele costumava fugir da resposta afirmando que "a história de Deus não teria utilidade" aos leitores. Father Divine conquistou seguidores pregando independência econômica, igualdade racial e justiça social, mas também dizendo que ele mesmo era a Segunda Vinda de Cristo. Morreu em 1965, já ofuscado por outras personalidades como <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120958-como-henry-d-thoreau-influenciou-martin-luther-king-jr.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Martin Luther King Jr</a>.</p><h2>3. Veleda</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/04/04155838634223.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Veleda virou uma divindade por suas previsões certeiras dos combates. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Vivendo em um território que hoje compreende a Alemanha, os brúcteros formaram um dos principais grupos germânicos. Foi ali entre eles nasceu Veleda, uma jovem que, segundo a lenda local, era uma vidente capaz de prever os resultados das batalhas com muita precisão. Ela teria sido fundamental durante a Revolta dos Batavos, quando os brúcteros guerrearam contra <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/126798-5-misterios-nao-desvendados-sobre-a-roma-antiga.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Roma</a>.&nbsp;</p><p>Sua capacidade de prever as batalhas fizeram ela ser vista entre seu povo como uma deusa viva. Veleda vivia em retiro em uma torre próxima ao rio Lippe, um assentamento romano na região que hoje é a cidade alemã de Colônia.</p><p>Muito popular entre a sua tribo e outros povos germânicos, ela enfatizava os aspectos divinos de suas previsões e interpretações, negando até mesmo ser vista por quem a procurava em busca de sabedoria. Sim, ela usava uma intermediária para transmitir suas mensagens. Após a supressão da revolta batava, Veleda acabou presa e morta.</p><h2>4. Naram-Sin</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/04/04160206759224.png" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Naram-Sin é considerado o primeiro ser humano a clamar ser Deus. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Governante do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/127419-as-6-maiores-civilizacoes-da-idade-do-bronze.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Império Acádio</a> entre 2.254 a.C. e 2.218 a.C., Naram-Sin foi um governante forte, que levou seu império a atingir crescimento e influência máximos na região da Mesopotâmia. Tamanho era seu sucesso entre os súditos que ele se autoproclamou "Deus de Akkad". Nesse instante, entrou para a história como o primeiro rei da Mesopotâmia a se autodeificar, reivindicando status semelhante ao de um deus.</p><p>De acordo com historiadores, ele teria sido o primeiro indivíduo da história a se autodeificar, e contou com seu sucesso como governante, suas vitórias contra outras cidades-estado e a força política de suas ações para manter a posição que atingiu. No Império Acádio, seus sucessores seguiram a mesma prática, declarando-se deuses.</p>

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4 personalidades históricas que diziam ser deuses

O sítio arqueológico foi palco de várias descobertas e ainda guarda diversos segredos, como múmias e documentos.

<p>A região de <strong>Saqqara&nbsp;é um dos sítios arqueológicos mais curiosos do Egito</strong>. Localizada ao sul da cidade de Cairo, ela é uma necrópole bastante famosa, sendo um dos locais de sepultamento mais importantes de diferentes períodos do Antigo Egito.</p><p>Com <strong>mais de 6 km de comprimento e 1,5 km de largura</strong>, o local abriga diferentes pirâmides e tumbas de menor porte. Por lá, foram descobertas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122068-arqueologos-descobrem-250-mumias-em-antiga-necropole-no-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">250 múmias de uma só vez em 2022</a>, um papiro do Livro dos Mortos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124237-papiro-do-livro-dos-mortos-de-15-metros-e-encontrado-no-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">com 15 metros de comprimento</a> no ano passado e até <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/112867-mumias-de-leoes-sao-encontradas-no-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">múmias de leões</a>.&nbsp;</p><ul><li><strong>Leia também:</strong> <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121334-6-mitos-sobre-o-egito-antigo-que-voce-provavelmente-acredita.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>6 mitos sobre o Egito Antigo que você provavelmente acredita</strong></a></li></ul><p>Ainda assim, por muito tempo, especialistas não sabiam a resposta exata sobre por que a região era tão visada por figuras importantes de diferentes dinastias.</p><h2>Importância social e política</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09095604822002.jpg" alt="A pirâmide de Djoser, a mais famosa de Saqqara. (Fonte da imagem: GettyImages)"><figcaption>A pirâmide de Djoser, a mais famosa de Saqqara. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Para egiptólogos consultados pelo site <i>Live Science</i>, um dos motivos é a sua localização. Saqqara é o espaço de sepultamento mais próximo da cidade de Mênfis, que chegou a ser uma capital no Antigo Egito.&nbsp;</p><p>Saqqara foi também o local que vários faraós escolheram para o seu sepultamento, seja em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127277-as-piramides-do-egito-existem-ha-quanto-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pirâmides</a> ou <strong>mastabas</strong>, que são construções mais simples. Isso aconteceu principalmente antes dessa prática migrar para o <strong>Vale dos Reis, em Tebas</strong>, outra necrópole bastante popular dessa civilização.&nbsp;</p><p>Essa prática começou na <strong>Segunda Dinastia</strong>, de 2890 a.C. até 2686 a.C., aproximadamente. Hotepsekhemwy, Reneb e Ninetjer são alguns dos governantes lá sepultados, além de Djoser, o faraó que construiu com o seu nome uma das maiores e mais famosas pirâmides da região.</p><ul><li><strong>Saiba mais:&nbsp;</strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113712-piramide-de-djoser-a-mais-larga-e-mais-antiga-piramide-do-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>Pirâmide de Djoser: a mais larga e antiga pirâmide do Egito</strong></a></li></ul><p>Mesmo depois da migração do sepultamento de faraós para outras regiões, o espaço seguiu usado. Isso porque <strong>administradores de cidades escolhiam Saqqara como local de descanso</strong>, além de para homenagear os antigos governantes e as divindades locais.</p><h2>A importância de Saqqara para o Egito</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09095650536003.jpg" alt="A região é repleta de tumbas e artefatos religiosos. (Fonte da imagem: GettyImages)"><figcaption>A região é repleta de tumbas e artefatos religiosos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Por muito tempo, Saqqara foi também um <strong>centro administrativo e uma base religiosa</strong> para o culto de muitas divindades. Ela era vista como parte integral da cidade de Mênfis, algo pouco comum para outras necrópoles erguidas em localidades mais afastadas.</p><p>A sua importância é tanta que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114501-primeira-casa-funeraria-do-egito-foi-descoberta-em-saggara.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a casa funerária mais antiga já descoberta</a> no Egito fica em Saqqara, realizando a mumificação até de cidadãos de menos prestígio.</p><p>O consenso entre vários egiptólogos é de que <strong>Saqqara perdeu importância apenas com a popularização do Cristianismo</strong> na região, por volta do século V. Por essa migração de culto e de localidades de sepultamento, a área deixou de receber tantos cuidados — o que levou muitos artefatos ou tumbas a não terem o melhor estado possível de preservação.</p><p>Atualmente, Saqqara é um dos pontos turísticos mais visitados do Egito pela importância histórica e a presença de pirâmides como a de Djoser.</p>

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