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Desde o sistema feudal, as crises sanitárias surgem como reestruturadoras sociais e indicam ciclos positivos para empresários e grandes negócios

Desde a primeira metade do s&eacute;culo XIV, quando navios mercantes aparentemente levaram para a Europa a peste respons&aacute;vel pela maior crise sanit&aacute;ria da hist&oacute;ria, os governos e o mundo empresarial v&ecirc;m gradativamente estreitando seus la&ccedil;os, favorecendo o crescimento acelerado de megacorpora&ccedil;&otilde;es que se beneficiam da nova din&acirc;mica mercantil causada pelo chamado &ldquo;neg&oacute;cio da morte&rdquo;.
O exterm&iacute;nio de um ter&ccedil;o da popula&ccedil;&atilde;o europeia entre 1347 e 1351 trouxe impactos severos para as rela&ccedil;&otilde;es econ&ocirc;micas da &eacute;poca, for&ccedil;ando pequenas empresas a fechar seus neg&oacute;cios e causando fal&ecirc;ncias em massa, ocasionadas pela aus&ecirc;ncia de m&atilde;o de obra e pelas circunst&acirc;ncias da doen&ccedil;a bub&ocirc;nica. Com isso, grande parte dos sobreviventes come&ccedil;aram a acumular riquezas apenas no meio familiar, enquanto aguardavam o continente se recuperar da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119655-como-os-solteiros-estao-vivendo-durante-a-pandemia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pandemia</a>.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/13/13105850348133.jpg" alt="(Fonte: Washington Post / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Washington Post/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com o fim do feudalismo, as elites urbanas locais foram os primeiros grupos a ascender socialmente e, com os camponeses dispostos e condicionados a gastar normalmente, o processo de reintrodu&ccedil;&atilde;o mercantil voltou a se popularizar nas cidades, agora impulsionados por mercadores com produtos importados que atendiam apenas a demandas de pessoas com quantias significativas de capital.
Diferentemente da aristocracia e de tecel&otilde;es independentes, os novos empres&aacute;rios detinham capital l&iacute;quido e condi&ccedil;&otilde;es de investir em itens avan&ccedil;ados, compensando a aus&ecirc;ncia de m&atilde;o de obra com m&aacute;quinas especializadas. E assim, foram capazes de se sobressair em rela&ccedil;&atilde;o a neg&oacute;cios modestos e populares, com capacidade de deter propriedades capitais, t&eacute;cnicas e de infraestrutura.
<h2>E agora, &eacute; diferente?</h2>
Apesar de as propor&ccedil;&otilde;es da pandemia da covid-19 serem incompar&aacute;veis com as da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119673-6-fatos-para-entender-a-peste-bubonica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Peste Bub&ocirc;nica</a>, &eacute; poss&iacute;vel estabelecer paralelos interessantes sobre o modus operandi&nbsp;dos megaempres&aacute;rios. Enquanto pequenos estabelecimentos se tornaram insustent&aacute;veis nos &uacute;ltimos meses, grandes empresas, com condi&ccedil;&otilde;es de reter produtos, pagar funcion&aacute;rios e diversificar as &aacute;reas de vendas (varejistas), ganharam ainda mais destaque.
Essa reviravolta em um cen&aacute;rio que h&aacute; anos se mostrava favor&aacute;vel para o empresariado contou com a contribui&ccedil;&atilde;o do sistema digital, que viu em streamings, e-commerce, marketplace, dropshipping e v&aacute;rios outros modelos, uma oportunidade de dominar todos os meios, distribuindo servi&ccedil;os log&iacute;sticos de alcance ilimitado e alcan&ccedil;ando todo o p&uacute;blico comprador de forma democr&aacute;tica.
Apenas em 2021, um bilion&aacute;rio surgiu a cada 17 horas, e 86% do total de empres&aacute;rios da categoria ficaram mais ricos do que eram em 2020, segundo dados da Forbes.&nbsp;
<h2>A participa&ccedil;&atilde;o dos comerciantes no Estado</h2>
H&aacute; s&eacute;culos, comerciantes e homens de neg&oacute;cios passaram a participar da vida cotidiana do povo, seja em posi&ccedil;&otilde;es de autoridade ou de refer&ecirc;ncia. Com isso, a popula&ccedil;&atilde;o ficou cada vez mais dependente dessas figuras e do que elas poderiam oferecer, e isso estabeleceu uma rela&ccedil;&atilde;o de necessidade involunt&aacute;ria entre Estado, coroa e empres&aacute;rios. Ap&oacute;s a Peste, o mundo foi cercado por guerras e conflitos de menor express&atilde;o, e at&eacute; hoje se discute a participa&ccedil;&atilde;o de empresas que financiam os embates e lucram com o &ldquo;neg&oacute;cio da morte&rdquo;.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/13/13105745426130.jpg" alt="(Fonte: The Conversation / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Conversation/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 2016, das 100 maiores entidades econ&ocirc;micas, 31 eram pa&iacute;ses e 69 eram <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119645-5-grandes-empresas-que-fracassaram-e-conseguiram-se-reinventar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">empresas</a>. Desde ent&atilde;o, os ativos estatais foram ordenados como ativos privados, mesmo em um mercado regulamentado pelo poder. Servi&ccedil;os b&aacute;sicos, tradicionalmente relacionados &agrave; atua&ccedil;&atilde;o do Estado, se adaptaram ao modelo empresarial e surgiram dotados de tecnologias e investimentos, enquanto as pessoas, submetidas por essa rela&ccedil;&atilde;o, passaram a questionar ainda menos a liberdade individual.
<h2>H&aacute; como resistir?</h2>
Com acusa&ccedil;&otilde;es de propens&atilde;o &agrave; gan&acirc;ncia e de oportunismo mediante a crises, comerciantes se tornaram alvos de grupos de resist&ecirc;ncia, que culpavam a Igreja e as empresas pela deteriora&ccedil;&atilde;o social e pelo empobrecimento do Pa&iacute;s. Tratados propostos solicitavam atua&ccedil;&otilde;es que priorizassem o bem comum em vez do monop&oacute;lio capital, solicitando refor&ccedil;os e recupera&ccedil;&otilde;es financeiras a grupos menores e injusti&ccedil;ados.
Voltando para os tempos atuais, desde a d&eacute;cada de 1960 que movimentos anticapitalistas usam sua voz para questionar se &ldquo;o pequeno &eacute; ruim&rdquo; ou incapaz de fornecer os mesmos servi&ccedil;os de um estabelecimento maior. E a crise sanit&aacute;ria da covid-19 vem favorecendo ainda mais hospitais particulares de grandes propor&ccedil;&otilde;es, empresas que conseguem atender altas demandas, fornecedores com grande capacidade produtiva e estoques.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/13/13105654755128.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
De fato, a hist&oacute;ria nunca se repete e n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel comparar a mentalidade do s&eacute;culo XIV com a atual, mas &eacute; importante ficar vigilante e atento sobre as li&ccedil;&otilde;es. Nesse cen&aacute;rio, a crise liga o alerta para problemas nunca enfrentados (como as mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas), e novas situa&ccedil;&otilde;es exigem novos meios de combate.
Ser&aacute; que as megacorpora&ccedil;&otilde;es ir&atilde;o ajudar a enfrentar os novos problemas que se aproximam?

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Como as pandemias impulsionaram o crescimento de megacorporações?

Imagem de 6 animais que ajudaram a desenvolver a saúde moderna no megacurioso

Entenda como algumas criaturas da natureza serviram de inspiração para que os cientistas desenvolvessem medicamentos mais eficientes

<head></head><body>A área da saúde é um ramo de atuação nem um pouco complexo, apesar da sociedade ter dado largos passos para cada vez mais possuir os recursos necessários para expandir nosso tempo de vida na Terra. Porém, nem sempre tudo foi assim e se nós chegamos onde chegamos é porque contamos com a ajuda de diversos outros fatores.Por exemplo, você sabia que muitos dos medicamentos que são usados hoje em dia foram inspirados no organismo de outros seres vivos? Pensando nisso, nós trouxemos seis exemplos de como alguns animais selvagens nos auxiliaram a desenvolver a medicina moderna. Olha só!<h2>1. Pele de sapo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/03/03105629406136.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)">(Fonte: Pixabay)A descoberta da penicilina em 1929 foi um verdadeiro acidente. Esse antibiótico mais potente contra infecções fatais, incluindo a pneumonia e doenças venéreas, só foi desenvolvido graças ao mundo animal. Enquanto observava ovos de sapo na década de 1980, Michael Zasloff notou que as suturas no abdômen das rãs, após a remoção do ovário, cicatrizavam sem infeccionar.Isso acontecia devido a grande quantidade de antibióticos que esses animais armazenavam em suas peles. Baseado nessas proteínas, Zasloff passou a desenvolver uma versão de antibiótico que funcionasse em humanos. Seu experimento mostrou-se altamente eficiente e é um marco revolucionário na ciência até hoje.&nbsp;<h2>2. Veneno de jararaca</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/03/03105639140138.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)O <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/69548-4-usos-potencialmente-medicinais-para-o-veneno-de-cobras-e-aranhas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">veneno</a> de jararaca, uma serpente tradicional brasileira, serviu de base para desenvolver um dos primeiros inibidores da enzima ACE, um grupo de medicamentos usados para o tratamento de hipertensão e insuficiência cardíaca congestiva.&nbsp;Ao analisar o veneno, os cientistas conseguiram encontrar um grupo de moléculas capazes de impedir a ACE de bloquear a bradicinina, uma proteína que dilata os vasos sanguíneos e diminui a pressão arterial.<h2>3. Larvas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/03/03105725656141.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)">(Fonte: Unsplash)Quando todos os outros tratamentos falham e os pacientes enfrentam risco de vida e de perder membros do corpo, muitos doutores optam por usar <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais-sinistros/75361-sinistro-larva-transforma-aranha-em-zumbi-e-suga-toda-a-sua-vida-video.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">larvas</a> para realizar o trabalho sujo que a medicina moderna não consegue. Para elas, carne morta e em decomposição torna-se um verdadeiro banquete.&nbsp;Com muitas bactérias criando resistência aos antibióticos, as larvas surgem como uma solução para limpar as partes do corpo afetadas para que os médicos possam continuar com outros procedimentos.<h2>4. Cabra-aranha</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/03/03105735156142.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)">(Fonte: Pixabay)Algumas cabras geneticamente modificadas desenvolvem uma habilidade única: produzir o mesmo tipo de seda que as aranhas. A mesma substância existente nas <a href="https://www.megacurioso.com.br/biologia/20543-assustador-floresta-de-teia-de-aranha-na-australia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">teias dos aracnídeos</a> é criada nas glândulas de leite das cabras. Mas qual a função desse recurso?Muitos cientistas rotulam a seda das aranhas como o "bio-aço" pela sua alta resistência. Quando produzida em grande quantidade, a seda pode ser usada para a confecção de inúmeros produtos ou até mesmo para a criação de ligamentos e tendões artificiais para suportar células ósseas e nervosas.<h2>5. Salmão-prateado</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Oncorhynchus_kisutch#/media/File:Coho_Spawning_on_the_Salmon_River_(15716446183).jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/03/03105830828145.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Por mais que muitas pessoas pensem no salmão apenas como um alimento, esses peixes também podem ser encontrados nas farmácias. Isso porque o salmão-prateado é uma ótima fonte de calcitonina-salmão, nome genérico dado para a classe de medicamentos usada para tratar perda óssea.&nbsp;Essa substância promove o aumento da densidade óssea e evita que uma maior perda óssea ocorra no futuro.&nbsp;<h2>6. Caranguejo-ferradura</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Limulus_polyphemus#/media/File:Atlantic_horseshoe_crab_(Limulus_polyphemus)_(5).jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/03/03105913421147.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Qualquer pessoa que já foi vacinada, tomou antibióticos ou implantou dispositivos como o marca-passo deve um agradecimento ao sangue azul do caranguejo-ferradura. Inalterado por mais de 200 milhões de anos, o sangue desse animal absorve sua coloração do cobre e é essencial para a medicina moderna.Por ter sobrevivido por tanto tempo e ter enfrentado todos os tipos de mudanças no planeta, esses animais são vistos como berço genético para o sucesso na saúde. Por isso, um único litro de sangue de caranguejo-ferradura é avaliado em US$ 15 mil no campo na saúde.&nbsp;</body>

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6 animais que ajudaram a desenvolver a saúde moderna

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Graças ao problema do rei, as cirurgias começaram a ser vistas como algo importante

Em janeiro de 1685, o "traseiro" de Luiz XIV ganhou destaque <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/69535-5-tratamentos-bizarros-que-a-medicina-antiga-considerava-como-eficazes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">quando os m&eacute;dicos</a> respons&aacute;veis por sua sa&uacute;de notaram um leve incha&ccedil;o na regi&atilde;o anal. Em 18 de fevereiro, um abscesso se formou e, em 2 de maio, a situa&ccedil;&atilde;o do rei da Fran&ccedil;a piorou: uma desagrad&aacute;vel e dolorida f&iacute;stula apareceu.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/02/02233224321001.jpg" alt="Luiz XIV (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Luiz XIV. (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Claro, todo tipo de solu&ccedil;&atilde;o t&iacute;pica da &eacute;poca foi tentado, mas sangrias, lo&ccedil;&otilde;es, compress&otilde;es e enemas n&atilde;o surtiram efeito. O rei j&aacute; n&atilde;o podia cavalgar nem mesmo se sentar em seu trono ou em qualquer outro lugar sem sentir dor.
Al&eacute;m da f&iacute;stula, Luiz XIV ainda tinha que lidar com a higiene, ou melhor, com a falta dela. Na &eacute;poca, os cuidados pessoais nesse sentido eram quase inexistentes. At&eacute; a Igreja era contra tomar banho, j&aacute; que, segundo ela, a pr&aacute;tica poderia causar doen&ccedil;as, induzir ao sexo prom&iacute;scuo e levar &agrave; imoralidade.
<h2>Prel&uacute;dio da opera&ccedil;&atilde;o</h2>
A princ&iacute;pio, nenhum <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113848-a-era-da-dor-como-eram-feitas-as-cirurgias-no-seculo-xix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cirurgi&atilde;o quis se arriscar</a> colocando as m&atilde;os no popular Rei Sol sem antes ter treinado, mas a opera&ccedil;&atilde;o acabou sendo planejada e foram poucas as pessoas, fora os m&eacute;dicos do rei, que sabiam dela.
O respons&aacute;vel escolhido para a proeza foi o cirurgi&atilde;o-chefe do rei, Charles-Fran&ccedil;ois F&eacute;lix, que nunca tinha feito algo do tipo, mas acabou ganhando a permiss&atilde;o para experimentar/treinar.
A principal preocupa&ccedil;&atilde;o de Charles era com o instrumento. Ap&oacute;s suas pesquisas, ele desenvolveu um dispositivo que chamou de "bisturi real" (le bistouri royal). Tratava-se de uma longa e curva ferramenta de prata, agora em exibi&ccedil;&atilde;o no Museu de Hist&oacute;ria da Medicina em Paris.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/02/02233550071006.jpg" alt="Charles-Fran&ccedil;ois F&eacute;lix (Fonte: Wikipedia/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Charles-Fran&ccedil;ois F&eacute;lix (Fonte: Wikipedia/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A opera&ccedil;&atilde;o levou tr&ecirc;s horas para ser conclu&iacute;da e foi bem documentada. Pelo sucesso, Monsieur F&eacute;lix ganhou t&iacute;tulos, terras e dinheiro. Se deu muito bem e nunca mais pegou no famoso bisturi real.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/02/02234145056007.jpg" alt="Bisturi criado por Charles (Fonte: Twitter/Cat&eacute;ter Doble Jota/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Bisturi criado por Charles. (Fonte: Twitter/Cat&eacute;ter Doble Jota/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Devido ao &ecirc;xito obtido com o tratamento cir&uacute;rgico da f&iacute;stula do rei, as opera&ccedil;&otilde;es passaram ser vistas com grande respeito pelos franceses. Naquela &eacute;poca, os m&eacute;dicos eram muito respeitados, por&eacute;m a pr&aacute;tica cir&uacute;rgica era vista com maus olhos.
Al&eacute;m disso, ajudou a impulsionar <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/40567-confira-uma-breve-historia-da-cirurgia-atraves-de-imagens.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estudos sobre cirurgias</a> e a Medicina em geral, tanto que m&eacute;dicos de outros pa&iacute;ses quiseram aprender com os m&eacute;dicos da Fran&ccedil;a. Para se ter ideia de como as opera&ccedil;&otilde;es passaram a ser respeitadas, basta saber que Luiz XV, neto do rei, abriu a Academia Real de Cirurgia, atualmente conhecida como Academia Nacional de Cirurgia.

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A fístula anal real que mudou a cara da Medicina

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Primeiros ensaios clínicos do medicamento STING exibem bons resultados e podem induzir respostas imunológicas contra o câncer cerebral

Um estudo publicado pela Clinical Cancer Research revelou que o medicamento STimulator of INterferon Genes (STING), injetado em c&atilde;es durante a 1&ordf; fase de ensaio cl&iacute;nico, induziu respostas positivas do sistema imunol&oacute;gico contra c&eacute;lulas do glioblastoma multiforme, o segundo tipo mais comum de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119758-aspirina-pode-ser-chave-no-tratamento-do-cancer-de-mama.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">c&acirc;ncer</a> cerebral na esp&eacute;cie.&nbsp;
Para atingir os resultados, cientistas da Texas A&amp;M University realizaram exames de resson&acirc;ncia magn&eacute;tica em c&atilde;es por um per&iacute;odo de 10 meses, de forma a otimizar as observa&ccedil;&otilde;es ap&oacute;s a inje&ccedil;&atilde;o da primeira dose de STING. No fim da an&aacute;lise, a conclus&atilde;o foi de que a terapia consegue desencadear uma resposta imune antitumor robusta e inata, podendo at&eacute; mesmo eliminar os tumores, em casos mais espec&iacute;ficos.
"Com essa <a href="https://www.tecmundo.com.br/internet/214302-terapias-online-conheca-sites-oferecem-servico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terapia</a>, est&aacute;vamos tentando capturar tumores que, por si s&oacute;, n&atilde;o geravam muita resposta imune, para transform&aacute;-los em tumores que ocasionam respostas por meio da inje&ccedil;&atilde;o do agente de imunoterapia", disse a&nbsp;professora assistente Beth Boudreau, da &aacute;rea de Neurologia da universidade, confirmando a alta efic&aacute;cia do tratamento no combate ao glioblastoma.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/02/02200800149433.jpg" alt="(Fonte: dvm360 / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: dvm360 / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O projeto teve fundamento em um estudo realizado anteriormente pelos pesquisadores, quando in&uacute;meros dados de caninos foram coletados para analisar amostras de gliomas, tumores originados nas c&eacute;lulas gliais do c&eacute;rebro. Foi ent&atilde;o que eles descobriram que o desenvolvimento das c&eacute;lulas cancer&iacute;genas de c&atilde;es e humanos ocorre de forma semelhante, estimulando estrat&eacute;gias de abordagem que sigam caminhos parecidos em v&aacute;rios aspectos.
<h2>Amigos ajudam amigos</h2>
O tratamento do glioblastoma em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119451-como-os-caes-se-tornaram-os-melhores-amigos-das-pessoas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">c&atilde;es</a> surge com anima&ccedil;&atilde;o para especialistas, mas liga um alerta importante sobre os procedimentos em humanos, j&aacute; que a expectativa de vida de pessoas com a condi&ccedil;&atilde;o cancer&iacute;gena &eacute; reduzida a meses. Al&eacute;m da dificuldade em ter os tumores cirurgicamente extra&iacute;dos, muitos pacientes lidam com efeitos colaterais causados por terapias tradicionais de alto custo, exigindo "investiga&ccedil;&otilde;es e refinamentos" por parte de especialistas para garantir mais seguran&ccedil;a na forma de aplica&ccedil;&atilde;o das t&eacute;cnicas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/02/02200907978434.jpg" alt="(Fonte: dvm360 / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: dvm360 / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Nas pr&oacute;ximas etapas do projeto, os pesquisadores dever&atilde;o resgatar a abordagem terap&ecirc;utica do STING &mdash; com a redu&ccedil;&atilde;o acentuada dos tumores &mdash; e explorar uma pr&aacute;tica semelhante em pacientes humanos com gliomas, focando em quem j&aacute; sofreu procedimento cir&uacute;rgico de debulking, ou seja, que teve a maior parte do tumor removida sem ele ser completamente extra&iacute;do.

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Medicamento testado em cães pode combater células cancerígenas

Imagem de 8 pontos para entender a rotina de um veterinário no megacurioso

A profissão de veterinário é muito mais abrangente do que muitos podem pensar

Hoje, o veterin&aacute;rio est&aacute; entre os profissionais mais importantes e requisitados no mercado. Se voc&ecirc; tem curiosidade pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114619-veterinario-resgata-gamba-mas-as-pessoas-juram-que-e-um-pikachu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&aacute;rea veterin&aacute;ria</a> ou at&eacute; est&aacute; planejando ingressar nela profissionalmente, acompanhe alguns fatos que nem sempre s&atilde;o divulgados sobre a profiss&atilde;o. Vamos l&aacute;!
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/09/09142336672234.jpeg" alt="(Fonte: Internacional Found/Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Internacional Found/Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>1. Sim, o trabalho &eacute; perigoso</h2>
O veterin&aacute;rio est&aacute; longe de ter uma rotina de trabalho tranquila e previs&iacute;vel. Tudo bem que muitos bichinhos fofos aparecem e fazem a alegria de todos. No entanto, qualquer cachorro pode decidir dar uma bela mordida no profissional.
E tem mais, os perigos n&atilde;o envolvem apenas c&atilde;es e gatos. Dependendo do local onde atue, o veterin&aacute;rio ter&aacute; que lidar com animais de grande porte e at&eacute; ex&oacute;ticos, como macacos e jacar&eacute;s. J&aacute; imaginou ser infectado com herpes de primata devido a uma cusparada de um macaco?
<h2>2. H&aacute; dezenas de especialidades na profiss&atilde;o</h2>
Qualquer veterin&aacute;rio pode decidir se especializar em um campo. Boa parte segue pelo caminho de cuidados b&aacute;sicos, recupera&ccedil;&atilde;o e cirurgias eventuais nos animais.&nbsp;Por&eacute;m, esse especialista pode ampliar suas possibilidades de atua&ccedil;&atilde;o se especializando em v&aacute;rios segmentos, como cirurgias em animais ex&oacute;ticos, medicina preventiva, dermatologia, radiologia, odontologia e at&eacute; oncologia.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/09/09142527234237.jpeg" alt="(Fonte: Internacional Found/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Internacional Found/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>3. Rotina sem t&eacute;dio</h2>
Apesar de gatos e c&atilde;es serem os principais <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/41974-estas-13-fotos-de-cachorros-indo-ao-veterinario-vao-partir-seu-coracao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pacientes de um veterin&aacute;rio</a>, &agrave;s vezes esse profissional ter&aacute; que lidar com alguns animais de estima&ccedil;&atilde;o meio incomuns. Por exemplo, atender um hamster que quebrou a pata ou uma ave com problemas digestivos.
<h2>4. Reaproveitamento de equipamentos</h2>
Claro, existem equipamentos desenvolvidos exclusivamente para animais. Por&eacute;m, algo legal dessa &aacute;rea &eacute; que existe a possibilidade de usar equipamentos destinados aos seres humanos em bichos.
Bom, aqui existe o outro lado da ind&uacute;stria: como a &aacute;rea n&atilde;o lida com a sa&uacute;de humana, desenvolver novos equipamentos &eacute; algo um tanto complexo, especialmente devido aos custos e ao desinteresse das grandes fabricantes. Sendo assim, muitas vezes adaptar equipamentos que j&aacute; n&atilde;o servem mais aos seres humanos n&atilde;o apenas permite um bom atendimento aos bichinhos como tamb&eacute;m reduz os custos para o tutor do pet.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/09/09142825078242.jpeg" alt="(Fonte: Internacional Found/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Internacional Found/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>5. Precisam estar sempre alerta</h2>
Muitos aspesctos do papel do veterin&aacute;rio t&ecirc;m rela&ccedil;&atilde;o com a aten&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica e os cuidados preventivos. Todavia, os atendimentos de emerg&ecirc;ncia tamb&eacute;m fazem parte de sua rotina de trabalho. Por isso, como um profissional que lida com a vida de animais, ele precisa responder bem &agrave;s tens&otilde;es e press&otilde;es, afinal, em uma situa&ccedil;&atilde;o cr&iacute;tica depende dele salvar ou n&atilde;o a vida de um animalzinho.
<h2>6. A morte tamb&eacute;m pesa</h2>
Talvez, essa seja a pior parte da vida de um veterin&aacute;rio: lidar com a morte. Como &eacute; poss&iacute;vel imaginar, muitas pessoas t&ecirc;m uma rela&ccedil;&atilde;o muito profunda com seus pets, e algumas situa&ccedil;&otilde;es extremas exigem o sacrif&iacute;cio do animal, por exemplo, quando ele tem uma doen&ccedil;a terminal. Al&eacute;m de conduzir o processo de interromper a vida do bicho, o veterin&aacute;rio ainda precisa ter bastante empatia em rela&ccedil;&atilde;o aos tutores dos animais que, claro, ficam muito abalados.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/09/09142623500239.jpeg" alt="(Fonte: Internacional Found/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Internacional Found/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>7. Ex&oacute;tico &eacute; relativo</h2>
Para alguns veterin&aacute;rios, qualquer bicho que n&atilde;o seja c&atilde;o ou gato pode ser considerado ex&oacute;tico. Por&eacute;m, para aqueles que optam por cuidar de outros animais, como cavalos, lagartos, avestruz ou lhama,&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/109472-6-cidades-nas-quais-os-habitantes-convivem-com-animais-exoticos.htm" target="_blank" title="6 cidades nas quais os habitantes convivem com animais ex&oacute;ticos">ex&oacute;tico</a> vira quest&atilde;o de opini&atilde;o.
<h2>8. Ajuda na sa&uacute;de p&uacute;blica</h2>
Muita gente n&atilde;o sabe, mas o veterin&aacute;rio desenvolve um papel muito importante na sa&uacute;de p&uacute;blica. Veja bem, muitas doen&ccedil;as que chegam ao ser humano &eacute; <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/105245-que-engracado-e-que-do-estes-17-animais-acabaram-de-sair-do-veterinario.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">transmitida por animais</a>. Em uma situa&ccedil;&atilde;o cr&iacute;tica, esse profissional pode at&eacute; contribuir ajudando a definir estrat&eacute;gias para o enfrentamento do problema.
Quem deseja cursar Medicina Veterin&aacute;ria encontra um amplo e interessante mercado de atua&ccedil;&atilde;o e talvez esse fato seja o grande atrativo da profiss&atilde;o.

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8 pontos para entender a rotina de um veterinário

Imagem de Como é levar um tiro na cabeça? Sobreviventes contam o que sentiram no megacurioso

A entrada do projétil no crânio é descrita como um zumbido, com visões coloridas — e uma sensação horrível; confira os relatos

H&aacute; algumas dores horr&iacute;veis que muitas pessoas podem relatar: <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/103746-pedras-nos-rins-o-que-sao-como-se-multiplicam-e-possivel-evitar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pedras nos rins</a>, trabalho de parto ou osso quebrado. Mas n&atilde;o &eacute; todo mundo que sobrevive para narrar um tiro na cabe&ccedil;a &mdash; seja por acidente, seja disparado por si mesmo. Ainda assim, quando um usu&aacute;rio do f&oacute;rum Quora perguntou isso, alguns sobreviventes resolveram contar como foi.
Em resumo, a pessoa ouve um barulho muito alto e a bala entra estra&ccedil;alhando o cr&acirc;nio e queimando a carne com seu calor. Nos primeiros momentos, n&atilde;o h&aacute; dor, por conta da adrenalina, por&eacute;m depois que ela passa pode ser melhor que a pessoa desmaie, porque a dor se torna insuport&aacute;vel &mdash; embora ficar acordado ajude a sobreviver.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/neurociencia/98384-quem-morre-na-hora-de-um-acidente-sabe-que-morreu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Quem morre na hora em um acidente sabe que morreu?</a>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/08/08210356340004.jpg" alt="Imagem: Unsplash" />(Fonte: Unsplash)
<h2>Cada caso &eacute; um caso</h2>
O que acontece depois do tiro &mdash; ficar vivo ou morrer &mdash; depende da dist&acirc;ncia e do &acirc;ngulo do disparo, bem como do tipo da arma, pois isso &eacute; que vai determinar o trajeto da bala pela cabe&ccedil;a e quais regi&otilde;es ser&atilde;o afetadas.
Se o tiro pegar em uma parte importante do c&eacute;rebro, a velocidade da bala &eacute; tamanha que ela simplesmente "amassa" os tecidos em vez de romp&ecirc;-los &mdash; e a pessoa apaga sem saber o que aconteceu. &Eacute; diferente de levar tiros em outros locais, quando desmaiar ou morrer &eacute; uma quest&atilde;o de quanto sangue voc&ecirc; perde e quando seu corpo resolve desligar. Quando o tiro &eacute; no c&eacute;rebro, ele mesmo se apaga na hora.
Se a bala acertar outros locais da cabe&ccedil;a, h&aacute; chances de sobreviv&ecirc;ncia &mdash; e a sensa&ccedil;&atilde;o pode ser horr&iacute;vel, como descrevem os relatos no Quora.
<h2>"A dor n&atilde;o pode ser descrita"</h2>
O usu&aacute;rio Joab Hodge foi atingido na parte de tr&aacute;s da cabe&ccedil;a por uma bala disparada acidentalmente em um campo de tiro. Ele conta que a primeira coisa que sentiu foram zumbidos muito altos, como abelhas dentro do ouvido. Depois disso, come&ccedil;am outros sons ainda piores e a vis&atilde;o ficou turva, mas sem dor.&nbsp;
Sobre a vis&atilde;o, Hodge conta que a mudan&ccedil;a &eacute; instant&acirc;nea, como desligar uma l&acirc;mpada. Cada batimento card&iacute;aco pulsava muito forte, e ele sentia o sangue quente jorrar, mas tinha medo de passar a m&atilde;o no local. Depois que a primeira rodada de adrenalina passou, veio uma dor terr&iacute;vel.&nbsp;
Hodge diz que a dor &eacute; t&atilde;o horr&iacute;vel que n&atilde;o pode ser descrita: "A dor &eacute; t&atilde;o insuport&aacute;vel que voc&ecirc; pensa em cada segundo que passa, e os dias parecem anos at&eacute; que a dor diminua".&nbsp;
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/36337-o-que-sera-que-doi-mais-trabalho-de-parto-ou-chute-no-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O que ser&aacute; que d&oacute;i mais: trabalho de parto ou chute no...?</a>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/08/08210138215003.jpg" alt="Imagem: Unsplash" />(Fonte: Unsplash)
<h2>"Eu nunca tinha visto tanto sangue na vida"</h2>
O relato mais impressionante &eacute; de Isaac Simoni, servidor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que levou um tiro na cabe&ccedil;a &agrave; queima-roupa em um assalto em um restaurante. Ele se sentiu caindo para tr&aacute;s em c&acirc;mera lenta enquanto entendia o que tinha acontecido &mdash; "eita, morri". Ent&atilde;o veio um clar&atilde;o branco e isso era tudo que ele via. &nbsp;
Ele sentiu muito sangue jorrando dos olhos, do nariz, da garganta e pelo buraco da bala. A po&ccedil;a de sangue era muito maior do que qualquer uma que ele j&aacute; havia visto. Quando a adrenalina passou, veio a dor &mdash; o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112600-a-qual-velocidade-o-sangue-percorre-o-corpo-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sangue</a> passando pela garganta somado ao sangue que j&aacute; estava seco no corpo.&nbsp;
Diferentemente de outros relatos, Isaac n&atilde;o desmaiou &mdash; o que acabou lhe causando ainda mais sofrimento. Ele foi levado para um hospital e ficou horas esperando uma tomografia. Nesse tempo, a dor continuou insuport&aacute;vel e ele gritava, implorando para que algu&eacute;m fizesse algo. S&oacute; no fim da tarde ele foi para a sala de cirurgia e apagou, acordando no dia seguinte. Como a bala se alojou em uma v&eacute;rtebra, os m&eacute;dicos preferiram n&atilde;o retir&aacute;-la, e Isaac continua com ela em seu corpo at&eacute; hoje.&nbsp;
No fim das contas, a ideia de levar um tiro em qualquer peda&ccedil;o do corpo &eacute; muito assustadora &mdash; ainda mais em uma parte t&atilde;o sens&iacute;vel como a cabe&ccedil;a. Esses dois relatos servem para ficar grato por nunca ter passado por essa experi&ecirc;ncia, n&atilde;o &eacute; mesmo?&nbsp;

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Como é levar um tiro na cabeça? Sobreviventes contam o que sentiram

Imagem de 7 animais que são capazes de se automedicar no megacurioso

Conheça alguns animais da natureza que desenvolveram habilidades de autocura e prevenção de doenças

Ao longo da evolu&ccedil;&atilde;o e do processo de adapta&ccedil;&atilde;o de animais &agrave; natureza selvagem, certos grupos e esp&eacute;cies foram capazes de desenvolver instintos de sobreviv&ecirc;ncia cada vez mais apurados, passando a entender, assim como os humanos, o que os beneficia e aquilo que os prejudica em diversos tipos de ecossistema.
Assim, muitos bichos conseguiram criar h&aacute;bitos que estendem o tempo de vida deles, os previnem contra doen&ccedil;as, eliminam corpos estranhos e executam uma s&eacute;rie de a&ccedil;&otilde;es determinantes para seu estabelecimento na Terra.
Conhe&ccedil;a abaixo alguns animais que desenvolveram processos de automedica&ccedil;&atilde;o&nbsp;impressionantes&nbsp; e entenda a relev&acirc;ncia desses sistemas para a perpetua&ccedil;&atilde;o das esp&eacute;cies.
<h2>1. Ovelha</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/31/31102351046057.jpg" alt="(Fonte: Pinterest / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Normalmente infectadas por <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116362-parasita-controlador-de-mentes-pode-nos-tornar-mais-impulsivos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">parasitas</a>, as ovelhas s&atilde;o capazes de se automedicar e escolher o alimento ideal para aliviar as dores no organismo. Assim, quando esses animais detectam qualquer tipo de corpo estranho em seu interior, eles aplicam uma dieta alimentar baseada em tanino &mdash; subst&acirc;ncia oxidante existente em sementes, cascas e caules de frutos verdes que &eacute; respons&aacute;vel por refor&ccedil;ar as paredes arteriais, prevenir entupimento das veias, reduzir o colesterol ruim e retardar o desgaste celular.
<h2>2. Chimpanz&eacute;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/31/31102447874060.jpg" alt="(Fonte: Pinterest / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Assim como os orangotangos, os chimpanz&eacute;s s&atilde;o capazes de se automedicar para aliviar as pr&oacute;prias doen&ccedil;as. Na &Aacute;frica, eles t&ecirc;m h&aacute;bitos semelhantes aos residentes locais e se alimentam tanto da medula de caules quanto de talos para controlar infec&ccedil;&otilde;es causadas por nematelmintos &mdash; vermes que estimulam o desenvolvimento de enterobiose, amarel&atilde;o, ascaridose e outros quadros cl&iacute;nicos.
<h2>3. Borboleta-monarca</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/31/31102623406062.jpg" alt="(Fonte: Teahub / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Teahub / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Para combater o parasita Ophryocystis elektroscirrha, que se aloja no intestino e acelera a morte, as borboletas-monarcas se alimentam de ervas daninhas com produtos qu&iacute;micos eficazes na manuten&ccedil;&atilde;o da sa&uacute;de. Assim, al&eacute;m de interromper o desenvolvimento do verme, as borboletas conseguem sobreviver por mais tempo e estender seu curto ciclo de vida ao aumentar sua adaptabilidade.&nbsp;
Outro detalhe interessante fica por conta das f&ecirc;meas da esp&eacute;cie, que deixam seus <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119709-embriao-fossilizado-e-encontrado-em-ovo-de-tartaruga-pre-historica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ovos</a> justamente nas plantas com propriedades qu&iacute;micas para que seus filhotes possam crescer sem chances de infec&ccedil;&atilde;o.
<h2>4. Wollybear</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/31/31102836828064.jpg" alt="(Fonte: Twitter / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Twitter / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar do tamanho pequeno, a lagarta wollybear (Pyrrharctia isabella) det&eacute;m um instinto de sobreviv&ecirc;ncia agu&ccedil;ado e &eacute; capaz de identificar no meio ambiente os alimentos exatos para sua sobreviv&ecirc;ncia, especialmente quando h&aacute; riscos de sa&uacute;de. Ao ser perturbado por moscas Tachinidae, que depositam seus ovos em um hospedeiro e podem lev&aacute;-lo &agrave; morte ap&oacute;s o nascimento da larva, o inseto P. isabella colhe plantas que cont&ecirc;m toxinas antiparasitismo e se alimenta delas.
<h2>5. Formiga-da-madeira</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/31/31102955546066.jpg" alt="(Fonte: Pinterest / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Al&eacute;m de viverem em comunidade e integrar um sistema em que todos se ajudam e colaboram para o bem-estar coletivo, as formigas proporcionam benef&iacute;cios medicinais para a pr&oacute;pria sociedade, que &eacute; constantemente exposta &agrave; propaga&ccedil;&atilde;o de doen&ccedil;as. No caso das formigas-da-madeira, elas infestam seus ninhos com uma resina con&iacute;fera, afastando parasitas e outros microrganismos prejudiciais. Dessa forma, todas praticamente se imunizam em um plano de sa&uacute;de inteligente, apresentando menos propens&atilde;o a qualquer tipo de infe&ccedil;&atilde;o.
<h2>6. Pardal e pintassilgo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/31/31103235984072.jpg" alt="(Fonte: Susan Love Nature / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Susan Love Nature / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Diferentemente de outras esp&eacute;cies animais que utilizam a natureza como meio para viabilizar a manuten&ccedil;&atilde;o da sa&uacute;de, pardais e pintassilgos v&atilde;o na contram&atilde;o desses processos e coletam cigarros usados para "enfeitar" a entrada de seus ninhos. Dessa forma, a nicotina previne a aproxima&ccedil;&atilde;o de corpos estranhos, como &aacute;caros, e impede que as pequenas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119163-4-curiosidades-sobre-aves-que-nao-voam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aves</a> sejam infectadas com males externos enquanto se abrigam.
<h2>7. Elefante</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/31/31103333156074.jpg" alt="(Fonte: SAFE Worldwide / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: SAFE Worldwide / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Durante a gravidez, elefantes trabalham para que seus filhotes nas&ccedil;am da forma mais saud&aacute;vel poss&iacute;vel. Para isso, esses mam&iacute;feros, quando come&ccedil;am a perceber o surgimento de defeitos cong&ecirc;nitos ou demonstram cansa&ccedil;o gestativo, alimentam-se de plantas indutoras do parto, a fim de acelerar o nascimento de seus beb&ecirc;s e reduzir um longo per&iacute;odo de gravidez, que em alguns casos pode chegar a at&eacute; 97 semanas.

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7 animais que são capazes de se automedicar

Imagem de Perversão ou persuasão: detalhes da ação de um perverso no megacurioso

Características manipuladoras, chantagistas e sedutoras são algumas que traçam o perfil de quem é perverso

&Eacute; poss&iacute;vel que em seu ciclo social exista uma pessoa extremamente sedutora, que convence facilmente&nbsp; todos a seguirem suas ideias e seus planos e que &eacute; absurdamente simp&aacute;tica e soci&aacute;vel. Para os mais distra&iacute;dos, trata-se de algu&eacute;m bem relacionado e com grande poder de influ&ecirc;ncia. J&aacute; os mais atentos podem enxergar uma pessoa manipuladora, impulsiva, com sentimentos de superioridade e, por fim, perversa.
&Eacute; sabido que o mundo est&aacute; repleto delas: pessoas que mentem e t&ecirc;m mania de transgredir as normas sociais sem qualquer sentimento de culpa ou remorso. Os perversos desejam poder e podem adotar pr&aacute;ticas entendidas como "desvios sociais", inclusive quando o assunto &eacute; sexo.
<h2>O que &eacute; pervers&atilde;o?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/08/a-08102205133051.jpg" alt="a" />
A pervers&atilde;o, na psican&aacute;lise, &eacute; uma estrutura mental como a neurose e a psicose, e n&atilde;o &eacute; somente sexual. H&aacute; sintomas para analisar os tipos de pervers&atilde;o, que podem ser sexuais ou apresentar comportamentos antissociais, mas &eacute; bem dif&iacute;cil fechar o diagn&oacute;stico de pervers&atilde;o, j&aacute; que n&atilde;o se trata de um sintoma isolado, &eacute; algo que realmente est&aacute; l&aacute;, como uma &ldquo;forma de ser&rdquo;. Ent&atilde;o, falando de modo gen&eacute;rico, um perverso tem caracter&iacute;sticas manipuladoras, chantagistas e sedutoras.
Obviamente, deve-se ter cautela antes de sair atestando pervers&atilde;o aos mais influentes, com fortes caracter&iacute;sticas de l&iacute;deres em sua ess&ecirc;ncia, afinal persuas&atilde;o e determina&ccedil;&atilde;o s&atilde;o caracter&iacute;sticas muito bem-vindas socialmente e at&eacute; admir&aacute;veis, mas alguns comportamentos podem ajudar a revelar o perfil do perverso e a tomar cuidado quando as investidas ficarem emocionalmente perigosas.
A pessoa parece ser capaz de prender, seduzir emocionalmente e fazer cair em suas armadilhas mentais, ainda que voc&ecirc; tente escapar. N&atilde;o &eacute; culpa sua, j&aacute; que ela faz tudo isso para manipular, pois, no fundo, n&atilde;o se importa com voc&ecirc;, s&oacute; finge gostar.
D&aacute; para escapar dessas a&ccedil;&otilde;es furando o discurso do manipulador, negando as sugest&otilde;es que ele d&aacute;, come&ccedil;ando a se impor, a falar mais de voc&ecirc; e tomando decis&otilde;es mais emancipadas &mdash; e &eacute; claro, n&atilde;o se expondo demais quando ele estiver pr&oacute;ximo.
***
Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do Mega Curioso, &eacute; doutor e mestre em Ci&ecirc;ncias da Sa&uacute;de nas &aacute;reas de Psicologia e Neuroci&ecirc;ncias pela&nbsp;Emil Brunner World University (EBWU), na Fl&oacute;rida (EUA), e tem o t&iacute;tulo reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa. &Eacute; tamb&eacute;m mestre em Psican&aacute;lise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; p&oacute;s-graduado em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal e em Neuroci&ecirc;ncia, Neuroci&ecirc;ncia Aplicada &agrave; Aprendizagem, Neuroci&ecirc;ncia em Comportamento, Neurolingu&iacute;stica e Antropologia pela Faveni do Brasil; conta com especializa&ccedil;&otilde;es avan&ccedil;adas em Nutri&ccedil;&atilde;o Cl&iacute;nica pela TrainingHouse em Portugal, The electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, Neuroscience em Harvard (EUA); &eacute; bacharel em Neuroci&ecirc;ncia e Psicologia pela EBWU e licenciado em Biologia e Hist&oacute;ria pela Faveni do Brasil; tecn&oacute;logo em Antropologia pela UniLogos (EUA); com especializa&ccedil;&otilde;es em Intelig&ecirc;ncia Artificial na IBM e programa&ccedil;&atilde;o em Python na Universidade de S&atilde;o Paulo (USP); e MBA em Psicologia Positiva na&nbsp;Pontif&iacute;cia Universidade Cat&oacute;lica (PUC).

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Perversão ou persuasão: detalhes da ação de um perverso

Imagem de Canibalismo na Europa: de prática heroica a bárbara no megacurioso

Até hoje o Velho Continente nega suas origens 'selvagens'

Um dos tabus mais sagrados e controversos da humanidade, a pr&aacute;tica do canibalismo, hoje est&aacute; associado &agrave; viol&ecirc;ncia, &agrave; loucura e a uma imagem man&iacute;aca. Por&eacute;m, durante a Idade M&eacute;dia, a pr&aacute;tica j&aacute; foi celebrada por sua suposta ferocidade e utilidade.
No romance Ricardo Cora&ccedil;&atilde;o de Le&atilde;o, um relato ficcional da vida do rei da Inglaterra Ricardo I, a comida que o monarca precisaria para se recuperar quando adoecesse seria a carne de porco. Com os rumores de que os sarracenos (&aacute;rabes e mu&ccedil;ulmanos) tinham gosto de porco, seus homens cozinharam e alimentaram-no com carne humana sem ele saber.
Ao exigir a cabe&ccedil;a do porco que acabou de comer, os cozinheiros apareceram com uma cabe&ccedil;a humana, e a rea&ccedil;&atilde;o de Ricardo I foi rir. Al&eacute;m do triunfo crist&atilde;o sobre esse povo considerado b&aacute;rbaro e desviado, o rei disse que seus homens n&atilde;o passariam mais fome.&nbsp;De repente, a pr&aacute;tica canibal se tornou um costume em sua casa &mdash; e tamb&eacute;m uma obriga&ccedil;&atilde;o.
<h2>Na Antiguidade</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/26/26211438762015.jpg" alt="(Fonte: Spiegel/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Spiegel/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em novembro de 1098, as tropas do conde Raimundo VI de Toulouse tomaram a cidade s&iacute;ria de M&rsquo;arra em um cerco sangrento que empilhou centenas de cad&aacute;veres de sarracenos. Para manter a cidade protegida, ele deixou um contingente de soldados que sofreram com a falta de abastecimento na regi&atilde;o montanhosa.&nbsp;
Com comida insuficiente, os crist&atilde;os comeram com gosto os corpos apodrecidos dos sarracenos jogados nos p&acirc;ntanos h&aacute; 2 ou 3 semanas. Al&eacute;m disso, os homens rasgaram os cad&aacute;veres em busca de besantes (moedas de ouro) escondidas nas entranhas.
Esse comportamento manchou a hist&oacute;ria da Primeira Cruzada, que deveria ser um "grande &eacute;pico europeu" comemorado pela sociedade como a "vit&oacute;ria crist&atilde;", por&eacute;m eles precisaram lidar com a atitude controversa dos soldados em M&rsquo;arra.&nbsp;
Naquela &eacute;poca, o canibalismo n&atilde;o se encaixava mais na autoimagem cultuada pelos europeus, que consideravam canibais as bruxas, os judeus, os selvagens, os orientais e os pag&atilde;os &mdash; muito diferente do que enxergavam na &eacute;poca medieval, em que os her&oacute;is militares canibais eram vistos como "grandes avatares de for&ccedil;a".
Indo mais longe em como o canibalismo tem participa&ccedil;&atilde;o antiga na hist&oacute;ria da Europa, em um artigo da Science, de 1999, paleontologistas franceses relataram que ossos de 100 mil anos de 6 v&iacute;timas de neandertais, encontrados em uma caverna chamada Moula-Guercy, foram quebrados por outros primitivos para extrair a medula e o c&eacute;rebro. Al&eacute;m disso, marcas de ferramentas na mand&iacute;bula e no f&ecirc;mur sugeriram que a carne da l&iacute;ngua e da coxa foram cortadas para consumo.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/26/26211552387016.jpg" alt="(Fonte: Open Democracy/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Open Democracy/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na &uacute;ltima d&eacute;cada, os pesquisadores relataram outras evid&ecirc;ncias de que os neandertais continuaram comendo uns aos outros at&eacute; pouco antes de sua extin&ccedil;&atilde;o. Na caverna El Sidr&oacute;n, na Espanha, paleont&oacute;logos descobriram que uma fam&iacute;lia de 12 pessoas foi desmembrada, esfolada e depois comida por outros neandertais h&aacute; 50 mil anos.
Segundo o historiador Jay Rubenstain, da Universidade do Tennessee, muitos documentos religiosos e hist&oacute;ricos do s&eacute;culo XI indicam que o canibalismo j&aacute; era uma pr&aacute;tica comum na modernidade, principalmente nos mercados ingleses de carne durante tempos de fome extrema na Europa.
Desse modo, chegando ao s&eacute;culo XVI, comer gente n&atilde;o fazia apenas parte do extenso hist&oacute;rico europeu, mas tamb&eacute;m se tornou comum na Medicina.
<h2>Na modernidade</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Horror Bazar&nbsp;" data-fonte-url="https://1.bp.blogspot.com/-_TKp5BZHg1E/X3Bk8_isxRI/AAAAAAAAAe4/Y-Cg71CepKo8z3jtZZGNhkQbBi_SUl_kQCLcBGAsYHQ/s971/armin-meiwes-762686.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/26/26211719606017.jpeg" alt="(Fonte: Horror Bazar/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Horror Bazar/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na virada do s&eacute;culo XXI, em 2001, o t&eacute;cnico em inform&aacute;tica&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/42161-conheca-um-canibal-superpolemico-e-saiba-que-gosto-tem-a-carne-humana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Armin Meiwes</a>, morador solit&aacute;rio do norte da Alemanha, fez um an&uacute;ncio online: ele queria participar de um ato sexual em que o homem solicitado deveria estar disposto a ser morto e comido.
A 320 quil&ocirc;metros de Berlim, um engenheiro chamado Bernd Brandes atendeu ao chamado de Meiwes e viajou at&eacute; sua casa na fazenda. Tudo foi documentado em um v&iacute;deo sangrento encontrado pela pol&iacute;cia, envolvendo a participa&ccedil;&atilde;o consensual de Brandes no jantar canibal do come&ccedil;o ao fim.
Em uma &eacute;poca em que o mundo fervia com os recentes casos de Andrei Chikatilo e <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117982-7-serial-killers-que-foram-assassinados-na-prisao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jeffrey Dahmer</a>, o canibalismo chocou o p&uacute;blico alem&atilde;o, levando a um problema judicial para os promotores que queriam acusar Meiwes de um crime.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Caixa de Pesadelos&nbsp;" data-fonte-url="https://static.wixstatic.com/media/a27d24_dda02f89b49e426184722833d4854916~mv2.jpeg/v1/fill/w_620,h_407,al_c,q_90/a27d24_dda02f89b49e426184722833d4854916~mv2.jpeg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/26/26211805200018.jpeg" alt="(Fonte: Caixa de Pesadelos/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Caixa de Pesadelos/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No entanto, a pr&aacute;tica n&atilde;o &eacute; tipificada ilegal no extenso c&oacute;digo penal alem&atilde;o, visto que, at&eacute; aquele caso, as leis contra homic&iacute;dio eram suficientes para cobrir o canibalismo. Se Brandes ofereceu a pr&oacute;pria vida, como Meiwes poderia ser acusado de assassinato?
Por causa disso, o t&eacute;cnico de inform&aacute;tica foi considerado culpado por suic&iacute;dio assistido e condenado a 8 anos de pris&atilde;o. Contudo, a senten&ccedil;a foi revogada pelo clamor p&uacute;blico e midi&aacute;tico, que levou a um novo julgamento em que Meiwes foi considerado culpado de matar por prazer sexual, recebendo pris&atilde;o perp&eacute;tua.
Talvez o canibalismo seja um dos poucos aspectos no imagin&aacute;rio popular em que o eurocentrismo n&atilde;o fala mais alto, isso porque a palavra entrou pela primeira vez na l&iacute;ngua inglesa no s&eacute;culo XVI por meio dos colonizadores espanh&oacute;is que descreveram o que eles viram os povos ind&iacute;genas das ilhas caribenhas fazer.

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Canibalismo na Europa: de prática heroica a bárbara

Imagem de Incels: o movimento de homens que odeiam mulheres no megacurioso

Assassinatos em massa nos Estados Unidos estiveram ligados a indivíduos participantes do movimento incel nas redes sociais

O assassinato de cinco pessoas na cidade de Plymouth (Reino Unido) em 14 de agosto de 2021 despertou a aten&ccedil;&atilde;o da imprensa. O respons&aacute;vel pelo crime, Jake Davidson, participava constantemente de f&oacute;runs na internet nos quais discutia ativamente o movimento incel.&nbsp;
O termo, que vem da jun&ccedil;&atilde;o de palavras involuntary celibates, &eacute; usado para descrever homens jovens que se definem como celibat&aacute;rios involunt&aacute;rios &mdash; ou virgens n&atilde;o por escolha pr&oacute;pria. Outros casos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/71829-assassinatos-em-serie-em-escolas-sao-capazes-de-inspirar-mais-violencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">assassinato em massa</a> com participantes desse movimento j&aacute; haviam ocorrido nos Estados Unidos. Ent&atilde;o, o que n&oacute;s sabemos sobre os incels?&nbsp;
<h2>Homens frustrados</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/25/25091952352032.jpg" alt="Elliot Rodger, respons&aacute;vel pela morte de seis pessoas em 2014(Fonte: Internet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Elliot Rodger, respons&aacute;vel pela morte de 6 pessoas em 2014. 
Entre coment&aacute;rios frustrados e reclama&ccedil;&otilde;es di&aacute;rias nas p&aacute;ginas do Reddit e de outros f&oacute;runs da internet, os chamados incels parecem compartilhar um sentimento: o <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/101701-pesquisa-comprova-odio-por-mulheres-tem-a-ver-com-doenca-mental.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&oacute;dio pelas mulheres</a>. Segundo o perfil tra&ccedil;ado por uma reportagem da BBC,&nbsp;esse grupo de indiv&iacute;duos envolve, em sua maioria, adolescentes e homens com pouco mais de 20 anos que foram rejeitados por mulheres.
Os f&oacute;runs de mensagem servem como um abrigo para fugir da solid&atilde;o. Entre eles, existe o senso comum de que "perderam na loteria gen&eacute;tica" e n&atilde;o h&aacute; nada que podem fazer para serem aceitos por parceiras rom&acirc;nticas. Por tr&aacute;s do insucesso com relacionamentos, esses indiv&iacute;duos tamb&eacute;m carregam opini&otilde;es extremistas e cheias de raiva.
"Voc&ecirc; pensa em algo pequeno&hellip; e a&iacute; voc&ecirc; v&ecirc; outras pessoas pensando em coisas muito mais radicais. Ent&atilde;o voc&ecirc; acha que as coisas pequenas s&atilde;o aceit&aacute;veis", disse "Liam", um incel que aceitou dar entrevista para o jornal brit&acirc;nico, em resposta a como o tempo passado nessas comunidades afeta o pensamento coletivo dos participantes.
<h2>Estere&oacute;tipo feminino</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/25/25091846117030.jpg" alt="(Fonte: Internet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />
Na vis&atilde;o dos incels, as mulheres s&oacute; buscam dinheiro e s&atilde;o prom&iacute;scuas e manipuladoras. Os f&oacute;runs apelidam mulheres atraentes de "Stacys", enquanto os homens escolhidos por elas s&atilde;o os "Chads". Ambos os personagens s&atilde;o objetos de ridiculariza&ccedil;&atilde;o. Chad &eacute; a caricatura de um homem bem-sucedido sexualmente e com caracter&iacute;sticas f&iacute;sicas marcantes, como bra&ccedil;os musculosos e linha da mand&iacute;bula bem marcada.
Pessoas que se encaixam como Stacys ou Chads s&atilde;o vistas como inimigos pelos incels. Ao acreditar que sexo, amor e felicidade est&atilde;o fora de seu alcance por serem inferiores geneticamente, os membros do movimento se tornam amargurados, e qualquer incel que reverter a situa&ccedil;&atilde;o ser&aacute; chamado de "fakecel", ou um incel falsificado.
Nos &uacute;ltimos tempos, o Reddit tem feito diversas tentativas de remover os f&oacute;runs de incel da plataforma, mas diversos grupos permanecem ativos. Existe uma grande preocupa&ccedil;&atilde;o no mundo online de que esse excesso de &oacute;dio virtual possa continuar acarretando casos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/112207-instalacao-lembra-as-vitimas-de-feminicidio-na-turquia-em-2018.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">feminic&iacute;dio</a> e assassinatos em massa.

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