Estilo de vida
18/06/2024 às 08:00•3 min de leituraAtualizado em 18/06/2024 às 08:00
O termo bárbaro tem origem na Grécia Antiga e é usado para se referir a povos vindos de outras regiões, não designando um grupo específico. Normalmente, ele era utilizado de forma pejorativa. Quando se pensava em povos bárbaros, as pessoas estavam se referindo a culturas que julgavam ser primitivas, cujas habilidades estavam concentradas na violência.
Foi assim que alguns grupos entraram para a história como tribos bárbaras e, apesar da influência que tiveram sobre a Europa ao fundir seus costumes com os que haviam sido herdados de gregos e romanos, levaram terror para partes do continente. Tanto pelo mar como por terra, a parte europeia que se considerava "civilizada" foi incapaz de lidar com algumas tribos.
Entre os séculos XVI e XIX, os piratas da Berbéria levaram o terror para o Mar Mediterrâneo e parte nordeste do Oceano Atlântico. Nomeados em homenagem às tribos berberes do noroeste da África, viviam no que hoje é a Argélia, Tunísia, Líbia e pontos de Marrocos. Gostavam de saquear navios mercantes e invadir aldeias, momento em que escravizavam pessoas, especialmente italianos, franceses e britânicos.
Sua presença diminuiu o comércio no Mediterrâneo, e até mesmo os Estados Unidos passou a pagar taxas para poder navegar no mar, quando não eram obrigados a pagar resgates de navios e tripulações. Anos depois, o incômodo norte-americano deu origem à Guerra de Trípoli, em que os piratas acabaram derrotados. Os piratas berberes viram o fim definitivo de seu grupo com a conquista da Argélia pela França, em 1830.
Os cumanos foram um dos três agrupamentos que dominaram a Europa Oriental entre os séculos XI e XIII. O grupo semi-nômade era composto por indivíduos de origem turca que viviam em confederação de tribos pouco conectadas e que, apesar da independência entre elas, representaram uma ameaça militar significativa para seus vizinhos. Com seus vizinhos do norte, a Rússia de Kiev, viveram em guerra por um total de 175 anos, invadindo suas terras em busca de conquista de território.
Durante a existência do grupo, ainda atacaram (e se uniram a) outros grupos próximos, como o Reino da Hungria, os búlgaros do Volga, o Reino da Polônia, o Império Bizantino e tribos dos Bálcãs. A derrocada veio no início da década de 1240, quando foram invadidos pelos mongóis. Apesar de oferecer uma resistência feroz, acabaram derrotados, e suas tribos foram absorvidas.
Compostos por sete tribos originárias dos montes Urais, os magiares existiram durante os primeiros séculos do primeiro milênio d.C. Após serem expulsos da Estepe Pôntica, se estabeleceram na Europa Central, onde levaram o terror aos povos da região, derrotando a Grande Morávia, em 906, e destruindo o exército do Reino dos Francos Orientais, no ano seguinte.
Pelos 60 anos seguintes, os magiares atacaram e saquearam a maior parte do continente europeu, desde a atual Dinamarca até a Península Ibérica. O ponto de virada para os magiares foi o processo de cristianização pelo qual passaram a partir do ano 1000, momento em que fundam o Reino da Hungria.
De origem germânica, os vândalos viviam no atual sul da Polônia. A partir dali, migraram para o oeste, fugindo dos hunos, no início do século V. Neste momento, invadiram a Gália e se estabeleceram na Península Ibérica, até serem expulsos pelos visigodos. Ao migrarem para o norte da África, tomaram Cartago dos romanos e estabeleceram seu próprio reino autocrático.
Foi o início de um longo período de ataques e saques, quando conquistaram as ilhas da Sicília, Sardenha, Córsega, Malta, Maiorca e Ibiza, dominando a maior parte do abastecimento de grãos do Império Romano. Suas frotas de navio também levaram o terror para o lado ocidental do Mar Mediterrâneo.
Suas ações, ainda que pouco destrutivas, serviram de inspiração para que o abade francês Henri Grégoire de Blois criasse a palavra vandalismo durante a Revolução Francesa. O fim do reino vândalo se deu em 533, quando bizantinos invadiram e dizimaram suas terras.